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História Indesejável número 1 - Primeiro crime


Escrita por: Kitty-Batsky

Notas do Autor


Olá, voltei do Japão!
Pelo que finalmente pude vir postar o segundo capítulo!
Espero que gostem e que comecem a ligar os pontos!

Capítulo 2 - Primeiro crime


Fanfic / Fanfiction Indesejável número 1 - Primeiro crime

O estádio nacional onde se realizavam as partidas oficiais de Quidditch estava novamente cheio, como ocorrera anos atrás, em 1994. Contudo, ao contrário do que sucedeu naquela altura, não era a final que ali se realizara, mas a semifinal. O jogo conclusivo seria sediado no deserto da Patagónia mais para inícios de Setembro.

Então porque estava o local tão a abarrotar de gente? Porque havia tendas a estenderem-se por quilómetros? Porque tinham esgotado os bilhetes?

Era porque o jogo confrontara a Inglaterra com a Bulgária. E, evidentemente, todo o bom patriota ali fora assistir ao espectáculo e torcer pela equipa do seu país. Mesmo quem não se interessava tanto por desporto fora ali conduzido por orgulho nacional.

A noite terminara, pelo menos para a maioria das pessoas. Pelo chão espalhava-se todo o tipo de lixo, caixas vazias de sapos de chocolate, pipocas ácidas deixadas cair, janotas que haviam deslizado dos bolsos dos feiticeiros, e bandeirinhas que os bebés haviam agitado nas mãos durante o jogo sem nem saberem porquê. A lua viera testemunhar as lágrimas de muitos e muitos Ingleses. A Bulgária ganhara mais uma vez. Viktor Krum começava a ganhar fios brancos da idade, mas mostrara estar ainda em perfeita forma, e era mais uma snitch que podia colocar na sua colecção de conquistas. Albus estaria feliz, se por aquela altura não lhe tivesse desaparecido o pai. Como tal, tinha outras coisas em que pensar. Nem viera ver o jogo. Nem ele, nem os irmãos e nem Ginny.

“Todas essas pessoas chorando…” Observou Alicia Spinnet, passando a correr no meio delas, com uma chávena de café feita de papel na mão. “Estão de luto só que ainda não sabem disso”.

Dirigiu-se aos bastidores do jogo, à tenda luxuosa mas meio abandonada do seeker da equipa Inglesa. Naquele momento, as pessoas tinham mais interesse em ver Krum. De qualquer modo, mesmo que demonstrassem vontade de ir pedir um autógrafo a Peter Smith, iriam encontrar a zona de conforto dele interdita por faixas e um grupo de Aurors iriam mandá-las embora.

Alicia passou por debaixo das faixas como se não as visse. Estava habituada à presença delas. Mostrou a identificação a dois Aurors de outro departamento, que a não conheciam e, num passo apressado, abeirou-se do colega, Dean Thomas. Ele estava junto de um corpo, alguns metros atrás da tenda, na boca do bosque. Pela mensagem que lhe tinham enviado em Patronos, Alicia desconfiava que se trataria do cadáver do seeker Inglês. Bebeu o seu café de um só trago.

- O que temos aqui, Dean? – Perguntou, inclinando-se para examinar Peter. Apesar do calor que o líquido fumegante espalhara no seu peito, arrepiou-se perante a cena. O homem estava cheio de cortes que lhe tinham atravessado a roupa e atingido a pele. Os mais profundos eram aqueles que desfiguravam o seu rosto. Alicia procurou por alguma mancha de sangue no chão, mas não encontrou nenhuma, o que era de espantar, porque tantos cortes obrigatoriamente sangrariam. Aquele tratava-se, então, de um local secundário, de despejo do morto? Uma das coisas que mais saltava à vista, ao se olhar aquela vítima, deitada de costas no chão, os braços e pernas estendidos em forma de estrela, era uma taça, que fora colocada estrategicamente debaixo da sua mão esquerda.

- O seeker Inglês, Peter Smith, 25 anos, nascido britânico, meio-sangue, assassinado há cerca de meia hora. Ainda não foi mexido, foi exactamente assim que foi encontrado pelos colegas. – Respondeu Dean. Puxou de uma máquina que tinha ao peito e começou a tirar fotos à cena de crime.

- Mas este é o local onde foi morto? Há demasiados cortes para tão pouco sangue. – Alicia apontou então para a taça. – E aquilo ali? Curioso terem colocado uma taça na sua mão, uma vez que perdeu o jogo.

