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História Índigo ao Carmim - Uma História de Sonic - Memórias


Escrita por: UmbraTutz

Notas do Autor


Boa tarde, Leitores!

Trago para vocês, mais um capítulo. Está na hora de algumas coisas serem reveladas, estamos rumando a conclusão de alguns arcos! Espero que gostem, acredito que está bastante agradável !

Grande abraço

~Umbra Tutz

Capítulo 9 - Memórias


Com exceção de Tails, decidiram manter o noivado em segredo por um tempo. Embora Sonic usasse o bracelete com o qual Shadow havia lhe pedido a mão, ninguém se atreveu a perguntar a respeito, principalmente considerando o temperamento do ouriço negro. Além disso, não fariam uma comemoração grandiosa, no momento certo e na hora certa teriam uma cerimônia silenciosa e quase particular.

As semanas que se sucederam foram revestidas de planos quase sempre fracassados. Tails investigava a pedra do colar de Maria, suspeitando que essa seria a suposta “chave” que o capanga de Nega havia mencionada, mas sem sucesso. Além disso, Maria nunca o deixava ficar muito tempo com ela, segundo ela: “ É muito precioso”.

 Shadow, voltou a dedicar-se um pouco mais aos trabalhos da GUN, mas quase sempre a própria agência boicotava os planos ao pedir cautela nas investigações, o que não deixava Shadow nem um pouco feliz. Sonic, tomou frente com seu lado independente e começou a sair em busca de Eggman ou qualquer pista que pudesse ser relevante, mas nenhum vestígio deles foi encontrado. Até mesmo Maria estava ajudando nas investigações, acompanhando Sonic e Shadow ou mesmo tentando lembrar de onde veio e qual caminho seguiu até chegar em Station Square sem sucesso.

 Deram-se por si, que as investigações relacionadas à Maria estavam ocorrendo a cerca de um mês e sem qualquer resultado. Nem mesmo quando ela foi levada até a GUN, onde não conseguiram achar registro, DNA compatível, informações ou qualquer informação a respeito dela. Ou quando, Knuckles tentou ajudar ao auxiliar Sonic, Silver e Shadow usarem as esmeraldas do caos para tentarem acessar a dimensão de Ifrit, o que acabou não resultando em nada. Segundo o próprio Knuckles a dimensão estava, por algum motivo, “bloqueada”.

Porém, mesmo ocupados, a raposa e os ouriços notaram que o último mês havia sido bem diferente com Maria morando na casa deles. Todos os três começaram a se aproximar da garota e ao mesmo tempo, acabavam por sempre ter um ponto em comum com ela. Se por um lado Maria começava a dominar com mestria a “arte do sarcasmo”, por outros ela era tão profunda quanto Shadow e curiosa o suficiente para ouvir algumas “aulas” de Tails sobre mecanismos e tecnologia,  os quais a maioria não suportava escutar.

Nem todos acreditaram que isso daria certo, a própria Amy (que agora estava hospedando Silver em sua casa) afirmou que: “Uma garota não vai se adaptar a uma vida apenas com homens ao seu redor.”. Porém, diferente do que Amy havia previsto, Maria se adaptou perfeitamente à vida mais “largada” deles. Não ligava para pedir fast-food ao invés de cozinhar, adorava jogar games até tarde e gostava da companhia quando a levavam para correr nos terrenos mais variados possíveis. Porém não significava que eles vivessem de forma desleixada e bagunçada, pelo contrário, Shadow e Maria faziam questão de deixar as coisas quase sempre em ordem.

Obviamente não eram apenas flores, tanto Shadow como Sonic já haviam chamado a atenção de Maria mais de uma vez, seja por virar a noite nos videogames, ultrapassar os saves de Sonic ou chamar Shadow de cinquentão. Até mesmo, sendo castigada pelos dois ouriços por ter quebrado a porta do quintal (que era inteiramente feita de vidro). Mas apesar de desentendimentos que ocorrerem a convivência dos quatro fluía muito bem.

Foi durante uma tarde chuvosa, após mais um dia sem sucesso nas investigações, que as coisas começaram a mudar de rumo.  O ambiente tranquilo e quase silencioso onde Tails revisava alguns papéis, Maria ajudava Shadow a arrumar e organizar a cozinha e Sonic, por outro lado, relaxava tranquilamente no sofá, não aparentando ter preocupação.

 

- Por que ele nós temos que limpar a cozinha e lavar a louça, enquanto ele fica relaxando no canto? – protestou Maria, que já estava farta dede esfregar a louça suja.

-Por que ele é um preguiçoso nato, vai por mim, eu já tentei convencê-lo de fazer as coisas no momento correto.

 

Sonic deu um riso abafado e virou-se para os dois:

 

- Eu já disse Shads, eu faço as coisas no meu tempo. Porém tudo sai com perfeição.

