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História Indestructible - Silence


Escrita por: trambolhaa

Notas do Autor


Olarr
Hj não tem música pq n achei nenhuma que combinasse e to na maior correria, sério. To atolada de trabalho.
Não tem música hj tbm pq eu quero terminar saporra desse arco bount logo (o arco não é ruim, só que é muito chato de escrever sobre ele, puta merda) e quero guardar as musiquinha boa pro arco arrankar e pro quincy :3

Capítulo 8 - Silence


-Ei… Kuchiki taichou, você está bem? Porque está olhando para mim desse jeito? Tem algo errado?

-Me diga seu nome verdadeiro. Agora.

-Nani? Você está se sentindo bem? Você já sabe qual é meu nome.

-Eu sei que está mentindo! Me diga seu nome! - agarrou o pulso esquerdo da morena, apertando-o forte - Diga seu nome. Agora!

-E-Eu já disse que você já sabe! É Shikkari Akemi! - ele aumentou a pressão em seu pulso - Kuchiki taichou, está me machucando. - olhou séria.

-E vou continuar machucando, se não me disser seu verdadeiro nome.

-Eu já disse! É Akemi! Pare de apertar meu pulso desse jeito, está me machucando! Porque me pergunta meu nome? Você já sabe!

Se lembrou de que, ao sair da memória de Ryo, a zanpakutou falou para não perguntar nada da memória para ela. Fechou os olhos. Como era tolo… Se ele mandou não perguntar nada a respeito para ela, era óbvio que era porque ela não sabia. Soltou o pulso dela e se encaminhou para seu quarto:

-Não passou de um mal entendido, só isso. - falou seco e foi dormir.

Akemi se perguntava o que diabos tinha acontecido e porque caralhos ele tinha perguntado seu nome, como se ela fosse alguém diferente. Levantou seu pulso e viu que uma marca roxa-avermelhada já se formava em sua pele clara, ia ter que colocar uma faixa lá depois. Bocejou e foi ao seu quarto dormir, mesmo confusa.

Se tinha uma coisa de que ela era certa, essa coisa era de que ela era Shikkari Akemi, capitã do 5° esquadrão.

X~X~X HOHOHO X~X~X

Enquanto sua senhora dormia, Ryosoku se materializou e entrou no quarto de Byakuya, que ainda permanecia acordado, tentando inutilmente estabelecer alguma relação entre a memória e Akemi, algo que explicasse o por quê dele ter sentido aquela sensação quando olhou para ela.

-Kuchiki Byakuya. - o nobre se virou.

-Porque entrou no meu quarto?

-Eu te mandei não perguntar nada para Akemi-sama, e não só me desobedeceu como também a machucou. Realmente não deveria ter te mostrado minhas memórias, você não é merecedor de vê-las.

-Quem é Shikkari Akemi? Era ela naquela memória que me mostrou?

-Shikkari Akemi-sama é a mulher maravilhosa que você conhece, não tem porque desconfiar dela, e muito menos confundir sua cabeça. Se encostar nela e/ou questioná-la, eu mesmo te matarei. Não confunda a cabeça dela, Akemi-sama já tem muito peso para carregar e não tem culpa de nada do que ela é.

-Então o que diabos ela é?

-Alguém importante demais para que a conheça.

-Eu já a conheço.

-Acha que a conhece tão bem assim? Eu posso descrever desde o início da vida dela aqui na Soul Society até hoje nos mínimos detalhes. Pode ter certeza que você não conhece nem um terço de quem ela é. - suspirou - Bom, talvez nem ela conheça tanto a si mesma quanto eu a conheço. - encarou o capitão, totalmente sério - Kuchiki Byakuya, nem pense em questioná-la e encostar nela de novo, porque se deixar mais alguma marca nela, eu te mato.

Ia responder a zanpakutou, mas o grisalho já não se fazia mais presente no quarto.

X~X~X HOHOHO X~X~X

No dia seguinte, o 5° bantai se encontrava tranquilo, exceto pela entrada e saída constante de shinigamis que iam a procura de bounts. Akemi voltou a assinar papéis, já que, de qualquer maneira, não podia fazer muito esforço. Resolveu fazer uma pausa e andar pelos corredores para esticar as pernas. O sol já estava se pondo quando Rukia acordou, tendo a leve noção de onde estava:

-Eu estou… No 5° esquadrão?

-Que bom que acordou, Rukia. - Akemi disse, entrando no quarto.

-Shikkari taichou? O que eu estou…

-Parece que os bounts realmente tentaram dar um fim em você, Rukia. O 6° bantai e a mansão Kuchiki foram atacados, então me ofereci para te hospedar aqui.

-Obrigada, Shikkari taichou…

-Não precisa agradecer. Além disso, não sei se sabe, mas na maioria das vezes os capitães sempre têm outro esquadrão para dar suporte.

-Outro esquadrão?

-Funciona em duplas: 1° e 2° bantai, 3° e 4° bantai, 5° e 6° bantai. Bom, o resto você já deve saber. Sente muitas dores?

-Ainda sinto algumas, mas é suportável.

-Fome?

-Não muita… - observou melhor a capitã - A senhora está mais magra e pálida da última vez que te vi… O que aconteceu na sua testa? - Akemi contou tudo o que aconteceu e Rukia abaixou a cabeça - Entendo… É uma pena que não possa lutar.

-Sim.

-E o que é essa faixa enrolada em seu pulso?

-Ah! Isso? Eu caí no chão e acabei batendo o pulso…

X~X~X HOHOHO X~X~X

Já estava de noite quando Byakuya caminhava pelas florestas de Rukongai em busca de seu alvo. Encarou o bount grisalho à sua frente com a mesma expressão vazia de costume:

-Você é Kariya Jin?

-Sim.

-Você tem feito o que bem entende.

-Kuchiki Rukia… Hm, eu soube que a shinigami que Yoshi cortou é sua irmã… Veio por vingança?

-Não vim por isso. Qualquer um que perturbe a Soul Society será morto, não importa quem ou o que seja.

O bount deu um sorriso debochado e estendeu a mão, fazendo com que um forte vento se alastrasse pelo ambiente, enquanto o Kuchiki permanecia imóvel e inexpressivo

A batalha iria começar.

X~X~X HOHOHO X~X~X

Rukia e Akemi conversavam sobre trivialidades, quando de repente, o alarme soa:

-Houve invasão pelo Portão Oeste, esquadrões 3 a 8, dirijam-se até lá!

-Chame a Hinamori e venha comigo, Rukia.

-Mas Shikkari taichou, eu sou do 13° esquadrão!

-Não importa, eu quero você segura, e te deixar aqui sozinha enquanto se recupera seria a maior burrice e irresponsabilidade de minha vida, alem do mais, seu irmão iria me retalhar. Chame-a e venha comigo logo!

-Hai!

Enquanto aguardava Rukia voltar, podia sentir a reiatsu de Byakuya.

-Ele está lutando… - arqueou a sobrancelha. Será que lutava com o líder? Será que estava machucado?

-Estamos prontas, taichou! - Hinamori apareceu.

-Certo. Ajude Rukia, ela ainda não está totalmente recuperada para usar shunpo sem nenhum risco. Pode levá-la com o seu?

