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História Inesquecível (Naruhina) - Pais e filhas


Escrita por: princesahyuuga1

Notas do Autor


Cacetada, povo! Sentiram minha falta???
Sei que sim! Hauahsuahsauhs
Recebi mensagens para caraleooo neste meio tempo. Fiquei feliz por isso, por vocês terem mantido vivo "Inesquecível" no coraçãozinho NH de vocês!!! <3 Minha ausência se explica por dois motivos: fiquei doente e tive muito trabalho. Agora sarei e já consegui entregar parte do trabalho, então estou livre!!! (Um pouco pelo menos! uahsuahsaush) Mas para compensar a demora, trago um capítulo GRANDÃO para vocês!!! <3
Enjoy!

Capítulo 27 - Pais e filhas


Hinata acordou com cheirinho de café da manhã vindo da cozinha de Naruto. Em meio a tantos aromas, um em especial lhe encheu a boca d’água. Rolinhos de canela!

A morena se espreguiçou aproveitando daquela preguiça rara que podia desfrutar. Afinal, estava de folga, mas não podia negar que já sentia falta do alvoroço matutino das crianças e das atrapalhadas de Mei. Mais tarde enviaria uma mensagem para saber se tudo ocorria bem.

- Bom dia, luz do dia! – Naruto saudou todo carinhoso e adentrava o quarto com uma bandeja cheia de guloseimas, sendo uma delas o tal rolinho de canela que fez os olhos de Hinata crescerem no rosto.

- Vejo que acertei! - Naruto brincou ao ver a expressão de fome que acometeu a morena que ficou corada no mesmo instante - Haha! Aqui. Bom dia, hime! – Ele disse enquanto colocava a bandeja no colo dela e depositava um beijo em sua testa.

- Bom dia, amor! – Hinata respondeu com um sorriso enorme que fez valer a pena ter acordado 30 minutos mais cedo para fazer a surpresa, pensou Naruto. - Tem até uma flor! Amo girassóis! Como sabia?

Naruto deu um beijinho na ponta do nariz de Hinata antes de dizer:

- Estou ficando craque em você.

Hinata corou fortemente, piscando sem parar, às vezes seu noivo a deixava sem graça.

Noivo!

A palavra que seu cérebro jogara de repente a fez ficar ainda mais vermelha.

Eles estavam noivos!

E, logo seu pai saberia... como ele reagiria? Se desse sorte Naruto não se lembraria da promessa de conversar com ele hoje...

- Hime? - Naruto a chamou preocupado pelo silêncio repentino dela.

- Uhmm?!

- O que está pensando? Ficou distante de repente.

- Na-nada...

Nossa...como mentia mal.

Naruto fez careta. O bico enorme, as sobrancelhas arqueadas e os braços cruzados na frente do peito tentando parecer intimidador, o que meio que funcionou, mas a fez rir também. De nervoso!

- Desembucha, hime!

- Não é nada, Naruto-kun...

- Hime...

Hinata mordeu o lábio ao encarar Naruto. Os olhos azuis inquisitivos não desistiriam nunca.

- Ah! Tá bom, tá bom! Eu falo!

Naruto comemorou internamente sua pequena vitória logo pela manhã.

- Es-estou pre-preocupada com meu pai. Quer dizer, quando formos contar a ele a novidade.

Naruto arregalou os olhos em compreensão. Sabia bem que Hiashi era rígido na criação das filhas.

- Pode ficar tranquila, hime. Eu vou falar com ele.

- E é isso que me preocupa – ela disse baixinho, mas não o suficiente para que ele não escutasse.

- Nani?! – Questionou ofendido, a voz saindo um pouco esganiçada até. 

Hinata riu, tentou se corrigir:

- Acho que meu pai não vai aceitar muito bem, Naruto-kun.

- Eu vou fazer ele aceitar nem que seja a última coisa que eu faça, dattebayo!

Hinata sorriu mais, sentindo-se um pouco mais confiante. Só um pouco.

- Bem, já falamos demais. Agora a senhorita deve comer!

- Oh! - Hinata exclamou concordando com ele e já abocanhando com vontade o rolinho de canela que olhava para ela há tempos pedindo "me coma".

Enquanto saboreava o doce Hinata não conseguia parar de sorrir. Acariciava a barriga muito feliz por carregar o maior tesouro de sua vida.

- Obrigada - disse de repente.

Naruto que já se vestia para ir trabalhar apenas sorriu.

- Você merece todos os mimos do mundo. Prometi te fazer feliz e eu nunca volto atrás com minha palavra - disse isso como se fosse algo simples do cotidiano e piscou para ela todo lindo como só ele conseguia ser.

Hinata suspirou em deleite. Seu futuro marido era um amor.

***

Assim que chegou no escritório Naruto foi contemplado por um Shikamaru bufando de nervoso:

- Sakura invadiu a prisão ontem à noite.

Naruto se jogou na cadeira exasperado. Aquilo devia ser algum tipo de karma.

Shikamaru acendeu um cigarro dentro da sala de Naruto que dessa vez nem se importou em chamar a atenção dele. Normalmente o loiro o repreendia pelo ato, principalmente em lugares fechados porque fedia, mas agora entendia. Ele mesmo queria algo com que se distrair para lidar com aquilo.

