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História Incontrolável - Capítulo 21


Escrita por: LarryLove

Capítulo 21 - Capítulo 21


Quando Louis e Harry saíram da cabine do banheiro, depois de terem ficado um longo tempo lá dentro, ambos tinham a louca e inexplicável sensação de que todo o mundo ao redor deles havia mudado de alguma forma... O momento que eles compartilharam naquele lugar inusitado, a forma como a paixão que sentiam um pelo outro tinha explodido para fora deles, fez com que tudo parecesse diferente, mais brilhante, intenso, vívido... Era um mundo melhor e mais feliz.

Eles não conseguiam parar de sorrir enquanto, de mãos dadas, saíam do banheiro. Já tinham decidido que iriam apenas se despedir dos amigos e partiriam para a casa do Harry, queriam continuar aquele momento sozinhos.

-Não acredito que vocês já vão embora! – Niall, que já tinha desgrudado do moreno, exclamou.

-Você geralmente era o último a sair. – Zayn comentou com Harry, um sorriso enorme em seu rosto ao olhar para o melhor amigo.

-Acho que as coisas mudam, né?! – Harry olhava para Louis quando respondeu e sentiu o coração disparar ao ver o Tomlinson sorrindo tão lindamente.

-Sim, e isso é maravilhoso. – Liam disse.

-Então vão e aproveitem o restinho da noite de vocês. – Niall piscou para eles. –Porque eu também vou aproveitar mais um pouco por aqui.

-Nos vemos depois, cara. – Zayn deu um abraço apertado em Harry, ele ainda estava explodindo de felicidade por saber que o Styles tinha voltado a desenhar.

-Obrigado por tudo. – Harry sussurrou no ouvido dele enquanto Louis se despedia de Liam e Niall.

-Você é meu irmão, não precisa me agradecer por nada. – Zayn estalou um beijo na testa de Harry e depois deu um abraço em Louis também.

Harry acenou para Liam e Niall antes de voltar a segurar a mão de Louis, os dedos voltando a se entrelaçar naturalmente. Eles seguiram para a saída do bar, os rostos ainda estampando sorrisos gigantes e os coração acelerados... Ambos ainda se sentiam um pouco incrédulos ao relembrarem do que havia acabado de acontecer no banheiro daquele lugar. Eles estavam apaixonados, puta merda, disseram aquilo em voz alta e agora um sabia exatamente como o outro se sentia, isso tornava tudo tão mais real, um pouco assustador, mas, acima de tudo, era extraordinário.

Eles estavam tão fortemente envolvidos por aquele sentimento maravilhoso que levaram um grande susto ao abrirem a porta do bar e esbarrarem justamente em Gabe.

Louis quase ofegou com o susto e puxou Harry rapidamente para mais perto de si, eles saíram e ficaram na calçada, cara a cara com Gabe, uma garota pendurada no braço dele e um cara ao lado.

-Era só o que faltava. – Gabe resmungou, ele continuava inconformado pela conversa com Mark e a ordem de deixar Louis e Harry em paz, encontrar os dois ali só servia para deixá-lo ainda mais irritado.

-Vamos, Harry. – Louis disse, apertando um pouco mais a mão dele e tentando seguir para onde a moto estava.

-É, vai, Harry. – Gabe murmurou alto o suficiente para ser ouvido. –Até porque agora você é protegidinho do Mark, né?!

-Nunca precisei de ninguém para me proteger de você, babaca... Esse seu nariz todo ferrado é uma prova disso. – Harry retrucou.

-Por favor. – Louis pediu para Harry, ignorando por completo a presença de Gabe ali. –Não estraga a nossa noite por causa desse cara.

Harry sempre se irritava muito fácil, principalmente com Gabe, mas Louis tinha razão, ele tinha acabado de passar por um momento tão inesperadamente especial, seria burrice estragar tudo por culpa do Gabe.

-Claro, vamos embora. – Harry voltou a sorrir, também ignorando Gabe, e Louis suspirou aliviado.

Ser ignorado daquele jeito deixou Gabe mais irritado, ele estava acostumado a conseguir tirar Harry do sério e o fato do Styles estar lhe ignorando enquanto segurava a mão de Louis tão tranquilamente o deixou surpreso. Ele tentou pensar em algo para dizer, mas foi parado pelo próprio amigo que tinha percebido a intenção dele, a garota apenas continuava segurando seu braço e o olhava um pouco entediada, mas o garoto era o mesmo que estava com ele quando Mark lhe deu aquele aviso.

