História Incubus - Sete

Senti-me ser arrancado de minha própria mente. Deparei-me com Kim Taehyung novamente. Estava confuso. O que era aquilo? Um sonho? Mas eu já estava sonhando! Minha cabeça doeu, apertei os olhos. Ainda estava amarrado e remexi-me novamente com esperança de me soltar sentindo as amarras apertarem muito mais meus pulsos.

- Vamos com calma, te fazer desmaiar no mundo dos sonhos não é uma opção boa. – Sorriu de canto e escorou-se na poltrona.

- O que esta acontecendo? – As palavras saíram sofridas por estar ofegando.  Senti o suor escorrer em meu rosto.

- Sabe essas baboseiras de vida passada, carma, reencarnação que vocês ouvem no mundo de vocês? – Ele fez um gesto com a mão livre desdenhando do que falava. – Estou te dando às lembranças de sua vida passada. – Colocou a mão no peito. – Eu sei, sou generoso. Não precisa agradecer.

- Não entendo. Isso não seria contra as regras? E porque estou com você? Porque deveria acreditar no que me diz? – Franzi o rosto sentindo a confusão me acometer.

- Eu tive uma pequena permissão. - Riu soprado voltando a sua posição sentado e levou a maquina ao sangue de novo. – O que fará depois disso é sua decisão. Essa coisa de livre arbítrio e tudo mais de brega que existe..

- Mas .. – Não houve tempo de falar a queimação retornou.

Past Live

- É chato ficar trancado nesse quarto esperando você. – Exclamei para Taehyung que entrava no cômodo.

- Muito chato ficar confortavelmente deitado semi nu em minha cama comendo o que quer e desfrutando da eternidade. – Ele rebateu enquanto tirava seu casaco.

- Você é irritante Incubus. – Retruquei o provocando.

Ele me olhou ficando calado, meu sorriso diabólico se fez presente e ele apenas fez um movimento com os dedos e meu corpo foi levantado. Gargalhei com seu inocente ato. Ele aproximou-se ficando de joelhos na cama e colocou-se em minha frente com suas pernas ao meu lado. Nos olhamos.

- Garoto insolente, ingrato, reclamão ..

- Mais o que Kim? – Perguntei provocativo.

- Convencido com certeza. – Ele sorriu. – Faz quanto tempo?

- O que? – Tentei desconversar enquanto suas mãos deslizavam em minha pele exposta.

- Sabe que se ficar sem meu sangue vou consumir toda a energia da sua alma e você vai enlouquecer Jeon. Precisa me avisar se esta se sentindo fraco.

- Ah! Isso .. – Me deitei colocando os braços atrás da cabeça. – Estou bem.

- Sabe que tem outro jeito. – Ele abaixou-se e começou a arrastar seus lábios em meu abdomem exposto enquanto falava. – Já lhe ofereci.

- Acho divertido seu convite. – O observava em sua atividade. – Irá me dividir?

- Você. – Mordeu-me com raiva me fazendo rir. – Pare de me lembrar isso maldito! Apenas aceite a porra do convite. – Mordeu seu próprio lábio e seu sangue escorreu, em seguida beijou-me.

Não neguei-lhe o osculo, e suguei seu sabor enferrujado com vontade. Subi meu corpo e o empurrei para o lado ficando em cima dele. Tae gemeu quando suguei seu lábio arrancando-lhe mais sangue.

- Eu vou. – Disse o olhando. – Só não queria tirar o prazer que tem de me servir seu sangue.

- Vou te mostrar muitas coisas novas. – Ele sorriu e nos entregamos mais uma vez aos desejos de cada um.

[...]

- Vou te mostrar algo divertido. – Tae parou me olhando e balançou seus fios e aos poucos os vi mudar do castanho para um quase branco. – Conforme o que “cliente” deseja você pode fazer umas mudanças temporárias.

- Um pouco infantil, mas acho que a satisfação é nosso dilema. – O observava entediado.

- Mostre mais animação Jeon, você vai seduzir alguém. – Taehyung irritou-se e bateu em minha cabeça.

- Eu fazia isso quando vivo e não era tão emocionante assim, agora deve ser mais fácil e em dois minutos eles ou elas irão fazer tudo que queremos. – Dei de ombros.

- Me pergunto por que você não se tornou um Incubus assim que pisou no inferno. – Ele ria de mim. – Vamos jogar então, quem tiver mais atenção durante a noite terá uma vontade concedida.

- Esta querendo provar meu sangue Kim? – Olhei-o malicioso.

- Já disse que não, você tem que oferecer. Você esquece que sou um demônio maior que você. - Bufou entediado com minha provocação. - Vire-se sozinho já que conhece tudo e é entediante trabalhar.

Ele apontou o caminho em branco que se abriu em nossa frente. Revirei os olhos e entrei na primeira chamada da noite. E assim iniciou-se minha jornada como um Incubus. Aquela noite os três primeiros Taehyung apenas assistiu, no quarto sonho ele juntou-se a mim e foi realmente divertido. Ele me arrancou de quem havia nos convocado e tomou meus lábios para ele sendo bruto com sua forma possessiva. Era divertido gozar da luxuria. E quando a noite acabou para nós, voltamos nos agarrando para nosso quarto. Estava embriagado de tanta energia sexual que me preenchia. Com minha própria unha abri um arranhão fundo entre meu pescoço e clavícula enquanto ele fechava o portal.