- Ironia, muito provavelmente. E premeditada. Essa taça é falsa, mas é bastante parecida com a verdadeira que recebeu a equipa Búlgara aquando o final do jogo. Que te parece? – Dean sentou-se sobre os calcanhares, colocou luvas brancas e tocou as feridas no pescoço de Peter.

- Um caso de fanatismo desportivo, tendo como protagonista um fã revoltado que estava obcecado com a vitória da Inglaterra. Quando Smith não conseguiu apanhar a snitch ficou louco de raiva e matou o ídolo.

A boca de Dean formou uma linha recta, uma ruga surgiu entre os seus olhos, a ruga do pensador. A mudança na expressão fez com que Alicia cessasse de especular.

- Os cortes foram pos mortum. Por isso não sangraram tanto. E também são bastante leves, o que é estranho se formos a pensar num homem zangado em pleno ato. A menos que estivesse fortemente alcoolizado e isso tivesse prejudicado o seu desempenho. Pode também ter sido uma mulher a causar os golpes. Mas fanatismo por Quidditch numa mulher é raro de se ver.

- E os cortes como são? – Perguntou Alicia, cada vez mais intrigada.

- Tortos, sujos, coisa de inexperiente. Feitos com vidro partido, talvez. O vidro partido de uma garrafa de Firewhisky, por exemplo. Ok, ok, isso já sou eu a puxar as provas para o meu lado – Dean terminou de examinar as feridas de Peter e olhou para a companheira Auror. Os olhos mantinham a juventude de um adolescente, e isso sempre animava Alicia, mais propícia a deixar-se levar pelo stress. – Porquê pos mortum? – Perguntou, finalmente, aquilo andava a rodar-lhe na cabeça.

- Porque seria impraticável esfaqueá-lo vivo. Ele está a metros da tenda, se gritasse teria sido ouvido. Além de que é forte e atlético, teria dado luta. Foi morto preliminarmente, e, quase aposto, com a maldição da morte.

- Atraído primeiro para fora da tenda para vir falar a um fã, não te esqueças. – Interrompeu-a Dean. – Só depois o Avada.

- Pode ter também saído da tenda porque quis, porque precisava de espairecer. É um comportamento muito comum, uma pessoa querer-se isolar depois de uma derrota. Enfim, fosse como fosse, foi morto rapidamente. E só depois cortado, e colocado nessa posição, para criar o ambiente simbolístico. O que nos leva àquilo que ainda não examinámos. A taça.

A voz de Alicia percebia-se sorumbática. Ela enveredara na carreira de Auror porque adorava D.C.A.T. quando andava em Hogwarts, embora não fosse muito boa à disciplina antes de ter entrado para a Armada de Dumbledore no seu quinto ano. Ela amava lutar contra os maus da fita. Mas crimes como aquele, misteriosos, ainda a deixavam com um nó no estômago.

Dean, para tentar aliviar a tensão, tirou a taça falsa das mãos do morto, fez uma vénia cavalheiresca e passou-a para as mãos de Alicia. Ela voltou a taça nas mãos. Era mais pequena que a verdadeira e bem mais leve pois não era feita de ouro, mas de um substituto barato. Perspicaz, cedo notou que havia algo colado no fundo da taça.

- Tem aqui um papel! – Anunciou. Descolou-o e passou por ele os olhos. Dean viu-a ficar pálida como giz.

- O que diz? – Mas Alicia não lhe respondeu, só ergueu para ele uns olhos arregalados. A surpresa tinha-lhe roubado todas as palavras da boca.

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Ron fechara-se no seu escritório há um bom par de horas. Era acontecimento inédito, comentado pelo pessoal de todos os departamentos de Aurors. Na verdade, não se falava de outra coisa que não do desaparecimento do chefe dos Aurors, Harry Potter. Era grande escândalo! Fora roubado há cinco dias do hospital de St.Mungo’s.

Meia hora depois de se terem dado conta do seu desaparecimento já haviam colocado todo o pessoal possível no caso. Lançara-se a maior busca ao feiticeiro de que alguma vez se tinha tido memória. Ron correu Inglaterra de lés-a-lés durante aqueles cinco dias, não com a coragem de um Auror, mas com o desespero de alguém que perdera o melhor amigo. A início quiseram-no afastar do caso, por ele ter tanta proximidade com a vítima, mas o Weasley bateu o pé com força e rugiu “Procuro com ou sem vocês!” e acharam prudente mantê-lo, portanto, debaixo de olho.