-Hai!

X~X~X HOHOHO X~X~X

Após liberar sua Senbonzakura e não surtir nenhum efeito, Byakuya estava sendo atacado pelos ventos de Kariya, e iniciou uma sequência de kidous para tentar atingi-lo:

-Hadou n°33, soukatsui! - Kariya desvia rapidamente - Hadou n°4, byakurai!

Kariya tentava atingi-lo usando combate mano-a-mano mesclado com seu vento, e Byakuya, por sua vez, defendia habilmente os ataques com sua Senbonzakura.

-Senbonzakura é uma técnica que dispara mil lâminas, sendo impossível ver todas elas. Refletidas na luz, se parecem com flores se dispersando, mas meu doll é o vento. Em outras palavras, o vento desse mundo é ilimitado, e reunindo-o, o poder dele se equipara ao da sua Senbonzakura, é uma simples questão de lógica. - Byakuya permanecia calado - Sua Senbonzakura, kidou e ataques diretos são excelentes, mas não podem me vencer. Quem cairá no fim será você.

-Será mesmo?

-Dando uma de durão?

Se posicionaram novamente e começaram a travar um combate de ataques diretos, causando um grande impacto na área e levantando uma grande quantidade de poeira, que, quando se dissipou, mostrou que Kariya tinha a ponta dos dedos quase encostada no pescoço de Byakuya, que por sua vez, tinha sua Senbonzakura apontada para o mesmo lugar no inimigo.

-Admiro sua coragem de ter ido contra minha Senbonzakura de mãos vazias, mas, nessa distância, posso te degolar com um pequeno movimento.

-Antes disso, perderá sua própria cabeça. - continuaram a lutar.

Após um curto período de tempo, acabaram por ficar na mesma posição de antes, porém agora Kariya segurava com sua mão livre a Senbonzakura, impossibilitando Byakuya de retroceder.

-Agora não pode retroceder. Dança de vento!

-Chire, Senbonzakura!

-Derrotar Kuchiki Byakuya com uma mão só é facílimo!

-Você enlouqueceu?

-Getsuga Tenshou! - os dois ouviram e desviaram da reistsu em forma de meia-lua, que tinha feito uma rachadura no chão.

-E aí, Byakuya? Recusou nossa ajuda mas tá difícil assim? - falou o Kurosaki, apoiando sua Zangetsu nas costas, logo se virando para Rin Rin, que estava em seus ombros - Rin Rin, será perigoso. Afaste-se.

-O que você vai fazer?

-Não se preocupe.

-Kurosaki Ichigo. - chamou Kariya.

-E aí?

-Não imaginei que o veria tão cedo.

-Pois é. Byakuya, você tá legal?

-Não preciso de você. - bom, uma vez Byakuya, sempre Byakuya. O Kurosaki não podia esperar que ele falasse "que bom que veio, Ichigo-chan!" ou algo do tipo.

-Cale-se.

-Kurosaki Ichigo, se você interferir, vou te considerar como meu inimigo também. - enquanto isso, Kariya se curava com a reiatsu ao redor.

-Nani?

-A Soul Society está cheia de partículas espirituais que aumentam o poder dos bounts. Enquanto esse mundo estiver repleto disso, seremos invencíveis.

“Está usando reishi para curar seus próprios ferimentos?” pensou o Kuchiki.

-Desgraçado! - Ichigo colocou sua zanpakutou a frente de seu corpo - Bankai! Tensa Zangetsu! - começou a atacar o bount em velocidade extremamente rápida.

-É uma velocidade impressionante. - continuaram o confronto e os olhos de Byakuya acompanhavam cada movimento dos dois.

-Bankai. - falou sério e confiante - Senbonzakura Kageyoshi. - o grisalho e o ruivo se viraram para onde Byakuya estava, enquanto a onda de lâminas ia em direção dos dois - Não atrapalhe, Kurosaki Ichigo.

Kariya agora lançava uma rajada de vento na direção do Kuchiki e do morango:

-Getsuga Tenshou! - Byakuya também lançou sua rajada de lâminas, o que no final, resultou em uma enorme cratera no chão.

Quando Ichigo tentou atacar o bount, o capitão lançou suas lâminas na direção dos dois:

-Byakuya, já basta! Você quer me atingir também?

-Já disse que você está atrapalhando.

-Seu peste! - bradou Ichigo, indignado. Durante essa pequena discussão, Kariya conseguiu acertar um soco na barriga de Ichigo, fazendo com que ele cuspisse uma pequena quantidade de sangue e fosse arremessado contra as extremidades da cratera - Merda! Porque não consigo prevê-lo?

-Embora eu não tenha tanta velocidade quanto você, possuo vasta experiência em combates.

-Nani?

-Eu consigo prever seus movimentos, é muito óbvio. - após falar isso, Jin recebeu um corte no ombro, feito pela Senbonzakura.

-Você possui uma barreira de vento, mas ela não é impenetrável. Não importa o quanto defenda, um ataque mais forte acabará te atingindo. - observou o moreno.

-Você é melhor do que eu pensava, mas não conseguirá me vencer. Como eu já disse, os bounts são invencíveis na Soul Society, graças a abundância de reishi.

-Quero ver se você é invencível mesmo. - atacou com sua zanpakutou, conseguindo fazer alguns cortes neles.

De repente, uma grande onda de reiatsu veio do céu e os três se esquivaram e se afastaram, para logo depois que a poeira, levantada pelo impacto da energia com o solo, se abaixasse e revelasse uma mulher de óculos de armação dourada e oval, cabelos castanhos presos em um coque e shihakusho de shinigami, com um avental de cientista por cima.

-Você… - disse Ichigo, se lembrando de Yoshino no Mundo Real.

-Impossível! - afirmou Kariya.

-Finalmente te encontrei. - falou a mulher, e sua voz era idêntica a de Yoshino, assim como a aparência.

-O que? Quem é você?

-Eu me chamo Ran’Tao.

-Ran’Tao? - Kariya agora se encontrava com os olhos arregalados.

-Sim.

-Ran’Tao. Ela foi exilada da Sereitei, foi ela que criou os bounts! - falou o Kurosaki.

-Não pode ser! Você ainda está viva? - Jin.

-Espere um minuto! Você é realmente Ran’Tao? Além disso, seu rosto… - Ichigo chamou sua atenção.

-Os shinigamis de hoje em dia certamente possuem uma aura diferente... - a cientista falou consigo mesma.

-Nani?

-Te falta nobreza. - Ichigo fez uma cara indignada e ela deu uma risadinha - Eu sei sobre os bounts, mas isso não prova nada. Eu sou a única fora da Sereitei que sabe da existência dos bounts, isso porque destruí cada documento de informação sobre eles. - se virou para Kariya - Você é um bount, certo? Você pode adivinhar se eu sou realmente Ran’Tao. Está certo disso, não é? Eu previ que você viria uma dia, eu esperei pelo que pareceu ser uma eternidade.

-Certamente levou muito tempo para chegarmos aqui. - o grisalho quebrou o silêncio - Nós sofremos todas as torturas da passagem do tempo, e foi você quem nos forçou a isso.