Só de pensar na dor de cabeça que seria lidar com toda a burocracia e autoridades locais, sem contar os chiliques que Sakura (com certeza) daria. Sasuke e Sakura nunca lhe dariam paz, mesmo que não tivessem intenção de atingi-lo diretamente.

Karma.

- Por favor, Shikamaru, envie quem precisar para resolver as pendências deste caso. Anexe o ocorrido ao processo de Sasuke e indicie Sakura por invasão à penitenciária e ajuda em fuga.

Shikamaru baforou observando com calma a fumaça que saia de sua boca.

- Você sabe que isso é problema dos grandes. Não posso resolver tudo sozinho. Preciso que vá lá acalmar as autoridades do presídio e assegurá-los de que tudo ficará bem.

- Não posso fazer isso. Não quero fazer isso.

- Eu também não queria ter de lidar com um monte de papel inútil logo cedo. Já tenho um monte com que me preocupar, mas olha só, a vida não é como a gente quer - disse o conselheiro enfadado pelo trabalho extra.

- Eu não tenho mais estrutura mental, nem ânimo para lidar com aqueles dois agora. Porra... invadir uma prisão? Sakura passou dos limites! Não acredito que vou ter que limpar essa merda para ela.

- Melhor isso do que os jornais estampando o escândalo. Ex-noiva de Hokage invade penitenciária para fugir com amante nukenin e ex-companheiro de time, Uchiha Sasuke - Shikamaru declamou uma suposta manchete. - Imagine o escândalo! Algo deste porte reverberaria para fora da vila e logo outras vilas e até mesmo alguns países poderiam ficar de olho em Konoha já que estaríamos “em crise de gestão”. Não queremos isso. Certo?

Naruto socou a mesa com força.

- Estou farto de Sakura não medir consequências! Ela sabia muito bem o que estava em jogo quando invadiu a droga da prisão.

Shimakaru tragou mais uma vez e expeliu a fumaça aos poucos antes de dizer:

- Quando invadiu a prisão ela não julgava estar fazendo algo errado, não se engane – Shikamaru alertou. - Na cabeça dela, fez isso por amor.

- E passar por cima da lei está ok? - Naruto estava revoltado.

- Você sempre mimou muito ela – retrucou, ríspido. - Agora Sakura continua a pensar que pode fazer o que quiser e não haverá consequências. Você sempre a acobertou, Naruto. Mesmo quando não eram um casal. Mesmo quando ela claramente só se preocupava com Sasuke. Você SEMPRE esteve lá para corrigir as mancadas dela. Sempre esteve lá para limpar a barra dele também.

Naruto fechou os olhos controlando a ira. Sua manhã tinha começado tão bem...

- Está certo. Vamos logo resolver esta merda. Não quero perder o dia todo nisso. Tenho um compromisso no almoço.

- Almoco?! Está sendo otimista. Se resolvermos tudo até à noite já estarei grato.

- Não brinca com meu coração, Shikamaru.

O conselheiro apagou a bituca de cigarro antes de jogar no lixo.

- Nunca brinco em serviço. Vamos!

***

Hinata terminava de se arrumar para sair. Tinha combinado com Naruto de que iria na frente para amansar a fera. Ou assim ela esperava.

Penteou bem devagar os longos cabelos. Vestiu a roupa que Naruto comprou para ela junto ao café da manhã. Ele era muito atencioso e tinha pensando em todos os detalhes para deixá-la confortável em sua casa.

O vestido que ele trouxera não era exatamente adequado para o dia, mas era lindo. De manga longa e decote canoa, era mais ousado do que normalmente usaria, mas não era indecente de jeito nenhum. O comprimento ia até os pés, somente uma fenda que começava no joelho e ia até os pés dava certo movimento à peça. O tom azul marinho da peça combinava com as sapatilhas preta e seu anel de noivado. Sorriu para o espelho, as bochechas coradas. Estava linda de um jeito que nunca tinha se imaginado.

Talvez por ter sido um presente dele ou talvez por se sentir tão feliz, não sabia.

- Bom... é hora de ir! Chega de enrolar – disse para si.

Já tinha protelado o máximo que podia, a bem da verdade estava morrendo de medo da reprimenda de seu pai.

 

Andou pela rua despreocupadamente e notou olhares dirigidos para si. Normalmente ficaria constrangida, mas hoje ela se sentia confiante e feliz consigo mesma.

Talvez as pessoas da vila tivessem notado essa mudança de comportamento também, pois, a olhavam com curiosidade e poderia dizer, certa dose de admiração. Alguns até a cumprimentavam.

Estranhou não ter encontrado nenhum conhecido, mas aí se lembrou! Estavam todos no orfanato. Esperava que estivessem bem. Chegando à casa de seu pai, enviaria uma mensagem a Mei.

***

Ino acordou cedo aquele dia preocupada com a amiga rosada que saíra desvairada atrás de Sasuke novamente.

- Garota idiota! Fica correndo atrás de macho! - Ino reclamava sozinha em voz alta.

- Ih, loira! Deu para falar sozinha agora? - Kiba brincou, mas logo se arrependeu ao notar o semblante de Ino.

- Não enche, cachorro! Já cuidou das crianças?

- Eeer... sobre isso - Ele começou sem graça coçando a nuca. - Preciso de ajuda.

