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História Incontrolável - Capítulo 9


Escrita por: LarryLove

Capítulo 9 - Capítulo 9


Louis permanecia jogado no sofá desde que Mark tinha subido para tomar banho, ele estava tentando ficar o mais tranquilo possível, a conversa com o pai não foi nada agradável e eles ainda não tinham chegado a nenhuma conclusão, mas surtar não adiantaria de nada, Louis estava muito convicto de suas decisões e atitudes, ele entendia perfeitamente a preocupação do pai, mas também acreditava que não estava fazendo nada de errado e esperava conseguir convencer Mark a confiar nele.

O tempo continuou a se arrastar e Mark não deu nenhum sinal de que voltaria a descer agora para eles continuarem a conversa, então Louis resolveu subir um pouco, no corredor ele viu a porta do banheiro aberta e a luz acesa por baixo da porta fechada do quarto do pai, Mark já tinha terminado o banho, mas provavelmente precisava de mais um tempo sozinho, por isso Louis entrou silenciosamente no seu quarto e encostou a porta... Talvez os dois precisassem de um tempo sozinhos antes daquela conversa continuar.

A janela estava aberta e Louis foi até ela, o céu começava a escurecer e ele suspirou ao sentir o vento contra o rosto, a rua, como sempre, permanecia pacata e silenciosa, bem diferente dos seus pensamentos e sentimentos que estavam um verdadeiro turbilhão. Se recostando contra a janela, ele tentou clarear a mente e respirou fundo, mas o seu momento foi interrompido pelo toque do celular, ainda guardado em seu bolso, ele achou que pudesse ser a mãe ou uma das irmãs, talvez algum amigo de Doncaster, mas era o nome de Harry que brilhava no visor. Louis não esperava por uma ligação dele ainda naquela noite, mas não demorou em atender.

-Oi, gostoso. – a saudação de Harry o fez sorrir, todo o estresse e a tensão pela discussão com o pai se esvaindo rapidamente.

-Já sentiu minha falta, Harry? – ele nunca resistia em provocar um pouquinho também.

-Talvez... – Harry riu. –O que você está fazendo?

A simples pergunta o fez suspirar pesadamente.

-Agora nada, mas as coisas não estão muito bem por aqui. – Harry estava mais do que envolvido em toda aquela confusão, aliás, ele era o grande motivo, então nada mais justo ficar sabendo logo. –O meu pai descobriu sobre a gente.

-Porra! – a exclamação veio acompanhada de mais alguns xingamentos. –E como ele ficou sabendo?

-Aquela médica, eles estão mesmo saindo juntos, e ela contou que eu estava lá com você hoje.

-Fofoqueira do caralho! – Harry bufou e Louis ia repreendê-lo, mas deixou pra lá, ele também ainda estava chateado, Liliane tinha parecido tão legal no hospital, e tudo bem que ele não pediu que ela guardasse segredo ou algo do tipo, mas ela também não precisava ter contado tudo ao Mark tão rapidamente. –E como foi com o seu pai?

-Ele ficou furioso, quer que eu me afaste de você imediatamente, nós discutimos, então ele foi tomar um banho e agora está no quarto dele, acho que iremos continuar a conversa mais tarde. – Louis saiu da janela e foi até a cama.

-Imaginei que ele não fosse mesmo ficar nada feliz quando soubesse... Mas... E então?

-E então o quê? – Louis tirou os tênis e ficou só de meias, sentando-se no meio da cama e puxando um travesseiro para o colo, estava se sentindo tão cansado, aquele dia parecia estar durando uma eternidade.

-Você vai obedecê-lo? Vai se afastar de mim?

-Eu atendi a sua ligação, não foi? Estou conversando com você agora mesmo, então não, eu não vou me afastar de você, Harry. – a resposta foi dita com um tom de voz suave e carinhoso.

-Bom! – Harry parecia aliviado do outro lado da linha, o que fez Louis sorrir mais um pouco... Harry Styles o fazia sorrir muito e ele já tinha percebido isso. –Até porque eu não pretendia deixar você se afastar tão fácil assim.

-Ah, é?! – a tensão começou a diminuir de novo, Harry tinha poderes sobre o humor de Louis que nem ele mesmo entendia! –E o que você faria?

-Não posso revelar ainda, vai que eu precise colocar algum desses planos em ação...

-Você tem até planos?

-Muitos, tenho um caderninho cheio deles!

Louis riu e deitou na cama, rolando de lado e abraçando o travesseiro confortavelmente.

-Vou querer ler esse caderninho algum dia.