-Você é um homem bem mais emotivo do que parece, e também não é tão paciente quanto diz. Vai me matar?

-Espere! - o ruivo interrompeu a conversa - Se você realmente for Ran’Tao, tenho várias perguntas a te fazer, será ruim se acabar sendo morta!

-Quem disse que eu iria matá-la?

-Nani?

-Ela deve nos ver completando nossos objetos, ela vai ver os resultados do que ela mesmo iniciou. Vou matá-la após destruir a Sereitei!

-Seu canalha! - ele estava se preparando para atacar, quando foi interrompido por uma quantidade considerável de lâminas da Senbonzakura indo em direção ao bount - Byakuya!

-Como eu já disse, quem perturbar a Soul Society será morto. - continuou seus ataques, e Kurosaki aproveitou para desferir um corte no braço dele.

-Parece que eu também consigo superar essa sua barreira de vento.

O capitão e o shinigami substituto olharam para o lado, vendo que diversas esferas de metal escuro iam em sua direção, e logo o bount ruivo, Koga Gou, se revelou:

-Kariya-san, vamos retroceder por agora.

-Koga…

-Daruku, nos dê cobertura!

A mulher-aranha se materializou e sorriu:

-Nossa, quantos gatinhos! - se Akemi estivesse lá, ela certamente iria concordar com a parte dos gatinhos - Me desculpem, não posso brincar com vocês hoje. - tentou bombardeá-los com esferas de metal, mas os dois desviaram rapidamente.

Quando a poeira baixou, Ichigo perguntou à alma modificada:

-Rin Rin, sabe onde eles estão?

-Não! Meus sensores ficaram malucos com tantos golpes e explosões!

-Droga! - o ruivo xingou e viu que Byakuya embainhou sua espada novamente, pronto para ir embora - Ei!

-O que é?

-Vai atrás do Kariya?

-A aura dele já desapareceu completamente.

-Então é inútil tentar seguí-lo?

-Vou recomeçar do zero. - disse e partiu.

-Céus! Ele não tem jeito mesmo… - o sujo falando do mal lavado.

X~X~X HOHOHO X~X~X

Quando voltou ao 5° bantai, andou o mais rápido que pôde em direção ao quarto que estava hospedado, afinal, estava sangrando, e precisava tratar daquilo logo. Não queria que ninguém vesse que ele sangrava, seu orgulho não permitiria isso. Andava tão rápido que sequer percebeu Akemi indo na direção contrária a sua, e acabou trombando nela e a derrubando:

-Desculpe. - pediu desculpas, mesmo sabendo que a culpa era dele por andar tão rápido e não prestar atenção - A culpa foi minha. - se levantou.

-Não, a culpa foi minha, eu que estava andando rápido demais em um bantai que nem me pertence.

-Não precisa se desculpar, Kuchiki taichou. Sei que não te agrada pedir desculpas por coisas tolas, então não precisa fazer se não te agrada.

-Não peço desculpas por estar andando rápido demais, Shikkari taichou.

Akemi finalmente percebeu que ele não se desculpava pela trombada, mas sim por seu pulso. Apesar de estar roxo e doendo, ela não sentia raiva e nem rancor dele, já que nem sabia o por quê dele ter perguntado aquilo para ela. Talvez ele tivesse um motivo maior por trás, então não julgaria, talvez ele estivesse confuso, assim como ela.

-Do que fala, Kuchiki taichou?

-Você já sabe, Shikkari taichou.

-Não, não sei, Kuchiki taichou.

-Me refiro ao seu pulso! - perdeu a paciência - Não se faça de desentendida.

-Do que está falando, Kuchiki taichou? - sorriu serenamente - Machuquei meu pulso porque caí no chão. - Byakuya arregalou os olhos - Não precisa pedir desculpas por algo que não fez. A culpa foi completamente minha por ser tão desastrada.

Ela estava fingindo que nada tinha acontecido? Que ele não apertou o pulso dela e perguntou seu nome?

-Deveria cuidar desse corte no pescoço, vai acabar infeccionando se não lavá-lo logo, principalmente porque lutou no Rukongai. O ar de lá é péssimo.

-Exatamente como há 200 anos… - murmurou - Continua fingindo que os outros não tem culpa e que a culpa foi toda sua?

-Não gosto muito de mudar, prefiro agir naturalmente. Se não gostar de se livrar da culpa, vai ser um desafio e tanto conviver comigo. Quer saber? Venha comigo, eu sei que, de qualquer jeito, você não vai ir ao 4° bantai para tratar desse corte.

Seguiu-a, que entrou em seu quarto e pegou algumas bandagens e produtos para tratamento de machucados e pediu que ele se sentasse na cama, tirasse o cachecol e o haori de capitão, que estavam sujos de sangue. Pegou um pedaço de gaze limpa, tirou o excesso de sangue do corte, e logo em seguida, pegou um algodão e colocou algo nele.

-Isso vai arder. Aguenta aí. - pressionou o algodão contra o corte e realmente, aquilo ardia, mas Byakuya não iria demonstrar nenhuma reação de dor - Tem sorte de que foi superficial e não vai precisar de pontos. Se fosse precisar de pontos, iria doer pra caralho.

Ela parecia atenta e preocupada ao ferimento. Realmente a morena ainda não sabia que tinha sentimentos pelo Kuchiki, por enquanto só o enxergava como um companheiro de trabalho. Após limpar todo o ferimento, passou uma pomada e colocou um curativo em seu pescoço.

-Está terminado, tente não se ferir por enquanto, pelo menos no pescoço. - cerrou os olhos na direção do pescoço dele, que estava com o curativo avermelhado agora - Merda, o corte abriu de novo. Fica parado, vou tentar outro método.

Ela se sentou ao lado dele, segurou o rosto dele com a mão esquerda e, com a mão direita, tirou com cuidado o curativo sujo de sangue.

-O que está fazendo? - se referia à proximidade, em como a mão macia dela tocava seu rosto.

-O que está pensando que vou fazer, Kuchiki taichou? Eu vou te curar, ué. Só estou segurando sua cabeça desse jeito porque se você acabar se mexendo, não vai ser nada agradável.

Colocou o indicador da mão direita no corte e depositou um pouco de sua reiatsu lá. Uma onda de relaxamento percorreu os ombros do moreno, sabia que essa era a reiatsu dela, mas não sabia que teria uma sensação tão boa ao recebê-la, afinal, não é todo dia que uma mullher vem e soca reishi em seu corte no pescoço.

-Eu sei que eu deveria usar o mínimo de reiatsu possível, mas assim é mais fácil.

-Porque coloca sua energia no meu corte?

-Eu tenho uma reiatsu especial… Minha zanpakutou te disse que eu podia curar, certo? - ele assentiu levemente, tentando se mexer o mínimo possivel - Bom, isso é por causa da minha reiatsu. Quando uso a forma ofensiva da minha lâmina, canalizo a minha dor nela, mas para usar a forma curativa dela, só basta canalizar minha reiatsu.

-Então quer dizer que sua reiatsu cura?