Agora voltara ao Ministério, todo descabelado, e, sem uma palavra aos colegas, dirigira-se a Kinsgley, pedira-lhe os papéis sobre o caso Potter (como ficara conhecido), e trancou-se no gabinete a investigar. Deve ter finalmente percebido que procurar às cegas não levaria a lado nenhum.

O hospital St.Mungo’s garantira que ninguém estranho entrara no estabelecimento. Era necessário dar registo de entrada, mostrar um cartão de profissão. Mas quão fielmente os investigadores podiam tomar essa afirmação por certa? Não teria mesmo entrado pessoal não autorizado?

Então teria que ter sido alguém de lá de dentro a realizar o rapto.

Quiseram falar com a curandeira que ficara responsável por Harry, mas a recepcionista, que os estava a ajudar na resolução do mistério, respondera-lhes, corada até à ponta dos cabelos e com um sorriso falso, que isso de pouco adiantaria. Apesar de Harry ter ficado sim com uma curandeira responsável por lhe ir dar os medicamentos e responder aos seus chamados, qualquer outra podia entrar no seu quarto a qualquer momento para anotar o estado clínico dele. O próprio Harry podia fazer sinal da cama a alguém que passasse no corredor ao invés de puxar o cordão para chamar a sua responsável.

A lista de suspeitos era, assim, enorme. Alguns Aurors e Medi-bruxos já se tratavam pelo primeiro nome, de tanto que se falavam.

- Esta tem álibi, esta também… - Ia Ron resmungando alto, empilhando papeis numa desarrumada secretária.

O escritório de Ron já era naturalmente uma bagunça, mas naquele momento competia pelo título de lugar mais possuído pelo caos. Eram recipientes de fast food com penas de escrever no interior, eram tinteiros entornados sobre pedaços de plástico (dos que cobriam livros encomendados antes de estes serem abertos), obras literárias estendidas nas poltronas e pilhas de papéis a nascer ali e aqui.

Dean entrou no seio desta confusão, sem nem bater à porta. Tinha o rosto afogueado da corrida.

- Ron, não sei quem está no comando do caso do desaparecimento do Harry, mas sei que estás envolvido. Foste a primeira pessoa que me veio à mente quando pensei que deveria contar isto a alguém.

Ron levantou a cabeça. Ficara levemente sobressaltado com a entrada súbita de Dean. E não ouvia uma voz humana há tantas horas que até os ouvidos a estranharam.

- Sabes que o seeker da Inglaterra foi assassinado hoje depois do jogo? Mandaram-me ir até lá investigar.

Ron não pôde conter-se. Revirou os olhos.

- Que óptimo, Dean. Mas não estou interessado nisso agora.

- Mas não estás a entender, Ron! É que eu descobri algo que liga os dois casos, o desaparecimento de Harry e o assassinato de Peter Smith. – Ron deu um pulo na cadeira, como que trespassado por um relâmpago de esperança.

Dean contou por alto o que ele e Alicia tinham visto ao chegarem às traseiras da tenda do jogador de Quidditch. Que tinham encontrado o cadáver do homem, todo cheio de cortes de vidro, e com uma taça na mão.

- E dentro da taça encontrámos isto. – Aproximou-se da secretária de Ron e passou-lhe o papel suspeito. O que estava escrito neste consistia numa única frase, escrita com uma dactilográfica: “Inimigos do herdeiro, Cuidado”

E Ron reconheceu a assinatura do seu melhor amigo por debaixo da mensagem, ali, feita com tinta barata. Teve logo a certeza que não tinha sido falsificada.

- Puta que pariu, esta gente tem o Harry! – Gritou, levantando-se de rompante. As duas periclitantes pilhas de papéis que o ruivo estivera a organizar ao longo de todo o dia caíram desastrosamente, inundando os pés de Dean. Ron reparou no estrago que fizera e praguejou: - Porra, aquilo era importante.


Notas Finais


E aí, gostaram?
Como acham que a assinatura do Harry foi parar no cartão? Quem cometeu o crime? Foi o Harry?
E entenderam todo o simbolismo do crime?
Talvez seja difícil de entender por enquanto... ou talvez não.
Semana que vem eu posto novamente! Adeus!


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