-Não queremos mais problemas com a polícia, lembra, Gabe? Seu pai disse que te manda para fora da cidade se você arrumar mais encrenca. – Gabe ouviu o que o amigo disse e suspirou com frustração, mas sabia que o outro tinha razão, ele não tinha muito juízo ou caráter, mas sabia que o pai já estava de saco cheio das encrencas que ele arrumava e não podia correr o risco de ter Mark no seu pé, era uma merda admitir e o deixava furioso, mas ele precisaria deixar aqueles dois irem embora.

Harry não olhou nem uma vez para Gabe enquanto seguia com Louis para a sua moto e, de certa forma, era libertador perceber que aquele idiota não tinha mais nenhum poder de atingi-lo como antigamente, agora estavam acontecendo coisas tão boas em sua vida que Gabe não significava absolutamente nada.

-Estou orgulhoso por você ter conseguido ignorar aquele babaca. – Louis disse quando eles chegaram até a moto.

-Eu também. – Harry riu. –Quer saber?! Que vá para o inferno o Gabe e todo aquele preconceito e estupidez que ele carrega!

-É assim que se fala. – Louis riu com ele e o beijou. –Ah, mas você acha que ele vai perturbar os rapazes lá no bar?

-Não. – Harry negou. –Eu sempre fui o alvo preferido dele porque caía muito fácil nas provocações... Ele costuma evitar o Niall porque sabe que o Horan sempre fala algo que o faz passar vergonha na frente dos outros, e o Liam nunca cai nas provocações dele e nem deixa o Zayn cair.

Louis assentiu e deu outro beijo em Harry, a noite estava tão boa que nem mesmo o curto encontro com Gabe foi capaz de estragá-la... E ambos se sentiam imensamente aliviados e gratos por isso.

   ****

Louis ligou para o pai assim que chegou na casa de Harry, Mark ainda estava com Liliane e não criou problemas para o anúncio do filho de que dormiria mais uma noite com o Harry, mas ele fez um pedido que deixou Louis feliz e ansioso ao mesmo tempo... Ele queria que Harry levasse Louis bem cedo para casa no dia seguinte e que o Styles ficasse para o café da manhã.

-Vai ser estranho tomar café da manhã com o Mark. – Harry murmurou pensativo quando Louis lhe contou o pedido do pai.

-Mas você vai, né?! – perguntou cautelosamente. –Ele quer conversar com você.

-Eu sei... E sim, eu vou. – Harry afirmou, eles já tinham tirado sapatos, meias e as jaquetas e agora estavam sentados no sofá, Louis no colo de Harry, de frente para ele.

-Vai ficar tudo bem, você vai ver. – Louis se inclinou para frente até encostar a testa contra a de Harry.

-Tudo está ficando muito bem desde que você apareceu na minha vida. – Harry admitiu com um suspiro baixo.

-O mérito é todo seu, baby. – Louis disse com extremo carinho, seus lábios roçando contra os de Harry em um beijo extremamente suave. –Acho que você só precisava de um empurrãozinho para perceber que merece ser feliz de novo e que a vida ainda têm muito para te oferecer.

-Obrigado por ser esse empurrãozinho, então. – Harry encaixou uma mão na nuca de Louis. –E sobre o que falamos antes...

-Sobre estarmos apaixonados? – completou.

-Sim. – ele deslizou o nariz pelo rosto de Louis em uma carícia que fez o Tomlinson sorrir. –Eu nunca me apaixonei por alguém assim antes, nunca senti isso!

-Nem eu. – Louis admitiu com veemência. –Não com essa intensidade, não desse jeito tão avassalador.

-O que nós faremos agora? – Harry perguntou em um sussurro, quase como se estivesse com medo da resposta. –Logo você vai embora e... Merda, eu não quero ficar sem você, não agora que estou descobrindo esse sentimento.

-Eu também não quero ficar sem você... Mas talvez não seja preciso, né?! Nós podemos dar um jeito.

-Você acha mesmo que conseguimos? – Harry não gostava do jeito vulnerável como se sentia, mas estar apaixonado era assim mesmo, aquela mistura insana de sentimentos.