Mal terminou a frase, um menino de no máximo 7 anos passou correndo nu pelo corredor.

Ino arregalou os olhos desacreditada. Se virou para Kiba para repreendê-lo.

- O que é isso, Inuzuka?

- Aiiiii, não sei cuidar de crianças! Só de cachorro!

- Aaaaah! – Tenten gritou ao longe.

Ino e Kiba correram até ela e a encontraram ensopada no escritório de Hinata.

Algumas crianças riam sapecas, uma delas segurava um balde vazio.

- Estávamos tentando dar banho nele! - Apontaram para o menino nu que desaparecia por outro corredor.

- Volte já aqui, mocinho!!! - Mei apareceu gritando atrás do menino.

- Deixe comigo, senhorita! - Rock Lee brotou sabe-se lá de onde e se apresentou todo galante. - Esse é o fogo da juventude e eu vou pegá-lo para você! - Dizendo isto, Rock Lee saiu correndo atrás do menino nudista.

De repente cheiro de queimado pairou no ambiente.

- Pelo amor de Kami-sama, apaga o fogo, Chouji! – Ino gritou indo até à cozinha acompanhada de Kiba e Tenten.

- Aaaaaah! - Chouji se exasperou ao notar que o café da manhã virara uma gororoba esturricada e intragável até para ele. Kiba foi quem ajudou a combater o pequeno incêndio. A cozinha estava cheia de fumaça e cheirando queimado.

- Sou bom em comer, não em cozinhar... - se desculpou.

Lá fora, as crianças jogavam terra umas nas outras. Akamaru rolava na lama junto delas.

- Akamaru!!! - Kiba gritou para o cão que abaixou as orelhas na hora.

- Suas pestes!!! Deixem minhas flores em paz! - Ino se escabelou. Tacou a mão na testa. Seria uma longa semana!

***

Hinata caminhava tranquila e sorridente pela vila. Fazia tempo que não visitava Konoha sem ter algum motivo ou obrigação.

Perdida em pensamentos só notou onde estava quando ouviu murmúrios infantis. Olhou para frente e encontrou a academia ninja. Sorriu ao ver tantas crianças felizes que nunca tiveram o desprazer de ver os horrores da guerra.

Resolveu sentar-se no balanço que costumava ser o local preferido de Naruto quando criança. Naquela posição ela via o mundo por outra perspectiva. Havia algo de lindo e triste naquele aconchego que ia e vinha, como uma mãe que ninava o filho, coisa que Naruto nunca teve. Sentiu os olhos encherem-se de lágrimas. Afagou o próprio ventre.

- Juro cuidar de você, meu amor – falou para o filho dentro da barriga.

- Hinata? - Perguntou Shino ao seu lado.

- Oh! Shino-kun, não o vi chegar! – Desculpou-se enquanto secava as finas lágrimas com a manga do vestido.

Shino não deixou transparecer, mas ficou magoado pela amiga não tê-lo visto se aproximar, visto que ele acenou de longe.

- Por que chora? Acaso aquele baka já fez merda de novo?

- Shino-kun! Por Kami, não! - Disse enérgica o que surpreendeu Shino. - Quer dizer... eu só estava aqui pensando na vida. Em como as coisas estão melhores agora, sem a guerra.

Shino anuiu. Desde o término da guerra muita coisa mudou para melhor. Ainda havia coisas a serem melhoradas? Como tinha! Mas não podia negar que estavam vivendo uma época próspera agora.

- Hoje as crianças podem ser o que são: crianças. Elas aprendem diversas matérias e assuntos na academia. Hoje as preparamos para o futuro, não só ninja, mas outras funções tão importantes quanto ser ninja.

- O mundo está mudando, não é, Shino-kun?

- Muito.

- Não dá um pouco de medo? De não saber o que vem pela frente? - Hinata perguntou, insegura de repente enquanto acariciava a barriga.

O gesto não passou despercebido pelo amigo que sabia por alto de tudo o que ocorrera no orfanato.

- Viver dá um pouco de medo e ansiedade, Hinata. Mas não devemos deixar que essas coisas nos paralise. Vida é movimento e é preciso seguir adiante. Tenho certeza de que cuidará bem desta criança que já nascerá sortuda. Parabéns! - Ele disse com um meio sorriso de lado.

Hinata se apoiou na correia do balanço, os olhos lacrimosos, porém, de alegria.

- Arigato, Shino-kun! - Mal terminou de agradecer já se debulhava em lágrimas.

Sua vida estava prestes a mudar drasticamente. De repente, a vida dela não era mais só dela.

Shino a abraçou em compreensão, como professor de crianças, sabia bem da obrigação de cuidar de uma. Ser mãe então... devia ser o dobro de preocupação e amor.

- Você será uma ótima mãe, Hinata.

- Eu não sei quanto a isto, mas darei meu melhor - confirmou chorosa. - Estou indo à casa do meu pai. Naruto pretende pedir minha mão ao meu pai.

- Vixe!

- Pois é...

- Eu iria com você para te ajudar, mas tenho que dar aula agora. Me desculpe.

- Tudo bem. Naruto estará lá. Eu estou indo na frente para amansar a fera. Naruto deve chegar no horário do almoço mais ou menos.

- Boa sorte!

- Obrigada! Boa aula para você!

- Valeu! - Agradeceu já se afastando.

