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História Inerente - Alheia


Escrita por: souhamucek

Notas do Autor


Olá, moços!
Não sei se todos sabem, mas hoje é o aniversário da Raquel e não haveria data melhor para postar esta história senão hoje. Sei que tenho postado mil e uma histórias simultâneas, mas prometo não abandonar nenhuma delas.
► Esta história é totalmente dedicada à Raquel, @Rachel_Wilde. ♥
► Annabella, Cezar e Rachel são alusões à Anna, Cezar e Raquel, possuindo, respectivamente, as aparências físicas de Zara Larsson, Logan Lerman e Elizabeth Olsen.
► A fanfic é, na verdade, uma shortfic com cinco capítulos.
► Não revisei este capítulo antes de postá-lo, sendo assim, se houver algum erro me avise.
► Apesar das marcas existentes, todas as descrições foram criadas por mim.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Alheia


Fanfic / Fanfiction Inerente - Alheia

Edimburgo, 2 de Julho de 2016.

A exaustão tomou o meu corpo nesta manhã. O voo de volta à Escócia foi cansativo. Aliás, a semana de moda em Paris superou meu antigo recorde de desgaste, antes era a viagem de carro por toda extensão dos Estados Unidos. Tudo por um longo e detalhado post no blog. Amo o que eu faço, mas registrar os meus passos tem se tornado maçante.

Um suspiro ruidoso abandona as minhas narinas, como se naquele simples gesto todo cansaço fugisse de mim.

Encaro o meu nome escrito à caneta sobre o papelão ao redor de meu copo quente. Meus olhos passeiam pelo letreiro branco em meio ao tom de vermelho terroso, o qual revela a marca “Costa Coffee". Com a mão direita, seguro a bebida, levando-a até a boca. Dou um gole breve a fim de evitar alguma queimadura na língua. Sorrio com o amargor do café a me contagiar. Eu precisava deste sabor. Apenas a cafeína poderia me curar deste tédio.

"Apresse-se, Srta. Wilde." A voz de Annabella, minha melhor amiga e assessora, chama-me a atenção. "Em breve começará a inauguração da loja de sapatos."

"Desculpe-me, Anna. Estou muito distraída hoje."

"Imagino, passear pelo Museu do Louvre deve ser muito cansativo." A loira ironizou, revirando os olhos verdes.

Gargalho de forma sutil, em seguida, chacoalho a cabeça. Preciso ficar atenta. Esta campanha da loja significa muito para o blog. Meus leitores são os mais convertidos ao Louboutin, de acordo com os indicies das revistas locais. Levanto-me do banco alto, tocando os pés no chão e coloco as alças da bolsa no antebraço. Minhas bochechas forçam um sorriso satisfeito nos lábios. Posso notar os cabelos loiros e ondulados deixarem a cafeteria. Sigo-os.

O chão acinzentado da calçada hipnotiza os meus olhos. De fato, o Reino Unido é mais escuro que os demais cantos da Europa, porém nada me encanta mais que ficar aqui. Mesmo que a vista de minha cobertura não fosse o castelo, Edimburgo ainda seria minha cidade favorita. Minhas órbitas azuis se elevam para os céus. Azul. O céu britânico sorri para mim hoje. Não há uma nuvem sequer.

De repente, como se o mundo parasse, sinto algo me filmar da cabeça aos pés. Viro-me para desvendar esta energia e deparo-me com um homem. Conheço aqueles rosto quadrado e barba a nascer. Já o vi antes, contudo não me lembro onde. Acredito que eu nunca tenha falado com este rapaz. Afinal, não economizaria sinceridade em dizer que estes cabelos compridos não estão mais na moda. Inclusive, ouso a dizer que os fios atrapalham a visão de seu rosto. Os lábios do cabeludo se esticam num sorriso doce. Ele tem covinha nas bochechas. Involuntariamente, sorrio.

"Rachel, ande!" Anna grita pela última vez.

Cumprimento-o com uma breve assentida e corro em direção à amiga parada ao lado do Porsche prateado. Adentro o carro, sentando-me próxima à janela. Pego o celular, destravo-o e gravo um vídeo curto, avisando aos meus leitores que já estou pronta para o evento na primeira loja da Louboutin em Edimburgo, minha cidade natal. O motorista dispara.