-Talvez. – Harry disse. –Ei, eu sinto muito se por minha causa você está tendo problemas com o Mark.

-Eu vou resolver isso. – Louis murmurou. –Ele vai ter que confiar em mim.

-Eu liguei para te convidar para uma festa que terá amanhã... Agora não sei mais se você terá como ir, né?!

-Eu quero ir, quero te ver... – e ele queria muito mesmo.

-E eu quero muito que você vá comigo porque preciso beijar mais essa sua boca, você anda me deixando louco, sabia?! – a voz de Harry era carregada de uma necessidade tão crua e intensa que um arrepio de prazer percorreu o corpo de Louis instantaneamente.

-Harry! – Louis sussurrou e mordiscou os lábios, mas uma batida suave na porta o impediu de continuar a falar. –Espere um instante.

Ele afastou o celular e voltou a sentar no meio da cama.

-Entra... – disse um pouco mais alto e logo em seguida Mark abriu a porta.

-Vou preparar algo para o nosso jantar, e aí poderemos continuar aquela conversa. – ele avisou.

Louis tentou decifrar a expressão do pai, talvez ter um vislumbre do que ele tinha pensado e decidido, mas não conseguiu chegar a nenhuma conclusão, Mark só parecia cansado e frustrado.

-Tudo bem, eu vou tomar um banho e logo desço. – ele respondeu e, com apenas um curto aceno, Mark fechou a porta novamente ao sair.

-Acha que ele ainda está muito irritado? – Harry perguntou quando Louis voltou para a ligação deles, na certa tendo escutado a breve conversa.

-Não sei, mas vou descobrir em breve, é melhor eu me apressar para acabar com isso de uma vez.

-Me conta depois como foi. – pediu.

-Pode deixar... E eu vou tentar dar um jeito de ir nessa festa amanhã, ok?!

-Ah, você também está louco por mim, não é?! – o tom provocante estava de volta.

-Até depois, Harry! – Louis revirou os olhos, mas também riu antes de desligar.

Mas Harry tinha razão, ele estava mesmo deixando-o louco!

   ****

Mark já tinha colocado a lasanha no forno quando Louis terminou seu banho e desceu, encontrando o pai sentado em uma das cadeiras na cozinha, os braços apoiados na mesa e um olhar distraído e distante.

-O cheiro está bom. – ele sussurrou para anunciar sua chegada e Mark o olhou.

-Aperfeiçoei a minha lasanha ao longo dos anos. – Mark disse enquanto Louis ia até o balcão ao lado da pia e se impulsionava para sentar sobre ele.

-As meninas me contaram.

-Já estou com saudade delas, talvez elas possam vir passar pelo menos a última semana de férias aqui conosco. – Mark levantou e foi até a geladeira, servindo um pouco do suco que tinha acabado de preparar e entregando um copo para o filho.

-Sim, pode ser. – Louis deu um gole, suco de laranja sempre foi o seu preferido, talvez Mark ter preparado justamente aquele fosse um bom sinal.

Mark voltou para a cadeira que ocupava antes e seus olhos se fixaram no rosto de Louis atentamente.

-Eu só quero deixar bem claro que, de jeito nenhum, vou te mandar embora, ok?! Sinto muito se foi o que dei a entender antes, mas essa casa também é sua e eu te quero aqui pelo máximo de tempo possível. – ele disse e Louis assentiu enquanto sentia um alívio percorrer todo o seu corpo.

-É bom ouvir isso. – admitiu. –Mas e sobre o Harry?

-Você não vai mudar de ideia, vai? – Mark esfregou os olhos e deu mais um longo gole em seu suco. –Vai deixar de vê-lo?

-Não. – Louis foi sincero, mas respondeu com suavidade. –Eu gosto de estar com ele, gosto mesmo, pai... E, como eu disse antes, você vai precisar confiar em mim quando digo que não me envolverei em nenhuma confusão só por estar saindo com ele.

-Eu continuo não gostando nada disso! – Mark bufou, Louis conseguia ver que ele estava tentando controlar toda a sua irritação. –Nunca vou aprovar você andando com aquele garoto ou a turma dele.

-Então estamos em um impasse, não é?! – Louis suspirou pesadamente.

-Nós estamos sim. – Mark concordou. –Mas eu também não quero mais brigar ou gritar.

-Eu também não quero nada disso, nós estamos começando a nos entender de novo, a nos reconectar e não quero fazer algo que nos atrapalhe nisso...

-Mas mesmo assim não vai parar de sair com o Harry?