-Eu acho que nós podemos fazer tudo o que quisermos. – Louis garantiu, porque se apaixonar também era sentir um tipo de poder, uma capacidade louca de tornar tudo possível.

-Espero mesmo que sim. – Harry se levantou, levando Louis no colo para o quarto. –Porque eu não esperava me apaixonar por você, Louis Tomlinson, mas agora que isso aconteceu, agora que esse sentimento está aqui dentro de mim... Porra, eu quero senti-lo ao máximo, entende?! Eu preciso viver isso!

Louis arfou com a intensidade daquela declaração e porque Harry o ajeitou no meio da cama e deitou por cima dele.

-Nós vamos viver isso... Vamos viver isso juntos! – exclamou enquanto seus dedos embrenhavam nos cabelos de Harry e ele puxava a boca do Styles para a sua.

Um beijo avassalador foi trocado enquanto as peças de roupas eram retiradas com lentidão, as mãos acariciavam os corpos e as bocas não se desgrudavam... A paixão explodia entre eles, pulsava como algo vivo, mas os gestos também eram cheios de carinho e suavidade, eles eram aquela mistura incrível de intensidade e calmaria... Eram um encaixe perfeito, tanto de forma física quanto emocional.

Apenas gemidos, suspiros e ofegos eram ouvidos pelo quarto, os corpos, agora nus, estavam tão entrelaçados um no outro que não dava para saber onde um começava e o outro terminava, Louis estremeceu por inteiro ao sentir Harry roçando seus paus juntos, a mão grande e habilidosa do Styles os segurando e os acariciando de um jeito enlouquecedor.

As provocações, os beijos e os carinhos eram cada vez mais deliciosos... Harry gemeu alto ao sentir as unhas de Louis em suas costas e em seguida foi a vez de Louis gritar de prazer ao ter dois dedos de Harry penetrando-o.

Tudo acontecia em uma sincronia perfeita e quando Louis sentiu o pau de Harry dentro de si, preenchendo-o lentamente até estar tão fundo que os dois arfavam sem parar, ambos perderam a noção de tudo ao redor e apenas se entregaram ao momento... Era mais do que tesão, não era só algo físico, era mais e mais... A cada vez era maior e mais intenso!

-Isso é tão bom, baby! – Louis gemeu ao cravar as unhas na bunda de Harry e impulsioná-lo para ir ainda mais fundo e mais forte. –Você é tão bom.

-Gostoso! – Harry grunhiu no ouvido de Louis antes de voltar a beijá-lo profundamente.

A dança prazerosa dos corpos que já se conheciam tão bem durou a noite toda... Eles eram insaciáveis e enlouquecidamente apaixonados... E quando o ápice os atingiu, os dois gozando enquanto declaravam mais uma vez toda aquela paixão um pelo outro, eles sentiram que eram mesmo capazes de conseguirem fazer tudo o que quisessem desde que estivessem juntos!

   ****

Eles tiveram uma das melhores noites de suas vidas e, apesar de terem ido dormir já de madrugada, Louis acordou cedo e repentinamente ao sentir a ausência do corpo de Harry ao lado do seu na cama, se espreguiçando lentamente ele buscou pelo celular e viu que ainda tinha tempo de tomar um banho antes de irem para o café da manhã com Mark, mas primeiro precisava encontrar o Harry.

Ainda nu Louis levantou da cama e vestiu a primeira peça de roupa que encontrou pelo caminho, o que acabou sendo uma camisa do Styles.

-Harry? – chamou bocejando ao sair do quarto.

-Aqui. – a resposta veio de dentro do quarto no fim do corredor, a porta dele estava completamente aberta e Louis caminhou lentamente até lá.

Harry estava ajoelhado na frente de um quadro no canto do cômodo, Louis observou ao redor e viu que estava lotado de telas e alguns outros materiais de pintura, ele também percebeu que Harry tinha aberto uma das janelas e um ventinho gostoso entrava no lugar.

-Senti sua falta na cama. – Louis andou até parar bem atrás de Harry e apoiou as mãos nos ombros largos do Styles.

-Perdi o sono. – Harry ergueu o rosto e Louis viu que os olhos dele estavam brilhantes. –A noite passada foi intensa, né?! E acho que toda essa intensidade acabou despertando outras coisas em mim também.

-Como assim? – Louis se ajoelhou ao lado dele. –Você está bem?