- Tae, por favor .. – Pedi ofegante e notei sua surpresa nos olhos arregalados, mas ele não hesitou por muito tempo. Passou a língua no sangue que escorria e seus lábios tocaram minha pele sugando um pouco mais. Gemi. Um prazer incomum invadia meu ser. – Você é comportado com seus clientes. – Puxei seus fios o sentindo sorrir.

- O dilema é satisfazer. – Sugou e cravou seus dentes no corte me tirando um grito de prazer. – Você está satisfeito com o que lhe ofereço Jeon?

- Estou. – Disse me rendendo ao prazer que todo aquele mundo novo me dava.

[...]

 Voltávamos de mais umas boas horas de trabalho. Era incansável estar com ele, tudo se tornava divertido e prazeroso com Taehyung. Ao entrarmos no quarto ele prontamente nos serviu doses de whisky, peguei o copo e ele estendeu o seu para um brinde.

- Não que eu esteja achando divertida a noticia que irei lhe dar ou que eu concorde com ela, mas é um mérito seu e devemos ao menos brinda-lo. – Ele disse me deixando confuso. – Poderá sair sozinho para trabalhar agora. Deram-lhe permissão hoje mais cedo. Só fui egoísta em querer mais uma jornada juntos.

- Será chato. Mas acredito que essas permissões são mais ordens. – Ri para ele levantando meu copo e tomamos nossas doses.

- Seu quarto estará pronto amanhã. – Ele não me olhou ao dizer isso.

- Prefiro ficar aqui. – Também não o olhei.

- Como se tivéssemos essa escolha. – Ele riu sombriamente e direcionou-se para perto da fogueira que havia em seu quarto mexendo o fogo com um ferro.

Aproximei-me dele o fiquei a observa-lo por longos minutos. Seus ombros subiram e desceram em um suspiro.

- Sou o pior tipo de Incubus que vai encontrar por aqui e talvez você me odeie pelo que vou fazer. Eu não me importo, sou egoísta e sempre deixei isso claro.

 Seu tom era de aviso, seus olhos escureceram, nos aproximamos e nos envolvemos em um beijo carregado da energia que consumimos dos que nos convocaram. Era sempre prazeroso estar com ele, seus lábios, seu corpo, sua precisão no que fazer me davam mais do que prazer e satisfação. Seus dedos escorreram por minha pele na cintura e ele abaixou minhas vestes e logo encostou o ferro quente. Eu quis gritar, mas Tae apertou-se em mim encostando sua pele também no ferro sem interromper o osculo. Quando nos separamos ele me olhou com aquele sua outra face.

 - Você é só meu Jeon. – Sua voz saiu rouca e senti que vinha de seu interior, este era Kim Taehyung o demônio impiedoso.

- O que você fez? – Olhei minha cintura com uma marca avermelhada de um circulo e vários risco saindo de centro para fora.

- Uma marca de promessa. – Ditou enquanto jogava o ferro no fogo novamente.

- E só precisa disso? – Passei os dedos sobre o local que já cicatrizava.

- Já trocamos nossos sangues diversas vezes. Faltava apenas isso.

- Maldito! – E não segurei a vontade de gargalhar.

- Que bom que o divirto. – Caminhou para se servir mais uma dose.

- Esta sendo extremamente chato na verdade. – Brinquei com o copo de vidro em meus dedos. – Achei que estaria nu e sendo fodido a esta altura. – Suspirei fingindo cansaço. Coloquei o copo no lugar escorando meu corpo em suas costas intencionalmente. Tae me olhou de lado levantando a sobrancelhas e dei-lhe um sorriso lateral.

- Você não se cansa de me provocar? – Falou baixo voltando sua atenção para seu copo, brincando com o liquido.

- Devolvo apenas aquilo que recebo. Mestre. – Ele riu com meu sarcasmo ao sussurras a ultima palavra em uma fingida reverencia.

- Você não tem jeito Jungkook. – Sua mão veio em meus cabelos e novamente ele tomou meus lábios me levando para sua cama.

Finally, for a while

Senti meu corpo despencar e meus braços foram soltos instantaneamente. Minha camisa grudava em minha pele, estava de joelhos e mãos apoiados no chão branco. Minha respiração doía, minha cintura ardia, meu corpo parecia ter corrido uma maratona. Levantei a cabeça e ele estava em pé de costas se afastando.

- Me convoque quando quiser explicações Jeon. – Foi tudo que disse.

Assim que registrei suas palavras desmaiei naquele chão e acordei assustado pulando no sofá. Meu corpo estava todo molhado e enquanto me perguntava se havia sido real ao não a ardência em minha cintura me chamou atenção e quando decidi olhar minha marca quis sem muitas explicações chorar. Parecia uma queimadura recentemente curada, vermelha e mais vivida do que eu já havia visto algum dia.  Quem e o que era Taehyung para mim?