-Não acho justo que você me ordene isso e eu simplesmente obedeça, eu entendo o seu lado, mas também gostaria que você entendesse o meu... Já faz um longo tempo que eu não me sinto tão atraído por alguém do jeito como estou me sentindo pelo Harry, ele desperta a minha curiosidade, ele me faz sorrir... E eu estaria mentindo se te dissesse agora que irei me afastar dele, porque eu não quero me afastar e acho que não consigo.

Mark o ouviu com atenção e depois ficou em silêncio por um longo tempo, talvez nem tenha sido tão longo assim, mas para Louis pareceu uma eternidade, até que ele resmungou algo inaudível e se levantou.

-Eu mato aquele garoto se ele te machucar, entendeu? – disse com seriedade. –E você estará encrencado se eu te pegar envolvido em uma das corridas ou brigas dele.

-Isso quer dizer que tudo bem se eu continuar saindo com ele? – Louis tentou conter o sorriso, mas foi difícil.

-Quer dizer que eu estou disposto a fazer qualquer coisa para ter você na minha vida novamente, durante o banho eu pensei muito e me dei conta de que já errei demais com você no passado... Você sempre foi muito decidido desde pequeno e já vi que isso não mudou em nada, então eu tentarei ser um pouco razoável.

-Obrigado mesmo, pai. – Louis disse. –Sério, pode confiar que eu não farei nenhuma besteira, ok?!

-Mas eu ficarei de olho, Louis! – Mark foi até o forno para olhar a lasanha. –Eu ficarei muito bem atento, entendeu? Também não quero o Harry aqui em casa.

-Tudo bem. – Louis assentiu, ele achou que teria que discutir muito mais para conseguir que Mark cedesse, então aquelas condições era o de menos na situação.

-E eu também não quero mais mentiras, não quero que você me esconda nada sobre o que está acontecendo entre vocês dois. – esse pedido fez Louis parar por um instante antes de decidir dizer as palavras seguintes.

-Eu também não quero ter que ficar mentindo, então vou aproveitar para falar sobre algo... – Louis terminou o suco e desceu do balcão enquanto Mark deixava a lasanha por mais um tempinho no forno.

-O que foi? – Mark ainda estava completamente desconfortável com a ideia de ter o filho saindo com Harry Styles, ainda achava que aquilo não acabaria nada bem, mas depois de algum tempo de reflexão, ele percebeu que já tinha perdido tempo demais da vida do filho, não queria correr esse risco de novo, ele e Louis precisavam voltar a confiar um no outro, de qualquer forma, ele ficaria mesmo de olho e estaria pronto para interferir caso fosse preciso.

-Amanhã terá uma festa... – Louis começou a dizer cautelosamente, mas viu Mark franzindo o cenho imediatamente ao ouvir a palavra festa.

-Você quer ir a uma festa com o Harry? É isso?  

 -Não acontece nada demais nessas festas, pai... Eu já fui em uma, foi assim que o conheci, e, caso aconteça, eu venho embora antes, com certeza Niall e Liam também estarão por lá. – Louis disse tudo rapidamente.

-Você não tem ideia das vezes em que já precisei interferir em uma das festas deles por música muito alta ou briga, além disso, sempre tem tanta bebida e sabe-se lá mais o que...

-Eu sei me cuidar, pai, e prometo que saio mais cedo se perceber que a festa está saindo do controle... É só você confiar em mim, lembra?

-Você está me pedindo muito, Louis! – Mark passou os dedos nervosamente pela cabeça. –Eu estarei na delegacia a noite toda amanhã, não gosto de te imaginar em uma daquelas festas.

-Eu estarei com o meu celular, prometo que ligo avisando quando chegar em casa e você pode me ligar a hora que quiser também que eu atendo. – Louis tentou mais um pouco, sabia que talvez estivesse pedindo demais, só de Mark já estar aceitando que ele sairia com o Harry era uma grande conquista, mas ele queria tanto encontrar o Styles amanhã.

-Você ficará com o celular o tempo todo? – Mark cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha. –E promete vir embora se perceber que as coisas estão saindo do controle?

-Sim, eu prometo! – Louis afirmou.

-Eu vou confiar em você, filho, e espero realmente não me decepcionar, mas avise ao Harry que, mais do que nunca, eu ficarei atento nas atitudes dele e se for preciso, eu vou interferir, entendeu?

Louis entendeu perfeitamente e assentiu em concordância, ele só tinha algumas semanas ali, nada demais poderia acontecer nesse período.