Hinata respirou fundo, tomando coragem e limpando as lágrimas. A situação toda já era enervante, mas os hormônios ultimamente não estavam ajudavam. Mais parecia uma manteiga derretida do que uma mulher!

Mas daria tudo certo. Não tinha como não dar...

***

Assim que Naruto chegou ao presídio ouviu Sakura discutindo com a equipe ninja responsável por guardar o local.

- Humpf! Problemático! - Shikamaru exclamou.

- Bota problemático nisso, ttebayo!

Adentraram a fortaleza e lá dentro os ninjas carcerários ficaram em posição, saudaram o Hokage com todo o respeito, mas o olhavam ansiosos em um pedido mudo de "tire essa louca daqui".

- Vocês fizeram um ótimo trabalho. Obrigado por cumprirem sua função com tanto zelo. A partir de agora deixe que eu e meu conselheiro cuidaremos do resto.

- Hai, Hokage-sama! - Disse o chefe do local. - Se precisar de depoimento sobre o caso, pode nos chamar a qualquer momento.

- Claro! Obrigado.

- Com todo o respeito, chefe, mas você acha mesmo que ele vai indiciar a noiva? Ainda que ela o tenha traído com o criminoso, sabe como esses três são - disse um ninja chunnin, o mais novo do batalhão.

Todos os demais funcionários da prisão, inclusive o chefe do mesmo o fuzilaram com os olhos, diziam todos "calado, imbecil".

- Entendo a preocupação, mas vou tratá-la como trataria a qualquer outro aqui – Naruto disse com convicção.

Shikamaru se sobressaltou. Não era isso que tinham conversado no escritório mais cedo.

- Ela é uma ninja da Folha e como tal cumprirá suas obrigações e receberá punição adequada a seu estado.

- Estado?

- Sakura está grávida.

- Oh! - O burburinho foi geral.

- Homens, por favor - pediu Shikamaru que foi ignorado sumariamente. - SILÊNCIO! - Gritou por fim, conseguindo a atenção dos presentes.

- Como estava dizendo - Naruto retomou: - Sakura é uma ninja da Folha e vai pagar por quaisquer crimes e erros que venha acometer, entretanto, será levado em consideração seu estado. Além do que, até onde me consta nos relatórios feitos por vocês, ela invadiu o prédio sem muitos problemas e não fugiu com o prisioneiro.

O chefe da prisão limpou a garganta constrangido.

- Hokage-sama, se me permite. Damos o nosso melhor para proteger este local. O Uchiha assim como qualquer outro criminoso se encontra mantido em segurança. A Dra. Haruno só conseguiu passar por nós porque usou carteirada. Disse que era médica e responsável pelo caso dele.

- Sei disso. Vocês mencionaram o ocorrido no relatório.

- Sim, sim, claro... bem, uma vez tudo esclarecido, deixaremos o resto com os senhores como solicitou. Mais uma vez, desculpe causar toda esta turbulência logo cedo.

- Ok. Mas cuide de aplicar novas políticas de acesso e visitação, assim como segurança dos presos. Não quero que isso se repita novamente. Uchiha Sasuke ficará preso aqui por um longo tempo, creio eu. Não quero ter problemas desta natureza novamente. Por isso, apresente até semana que vem um planejamento para reforçar os itens mencionados.

- Hai, Hokage-sama - disse o chefe da unidade penitenciária que se curvou em respeito junto aos demais funcionários do local.

- Agora, me leve até eles - Naruto ordenou.

 

Chegaram ao subsolo. Em frente a última cela encontrava-se Sakura discutindo com um dos guardas.

- Hokage- sama! – Assim que o viu chegar, o ninja o cumprimentou com respeito e alívio visíveis.

Naruto apenas anuiu levemente a cabeça e em seguida se dirigiu à Sakura com seriedade na voz:

- Você na minha sala agora.

- Agora quer conversar, Naruto?

- Você está sendo oficialmente intimada por ter invadido a penitenciária de Konoha e instigado um acusado a fugir. Além disso, dano ao patrimônio público e ter usado de uma suposta permissão para entrar este lugar sem autorização.

Sakura arregalou tanto boca e olhos que Naruto achou que os olhos dela pulariam do rosto.

- Nãaaaaa... - um rosnado grave e rouco surgiu de uma cela.

Sasuke.

- Não faça isso com ela. Acuse a mim. Fui eu quem a compeli a vir até aqui e fazer tudo o que fez. A culpa é minha.

Naruto riu sem humor.

- Nem se quisesse, Sasuke. Está cego. Sabemos bem que Sakura fez isso por vontade própria, mesmo sabendo das consequências.

Sasuke se levantou bruscamente da cama puída, foi até onde a corrente (que colocaram novamente) lhe permitia.

- Não toque em um fio de cabelo dela! Você não pode fazer isso! Sakura está grávida! Culpe a mim. Eu lhe imploro, coloque toda a acusação dela em mim - a voz dele denotava desespero.

Naruto sentiu compaixão e tristeza. Entendia a dor de Sasuke. Sempre entendeu. Agora, mais do que nunca, entendia este tipo de desespero também. Em breve seria pai.

- Está bem. Acrescentarei isto ao processo de Sakura. Creio que a sentença dela seja atenuada por conta de ter sido compelida a agir.