Assim que estacionamos o veículo na rua principal de compras, desço de forma veloz. A frente do comércio já está lotada de pessoas. Uns gritam ao me ver, outros disparam inúmeros flashes. Aceno para as pessoas, as quais os seguranças afastam de mim, e entro. A beleza do local me deixa boquiaberta. 

Piso claro coberto por um enorme tapete vermelho. Uma parede branca com pequenas janelas acolchoadas em preto com os sapatos impecavelmente fabricados. Preso ao portal negro, ganchos sustentam as bolsas refinadas. No centro da loja espaçosa, uma poltrona escura e redonda permite que os clientes experimentem os calçados.

"Rachel, querida, como é bom revê-la. Espero que a loja esteja à altura." Ouço o tom pacífico, assim que me sento, atordoada.

"Christian, meu amor!" Ergui meu rosto para cumprimentá-lo. "Não se preocupe, superou toda as expectativas. A loja está incrível, bem como suas criações."

Retiro o chinelo dos pés. Sem sombra de dúvidas, comprar um par de Havaianas quando fui ao Brasil fora uma ótima escolha. Viro meu rosto para a vendedora encostada na parede e sorrio, alertando-a de que pode trazer os sapatos os quais usarei hoje. Para minha surpresa, o dono da empresa se ajoelha com uma caixa nas mãos.

"Atendendo aos pedidos, fiz um par especialmente para você, srta. Wilde.", sussurra ao levantar a tampa preta do papel-cartão pintado de preto. A parte de dentro do embrulho é vermelho, como as famosas solas fabricadas por Christian.

Meus lábios se entreabrem. A sandália de tiras pretas envernizadas é exatamente como gosto. Salto fino e alto, com o solado característico avermelhado. A fivela de ouro carrega minhas iniciais. Meus olhos lacrimejam.

"Muito obrigada, Chris!" Sem pedir permissão, envolvo o maior designer de sapatos do mundo em meus braços e permito que as emoções extravasem.

Visto a sandália belíssima nos pés, levanto-me e sorrio. Observo o sapato no espelho. Nunca calcei algo tão belo. Com tudo pronto, as portas de vidro se abrem. Os incontáveis fãs invadem a loja. Não há um centímetro de tapete visível. Todos os espaços estão ocupados por pessoas. Homens e mulheres de todas as opções sexuais e faixas etárias. Não tenho dúvida de que este evento está um sucesso.

Fotos. Champanhe. Alegrias. Sonhos realizados.

Em meio aos leitores, chega meu melhor amigo. Ele está acompanhado de um amigo redator da Vogue e apresenta-nos. Cezar alegra ainda mais o coquetel. Gravamos alguns vídeos com os fãs, funcionários e amigos. A mãe de Anna compra mais alguns para sua coleção. Christian agradece a minha vinda. No fundo, eu quem deveria agradecer por estar aqui. Esta reunião modificou meu ânimo por inteiro.

Os expositores esvaziam a cada segundo.

As horas voam.

No instante em que se finda a cerimônia, junto-me a Cezar e Anna para um jantar de comemoração. Internamente, questiono a mim mesma como meu fígado aguentará outras doses de álcool. Despedimo-nos de cada um dos funcionários e donos. Uma menina baixinha e simpática me pede timidamente uma foto. Olhamos para a lente pequenina do celular e sorrisos. Aceno para a criança e a mãe. Nós nos retiramos com gargalhadas. Assim que o motorista destrava o carro, puxo a porta para entrar.

Sem tardar, avisto, d'outro lado da rua, o moço de hoje mais cedo. Seus olhos estão presos a mim, como se estivessem preparados para acompanhar cada passo que eu me ponha a dar. Ergo uma das sobrancelhas castanhas.

Por mais estranho que possa parecer, não me assusta o fato de me vigiar.

Espero meu melhor amigo se sentar, entro e abanco-me ao seu lado. Anna não tarda a adentrar também. Através da janela revestida por insulfilm, espio o cabeludo do lado de fora. Apesar dos fios antiquados, suas roupas são dignas de grifes. Sapatos sociais nos pés, calça justa nas pernas, camisa com gola canoa e um lenço ao redor do pescoço. O obsessivo sabe se vestir. De repente, este homem é um concorrente, o qual eu desconheça, que esteja me espionando para copiar os posts de meu blog. Maldito cabeludo!