-Vai ficar tudo bem, pai. – Louis caminhou lentamente até parar frente a frente com o pai e então, pela primeira vez desde que chegou ali em Holmes Chapel, tomou a iniciativa de abraçá-lo, Mark se surpreendeu no começo, mas não hesitou em passar os braços ao redor do filho e apertá-lo com força.

  ****

Depois do jantar, que foi tranquilo mesmo com Mark ainda um pouco hesitante sobre essa relação do filho com Harry Styles, os dois ficaram na sala conversando até tarde, Louis também trocou mensagens com alguns amigos e ligou para a mãe antes de ir dormir, a voz de Jay sempre o trazia tanta paz, as palavras carinhosas e os apelidos de infância, que ele dizia não gostar, mas secretamente adorava, lhe fazia sentir aquecido e protegido, ele contou um pouco sobre Harry, porque nunca tinha segredos com a mãe e, como esperava, Jay em nenhum momento ficou preocupada ou duvidou das decisões e atitudes dele.

-Seu pai realmente se acalmou? – ela perguntou depois de Louis ter contado sobre o dia turbulento.

-Parece que sim, felizmente ele resolveu confiar em mim.

-Vou falar com ele depois, deixá-lo mais tranquilo porque eu sei que você tem juízo de sobra e sabe se cuidar muito bem. – Jay disse com tranquilidade e confiança.

-Obrigado, mãe... Eu sabia que você diria isso. – Louis sorriu, ele já estava na cama, debaixo das cobertas e pronto para dormir.

-Mas e esse Harry, hein?! – a voz de Jay agora tinha uma pitada de curiosidade.

-Ele é meio rebelde, sabe? – Louis disse baixinho. -Mas essa é só uma parte dele, ele também é divertido, é lindo e sempre me faz rir.

-Ele parece bem interessante.

-É sim, eu não o conheço tão bem assim ainda...

-Mas quer conhecer. – ela completou.

-Sim, eu quero. – Louis riu, ninguém no mundo o conhecia melhor do que Jay, então é claro que com alguns minutos de conversa ela já tinha percebido aquilo. –Só é um saco isso do meu pai não gostar nem um pouco dele, seria mais fácil se ele não se metesse em tanta confusão.

-Desde que você não acabe preso com ele, o seu pai vai acabar se acalmando.

-Mãe! – ele riu alto.

-Você sabe que estou brincando, querido, eu sei o quanto você é ajuizado, às vezes até demais. – Jay disse e Louis podia imaginar o sorriso carinhoso no rosto dela. –Só me mantenha informada do que acontecer, ok?! E se divirta um pouco, você merece, além disso, às vezes é bom fazer umas loucuras de leve na vida.

-Acho que o meu pai tem um treco se te ouve me dando esses conselhos.

-Ele ficou tempo demais longe de você, mas logo vai perceber o homem incrível e ajuizado que você é... Vai ficar tudo bem.

-Obrigado, mãe, você é a melhor. – Louis sorriu, sempre seria muito grato pela relação maravilhosa deles, pela confiança e todo o amor que os cercava. -Eu te amo.

-Eu também te amo tanto, querido. – ela respondeu imediatamente e os dois ficaram mais um tempo conversando, falaram sobre tudo, Louis queria detalhes de como ela estava se sentindo nos últimos dias, ele mal podia esperar pelo nascimento dos gêmeos, suas irmãs acabaram fazendo parte da conversa também por alguns minutos antes deles se despedirem e a ligação ser encerrada.

Louis já estava morrendo de saudade da família, mas não se arrependia de ter ido para Holmes Chapel, na verdade, ele tinha cada vez mais certeza de que essa foi a melhor decisão que poderia ter tomado, ele estava conseguindo se acertar com o pai, tinha conhecido Liam e Niall, duas pessoas que gostaria de levar para o resto da vida... E encontrou Harry Styles!

Aliás, pensar no Harry o fez se lembrar de que precisava avisá-lo sobre como as coisas estavam mais calmas agora com Mark e que ele poderia ir na festa do dia seguinte.

Puxando o cobertor mais para cima do seu corpo e ouvindo as primeiras gotas de chuva caindo contra o telhado, ele se encolheu confortavelmente na cama e ligou.

-Mark te prendeu no quarto e você está precisando que eu vá te resgatar? – foi como Harry lhe atendeu, o que o fez gargalhar.

-Uau... Você estava pronto para vir me resgatar se fosse preciso?

-Prontíssimo!

-Agradeço muito, mas não será necessário... Por incrível que pareça, ele resolveu ser mais razoável.

-Jura? – Harry se espantou e Louis lhe contou rapidamente sobre como tinha sido o restante da conversa deles.