-Se ainda tiver dúvidas, procure um espelho e olhe seu pescoço. - foi em direção ao banheiro - Eu já volto, vou trocar minhas bandagens.

Se olhou no espelho, pensando se seria uma boa ideia curar pelo menos os hematomas que as faixas cobriam, que não eram tão grandes, com reiatsu. Felizmente, conseguiu curá-los, e quando terminou, abriu a porta do banheiro e lá estava Byakuya novamente, fuçando em suas fotografias no guarda-roupa.

-Você gosta dos meus porta-retratos, hein? Qual está vendo? - chegou ao seu lado e viu que era só mais uma fotografia dela com uma espada de madeira na mão - Fique a vontade. - tirou seu haori, pendurando-o em um cabide e se jogando na sua cama.

Quando Byakuya olhou para a capitã, ela já dormia tranquilamente. Como conseguia pegar no sono tão rápido? Pegou os dois porta-retratos que estavam no fundo da gaveta e arregalou os olhos: na primeira foto, Akemi estava em baixo de uma sakura, vestindo um quimono roxo com flores prateadas bordadas nas mangas e barra da roupa. Definitivamente, ela ficava muito bonita na roupa. Seus cabelos, visivelmente curtos e repicados na época da foto, estavam presos em um prendedor de cabelo dourado com diversos detalhes entalhados no metal, e com algumas mechas de cabelo que eram mais curtas soltas, ao vento. Ao seu lado, estava um homem mais alto, cabelos compridos negros e olhos mais puxados, com o cabelo solto ao vento. Ele tinha expressão calma, e observava a sakura com um suave sorriso, enquanto Akemi parecia radiante, olhando para a câmera com muito brilho nos olhos.

Na segunda, Akemi e o homem misterioso estavam provavelmente na praia do Mundo Real, e ela mantinha a mesma expressão radiante. Para a aparência de criança da época, ela já tinha um bom corpo e usava um biquíni verde-água que combinava com seus olho, e era perceptível que o homem de cabelos compridos da foto estava observando discretamente o corpo dela enquanto ela sorria para a foto.

-Oh! Eu me lembro desses dias como se fossem ontem! - observou as fotos com um sorriso de orelha a orelha por cima do ombro do Kuchiki.

-Quer parar de aparecer perto de mim sem avisar? - reclamou Byakuya.

-Para de reclamar, esse quarto é meu.

-Quem é esse homem?

-Bom, essas fotos são da minha época de tenente. Esse aí - apontou para o homem misterioso - é um dos shinigamis mais perigosos para a Soul Society, Azashiro Kenpachi. Esse era meu capitão. - ela gostava da ideia de ele ser dela.

Realmente lembrava daquele dia como se fosse ontem, na foto da sakura, toda a Sereitei tinha sido convidada para um matsuri, e Azashiro tinha a chamado para ir com ela. Era óbvio que Akemi ficara radiante e com o coração batendo forte, mas com a ideia de que ele só a convidara para o festival por falta de companhia e porque ela era sua tenente fixa na cabeça. Ela sorria tanto na foto porque estava na presença dele, e porque também finalmente pôde vê-lo de cabelos soltos. Céus, como ela implorava para ele que soltasse os cabelos, e sempre ele não soltava. Naquele dia ela finalmente pôde ver os fios do capitão soltos, e viu que ele conseguia superar a própria beleza cada vez mais. O que não esperava era que ele pegasse seu prendedor de cabelo, preciosa herança de família segundo ele, e prendesse seus cabelos com cuidado.

-Um exército de invasores está se reunindo no setor 79 perto do Portão Norte! Todos os esquadrões devem se apresentar! - anunciou o alarme.

-Eu queria poder dormir pelo menos um pouco… - respirou fundo, enchendo seus pulmões de ar - HINAMOOOOORI!

-Estou aqui, taichou!

-Vamos! - falou, pegando sua zanpakutou.

-Hai!

Akemi ainda se perguntava o por quê de ter que ir a porra de uma reunião de emergência ao invés de ir combater o povo de Rukongai, já que, em seu interior, ela queria chutar a bunda deles por terem achado que seria uma boa colaborar com os bounts. Sério, que idiotas.

Puta que pariu.

Que idiotas.

Só de pensar neles tentando invadir a Sereitei com paus (N/A: SEUS MENTE SUJA, É PAU DE MADEIRA VIU CARAI) de madeira, queria se enterrar em um buraco e se afogar em gelatina. Porra! Pelo menos aprendessem a forjar e usar armas brancas para conseguirem ter alguma chance!

Puta merda, é muita idiotice. O povo de Kusajishi era realmente muito idiota, sequer conseguiam pensar por si próprios, se achavam fodões só porque são de Kusajishi. Tsc, nesse ponto, até o povo de Zaraki é melhor, aqueles caras de Zaraki sim que dão medo, não um bando de idiotas de Kusajishi liderados por uns idiotas maiores que querem tocar o terror na Soul Society e tirar as noites de sono do Gotei 13. Bom, no fim, os bounts iam descartá-los e iriam aprender sua lição.

Ela podia sentir a reiatsu de Zaraki borbulhando, provavelmente devia estar lutando com o shinigami que estava do lado dos bounts, Ichinose Maki, e, pelo nível da pressão espiritual dele, pelo menos estava se divertindo um pouco.

Não, deixa pra lá. Assim como a reiatsu dele explodiu repentinamente, cessou repentinamente também.

-Taichou, os guardiões foram derrotados!

-O que? Jidanbou foi derrotado?

-Hai! Aparentemente, o povo de Rukongai vai tentar abrir os portões a força!

-Que merda! Vamos nos apressar!

X~X~X HOHOHO X~X~X

Dessa vez, a reunião de capitães era formada por apenas uma fila horizontal, com todos os capitães, exceto Ukitake e Zaraki que estavam ausentes, se pondo na frente do Comandante. Akemi estava ao lado de Unohana e Byakuya.

-E o capitão da 13° divisão, Ukitake Juushirou? - perguntou Yamamoto, quando a reunião foi iniciada.

-Está dormindo, parece que não está bem de novo. - respondeu seu amigo, o capitão da 8° divisão.

-Entendo. Capitã do 2° esquadrão, informe a situação do desenvolvimento da guarda.

-Estão todos em posição em todas as áreas dentro da Sereitei.

-Ótimo, foi uma resposta rápida à situação.

-Obrigada. - só o Comandante mesmo para fazer aquela anã emburrada agradecer por algo.

-Vamos fazer uma comparação. - falou Mayuri - Durante a ação da guarda, o que o capitão do 10° esquadrão e a capitã do 5° esquadrão estavam fazendo? Eu ouvi dizer que eles eram os comandantes por rastrear e aniquilar os ryokas. Pelo visto, eles não conseguiram evitar a infiltração de intrusos dentro da Sereitei, e mesmo assim são chamados de comandantes?

-Não vou dar desculpas. - Hitsugaya abaixou a cabeça.

-Tenho que admitir que falhei em minha tarefa. - falou ela, de olhos fechados, com seu orgulho sendo massacrado por suas próprias palavras. Ela queria arrancar o pinto daquele esquisito de maquiagem, isso sim.

-Tudo é minha culpa. - Hitsugaya.