-Estou, eu só... Não sei explicar direito, mas eu vivi os últimos anos meio que inerte, sabe?! E de repente tem todos esses sentimentos em mim... – Harry disse. –Mas eu estou bem, não precisa se preocupar... Só acordei com mais saudade dela hoje.

Ele voltou a olhar o quadro que estava em sua frente e passou os dedos delicadamente pelos traços tão marcantes da arte de Anne.

-É assim mesmo... Alguns dias serão mais fáceis do que outros, mas tudo bem você estar sentindo saudade dela hoje de forma mais intensa, é natural e você deve se permitir sentir isso.

-É, acho que sim. – Harry sorriu levemente quando Louis sentou no chão e o puxou para o seu colo, ajeitando o Styles sobre as suas pernas da melhor forma possível e o abraçando. –Ela sempre dizia que um dia eu encontraria um garoto especial pelo qual me apaixonaria e... Bem, eu encontrei, não é?! Mas ela não está aqui para te conhecer e isso é uma merda.

-Eu sei, é mesmo uma grande merda! – Louis suspirou nos cabelos do Styles.

Um silêncio reconfortante recaiu sobre eles, até Harry quebrá-lo.

-Preciso arrumar esse lugar, não gosto mais de ver os quadros dela escondidos desse jeito.

-Pode contar comigo se precisar de ajuda.

-Obrigado. – Harry encostou o rosto no ombro de Louis e depois voltou a olhar para o quadro que admirava antes. –Vou pendurar esse na parede lá da sala também.

-É uma ótima ideia, podemos fazer isso agora, ainda temos um tempinho antes do café da manhã com o meu pai.

-Tudo bem, pode ser. – Harry saiu do colo de Louis e os dois se levantaram.

Mas Louis tinha outra curiosidade e acabou por deixar com que ela falasse mais alto, já que era a primeira vez que entrava naquele quartinho.

-Você guardou alguns quadros seus aqui também? – perguntou.

-Sim. – Harry respondeu e depois de um pouco de hesitação andou até o outro lado, vasculhando algumas telas até erguer uma. –Esse aqui fui eu quem fiz.

Louis suspirou audivelmente enquanto admirava o quadro... A pintura era de um céu tempestuoso, era tão real que Louis achou que seria capaz de tocar as nuvens quando se aproximou de Harry e tocou levemente a tela.

-Você é talentoso pra cacete! - exclamou.

-Esse é um bom elogio. – Harry tinha um sorriso maior agora no rosto, a saudade mais intensa da mãe que acordou com ele naquela manhã ainda estava ali pesando em seu peito, mas com Louis ao seu lado o peso era mais fácil de suportar.

-Sério, Harry, é lindo.

Harry olhou para o quadro de novo, depois olhou para a expressão admirada de Louis e se sentiu um pouco orgulhoso de si mesmo, do que ele era capaz de fazer... Anne sempre lhe dizia que o momento em que a arte dela era capaz de tocar alguém era algo mágico e ele podia entender isso perfeitamente agora enquanto via o olhar de Louis.

-Toma, é seu. – estendeu o quadro e Louis se surpreendeu tanto que até deu um curto passo pra trás.

-O quê? Como assim?

-É seu, eu estou lhe dando...

-Você está falando sério, Harry?

-Claro que sim, Lou... Eu quero que você fique com ele.

-Oh! – Louis exclamou e voltou a se aproximar até ter o quadro agora em suas mãos, era de um tamanho mediano e quanto mais olhava mais ele se apaixonava pela pintura. –Obrigado, não dá nem para dizer o quanto eu amei.

Harry amou ver aquele sorriso e olhar no rosto de Louis e teve uma vontade arrebatadora de ser a causa daquela expressão mais vezes.

  ****

Eles penduraram o quadro de Anne em uma das paredes da sala, depois tomaram um banho rápido juntos e Harry ajudou Louis a embalar, com alguns materiais que ele tinha no quartinho, o quadro que havia lhe dado, Louis queria ter todo o cuidado possível com ele e por isso mesmo decidiram ir caminhando até a casa de Mark, Louis carregava o quadro em um dos braços enquanto sua outra mão estava entrelaçada com a de Harry.

-Estou ficando um pouco nervoso. – Harry admitiu conforme eles se aproximavam mais da casa, estava indo tudo tão bem com Louis que ele tinha medo de não se segurar, acabar falando alguma merda durante a conversa com Mark e estragar tudo.