-Eu vou até poder ir na festa amanhã. – Louis completou ao final.

-Admito que estou bem surpreso agora. – Harry disse. –Achei que ele viria atrás de mim furioso.

-Ele ainda está desconfiado e hesitante, disse que não quer você aqui em casa e que vai ficar de olho e interferir se for preciso, mas é melhor do que nada, né?!

-Com certeza! – Harry concordou e Louis podia jurar que conseguiu ouvir um pouco de alívio na voz dele. –Então posso ir te buscar aí amanhã para a festa?

-Sim, eu te espero na mesma esquina da outra vez, ok?! Ele vai trabalhar amanhã de noite, mas não sei se ainda estará em casa na hora que você vier me buscar, por isso acho melhor você não parar aqui na frente. – Louis decidiu que era melhor ir com calma, Mark podia mudar de ideia a qualquer momento e ele não queria mais nenhuma briga.

-Eu te pego as nove na esquina. – Harry confirmou.

-Eu estarei lá. – Louis mordiscou os lábios ansiosamente.

Os dois mal podiam esperar pela noite seguinte!

  ****

Mark já tinha ido trabalhar quando Louis foi tomar banho e se arrumar para a festa. Ele percebeu que o pai parecia meio tenso por saber que ele iria a uma festa com Harry Styles, mas pelo menos não voltou atrás ou tentou proibi-lo de sair.

O dia todo tinha sido chuvoso e frio, mas isso não tirou o seu ânimo para a noite, a verdade era que Louis não estava nem aí para a festa, ele só queria poder passar mais um tempo ao lado de Harry.

A chuva estava mais fraca quando ele saiu apressado de casa e caminhou até a esquina, a mesma em que os dois já tinham se encontrado quando foram para a casa abandonada, mas assim que se aproximou, Louis observou que tinha um carro parado ali, e ao chegar um pouco mais perto pôde reconhecer facilmente quem estava sentado atrás do volante.

-Achei que você só tivesse uma moto. – Louis disse quando a porta do passageiro foi aberta assim que ele parou perto do veículo.

-E eu só tenho mesmo uma moto. – Harry afirmou enquanto Louis entrava no carro. –Mas ela ainda está na oficina por culpa do filho da puta do Gabe, então peguei esse carro emprestado de um amigo.

-Entendi. – Louis virou para o lado, ficando de frente para Harry, e sorriu. –Oi.

-Oi. – o Styles se inclinou para perto dele e os seus dedos contornaram a nuca de Louis em um aperto firme, puxando-o até as suas bocas estarem roçando uma na outra. –Nem acredito que você está mesmo aqui, ainda estou esperando a hora em que o Mark virá atrás de mim armado.

-É melhor termos cuidado, vai que ele mude de ideia e faça mesmo isso. – Louis prendeu o lábio inferior de Harry entre os seus dentes e depois o chupou.

-Porra! – Harry gemeu baixinho. –Vale a pena correr esse risco por você.

O beijo a seguir foi tão intenso que era como se eles estivessem ansiando por aquilo há séculos e não só por apenas algumas horas, Louis sentiu os dedos de Harry subindo de sua nuca para se embrenhar em seus cabelos e ofegou quando sentiu o leve puxão. A outra mão de Harry estava serpenteando pela cintura de Louis, apertando o lugar enquanto o Tomlinson segurava com força a jaqueta que o Styles usava. O jeito delicioso com que as línguas se encontravam dentro das bocas, as respirações ofegantes, as mãos que desciam e subiam vez ou outra, tudo estava deixando-os malucos.

-Vamos acabar nos atrasando para a festa. – Louis murmurou quando Harry começou a distribuir beijos pelo seu pescoço.

-Que se dane! – foi a resposta que teve antes de sentir que Harry o puxava para seu colo, mas não reclamou e se deixou levar.

Os beijos voltaram com a mesma intensidade e os lábios já estavam ficando inchados. Louis cabia perfeitamente no colo de Harry, ele tinha uma perna de cada lado do corpo do outro, suas coxas eram apertadas e acariciadas enquanto ele enfiava as mãos por baixo da camisa de Harry e arranhava de leve sua barriga... As bocas não se desgrudavam, a não ser para distribuir mais beijos e mordidinhas pelas peles expostas e ao alcance.

-Você é tão viciante... Quanto mais eu provo, mais quero provar. – Harry ofegou contra o ouvido de Louis, aproveitando a chance de mordiscar a orelha dele.

-Se você for bonzinho, talvez eu deixe provar um pouco mais. – Louis arfou em resposta, ele sentia que não tinha mais muito controle do seu corpo quando Harry o tocava assim.