O sangue ferve repentinamente em minhas veias. Balanço a cabeça, recobrando a consciência. Decido optar pela coisa certa e perguntar a quem sempre sabe tudo sobre a vida dos outros.

"Cezar." Chamo, antes do carro dar a primeira arrancada. Os olhos azuis me encaram surpresos. Provavelmente porque acreditavam que eu prestava atenção na conversa dos dois. “Rápido, olhe para a janela."

O amigo com cabelos lisos e pretos se vira ligeiramente para enxergar o rapaz com as mãos nos bolsos da calça jeans.

"Quem é aquele garoto?"

Posso notar seus lábios entreabrirem, numa espécie de choque. Anna faz o mesmo, bem como seus olhos arregalam.

"Não está o reconhecendo?" Indaga a loira em tom curioso.

"Não exatamente, sei que o vi hoje mais cedo." Esclareço, no entanto não aparenta ser a resposta que eles esperam. "Era para eu conhecê-lo?"

"Este rapaz é Harry Styles, amiga. Ele é o seu maior fã... acho que podemos chamá-lo assim." Retruca o amigo serenamente.

A maneira como fala me transmite pesar. Isso é um tanto assustador. Definitivamente, esse fanatismo é doentio.

O carro dispara em direção ao melhor restaurante da cidade. Pelo vidro, observo a imagem do garoto diminuir pouco a pouco até desaparecer completamente do meu campo de visão. Torno a olhar meus amigos. Unimos as taças com champanhe pela metade e brindamos extremamente satisfeitos. Minha mãe me manda uma mensagem, perguntando quanto ao evento. Convido-a para jantar conosco, mas a madame recusa. Afirma estar num spa.

Alguns minutos depois, o motorista estaciona o carro. Nós descemos. As pernas longas e finas da de olhos verdes cambaleiam. Julgo ser os primeiros efeitos do álcool em seu organismo. Não poupo risadas. Até mesmo porque as conter não está sendo fácil. A cada palavra de Cezar, gargalho mais e mais. Um dos garçons vem nos alertar que nossos ruídos estão incomodando as mesas vizinhas. Ignoramo-lo. Nós não estamos dispostos a parar de beber, tampouco sussurrar enquanto nos divertimos.

"Senhorita Wilde, desculpe-me, porém, terei que mudá-los de mesa." Avisa o maîte calvo.

Sem hesitar, os três se erguem da mesa e prontificam-se a segui-lo.

"Encaminhá-los-ei à adega. Lá, vocês poderão rir, gritar e aproveitar como quiserem sem que os demais clientes lhes encomendem e vice-versa." Continua o careca.

No momento em que passamos em frente à porta da entrada do restaurante, avistei o tal Harry Styles parado na porta. Não sei o que dá em mim, talvez seja culpa da bebida, entretanto me descontrolo. O coração bombeia com agilidade o sangue nas veias, fazendo-o esquentar dentro de mim.

"O que aquele fã faz aqui? Anna, mande-o para puta que pariu. Não quero mais que este homem me siga." Ordeno em fúria. "Avise-o, inclusive, que, se ele não parar, chamarei a polícia."

A loira engole em seco, encarando o moreno ao meu lado.

"Rachel, eu já tentei. Só você pode despachá-lo."

Sendo assim, irei. Meus pés calçados no salto alto bambam sobre o piso de madeira escuro. A moça na porta a abre para mim. Meus olhos azuis crispam ao tentar formar uma feição rude. Um tanto troncha pela embriagues, coloco as mãos na cintura e encaro os orbes a centímetros de mim.

"Harry Styles", começo aos berros.

"Pelo visto, gostou da sandália." Analisa, no instante em que seus lábios se abrem num sorriso imenso, a ponto de mostrar os dentes amarelados e grandes. As covinhas nas bochechas novamente se fazem presentes.

Os olhos meio esverdeados se espremem ao sorrir. A doçura em seu semblante leva meu estresse. Meus ombros relaxam, sem nem que eu pudesse perceber que se contraíram antes. O tronco petrifica. Falhei amargamente em me manter séria e expulsá-lo. Do mesmo modo que fracassei em não ficar completamente hipnotizada por ele.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Com amor,
Lali

Parabéns, Rach, meu bebê,
Saiba que esta é uma pequena demonstração do quanto sou grata a você. ♥


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