-Não precisa ficar. – Louis afirmou. –Além disso, não importa o que aconteça nessa conversa, eu vou continuar apaixonado por você.

Harry ainda se sentia perplexo ao ouvir aquelas palavras saindo da boca de Louis, principalmente por ser um sentimento tão fortemente recíproco. Ele passou os braços ao redor de Louis e se inclinou para alcançar os lábios dele, beijando-o com toda a paixão que também sentia pelo belo garoto em seus braços.

O restinho do caminho foi percorrido rapidamente e logo os dois estavam entrando na casa de Mark... Harry ainda não tinha se acostumado com o fato de agora poder entrar livremente ali, era mais uma das tantas mudanças que vinham acontecendo em sua vida.

-Bom dia. – Mark os recebeu na sala, ele estava sentado em um dos sofás, vestido com uma calça de moletom e uma blusa de mangas compridas, o que tornava a cena ainda mais inusitada para Harry que estava acostumado a vê-lo sempre em seu uniforme de policial.

-Bom dia. – respondeu ainda um pouco deslocado.

-Ei, bom dia, pai. – Louis apertou um pouco a mão de Harry tentando lhe passar confiança.

-Eu já comecei a preparar o café... – Mark se levantou e desligou a televisão. –Mas será que você poderia ir até a padaria para mim, filho? Eu ainda não tive como ir até lá comprar pão.

-Ah... – Louis franziu o cenho porque o pai não parecia exatamente ocupado quando eles chegaram ali. –Tudo bem, Harry e eu...

-Eu pensei em aproveitar enquanto você vai até lá para conversar um pouco com o Harry. – Mark disse ao interrompê-lo e tudo ficou obviamente claro de repente.

Louis achava mesmo que aquela conversa precisava ser só entre os dois, mas achou que estaria ao menos por perto caso precisasse interferir de algum jeito, então ele hesitou antes de responder, mas Harry, apesar da apreensão que sentia, sorriu para ele e assentiu.

-Vai lá, está tudo bem. – ele já estava ali mesmo, era melhor acabar com aquilo de uma vez.

Ainda com uma pontada de hesitação, Louis acabou assentindo, ele deixou o quadro que ganhou de presente em um canto da sala e aceitou o dinheiro que o pai lhe entregou.

-Traz o que você quiser, lá também tem aquele queijo e o bolo de laranja que você tanto gostou. – Mark disse.

-Ok, eu volto logo. – Louis foi até Harry e deu um selinho nele antes de, com passos ainda hesitantes, sair da casa.

Um silêncio um pouco pesado e constrangedor dominou o ambiente assim que Louis se foi. Harry achava aquilo tão surreal, ele nunca teve medo do Mark ou da autoridade dele, nunca se preocupou com a opinião do mais velho sobre si ou ligou para as tentativas de conselhos dele... Mas agora Mark tinha outro significado, ele era pai do garoto pelo qual Harry tinha se apaixonado perdidamente e é claro que isso mudava tudo!

-Agora somos só nós dois. – Mark tentou sorrir, mas ele também estava um pouco nervoso sobre aquela conversa, agora Harry tinha outro significado para ele também. –Vem, fique a vontade.

Harry assentiu brevemente e foi até o sofá, onde se ajeitou o mais confortavelmente possível, Mark se sentou na poltrona que o deixava bem de frente para o Styles e olhou com intensidade para o garoto.

-É estranho... – Harry quebrou o silêncio.

-Eu sei, é mesmo. – Mark concordou com um leve e tenso sorriso. –Harry, antes de tudo, só quero saber se você entende o motivo de eu ter ficado tão receoso ao saber do seu envolvimento com o Louis... Bem, eu te levei preso algumas vezes e já te vi perdendo o controle...

-Eu entendo. – Harry o interrompeu, sentindo-se um pouco afobado e inquieto agora que a conversa havia enfim começado.

-Bom... – Mark suspirou. –Eu só temia e, admito que ainda temo um pouco, que o Louis acabe se machucando.

-Eu jamais o machucaria, nem fisicamente ou emocionalmente, eu... – Harry passou os dedos pelos cabelos antes de continuar a falar. –E eu nem permitiria que outra pessoa fizesse algo contra ele, além disso, você melhor do que ninguém sabe que as besteiras que eu faço só causam mal a mim mesmo.