-Merda, você não faz ideia do efeito que tem em mim!

-Na verdade, acho que eu faço ideia sim. – Louis riu baixinho ao rebolar no colo de Harry, sua bunda roçando diretamente contra a virilha dele, e contra a ereção que começava a se formar ali.

-Porra! – Harry agarrou o quadril dele e voltou a atacar sua boca em mais um dos beijos enlouquecedores dos dois.

Eles não tinham ideia de quanto tempo ficaram se agarrando ali dentro do carro, Louis podia sentir Harry ficando mais duro debaixo de si, e ele mesmo estava em uma situação bem parecida, os beijos e carícias não paravam, até que um carro passou ao lado do deles, o farol alto os surpreendendo e fazendo um pouco da sanidade perdida voltar.

-Acho que na esquina perto da casa do meu pai não é o melhor lugar para ficarmos nos agarrando assim, né?! – Louis disse antes de dar mais um beijo, dessa vez mais suave e rápido, nos lábios de Harry e escorregar para o banco do passageiro.

-Na minha opinião qualquer lugar é perfeito para nos agarrarmos assim. – Harry murmurou, querendo mais do que tudo ter Louis de volta em seu colo.

-Nós temos uma festa para ir, lembra? E ainda temos a noite toda pela frente. – Louis provocou.

-Se eu sobreviver até lá. – Harry murmurou enquanto se ajustava dentro da calça e Louis riu, mas a verdade é que ele estava tão excitado quanto o outro e não sabia como aquilo teria parado se não fosse pelo carro passando ao lado e o fazendo se lembrar de onde estavam.

Mas o fato era que o desejo entre os dois era algo quase palpável de tão forte e incontrolável... E, enquanto Harry começava a dirigir em direção da festa, Louis decidiu que não tentaria se controlar tanto no resto da noite!

   ****

A festa já estava animada quando eles chegaram, Harry foi imediatamente cercado por alguns amigos, mas ele fez questão de passar um braço ao redor da cintura de Louis e mantê-lo o tempo todo por perto, atitude que fez com que o Tomlinson recebesse alguns olhares invejosos.

A música era alta, mas não tanto quanto na primeira festa em que ele tinha ido, talvez para tentar impedir que os vizinhos reclamassem, a casa era grande e linda e não estava tão lotada quanto Louis imaginou que estaria, mas os que estavam ali pareciam mais do que dispostos a fazer a festa ir até o amanhecer.

Harry o apresentou para algumas pessoas, inclusive para o dono da festa, Taylor pareceu ser um cara legal, mas ele já estava meio bêbado, então Louis não pôde ter tanta certeza, os pais dele tinham viajado e é claro que ele achou que aquela era a melhor oportunidade para dar uma festa, e pelo que Louis entendeu, foi Harry quem o ajudou a organizar tudo. Depois ele também conheceu Meg, uma morena linda e divertida, e foi justamente enquanto conversavam com ela que Louis viu Niall em um dos cantos da sala, ele até pensou em se aproximar para cumprimentá-lo, mas Niall parecia muito bem ocupado beijando um garoto como se não existisse nada e nem ninguém ao redor deles, então deixou para falar com ele depois.

-Vamos pegar algo para beber? – Harry perguntou e ele concordou, os dois se despediram de Meg e seguiram para a cozinha, onde tinha bebida à vontade.

-Só uma cerveja. – Louis pediu e agradeceu quando Harry pegou uma garrafinha para cada um.

Ele olhou ao redor da cozinha enquanto dava o primeiro gole na bebida gelada, tinham mais algumas pessoas bebendo por ali, mas a cozinha era tão grande que não estava nenhum tumulto ou aperto. Louis ficou tão distraído observando ao redor, que se espantou quando voltou a olhar para Harry e viu que o Styles tinha os olhos fixos nele de uma forma intensa.

-Por que você está me encarando assim? – perguntou com um sorriso.

-Porque você é lindo pra cacete!

-Você tem uma boca bem suja, sabia?! – Louis ergueu uma sobrancelha enquanto Harry se aproximava mais dele.

-Mas ela é muito habilidosa também. – Harry sorriu sacana e o puxou para um beijo.

E com isso Louis não podia discutir, já que ele estava provando muito bem o quanto aquela boca era mesmo deliciosamente habilidosa.

-Vem dançar comigo. – Harry pediu entre o beijo e Louis apenas assentiu, deixando Harry segurar sua mão e levá-lo para a sala espaçosa onde os móveis tinham sido afastados e as pessoas dançavam animadamente.