- Não!!! - Sasuke grunhiu, nervoso.

- No máximo ela pegará um trabalho comunitário. É mais do que uma nukenin merece - cuspiu Shikamaru.

Sakura segurou o choro.

- Não se atreva a falar dela assim, seu veado* de bosta! - Sasuke rugiu entredentes.

- Uma dupla de criminosos que ficam encobrindo um ao outro. Perdi as contas de quantas vezes Sakura quase traiu Konoha por causa de um perdedor como você. Se quer saber, Naruto é bondoso demais com vocês. Arrisca a própria carreira e o futuro da vila para dar a vocês uma chance de ter um futuro digno. Acaso acham que essa merda toda não terá repercussão? - Shikamaru se exaltava agora também. - Toda essa merda que vocês dois fizeram quando podiam ter evitado se tivessem sido adultos e resolvido entre vocês em particular ao invés de envolver terceiros. Francamente, invadir a porra de uma prisão por amor? Passou de todos os limites aceitáveis.

Sakura engolia a seco tendo as verdades jogadas em sua cara. Ela se ancorava nas grades da cela de Sasuke desejando muito transpor as barreiras para sentir o abraço dele ao se redor.

- A partir de hoje está proibida de visitar Sasuke Uchiha - Naruto ordenou: - Será indiciada por colaboração em fuga e todos os crimes previamente ditos, mas também será relatado que foi compelida pelo Sharigan a fazê-lo. Será avisada de sua audiência com o conselho de Konoha que determinará sua sentença.

- Mas Sasuke... - começou chorosa, preocupada com a condição dele.

- Sasuke receberá tratamento adequado por médicos que você mesma poderá indicar, mas você está terminantemente proibida de visitá-lo até sua sentença ser determinada. Quando ele necessitar ir ao hospital, você poderá tratá-lo sem problemas. Receberei relatórios semanais tanto da prisão quanto do hospital e me certificarei de que são originais.

Sakura estava em choque com a figura altiva e fria do Hokage à sua frente. Aquele não era o Naruto ao qual estava acostumada.

- Estamos conversados - terminou o assunto e se virou para o ninja carcerário que assistia a tudo calado: - Posso contar com sua discrição?

Naruto contava muito com o lado bom das pessoas, o ninja que assistiu a tudo calado desde cedo afirmou com a cabeça.

- Ótimo.  Por favor, acompanhe a srta. Haruno até a saída.

- Hai.

- E, Sakura, não quero mais te ver aqui.

Chocada, magoada e confusa, Sakura não disse uma palavra. Tinha coisas demais a pensar. Tudo o que Shikamaru disse, mais a preocupação pelo estado de saúde de Sasuke e seu futuro incerto. Virou-se para cela do amado desejando se despedir.

Vendado, ele tateou as grades até encontrar a mão dela, tomando-a com força e encostou a cabeça entre as grades na direção do ouvido esquerdo dela, sussurrando baixinho:

- Eu confio em você.

Sakura sorriu em meio as lágrimas. Aquilo havia sido uma das coisas mais doces que Sasuke já havia lhe dito.

- Amo você. Sempre vou amar. Estarei cuidando de você mesmo de longe. Vou te esperar nem que precise de mil anos.

Sasuke sorriu de lado. Sabia disso. Sabia também que ela não precisaria esperar tanto. Ele morreria antes disso. Mas preferiu não falar nada para não deixá-la ainda mais triste.

- Vamos, Sakura-san - o guarda pediu sob o olhar ansioso do Hokage.

Sakura se deixou ser guiada, mas antes encarou Naruto como quem dizia "eu não te conheço mais".

O ninja carcereiro cumpriu sua missão em silêncio. Enquanto levava a ninja de cabelos róseos para fora foi impossível não lembrar de como o Uchiha era outro na presença dela, chegando até a sorrir levemente e ceder o próprio café da manhã para ela. Tomates. Que ela comeu feito uma desesperada e disse que estavam ótimos, que queria mais. O prisioneiro tentou sorrir, mas dessa vez havia pesar nos lábios. Compadecendo-se da cena, o ninja carcereiro trouxe-lhes mais tomates. Foi agraciado por um lindo sorriso e olhos verdes brilhantes. Isso até saber que o Hokage estava a caminho, aí a mulher se transformou. Por outro lado, o ninja carcereiro não podia imaginar a dor que o Hokage estava enfrentando ao ver seus dois colegas de time e sua ex-noiva numa situação como aquela. Era necessário nervos de aço e como disse o conselheiro dele, muita bondade. Apesar de tudo, ela havia infringido muitas leis. Contudo, desejou boa sorte a ninja rosada. Ela precisaria.

- Obrigada por tudo - ela disse já mais calma antes de partir.

***

Hinata aguardava ansiosa em frente aos portões da casa principal. Já tinha tocado a campainha. Aguardava, sentindo-se nervosa a cada instante, pois, sabia que todos os olhos estavam sobre si.

Alguns segundos mais e Hanabi irrompeu pela porta da frente.

- Neeeeeeeeeeee-samaaaaa!!!! - Comemorou afoita se jogando no colo da irmã mais velha.

- Hanabi! Cuidado, garota! Haha!

- Aí, meu Kami, verdade! Tem meu sobrinho aí e... - foi calada pela mão de Hinata.