-Sim, eu sei e isso é justamente o que nunca entendi. – Mark se inclinou um pouco mais pra frente, as mãos apoiadas nas pernas e os olhos ainda fixos no rosto de Harry.

-Era o meu jeito de lidar com as coisas, pode não ter sido o mais saudável e inteligente e você certamente não aprova, mas foi o jeito que encontrei. – Harry tentou não soar tão defensivo, mas era difícil para ele.

-Era... Não é mais? – Mark questionou com genuína curiosidade.

-Não sei, talvez. – Harry voltou a passar os dedos pelos cabelos, algo que sempre fazia quando estava mais nervoso. –Olha, Mark, eu sei que você quis ter essa conversa comigo pelo fato de eu estar com o Louis, mas garanto que você não precisa se preocupar com ele se envolvendo em confusão por minha culpa, eu não permitiria e, principalmente, o Lou nunca faria algo que não quisesse ou que não achasse certo.

-Sim, acho que enfim me dei conta disso. – Mark voltou a se recostar na poltrona, ele sabia que Harry tinha razão naquele ponto, ele não podia simplesmente proibir o filho de tomar suas próprias decisões por querer protegê-lo do mundo, tudo o que podia fazer era confiar no Louis e estar ali para quando ele precisasse, era o que Jay vivia lhe dizendo. –Mas não quis ter essa conversa com você só por isso, Harry.

-Não?

-Quando Louis me contou sobre o Gabe e o jeito como ele te persegue e perturba, eu mencionei que tentei conversar com você no passado, te ajudar de alguma forma, e o Louis disse que eu deveria ter tentado mais, insistido mais... Bem, ele provavelmente está certo.  – Mark disse. –Eu já cometi muitos erros, principalmente com o Louis, e agora estou tentando me redimir, talvez essa seja uma oportunidade para que eu acerte isso também.

Harry não sabia o que dizer e isso ficou bem claro em sua expressão.

-Não esperava me ouvir falando isso?

-Não mesmo. – Harry admitiu e isso fez Mark sorrir suavemente. –A verdade é que eu não sabia muito bem o que esperar dessa conversa.

-É, nem eu. – Mark também admitiu. –Você sabe que conheci a Anne, nós nos dávamos muito bem, você ainda era só uma criança quando cheguei aqui na cidade e eu vi o quanto se transformou depois que ela se foi.

-Ninguém nunca vai entender como foi difícil, como ainda é. – Harry sabia muito bem que não era o único garoto no mundo a ter perdido a mãe e ficado naquela situação horrível, mas a dor de cada um era diferente e aquela era só dele, ninguém nunca entenderia verdadeiramente como foi ter tido uma mãe tão maravilhosa como Anne e da noite para o dia não tê-la mais.

Mark olhou atentamente para o menino na sua frente e sentiu uma pontada de culpa por todas às vezes em que o enxergou apenas como um moleque que aprontava pela cidade, claro que ele teve razão quando precisou repreendê-lo e até mesmo levá-lo para a delegacia, mas qualquer um podia ver, se olhasse bem nos olhos do Harry, que ele era muito mais do que aquilo... E qualquer um também podia ver que ele estava um pouco diferente agora, já fazia um tempo que não se metia em confusões, brigas, festas ou corridas, levando em conta o que Louis disse sobre aquela última briga ter sido causada pelo Gabe.

-Você ainda tem contato com a sua tia? – Mark perguntou ao lembrar de quando a mulher esteve na cidade por um tempo logo depois da morte de Anne.

-Um pouco. – Harry deu de ombros. –Ela me ajudou quando precisei, mas não somos muito próximos.

Mark assentiu brevemente, Louis logo já estaria voltando da padaria e ele achava que aquela conversa precisava ser só entre ele e Harry, então se apressou.

-Posso ver que você está mudando, Harry, quer dizer, um tempo atrás duvido que estaria aqui me ouvindo tão calmamente assim.

-Eu não estou exatamente calmo. – Harry disse. –Mas você é o pai do Louis e isso com certeza muda muita coisa.

-É, eu também estou mudando. – Mark admitiu. –Precisamos agradecer ao Louis por essas mudanças, hein?!

-Ele não aceitaria, diria que o mérito é todo nosso. – Harry sorriu ao falar sobre Louis. –Ele é bem modesto.