Uma dança se transformou em outra e eles perderam a noção do tempo que passaram ali, perdidos um no outro, seus corpos se movendo em sincronia, se provocando com carícias mais ousadas, as bocas sempre em busca uma da outra. Eles só deram uma pausa quando Louis precisou ir ao banheiro e subiu a escada para o segundo andar, seguindo as instruções de Harry que ficou esperando por ele ali.

Louis achou o banheiro facilmente, Harry havia dito que tinham dois, um logo no começo do corredor e outro no final, mas como o primeiro estava com a porta aberta, Louis entrou nele mesmo. Ele aproveitou para verificar o celular, não tinha nenhuma mensagem ou ligação perdida do pai, o que parecia ser um bom sinal.

Ao sair do banheiro, Louis caminhou apressado para voltar lá para baixo, voltar para o Harry, mas parou abruptamente quando ouviu o seu nome sendo chamado. Assim que se virou, ele viu Zayn parado mais no meio do corredor, de frente para uma grande janela enquanto fumava.

-Ei... – Louis sorriu, já que eles ainda não tinham se visto ainda pela festa. –O Liam também veio?

-Sim, ele foi lá embaixo pegar algo pra gente beber. – Zayn olhou pela janela aberta.

-O Harry está lá embaixo também...

-Eu estou vendo. – Zayn disse serenamente e fez um gesto para que Louis se aproximasse. –Ele está bem ali.

Louis ficou curioso, já que ele tinha deixado Harry na pista de dança conversando com alguns amigos, mas se aproximou da janela em que Zayn estava e se espantou quando olhou por ela e viu que Harry estava parado lá na grama do jardim, ele não estava sozinho ali fora, tinha voltado a chover e algumas pessoas pareceram ter decidido que seria mais animado dançar lá fora na chuva, eles pulavam, riam e seus corpos se mexiam mesmo que dali não desse para ouvir tão bem a música... Mas Harry não dançava, ele estava no meio de todas aquelas pessoas, mas tinha os olhos fechados, a cabeça erguida, apenas deixava a chuva cair por seu rosto, encharcando rapidamente seus cabelos e roupas.

-Não sabia que ele gostava de um banho de chuva. – Louis sorriu.

-Ele adora. – Zayn disse. –Foi a mãe dele quem o ensinou a gostar, eles sempre faziam isso juntos.

A informação fez Louis enxergar a cena lá embaixo com outros olhos.

-Ele era bem apegado a ela, né?! – Louis perguntou com cautela.

-Ele te falou algo sobre ela? – Zayn deixou o cigarro de lado e se virou para ficar de frente para Louis.

-Não muita coisa, apenas que ela morreu, ele se fechou um pouco depois que eu vi a tatuagem com o nome dela.

-É, ele não fala muito sobre o assunto, nem mesmo comigo... Nós tínhamos quinze anos quando ela morreu, Anne era como uma segunda mãe para mim, Harry e eu nos conhecemos desde pequenos.

-Sinto muito, deve ter sido difícil para você também. - Louis sussurrou.

-Foi sim, mas para o Harry... – Zayn fez uma pausa e voltou a olhar pela janela. –Para ele foi devastador.

-Foi por isso que... Sabe, que ele começou a se meter nessas brigas e confusões? – Louis não resistiu e acabou por perguntar.

-Nós já aprontávamos um pouco antes. – Zayn sorriu minimamente. –Mas ele piorou depois... Por um tempo foi bem ruim, bem ruim mesmo, depois foi melhorando um pouco, mas ainda não é fácil para ele.

Zayn parou por um segundo, como se estivesse pensando nas palavras que diria a seguir, então Louis apenas esperou.

-Ele se sente culpado pela morte dela. – e Louis esperava por qualquer coisa, menos por aquelas palavras.

-Como assim? – seus olhos voltaram para Harry, ainda parado no mesmo lugar, mesmo que a chuva estivesse ficando mais forte.

-Foi uma morte repentina, um problema no coração que ela não fazia ideia que tinha... Anne morreu dormindo, Harry estava no quarto ao lado, mas ele também já estava dormindo e não escutou nada, na manhã seguinte ele estranhou que ela ainda não tinha acordado e... Bem, foi ele quem a encontrou, mas já era tarde demais.

Louis mordeu os lábios ao sentir um nó na garganta só de imaginar a situação.

-Ele não pode se sentir culpado por isso. – murmurou baixinho.