- Fale baixo, peste! Ninguém sabe!!!

Hanabi arregalou os olhos. Verdade. Ninguém além dela e de Mei sabiam da gravidez de Hinata.

Com cuidado Hanabi retirou a mão da irmã de sua boca e sussurrou a pergunta:

- Ele sabe?

- Quem?

- Naruto.

- Xiiiiu! - Hinata implorou.

- Estou falando baixo, tonta! Vem aqui! - Hanabi disse e puxou a mão da irmã para que a seguisse.

Foram para um jardim mais afastado da casa e de olhos curiosos.

- E então... como foi?

Hinata respirou fundo e então contou a ela TODA a história. Ao final do relato Hanabi se encontrava perplexa.

Sua querida irmã estava presa em um genjutsu e não fora capaz de ver?

- Neee-sama, me perdoe!!! - Hanabi disse com lágrimas nos olhos. Eu não tinha noção de nada disso.

Hinata a abraçava e pedia para que parasse:

- Não tinha como você saber, criança. Nem Naruto desconfiou. Se não fosse Kurama eu não estaria aqui agora.

Fez uma nota mental para agradecer Kurama pessoalmente mais tarde.

- Então o baka realmente está com você?

- Sim! - Hinata respondeu com brilho nos olhos e mostrou o anel em sua mão direita.

- Não acredito!!! - Hanabi arregalou os olhos em descrença. - Você tem certeza disso, Hinata?

- Sempre tive - respondeu com ares de apaixonada.

Hanabi chacoalhou a cabeça. Não que Naruto fosse má pessoa, não era. Mas sua irmã merecia alguém melhor, na opinião dela.

- Sabe que o pai não vai deixar, né? - Hanabi disse com certa culpa por tirá-la da aura de apaixonada, mas precisava trazê-la de volta à realidade. - Não só não vai aceitar, como vai te proibir e te prender nas masmorras. Ele ODEIA o Naruto. O conselho não vai aprovar também.

- Não sou a líder herdeira do clã, o conselho não tem que falar nada! - Exasperou-se. - Quanto ao pai, ele vai ter de aceitar querendo ou não, eu já tomei minha decisão.

Hanabi assentiu.

- Então estarei ao seu lado para ajudá-la.

- Obrigada, irmãzinha.

***

Sakura chegou em casa sem perceber que o tinha feito. Estava com o pensamento longe...

- Okaeri, Sakura - sua mãe disse ainda de costas para ela.

A mulher terminava de cozinhar o almoço.

- Estou fazendo seu prato predileto. Deu um trabalhão e... oh! Meu Kami, o que foi que te aconteceu? Por que está com essa cara, menina?

A mãe de Sakura deixou a comida no fogão e foi até a filha ver o que se passava. Colocou a mão na testa dela e se assegurou de que não estava com febre, mas percebeu que a filha havia chorado muito.

- Sakura?

- Mamãe... - foi tudo o que Sakura conseguiu dizer antes de se derramar em choro, o mais profundo que até então. Agarrou-se à cintura da mãe e por lá ficou.

A mãe sem saber o que acontecia, sofria em silêncio junto da filha. Acariciava os cabelos róseos quando por fim tomou coragem para perguntar:

- Filha, andam dizendo por aí algumas coisas... Queria saber se é verdade.

Sakura não teve coragem de encarar a mãe. Apertou-se ainda mais contra o colo dela.

- Você e Naruto terminaram?

- Mãe, eu fiz tanta coisa errada, mas por favor, acredite em mim quando digo que fiz tudo por amor. Eu... eu estou grávida.

A mão que antes lhe acariciava o cabelo parou no ar.

- Você o que?

- Estou grávida de Sasuke Uchiha, mãe.

- Então os rumores são verdadeiros?

- Não sei o que andam falando por aí, mas a verdade é que amo esse homem desde o dia em que pus meus olhos nele. Ele me corresponde, mas está morrendo e está para ser sentenciado à prisão perpétua ou algo do tipo. - Revelou e começou a chorar novamente.

A mãe de Sakura precisou de alguns minutos para digerir a situação.

- Você largou o baka loiro para ficar com um criminoso?

- Desculpe.

- Você fez uma péssima escolha! Sabe... apesar do Naruto não ser lá essas coisas, pelo menos era um homem decente! Trocar o garantido pelo embuste já é demais até para uma menina boba e apaixonada. O que fará agora com este bebê, Sakura?

A rosada apertou a mãe com força. Apesar de todas as divergências que tinham uma com a outra, se amavam muito.

- Eu não sei, mãe.

A mãe de Sakura suspirou triste. Voltou a dar carinho nos fios cor de rosa que a filha herdou do pai.

- Ele não te merece, minha filha. Sempre te fez sofrer.

Sakura se surpreendeu.

- Achou que eu não percebia todas as vezes que voltava para casa triste por conta daquele moleque marrento? Vi ele te humilhar tantas vezes que a vontade que tinha era de ir lá e dar umas boas surras para ele aprender a ser educado!

Sakura riu em meio as lágrimas. Descobrira de onde vinha sua irritação por natureza, era por parte de mãe.

- Eu não consigo parar de amá-lo. Honestamente, nem quero. Apesar de tudo, ele já faz parte de mim.