A expressão de Harry mudou completamente ao mencionar Louis e é claro que Mark percebeu isso.

-Você gosta mesmo do meu filho, não é?!

-Eu estou apaixonado por ele. – Harry confessou abruptamente e depois fechou os olhos por alguns segundos. –Porra... Foi mal... Eu, merda...

-Ele sabe disso? – foi a vez de Mark se espantar.

-Sabe. – Harry não esperava ter falado sobre aquilo para Mark, mas não dava para voltar atrás agora. –E ele sente o mesmo.

-Por essa eu não esperava... Não sabia que já estava tão intenso assim entre vocês.

-Foi uma surpresa pra gente também. – Harry enfim começou a relaxar um pouco, Mark não era mesmo nenhum monstro terrível no fim das contas.

Mark ficou em silêncio por um tempo tentando se orientar, foi bom para ele constatar, mais uma vez, que o fato de ter um garoto dizendo estar apaixonado por seu filho não o incomodar nem um pouco mais, era bem libertador ter se livrado de todo o preconceito e ignorância que fizeram com que ele ficasse afastado do filho por um tempo... Mas também o surpreendeu a conversa estar seguindo por aquele rumo.

-Ok, então vamos esquecer um pouco que eu sou um policial e você um garoto que eu já levei preso. – Mark disse, mas a sua voz tinha uma pontada de leveza e diversão que fez Harry sorrir. –Você e o meu filho estão apaixonados e parece que terei que lidar com isso.

-Sim, até porque não pretendo me afastar dele.

-E quando ele for para a faculdade...

-Ainda vamos conversar sobre isso. – Harry respondeu rapidamente porque aquele assunto em si era algo que o preocupava cada vez mais.

-Bom, parece que não temos muito mais o que fazer. – Mark chegou mais para a ponta da poltrona, ficando mais perto do Styles. –Você acha que podemos começar de novo, Harry?

-Como assim? – aquela conversa não estava sendo nada do que o Styles esperava, mas era infinitamente melhor do que qualquer coisa que ele imaginara.

Mark então estendeu a mão para Harry.

-Eu sou Mark Tomlinson, pai do Louis.

Harry olhou para aquela mão estendida na sua frente e sorriu mais um pouco.

-Harry Styles. – também estendeu a sua mão e apertou a de Mark, um aperto de mãos que nunca tinha acontecido antes e que significava tanto agora.

-É um prazer te conhecer, Harry. – Mark disse. –E se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, me procure, ok?!

Harry não tinha certeza se seria tão fácil assim criar uma boa relação com Mark depois de tanto tempo e de tantas coisas, mas aquele era, sem dúvida, um bom começo, então ele assentiu e agradeceu.

Os dois tinham mudado de várias formas nos últimos dias, muito disso era graças a presença de Louis, e enfim podiam se enxergar de verdade... Um pai que já cometeu muitos erros e estava tentando fazer tudo certo agora e um garoto que já sofreu muito e só escolheu um jeito meio torto de lidar com aquela dor por um tempo.

Eles ainda estavam trocando aquele aperto de mãos quando Louis voltou para casa, sorrindo abertamente ao ver aquela cena e tirando um enorme peso dos ombros, ele enrolou o máximo que conseguiu na padaria para dar tempo daquela conversa acontecer, mas acabou não aguentando mais e voltando... E, pelo visto, tinha voltado no melhor momento possível.

-Tudo bem por aqui? – perguntou suavemente e Mark e Harry olharam para ele.

-Tudo sim. – Mark foi até o filho e pegou as duas sacolas que ele carregava. –Vou arrumar a mesa.

Louis viu o pai ir para a cozinha e caminhou rapidamente até Harry.

-Me conta como foi e... – mas sua pergunta não conseguiu ser concluída porque Harry segurou o rosto dele e o beijou.

Um beijo rápido e doce, só um encostar dos lábios, mas foi toda a resposta de que Louis precisava no momento.


Notas Finais


Oii :)
Olha só quem conseguiu vir postar mais cedo hoje ;) kkk
Eu espero muito que vocês tenham gostado do cap. e já estou super animada para vocês lerem o próximo que comecei a escrever e está se tornando um dos meus capítulos favoritos até agora... rsrs
Muuito obrigada de coração por serem leitores tão maravilhosos <3
Até domingo que vem ;)
Beijos


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