- Para alguém que sempre anda com muita pressa nas missões e age de maneira impulsiva, você até que está muito manso, Faker. – respondeu Shadow, não estava muito paciente.

- Sabe, Shads? – disse Sonic com tom zombeteiro. – Se deixasse Maria fazer as coisas no tempo dela, ela com certeza faria as coisas com mais disposição.

 

Shadow deu apenas um profunda respirada e tornou a realizar as tarefas domesticas, porém logo olhou para Maria, que já parecia estar completamente entediada. Esboçou um sorriu e parou de organizar o armário de louças. Se dirigiu até Maria:

 

- Maria, acho que você já fez suas tarefas por hoje... – disse Shadow, fazendo um leve cafune na cabeça da garota, o que acabou bagunçando um pouco seus longos cabelos.

- Sério??? – os olhos da garota chegaram a brilhar por um momento.

- Yep, pode ir se divertir... - Shadow parou por um momento quando Maria, espontaneamente, o abraçou e saiu correndo para o seu quarto.

 

Ainda um pouco “chocado” por causa do abraço inesperado, Shadow esboçou um leve sorriso, não podia negar que tanto ele quanto Sonic estavam se apegando à garota de um modo único.

Não percebeu quando Sonic aproximou-se, dele e disse:

 

- Ok Shadow, pode ir descansar também, vocês fizeram bastante trabalho por hoje. – disse Sonic dando um beijo no rosto do noivo.

- Meu bem, mas...

- Não se preocupe, é sério pode ir relaxar um pouco, eu cuido disso.

 

Agradecido, Shadow deu um beijo na testa do Ouriço azul e se dirigiu até o sofá, onde deitou-se e decidiu observar o tempo passar. A medida que os minutos se passavam, via Sonic terminando de lavar e organizar a louça, Maria voltava para a sala e sentou-se do lado oposto do sofá para jogar o videogame-portátil que Tails a emprestou. Já a própria raposa de duas caudas continuava concentrada em suas análises.

Aos poucos, o ouriço negro relaxando à medida que escutava o barulho da chuva do lado de fora da casa e aos poucos adormecendo. Acordou uma hora depois com Tails conversando com Sonic e Maria ainda no sofá, entretida com o portátil.

Se levantou aos poucos, tentando vencer um pouco do sono e dirigiu-se até os dois:

 

- Vocês, poderiam falar um pouco mais baixo, não? – disse Shadow resmungando por terem-no acordado.

-Talvez sim, mas estamos tentando achar alguma ligação entre os acontecimentos recentes. – disse Tails, que se mantinha concentrado em seu trabalho. -Já que acordou, poderia nos ajudar.

-Hump – resmungou Shadow. – Tá...

 

Shadow sentou-se junto ao grupo na mesa de jantar, aonde estavam organizados várias fotos e documentos, que eram registros feitos pela própria raposa durante as investigações. A medida que Tails falava sobre o assunto, cada vez mais os pensamentos se embaralhavam e acabaram ficando mais confusos. Por mais que tudo estivesse organizado sobre a mesa, era difícil chegar a alguma conclusão, nenhum ponto se conectava ao outro.

Foi então que Maria surgiu de repente atrás deles e começou a tentar ver o que tanto estavam olhando. Sonic, logo abriu espaço e permitiu que ela analisasse a mesa, achava que não teria problemas se ela visse os documentos, afinal isso também a envolvia.

A garota, ficou por alguns momentos analisando os documentos e imagens, até que congelou por um momento e manteve o olhar fixo em uma das fotos colocadas na mesa. Na fotografia, continha a imagem de o que foi uma vez a cidade de Servok, mostrava vários prédios e em seu centro um grande arranha céu.

 

- Eu lembro desse lugar. – olhava para foto de forma tão fixa que parecia estar obcecada. – Esse prédio enorme, me é muito familiar.

- Isso não é possível. – disse Sonic colocando sua mão nos ombros de Maria. – Você viu Servok, fomos até lá investigar... Mas você não a viu...

- A não ser que ela tenha visto, só não reconheceu quando estava destruída. – Tails se apressou a falar. – Você estava lá antes disso?

- Eu acho que... Sim, sim! Eu estava! – Maria começou a massagear a cabeça. – Acho que estou me lembrando... Minha cabeça!

 

Vendo a horrível dor que Maria estava sentindo, Shadow carregou a garota e a levou até o sofá para que pudesse se acalmar, enquanto Sonic levava um copo d’água, para que ela pudesse tomar.