- Ora, não diga uma baboseira dessas, menina! - A mãe se exasperou. - Amar é ótimo e nos deixa com essa sensação de "não sei viver sem ele", mas acredite, consegue sim! Sem contar que agora será mãe, precisará ser mais forte que isso. Chega de chorar, Sakura. Agora é hora de ser forte por esse alguém que está vindo e terá um pai ausente. Quando esta criança nascer, você vai entender o real significado de amar e não vai mais sofrer. Porque a verdade, minha filha, é que para amar não é necessário sofrer. Amar é fácil como respirar. Quando seu bebê der o primeiro suspiro de vida e chorar, o amor que vai nascer junto... Faz até a gente aceitar ver a filha grávida de um marginal e ainda assim querer abraçar ela e cuidar para que nenhum mal a assole. Sakura, eu amo você, minha filha.

- Mamãe!!!! - Sakura a abraçou forte e ao contrário do que a mãe pediu, ela chorou bastante, emocionada que estava.

A mãe revirou os olhos, mas sorriu também. Seria avó.

***

- Faz tempo que não vem visitar seu velho pai, Hinata. Fico feliz que tenha arranjando um tempo para me ver - disse o líder do clã Hyuuga, Hiashi.

Com o tempo - e depois do que acontecera com Hinata anos atrás - Hiashi amolecera um pouco com as filhas. A duras penas percebeu que o jeito que as criara não fora a melhor maneira, por isso, atualmente se esforçava para fazer tudo diferente.

Hinata sorriu timidamente. Tinha tanto a dizer a ele. Levantou o olhar ao homem austero à sua frente. Não sabia por onde começar.

- Oto-san, estou contente em vê-los também.

Hiashi sorriu.

- Parece bem e feliz. Está diferente. Vejo que está ótima, filha.

- Obrigada! - Sorriu, feliz. Seu pai não era dado a elogios à toa.

- Verdade, nee-sama. Esse tom de azul lhe caiu muito bem. Não me lembro de vê-la com essa cor antes.

- Ah, obrigada! – Corou. - Foi ele quem me deu.

Hanabi deu um risinho.

Hiashi olhou de uma filha para a outra.

- Ele?

Hinata olhou para Hanabi pedindo por suporte.

- Mais chá, oto-san? - Hanabi ofereceu.

Hiashi cerrou os olhos.

- O que estão me escondendo?

Olhava de uma para outra em intervalos.

Hinata ficava vermelha a cada segundo, mas decidiu que era agora ou nunca.

- Euvoumecasar - soltou de uma vez para não perder a coragem.

- O que? -  ele não ouvira.

- E-eu vo-vou me casar.

- Oh!

A expressão confusa do pai passou para surpresa e então espanto.

-  O QUE?

Hinata se encolheu.

- Ora, papai! Por que a surpresa? Nee-sama é uma mulher linda! Hora ou outra isso ia acontecer - Hanabi interveio, piscando para a irmã.

Hiashi se recompôs do choque. Alinhou o kimono e respirou fundo. "Ok. Posso lidar com isso" pensou o velho.

- Mas tão de repente? É alguém do clã?

Hanabi riu pelo nariz, acabou babando um pouco de chá.

- Hanabi, se comporte! Isso são modos? - Hiashi ralhou com a mais nova e então voltou a atenção para Hinata. - Quem é ele?

Hinata olhou para os próprios pés, como costumava fazer quando confrontada, mas no caminho, passou o olhar pela barriga e então a aliança. Encheu-se de coragem súbita.

- É o homem mais incrível de todo o mundo, oto-san - disse olhando-o nos olhos. -  É o ninja mais forte que o mundo já viu. Dono do coração mais bondoso que existe e quando estamos juntos é como se... como se a primavera florescesse no meu peito.

A expressão séria de Hiashi passou para total reprovação.

- Não me diga que é...

- Uzumaki Naruto.

- Não! - Ele bradou em tom de ordem ao mesmo tempo que socava a mesa com força, levando consigo uma parte da mesa.

Hanabi arregalou os olhos de susto. Hinata nem se moveu. Encarava o pai sustentando a força de sua decisão.

- Eu o amo, oto-san.

- Acaso se esqueceu do que aquele cretino fez com você, hein?! - Gritou com uma veia pulando na testa.

Hinata fechou os olhos não querendo lembrar daquela época terrível.

- Isso são águas passadas. Naruto-kun não me fez sofrer de propósito. Agora ele me ama.

Hiashi não deixou de notar o brilho da aliança que ela usava.

- Mas que porcaria é essa na sua mão? Até onde sei aquele traste é noivo da Haruno.

- Era. Agora ele é meu.

Hiashi riu de desespero.

- Não vou deixar que isso aconteça.

- Chega pai! - Hinata se exaltou. - Eu sou adulta agora e sei o caminho que escolhi. Gostaria muito que o senhor estivesse ao me lado quando chegasse a hora, mas se não for assim, tudo bem. Eu vou sozinha - disse com firmeza, arrancando de Hanabi uma cara de espanto.

- Você não se atreveria - ele disse.

- Não me teste.

- Se você sair por aquela porta deixará de ser uma Hyuuga para sempre.

- Em breve serei uma Uzumaki de toda forma – retrucou Hinata.

Ouvir aquilo foi como receber as 84 palmas, todas no coração, Hiashi pensou.