-Claro que não, mas mesmo assim ele se sente, acha que poderia ter feito algo, ter ajudado de alguma forma... Eles sempre foram muito unidos. – Zayn pegou outro cigarro e ofereceu um a Louis, que recusou. –As corridas, as brigas, as festas... Acho que isso o faz se sentir um pouco vivo de novo, talvez seja o jeito dele de lidar com o luto, eu faço essas coisas porque curto, porque me divirto, mas para o Harry é diferente, ele deixou muita coisa de lado depois que perdeu a mãe, muitos sonhos... Eu tento ajudar como posso, mas nunca é fácil.

Louis estava um pouco tonto com tantas informações, ele ainda não tinha conversado muito com o Zayn até então, e se surpreendeu pela primeira conversa mais longa deles ser justamente assim.

-Por que você está me contando tudo isso? – resolveu perguntar.

-Porque ele provavelmente não falaria. – Zayn bufou. –E porque ele gosta de você, o Harry nunca falou tanto sobre um cara como fala sobre você, ele ficou louco ontem quando você contou que Mark tinha descoberto tudo, estava preocupado que você se afastasse, ele até me ligou para contar sobre isso.

Louis se apoiou na janela e continuou a olhar para Harry lá embaixo.

-Os olhos dele se iluminam quando você está por perto, Louis... Você faz bem para ele e é por isso que estou te contando essas coisas, talvez isso te ajude a entendê-lo um pouco mais e então ele possa se abrir com você, tem coisas que seria melhor se ele mesmo contasse. – Zayn chegou um pouco mais perto de Louis e os dois ficaram parados ali, lado a lado, olhando pela janela.

-Eu também gosto dele. – Louis disse depois do que pareceu uma eternidade.

-Eu percebi. – Zayn sorriu. –Por isso mesmo decidi te contar isso.

-Obrigado. – Louis olhou para ele. –O Harry tem sorte de te ter como amigo.

-Ele é como um irmão. – Zayn deu um tapinha amigável no ombro de Louis. –Preciso ir lá embaixo ver porque o Liam está demorando tanto, sempre tem uns abusadinhos nessas festas.

-Daqui a pouco eu desço também. – Louis disse e Zayn saiu, deixando-o sozinho ali no corredor.

Louis ainda sentia a cabeça girar com o que acabara de ouvir, cada vez mais ele tinha a certeza de que havia muito sobre o que conhecer do Harry ainda.

Ele abriu um pouco mais a janela e se debruçou sobre ela, mais pessoas tinham ido dançar lá fora na grama, ele até enxergou Niall lá no meio, mas sua atenção logo voltou para o Harry, bem no momento em que ele se virou um pouco e abriu os olhos, vendo Louis inclinado lá na janela.

-Ei... – Harry gritou, parecendo sair um pouco do transe em que estava antes. –Por que está demorando tanto aí em cima?

-Eu estava te admirando, você fica ainda mais gostoso todo molhado assim. – Louis gritou de volta.

-Então por que não desce aqui e vem se molhar um pouco comigo? – Harry perguntou de forma provocante.

-Eu já estou indo! – Louis sorriu antes de se afastar rapidamente da janela.

As palavras ditas pelo Zayn ainda rodavam em sua mente enquanto descia a escada, ele não sabia direito como agir depois daquelas informações e ficava com o coração apertado só de imaginar todo o sofrimento pelo qual Harry passou e certamente ainda passava, e agora, mais do que nunca, queria conquistar a confiança do Styles para que ele pudesse se abrir e contar o resto de sua história.

Louis gostou muito de ouvir quando Zayn disse que ele fazia bem ao Harry... E quando ele chegou ao jardim e correu pela chuva, sendo recebido pelos braços e pelos lábios que já eram tão familiares, ele constatou que o sentimento era mútuo, Harry também lhe fazia muito bem... Talvez um fosse exatamente o que o outro precisasse no momento.


Notas Finais


Oii :)
Quero começar essa notinha já desejando que o 2017 de vocês seja um ano maravilhoso e agradecendo por vocês terem feito parte do meu 2016, obrigada mesmo a cada um que leu alguma das minhas fanfics, que deixou seus comentários, mensagens e que me encheram de carinho e apoio... Vocês são leitores especiais e incríveis... Amo vocês <3
Sobre o capítulo, foi bem grandinho e recheado, né?! rs... O último do ano, então resolvi caprichar... kk... No próximo essa noite deles continua ;)
Muuito obrigada por tudo e até semana que vem <3
Ahh, e perdoem qualquer errinho, está um calor infernal aqui e foi difícil revisar com calma esse capítulo... kkk ;)
Beijos


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