-Calma, calma, agora já entraram, fazer o que? - a maioria dos capitães nunca iria entender como Kyoraku conseguia ser tão tranquilo - Devemos pensar no que fazer de agora em diante.

-Kuchiki taichou. - chamou Komamura - Soube que já teve contato com o tal Kariya, dizem que ele é o líder. Gostaria que compartilhasse suas informações.

“Será que foi ele que fez aquele corte no pescoço dele? Provavelmente Kuchiki taichou vai retalhá-lo por ter cortado seu pescoço e feito com que o cachecol dele fosse manchado. Aquela porra deve custar uns dez rins.”

-Ele controla o vento. - Akemi apertou os punhos.

“FILHO DA PUTA! Isso é plágio! Quem vai retalhar esse desgraçado sou eu!”

-Além disso, também controla reishi e tem grande poder de regeneração.

-Não fiquem mudando de assunto! - céus, como Kurotsuchi conseguia ser tão irritante? - Estou perguntando que atitudes vocês vão tomar em relação aos capitães do 5° e 10° esquadrão!

-Estou sabendo, hein? - Kyoraku falou em tom brincalhão.

-Sabendo do que?

-Sobre o artefato quincy que estava no centro de criação tecnológica e que alguém entregou, daí eles vieram para cá, não foi? Será que isso também foi parte do plano deles? - a cara de tacho do capitão da 12° divisão era impagável. Akemi se controlou muito para não rir e fazer uma provocação, pois sabia que não era o momento ideal para discussões e brigas tolas.

-O que está querendo dizer?

-Bem, achei que você sabe bem como se colocar em boa posição, como sempre, - Kyoraku completou - mas aprenda a entender o sentimento dos outros.

-Oras, eu estou furioso comigo mesmo! Além disso, estou ciente de que tenho que arcar com minhas responsabilidades. E, por acaso, como soube disso?

-Tenho um bom ouvido... - deu uma risadinha zombeteira.

-Será que podem parar de discutir e deixarem que o Comandante prossiga? Estamos em situação de emergência, não é hora para discussões. - a capitã do 5° esquadrão interrompeu os dois, e por mais que quisesse ver Kurotsuchi quebrando a cara, o momento não era o certo.

-Obrigada, Shikkari taichou. Vão agora mesmo! O Gotei 13 deve se fixar em vários pontos internos da Sereitei. Encontrem e destruam os ryokas! - ordenou Genryuusai - Desejo que haja uma rápida solução contra eles, por isso, agora dou liberdade de ação aos esquadrões. Quanto aos capitães do 5° e 10° esquadrão, retiro os título provisórios de comandantes. - Hitsugaya arregalou os olhos - Os relatórios deverão ser rápidos, é tudo.

Assim como os outros esquadrões fizeram, o 5° bantai se fixou em um dos pontos do corredor norte da Sereitei.

A ex-Kenpachi não podia dizer que não estava brava, porque estava, e muito. Ao mesmo tempo, sabia que não podia reclamar, porque foi por conta de sua incapacidade de enfrentar aqueles bounts que foi destituída de seu posto de comandante da missão, mas… Ela iria enfiar uma tora no cu dos tenentes do 2° e 7° esquadrão! Poderia ter prestado mais atenção se eles não tivessem aparecido para irritá-la e atrapalhá-la!

Ah… - suspirou derrotada - De qualquer jeito, também tenho culpa.

Ela conseguia sentir a reiatsu de alguns capitães e tenentes lutando, e ela lá, parada, impossibilitada, fraca, inútil… Não! Ela podia ser qualquer coisa, menos fraca e inútil! Sabia que tinha que evitar esforços físicos e espirituais, mas iria ser prestativa. Não iria ser derrotada novamente!

-Taichou! - Hinamori chegou correndo e ofegando - Aparentemente, o povo de Rukongai foi só usado pelos bounts, e querem entrar na Sereitei em busca de vingança! Jidanbou, o guardião, está se recuperando de um ferimento e não consegue impedi-los!

-Hinamori, não sei você, mas eu estou desocupada. - abriu um sorriso sádico de orelha a orelha, que assustou um pouco a tenente - Se quiser, venha comigo, se não quiser, pode ficar aqui cuidando dos outros.

-O que vai fazer, taichou?

-Eu? Vou chutar algumas bundas de Kusajishi.

    X~X~X HOHOHO X~X~X

Quando a capitã chegou, Jidanbou usava suas últimas forças para tentar impedir os homens não-shinigamis.

-Jidanbou, já pode parar.

-S-Shikkari taichou?

-Eu cuido deles a partir de agora, pode descansar. Não se esqueça de curar seus ferimentos.

-H-Hai. - Jidanbou só desejava sorte para aqueles homens de Kusajishi, eles estavam completamente fodidos.

-T-Taichou, não prefere que eu cuide deles? - perguntou Hinamori - A senhora tem que evitar esforço.

-Não precisa, me sinto bem. Além do mais, eles ainda são moradores da Soul Society, não vou matá-los. Esses idiotas só estão putos com os bounts, assim como a Sereitei toda. Se quiser chutar umas bundas também, está autorizada.

-H-Hai.

-Ei! - chamou a capitã - Como vão?

-Shinigami maldita! Não se atreva a entrar no nosso caminho! - bradou o líder deles - Não nos desafie! Somos de Kusajishi! - ela riu como se tivesse acabado de ouvir uma piada muito hilária - Desgraçada! Do que está rindo?! - parece que até que o haori dela estava invisível para eles.

-Vocês são de Kusajishi, hein? - riu novamente - Eu sou de Zaraki!- o homem arregalou os olhos.

Pulou neles e alguns minutos depois, uma montanha de homens desacordados já havia sido formada.

-Foi muito fácil derrotá-los com hakuda. - bocejou.

-S-Shikkari-san? - uma voz feminina e tímida a chamou.

-Hein? Ah, é você, Orihime! Porque não está na Sereitei?

-Eu resolvi ficar aqui para cuidar do Jidanbou-san…

-Venha conosco, Orihime. Aqui em Rukongai é perigoso, principalmente com gente de Kusajishi andando por aqui.

-Mas…

-Pare com isso! Além do mais, seu trabalho por aqui já terminou, vamos!

-Terminarei de tratar Jidanbou-san e vou entrar na Sereitei o mais rápido possível. Como está Kurosaki-kun?

-Que eu saiba, ele está bem e não entrou em confronto até agora.

-Que bom.

-Você gosta dele, né?

-C-Como assim? D-Do que está falando?

-Dá pra perceber que gosta dele só de ouvir o jeito que você fala a respeito dele, seu tom de voz muda. O que te impede de se aproximar, Orihime?

-Eu… Eu realmente gosto do Kurosaki-kun, mas dá pra ver claramente que… Ele só tem olhos para a Kuchiki-san…

-Pra Rukia? Entendo… Sobre isso, acho melhor não se preocupar, basta seguir seu coração. Se ele realmente gostar da Rukia, não há muito o que fazer. Bom… Acho que o melhor a se fazer é seguir em frente, abrir seu coração para novas paixões. - abaixou a cabeça e sorriu - Posso não ser a melhor conselheira amorosa, mas acho que isso vai ser o que menos vai te machucar. Abra seu coração e veja quem sempre esteve ao seu lado, se importando com você, olhando por você. Ichigo é um lerdo. Um idiota também, então somente siga seu coração.