A emoção foi demais e Hinata vacilou para trás, por sorte caiu sentada na cadeira de onde se levantara minutos antes.

- Are are, vocês dois! - Hanabi interveio. - Hinata não pode se exaltar assim por causa do bebê! Tome cuidado! - Falou preocupada com a irmã, mas só então se deu conta da mancada que deu quando seu pai olhou para Hinata como se esta fosse um demônio.

Com o canto do olho Hanabi viu a mão de seu pai voando em direção a irmã. Sem pensar, apenas munida de proteção, Hanabi se colocou à frente de Hinata e recebeu em seu próprio rosto o tapa ardido que era para ter sido de Hinata.

Hanabi dobrou o corpo para o lado tamanha a força do tapa. O rosto ardia de humilhação e raiva. Olhou de volta para o pai, o olho cheio de lágrimas.

- Você é um monstro - declarou.

Hinata tremia e chorava com a cena que se desenrolara tão rapidamente que mesmo com os olhos que tinha quase não soube dizer como tudo acontecera tão rápido.

Hiashi ainda tinha a mão erguida, a respiração entrecortada tão furioso que estava.

- Sempre foi uma vergonha e continua sendo uma vergonha! O que foi que fiz de errado para ter uma filha que só me traz desgosto?

Hinata se desmanchou em lágrimas, mas respondeu:

- Naruto pode ter sido ruim para mim em uma época da minha vida, mas você foi péssimo a vida inteira! - Ela gritou a mágoa falando mais alto.

- Ora, sua...! - Mas foi interrompido por batidas na porta.

- Hiashi-sama, desculpe a intromissão, o Hokage-sama deseja vê-lo - o criado informou.

Uma expressão macabra passou no rosto de Hiashi.

- Diga a ele que me espere no pátio.

- Hai - o criado disse e se retirou.

- O que o senhor pensa que vai fazer??? - Hinata indagou, aflita.

- O que é melhor para você - dizendo isto, moveu-se tão rápido que não deu tempo de ambas as filhas reagirem. Saiu pela porta e a trancou em seguida.

Perplexas, Hinata e Hanabi batiam na porta para que abrisse.

- Nem adianta tentar quebrar a porta. Minha sala é o canto mais protegido desta casa - avisou. – E outra, deixei guardas de olho em vocês.

Hanabi gritou de frustração. Hinata começou a soluçar em desespero.

- Nee-sama, não fique assim. Vamos arranjar um jeito de sair daqui.

- Seu rosto, Hanabi! - Hinata choramingou passando delicadamente os dedos frios na bochecha da irmã que tinha a marca da mão do pai. - Não era para ter feito isso.

- Não deixaria que ele encostasse um dedo em você. Ainda mais grávida.

***

No pátio que mais parecia uma praça central, Naruto aguardava Hiashi conforme as instruções. Enquanto o fazia não pôde deixar de notar os olhares tortos que recebia. Há tempos não era alvo de olhares como aquele, mas os recentes boatos não andavam colaborando para sua vida ser mais fácil.

- Uzumaki Naruto - uma voz rude o chamou atenção. - O que quer aqui?

- Hiashi-sama, vim conversar com o senhor. Acredito que já deva saber o motivo.

- Se veio obter minha resposta, é não.

Naruto sorriu de lado aceitando o desafio. Deu um passo à frente.

- Nem um passo a mais e te mato - disse a voz, séria.

Os demais Hyuuga começaram a se ajuntar em círculo. Naruto olhou ao redor em alerta. Estava em uma armadilha?

- Como ousa vir a minha casa me insultar? A mim e minha família?

- Creio que não entendi, Hiashi-sama. Vim aqui com boa intenção.

- Você desonrou minha filha! Logo, fez o mesmo comigo e com minha família.  Como ousa colocar a herdeira de um dos clãs mais fortes e tradicionais de Konoha na boca do povo?

Naruto ouviu o burburinho se levantar à sua volta.

- E agora vem aqui dizer que está por um bom motivo?

- Vim pedir a mão de sua filha Hinata em casamento - resolveu ser direto para ver se assim acalmava aquele homem.

Hiashi riu sem humor.

- Nunca.

Naruto que até então mantinha a face polida, adquiriu a expressão séria.

- Eu posso saber porque não quer nos dar sua benção?

- Você não é bom para ela - disse feroz.

Naruto abaixou a cabeça em concordância humilde.

- Contra isso não tenho argumentos, mas saiba que me esforçarei todos os dias da minha vida para ser cada vez mais o homem que ela merece.

- Palavras, Uzumaki. Palavras. Essas coisas podem enganar a ingênua da minha filha, mas não a mim. Eu nunca vou esquecer - disse por fim, ativando o Byakugan. - Saia daqui ou morra.

- Não sairei daqui até obter sua bênção.

- Pois que assim seja. Sua sentença de morte acaba de ser decretada.


Notas Finais


Eeeeeeeeeiiiiitaaaaa pooooooorraaaa!
São muitas emoções!
COMENTEM! ;*

*Para quem não sabe o clã Nara (do Shikamaru) significa veado, além do que a família dele é responsável por essa parte da Floresta onde os veados habitam. Sasuke fez uma alusão a isso ao xingá-lo. Nada tem a ver com orientação sexual.


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