Após se recompor e não estar mais com tanta dor, Maria se acomodou no sofá. Aliviada por estar recordando suas memórias perdidas e também pela dor de cabeça ter passado, decidiu começar a relatar aos demais o que lembrava:

 

- Eu me lembro de estar fugindo. Quando minha Madrinha me buscou em meu quarto e começou a fugir comigo... subimos vários e vários lances de escada até chegarmos a um portão enorme, ele se abriu. Eu vivi tanto tempo dentro daquele lugar que aquela havia sido a primeira vez que vi o que chamavam de “o lado de fora” pela primeira vez na vida.  Mas tudo lá era... diferente. Não tinha a grama que tem na floresta daqui, não tinha árvores, nem pessoas... Era tudo... morto e escuro.  – Maria deu uma leve pausa em sua fala. – Era vazio, não tinha nada além de um grande círculo de luz um pouco a adiante, muito difícil de ver por dentro.

- Portais... – disse Tails – Nega, estava criando portais da dimensão de Ifrit para outra dimensão, no caso a nossa dimensão, como Silver disse. Imagino que vocês tenham passado por este portal para fugir, certo?

 

O rosto de Maria começou a ficar um pouco entristecida, mas continuou a falar:

 

- Eu fugi, ela não. Quando estávamos paradas no portão, ouvindo os passos dos guardas chegando cada vez mais perto, ela começou a chorar um pouco, ajoelhou-se e me entregou um manto e disse “Maria, está vendo aquele grande círculo iluminado? É para onde você deve ir, aquilo chama-se portal e logo vai se fechar e sumir. Não posso ir com você...”. Eu protestei, não queria que ela não fosse comigo, mas ela me segurou pelos ombros e disse: “ Escute, você é muito preciosa, eles não podem te ter aqui, eles irão machucar você e a outras pessoas! Segure Masutaki com você, e não fique longe dela por muito tempo. Quando você atravessar o portal, você vai parar em um lugar muito bonito, como eu te contava nas histórias. Mas também muito perigoso, não fale com ninguém! Agora, quero que você só corra e não olhe para trás! Entendeu? ” – nesse momento, uma lágrima escorreu dos olhos de Maria. – Então, o portal começou a se fechar, ela me deu um último abraço e me mandou correr. E eu o fiz, não parei de correr e comecei a me aproximar do portal, mas eu a desobedeci e olhei para trás... Os portões estava se fechando, e eu vi quando aquele Falcão a pegou, mas não pude ver mais nada, os portões de ferro já havia se fechado... Apenas voltei a obedecer e atravessei o portal, antes que se fechasse.

 

Maria respirou profundamente, não chorou, por mais que quisesse. Precisava terminar de contar, não só para ajudar nas investigações, mas também para se ajudar a organizar suas memórias.

 

- Então, imagino que você acabou parando em Servok? – perguntou Tails

 

Maria apenas assentiu.

 

- Mas como isso é possível? Se antes Nega mandava portais para nossa dimensão, mas no futuro? – questionou Shadow

- Portais, são aleatórios, não consideram as leis do espaço ou tempo, podem levar a qualquer lugar, em qualquer dimensão e em qualquer época. A não ser que alguém consiga manipula-los e parece que Nega conseguiu fazer isso. – disse Tails com muita convicção, estava estudando portais desde que Silver apareceu. – Mas Maria, por favor continue.

- Eu fiquei na cidade, eu consegui um local para ficar escondida, mas após alguns dias, sem qualquer aviso um estrondo muito grande foi escutado e foi seguido de um faixo de luz muito forte e... eu vi tudo sendo destruído e queimando...  Eu gritei, com medo de que morresse, mas não. Nada me atingia, não sentia calor, não queimava, nem nenhum destroço me atingiu. Fiquei parada, de pé, assistindo toda a cena de destruição em massa, pessoas sendo queimadas e tudo de horrível. Me senti exausta depois que tudo terminou e só restaram destroços, acho que desmaiei e bati a cabeça. .

- Mas como? – Tails perguntou.

- Eu não sei, só sei acordei dentro de um hospital, em Station Square. Estava junto de outras vítimas, mas já não lembrava do ocorrido ou de como tinha fugido da base de Nega. Eu estava bem, não tinha machucados, apesar da minha cabeça doer, mas estava completamente confusa. Então, fiz a primeira coisa que me veio a cabeça: me enrolei num manto e decidi procurar um jeito de me virar no mundo. Mas logo descobri que estava sendo seguida por aquele falcão e até vocês me encontrarem, foram meses correndo e me escondendo. – Maria terminou o relato com um grande suspiro, parece exausta por lembrar de tudo, mas ao mesmo tempo aliviada.

 

Sonic deu a mão à Maria com a intenção de que pudesse ajudá-la a se levantar. Com certa serenidade nos olhos, após ela se levantar, disse:

 

- Sabe? Eu sei que você teve que ser muito corajosa, preciso dessa coragem sua agora. Vamos voltar a Servok, você consegue nos ajudar?

 

Maria olhou com um sorriso para Sonic e assentiu com determinação.


Notas Finais


Talvez as coisas comecem a ficar um pouco mais sombrias...

Ps: Fiquem a vontade para comentar, as suas perspectivas são muito importantes para mim ^^


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