-Tem razão, vou tentar fazer isso. Obrigada, Shikkari-san!

-Não precisa agradecer. - percebeu algo e sorriu - Ei, Orihime!

-Sim?

-Eu observei a capacidade de seu poder e… Me faz um favor?

-O que vai fazer, taichou? - perguntou a tenente, preocupada com alguma loucura que ela pudesse fazer.

-Bom, Hinamori, você já deve saber que minha ferida tá curada, mas minha veia de reiatsu não, né? - Akemi poderia acabar morrendo se algo desse errado, mas foda-se.

X~X~X HOHOHO X~X~X

Voltaram ao 5° bantai e Byakuya se encontrava lá:

-Shikkari taichou, alguma novidade?

-Não, só consegui deixar os caras de Rukongai inconscientes. - virou a cabeça para o lado, como se tivesse percebido algo.

-O que foi?

-Ishida Uryuu está lutando, e pela instabilidade da reiatsu dele, dá pra ver que não vai durar muito tempo. Estou indo. Hinamori!

-Sim?

-Cuide das coisas no bantai enquanto eu não estiver aqui, e fique de olho na Rukia também!

-Mas taichou, não é certeza de que a cura tenha funcionado!

-Também não tenho certeza de que estou curada, mas vou ver se funcionou lá! Além do mais, confio nas capacidades de Orihime, assim como confio nas suas para cuidar do bantai! - saiu correndo até que chegasse ao local da batalha.

Byakuya não conseguia entender como a reiatsu dela conseguia ser tão sensível, assim como ela conseguia saber o estado físico e espiritual somente sentindo, era algo impossível de se fazer com tanta destreza e numa vasta área como a Sereitei. Se bem que se não fosse por essa sensibilidade da reiatsu dela, Rukia já estaria morta. Com certeza Hisana não iria perdoá-lo.

Hisana...

Só por estar no mesmo bantai que Shikkari Akemi já sentia que estava traindo-a, sentia-se errado, sujo, impuro. Ukitake tinha dito que ela gostaria que ele fosse feliz, mas… Será que ele realmente conseguiria ser feliz sem ela, conseguiria ser feliz com esse sentimento de estar traindo-a, com esse sentimento de culpa por estar sendo feliz?

Balançou a cabeça, com a intenção de afastar esses pensamentos. Ele não sentia nada por ela, nada! Porque diabos estava pensando que conseguiria ser feliz com ela? Sua mente devia estar muito pouco ocupada com essa invasão dos bounts para que pensasse esse tipo de coisa, não era possível. Repetia milhares de vezes dentro de sua mente que não sentia nada por ela, nada! Exatamente. Não sentia nada por ela!

Não sentia nada.

Ainda.

X~X~X HOHOHO X~X~X

Quando chegou até Ishida, ele se encontrava com poucas forças, e a bount de cabelos verdes não dava nenhum sinal de estar machucada e/ou cansada.

-E aí, Ishida?

-Você! Porque está aqui?

-Descanse. Se quiser terminar a batalha, sinto muito, mas não vai dar. Consegui sentir a instabilidade de sua reiatsu de longe, o que é um sinal de que esse negócio quincy no seu pulso não vai durar muito mais, e se essa porra explodir, te mato antes que a explosão te mate.

-Mas…

-Pare! Se quiser continuar com seus poderes provisórios de quincy até que toda essa situação de bounts acabe, vai ter que aprender a se controlar e parar de usar um pouco isso. Menos é mais, quincy. Pare de tentar bancar o herói e perceba que, no momento, não consegue nem mais atirar uma flecha na direção certa.

-Are are… Uma capitã? Acho que agora eu posso me divertir… - disse a bount.

-Ei, bount. Seu nome.

-Yoshi, e o seu?

-Capitã da 5° divisão, Shikkari Akemi. - partiu para cima dela, que atacava com sua espada e defendia com seu leque, que estava ligado com a espada por uma corrente de metal.

Após a troca de diversos ataques físicos, resolveu testar novas coisas:

-Hadou N°31, Shakkahou! Hadou n°33, Soukatsui! Hadou n°4, Byakurai!

-Acha que vai conseguir me acertar com esses ataques fraquinhos?

-Fraquinhos… Hm, acho que vou ter que aumentar a dose… Hadou n°73, souren soukatsui! - ela agradecia do fundo do coração a ruiva, que conseguiu curar sua veia de reiatsu.

-Não adianta!

“Todo ataque que eu faço, ou ela desvia, ou defende com aquele leque… Espera! Os dolls, quando são danificados, perdem o controle e atacam seus donos e vice-versa, certo? Hm… Interessante… Se eu conseguir desestabilizá-la de alguma maneira, conseguirei arranjar uma brecha para atacá-la, ou mesmo fazer com que o doll a ataque, já vou ter grande chance de derrotá-la. Já sei que provocações verbais não vão adiantar, parece até que ela gosta de ser provocada… Já sei!”

-Bakudou n°61, Hyapporankan! - arremessou a haste de energia lilás, que se dividiu em muitas outras.

-Que merda é essa? - pelo visto, ela nunca tinha visto o Hyapporankan. O jeito era usar bakudous mais avançados que a distraíssem.

Ela desviava de todas as hastes de energia, mas ficava de guarda aberta nesse momento. Akemi sorriu:

-Hyapporankan! Hyapporankan! Hyapporankan! - cerca de 300 hastes de luz estavam indo em sua direção, e ela desviou de todas, mas deixou a guarda ridiculamente aberta, e quando foi pular para um telhado, Akemi teve a deixa que necessitava - Bakudou n°37, Tsuriboshi! - uma rede de reiatsu em formato de estrela foi criada, e bount deu de cara nela. Antes que pudesse se soltar de lá, foi presa por mais uma série de bakudous - Bakudou n°61, Rikujou Kourou! - seis feixes de luz a imobilizaram na cintura por completo, exceto por seus braços, que ainda conseguiam atacá-la - Bakudou n°1, Sai! - estava resolvido, ela estava completamente imóvel.

-Acha que eu vou cair nessas magias de merda novamente?! - se soltou dos bakudous usando a força física. Pelo visto, já tinha sido atacada com o Sai e destruiu os outros bakudous por raiva de estar em desvantagem.

Akemi voou na direção dela, recitando:

-Bakudou n°21, Sekienton! - uma fumaça vermelha foi criada, fazendo com que a mulher de cabelos verdes tossisse e ficasse sem visão por algum tempo - Te peguei!

Um grande corte profundo foi feito na diagonal de todo o tórax e abdômen. A capitã foi ao lado de Ishida:

-Ela ainda tá viva. É toda sua, afinal, sei que quem começou essa batalha foi você, então tem o dever e direito de terminá-la, só seja rápido e não a deixe escapar. Não gastei tanta reiatsu naqueles kidous por nada. Também não vá explodir essa porra de artefato enquanto eu estiver por perto.

-H-Hai.

Usou shunpo para chegar ao 5° esquadrão, e quando caminhava na direção de Byakuya para relatar o ocorrido, suas pernas fraquejaram e sua visão ficou completamente turva. Teria caído no chão se não fossem os braços do capitão que a seguraram:

-Você está bem? Já foi dito para que não usasse reiatsu e nem se excedesse. Desobedeceu, não foi?

-Eu já estou curada. - sorriu boba - Acho que devia ter usado mais minha zanpakutou, não tantos kidous… De qualquer maneira, desculpe pelo incômodo, - falou, já saindo dos braços dele - eu estou b… - sequer terminou de falar e desmaiou novamente.

-Creio que não esteja tão bem assim. - a levantou e levou-a para seu quarto, depositando a capitã com cuidado para não acordá-la na cama - Não devia ter se excedido tanto, curada ou não. - falou sozinho - Céus, porque ainda cuido e me preocupo com você? Mesmo que ela não esteja mais aqui, sou casado com Hisana, e não devo ficar cuidando de você. Já é capitã e deveria saber seus limites e saber cuidar de si mesma.

Ele nem sabia porque estava falando isso. Ela não tinha culpa de ainda não ter percebido que sente algo pelo capitão, quem estava se adiantando era ele! No fundo, Kuchiki Byakuya sabia que estava tentando “se afastar” dela porque não conseguiria lidar novamente com o amor ou algo parecido, sabia que não queria que a presença dela destruísse suas barreiras, sabia que, se acabasse sentindo algo por ela, não conseguiria perdê-la, não conseguiria ver o amor de sua vida escapando por suas mãos novamente. Definitivamente, era bem mais fácil que ele não sentisse nada por ela e vice-versa. Menos corações machucados e menos drama. Consequentemente, menos trabalho para a mente dos dois.

Se Byakuya tivesse três pedidos para fazer, ele realmente pediria que conseguisse mandar em seu coração, pediria Hisana de volta e pediria que Shikkari Akemi nunca tivesse aparecido em sua vida, e que, consequentemente nunca tivesse bagunçando sua mente e destruído suas muralhas que circundavam seu coração.

Infelizmente, não é tudo que queremos que podemos conseguir.

X~X~X HOHOHO X~X~X

Orihime foi bem recebida no 1° distrito de Rukongai. Enquanto caminhava pelas ruas, pensou no que Akemi dissera:

“Acho que o melhor a se fazer é seguir em frente, abrir seu coração para novas paixões.”

Ela tinha razão, tinha que seguir em frente. Não podia ficar parado no tempo, olhando para Kurosaki-kun, que só tinha olhos para Kuchiki-san e nunca olharia para Orihime de outra maneira de que não fosse como um irmão mais velho olha para sua irmãzinha, ela não podia estragar a felicidade dos dois com sua tristeza e também não podia perder seu tempo com uma paixão que sabia que não tinha nem 1% de chance de se tornar real. Ficar depressiva por conta de Ichigo não a levaria a lugar nenhum e ele acabaria por perceber e se preocupar, fazendo com que ela se tornasse um fardo para todos novamente.

-Não, eu não posso ser um fardo! - levantou a cabeça, olhando para o horizonte com pura determinação nos olhos, logo sentindo a reiatsu de Ishida mais baixa - Ishida-kun! Eu… Eu preciso ajudá-lo!

Correu até o Hakutomon e encontrou Jidanbou sentado, com as costas apoiadas na muralha.

-Jidanbou-san! Como se sente?

-Me sinto bem melhor, graças a você. Arigatou.

-Não foi nada… Eu poderia te pedir um favor, se não for incomodar?

-Depois do que fez por mim, pode pedir qualquer coisa.

-Poderia abrir o Hakutomon para mim? Eu estou sentindo a reiatsu de meu amigo, Ishida-kun, mais baixa. Preciso ajudá-lo imediatamente!

-Sem problemas. - após um pouco de esforço, abriu o grande portão para que a ruiva atravessasse, o que fez correndo e o agradeceu.

Estava tão determinada a ser útil e a curar Ishida, que correu pelos extensos corredores da Sereitei em direção ao 10° esquadrão, onde Ishida-kun estava. Ela podia sentir a reiatsu dele de longe, se demorasse um pouco mais…

-Não vou deixar Ishida-kun machucado! Não vou deixar que sinta mais dor, Ishida-kun! - forçou suas pernas a continuarem a correr na velocidade máxima até que chegasse ao 10° bantai, e, quando chegou, escondeu sua reiatsu e entrou sorrateiramente para que os shinigamis que montavam guarda não percebessem sua presença.

Correu pelos corredores do bantai até achar a sala de Hitsugaya, e lá estavam Ichigo, Rangiku, Toushirou, os três bichinhos de pelúcia, Chad, Renji e Ishida, deitado no chão e desacordado. Antes que qualquer um deles percebesse sua presença, ela falou com a voz cheia de determinação:

-Souten Kisshun! - sua fala estava infestada de coragem, e sua chegada surpresa assustou a todos.

-Inoue! - Ichigo a chamou - Como chegou até aqui?

-Não quero mais ser um fardo para todos, eu quero ser útil, Kurosaki-kun. - porque ele continuava duvidando dela? Ela não queria mais ser a protegida! Ela queria proteger! A dúvida de Ichigo quanto a sua capacidade chegava enraivecê-la… Aumentou sua reiatsu, fazendo com que as feridas de Ishida se curassem quase instantaneamente.

-Inoue… - disse o Kurosaki, surpreendido com a determinação da ruiva.

-Como conseguiu passar pelos guardas na porta da divisão? - Hitsugaya questionou.

-Escondi minha reiatsu e entrei sorrateiramente. Desculpe pela intromissão, Toushirou-kun.

-Sem problemas.

-Ela pode te chamar pelo nome e eu não, Toushirou?! - Ichigo se indignou.

-Pra você é Hitsugaya taichou, Kurosaki!

-I-Inoue-san… - Ishida começava a acordar, se sentindo quase completamente recuperado devido ao Souten Kisshun estar em seu poder máximo.

-Ishida-kun! Que bom que está bem! - abraçou-o com força.

Ichigo olhava tudo com muita surpresa: desde quando o Souten Kisshun dela era tão poderoso ao ponto de curar Ishida tão rapidamente? Desde quando ela era tão íntima dele ao ponto de abracá-lo? Abaixou a cabeça, talvez não devesse duvidar tanto da capacidade de Inoue e nem cuidar tanto da vida dela.

Hitsugaya se intrigava com a habilidade da humana em controlar tão bem sua reiatsu ao ponto de curar tão rápido e conseguir passar por seus guardas tão facilmente. Rangiku e Chad observavam a amiga com orgulho.

Após se desculpar pela intromissão mais uma vez, saiu do bantai e foi em direção a outro: o 5° bantai.

X~X~X HOHOHO X~X~X

Byakuya andava pelos corredores do 5° bantai, pensando na eternidade que a reconstrução de seu esquadrão e de sua mansão levaria. Ele não queria mais ficar no mesmo local que ela, sentir sua reiatsu por perto, sentir seu cheiro por perto, ele não queria mais que ela destruísse suas barreiras!

Andava tão distraído que não viu Inoue Orihime correndo na direção contrária a sua e acabou trombando nele:

-Mil perdões! Desculpe! Desculpe! - ela se desculpava incessantemente.

-O que faz aqui? - voltou ao seu costumeiro tom ríspido e frio.

-Eu precisava falar com Shikkari-san sobre algo importante…

-E o que seria? - desde quando tinha ficado tão intrometido no assunto alheio?

-S-Sobre… - como ela iria falar para o irmão sem sentimentos de sua amiga que ela precisava de ajuda com conselhos amorosos?

-Inoue! - Rukia apareceu, para a salvação da pátria.

-Kuchiki-san! Como se sente? Está melhor?

-Sim, estou bem melhor. O que te traz aqui?

-Eu queria falar com Shikkari-san sobre algo importante…

-Ela está desacordada. - o capitão interrompeu a ruiva secamente - Se excedeu no uso de reiatsu e acabou desmaiando. Se quiser esperar que ela acorde, Rukia pode te levar ao quarto dela.

-Hai, nii-sama!

-Não precisa, eu já acordei. - Akemi apareceu, segurando um espetinho e, logo em seguida, mordendo-o - Cara, a Hinamori me arranja os melhores espetinhos… Tenho que agradecê-la por isso depois. - percebeu a ruiva - Ah! Oi Orihime! O que te traz aqui?

-Eu poderia falar em particular com você, Shikkari-san?

-Hein? - estranhou o pedido da humana, mas não recusou - Tudo bem. Me siga, vamos nos falar no meu escritório.

-Hai.

Ao chegarem no escritório, Akemi arrumava alguns papéis enquanto Orihime começava a falar:

-Bom, Shikkari-san, eu queria te agradecer pelo seu conselho… Graças a você, percebi que não tenho direito de atrapalhar a felicidade do Kurosaki-kun e da Kuchiki-san, também percebi que não devo ficar parada no tempo, e que devo seguir meu coração! Muito obrigada, Shikkari-san, agora posso finalmente ouvir meu coração!

-E o que seu coração diz para você, Orihime?

-Ele diz que devo me tornar mais forte e proteger meus amigos!

-Era esse meu objetivo, Orihime. Fazer com que você deixasse paixões triviais de lado para se redescobrir. Isso é importante, sabe? Nem sempre o amor de sua vida tem o nome que você imaginava, e sou a prova viva disso. Eu tinha acabado de perder meu irmão e de me tornar uma shinigami, achava que nunca mais ia sentir nada por ninguém, até que um certo alguém apareceu em minha vida. Esse alguém era totalmente inesperado, alguém que eu pensava que nunca poderia alcançar, que não iria gostar de mim do mesmo jeito que eu.

-Eu sinto muito, Shikkari-san…

-Ainda não terminei, Orihime. - sorriu, como se lembrasse de uma memória boa - Quando duas pessoas se amam, não importa o que aconteça, elas estão destinadas a ficar juntas. Não importa qual sejam os obstáculos e imprevistos que ocorram entre esse casal, nada vai conseguir separá-los. - deu um suspiro triste - Bom, pelo menos até que eles fiquem juntos. Eu não imaginava que iria me apaixonar por quem me apaixonei no passado, mas aconteceu, eu não pedi por isso, muito menos ele. Por isso, eu te peço, Orihime: não desista de achar seu verdadeiro amor, e nunca desista de ficar com ele.

-Pode deixar, Shikkari-san. - observou a pilha de papéis que ela continuava arrumando - Nossa! Quantos papéis! Ser uma capitã deve ser tão difícil…

-Admito que não é tão fácil assim, mas você se acostuma com o tempo. Também não é impossível. Eu me viro.

-Ei, Shikkari-san… Você gosta de alguém? - a pergunta fez a shinigami corar levemente.

-E-Eu… Eu não sei…

Buscou no fundo de seu coração. Será que ela era tão vazia assim? Que não tinha nenhum homem (livre) que fizesse seu coração bater mais rápido?

“Akemi-sama.”

“Ryosoku, o que foi? Estou tentando achar a resposta para algo.” começaram a conversar em sua cabeça.

“E você acha que eu não sei? Sou sua zanpakutou, sei tudo a seu respeito, até mais que você. Foi por isso que te chamei.”

“Então fale logo.”

“A resposta é sim, Akemi-sama. Tem alguém que, no fundo, te deixa feliz somente por estar perto da senhora. Só é questão de tempo para que descubra.”

“Chega de mistérios, Ryosoku. Pare com isso e me fale quem é.”

“Explore até o fundo de seu coração, imagine o rosto de todos os homens que viu desde que voltou para a Soul Society e se tornou capitã. Enquanto os rostos se passarem por sua mente, ouça seu coração, veja se ele não acelera, nem que seja um pouco, ao ver algum dos rostos. Talvez você descubra, talvez não, Akemi-sama.”

“Seria bem mais fácil você me falar quem é, Ryosoku. Sabe que eu não gosto de pegar o caminho mais longo.”

“Não podemos ter tudo o que queremos às vezes, Akemi-sama.” se silenciou.

“Ryosoku?” mais silêncio.

Em sua mente, deixou que o rosto de quase todos os homens que viu em Sereitei passassem por sua cabeça e respirou fundo, fazendo o máximo de silêncio interior que conseguia, só para poder conseguir sentir e ouvir as batidas de seu coração.

Hisagi Shuuhei, Iba Tetsuzaemon, Kira Izuru, Ukitake Juushirou, Yamamoto Genryuusai Shigekuni, Kuchiki Byakuya, Hitsugaya Toushirou, Ichimaru Gin, Tosen Kaname, Aizen Sousuke, Kyoraku Shunsui, Zaraki Kenpachi, Kurotsuchi Mayuri, Abarai Renji, Oomaeda Marechiyo, Ishida Uryuu, Yasutora Sado, Kurosaki Ichigo, Urahara Kisuke, Madarame Ikkaku, Ayasegawa Yumichika, Kotsubaki Sentarou, Yamada Hanatarou, Iemura…

-Ei, Orihime.

-Sim?

-Eu… Eu acho que gosto de alguém sim. Dentre todos os homens que passaram por minha cabeça, só teve um que fez meu coração bater mais rápido.

Byakuya ouvia a conversa do outro lado da porta e arregalou os olhos ao ouvir a última parte.

Então ela finalmente havia descoberto seus sentimentos.

"Quando duas pessoas se amam, não importa o que aconteça, elas estão destinadas a ficar juntas. Não importa qual sejam os obstáculos e imprevistos que ocorram entre esse casal, nada vai conseguir separá-los." a frase batucava a cabeça dele freneticamente.

Saiu de perto da porta e começou a caminhar pelos corredores do esquadrão, em total silêncio, a não ser pelo barulho suave de seus passos ecoando na madeira.

Ah, sim. Ele sabia.

Sabia que seu coração não estava tão silencioso assim.


Notas Finais


PUTA QUE PARIU EU QUERO CHEGAR NO ARCO QUINCY LOGO PORRA
TO COM MUITA IDEIA CARAI


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