Parte 1
Aqueles olhos azuis intensos me perseguiam. Eram como brasa, queimavam-me. Aquecia-me a alma. E me deixava completamente louca.
Como eu, uma mulher madura e experiente, poderia sentir essas coisas por um garoto? Deus! Ele é amigo de meu filho. Mas era mais forte que eu. Sua voz rouca e sensual, olhos azuis vivos, sorriso torto de tirar o fôlego, isso sem contar de seu corpo que parece ter sido esculpido. A junção de tudo isso me aflorava, me instigava. Mas ele não tem nada de garoto, parece um homem feito. Jay. Seu nome ronda meus pensamentos, roubando minha sanidade, levando-me a beira da loucura. O quanto eu o desejo, eu o quero. Seu corpo colado ao meu, nosso suor se misturando, gemidos ecoando de nossas bocas. Eu precisava tê-lo, nem que seja apenas uma vez.
Eu sei que ele também me deseja. Eu vejo como ele me olha. E eu o teria. Daria a ele o que ele também anseia.
Ou não me chamo Anna Sykes.
(...)
—Bom dia, mãe. – Nathan disse, passando por mim dando-me um beijo na testa e sentando-se em sua cadeira de costume.
—Bom dia, querido. Dormiu bem?
—Sim. – respondeu se servindo. – O Jay virá aqui esta noite, tudo bem?
—Claro, Nath. Sem problemas.
—Ok. Então vou indo. Vemo-nos mais tarde. – levantou-se, deu-me um beijo e saiu para o colégio.
Fiquei um tempo sentada pensando sobre o que ele disse, sobre Jay vir em casa hoje. Ótimo. Mal posso esperar. Por fim peguei minha bolsa e saí para o trabalho.
Eu sendo mãe solteira precisei me virar para criar Nathan sozinha. Por sorte meus pais ainda me ajudaram como puderam, e enquanto estiveram vivos. Consegui terminar os estudos e abri minha própria empresa. Não é muito grande, mas é alguma coisa, com ela sustento a mim, meu filho e podemos ter uma vida relaxada.
Tive Nathan muito nova, aos dezesseis anos. O pai – Max – sumiu no mundo, mas em momento algum quis abortar, eu já o amava. Ele era parte de mim. Hoje tendo trinta e dois anos me considero uma mulher bem sucedida. Consegui o que eu queria. Sempre fui forte e determinada. Nunca escondi de Nathan sobre seu pai, ele sabe toda a história e optou por ficar ao meu lado, não se preocupando com o fato de não ter um pai. Eu sempre consegui suprir essa ausência. E hoje sou muito orgulhosa de tê-lo como filho. É um ótimo garoto, não me dá trabalho algum, não anda com más companhias e tira boas notas.
Há alguns meses Jay McGuiness se mudou para a nossa rua, se tornando logo de cara amigo de Nathan. Apesar dos seis anos de diferença de idade entre eles, sempre se deram bem. E desde então, Jay vem sendo minha insanidade. Sou uma mulher madura, tenho meus encontros casuais. Mas depois de conhecê-lo não consigo tirá-lo da cabeça. Eu o vejo em todos os caras com quem eu saio. Isso está me enlouquecendo aos poucos.
Então resolvi dar um basta nisso hoje.
(...)
—Boa noite Sra. Sykes. – Jay disse ao passar pela porta de casa.
—Boa noite Sr McGuiness. – devolvi no mesmo tom. – Já disse para me chamar de Anna. Não sou tão velha assim.
—Desculpe. Então me chame de Jay.
—Claro.
— E a propósito, não te acho velha. – disse fitando-me intensamente. – Está bem melhor que muitas garotinhas por aí.
—Obrigada Jay.
Ficamos nos olhando nos olhos por um tempo que pareceu uma eternidade.
—Jay. Que bom que chegou. – Nathan falou descendo a escada, nos tirando daquele transe.
—Acabei de chegar. – Jay o olhou. – Estava cumprimentando sua mãe.
—Ok. Mãe estaremos em meu quarto. Jay me ajudará em um trabalho, ok?
—Tudo bem. Vocês querem algo para comerem? – perguntei.
—Eu já jantei. Então por mim não precisa. – Jay disse.
—Por mim também não. – Nathan falou. – Qualquer coisa em venho até a cozinha e procuro algo.
—Ok. Estarei em meu quarto.
Dei lhes as costas e subi para meu quarto. Tomei um banho demorado, e ao sair escolhi um lingerie para vestir e coloquei um robe de seda por cima. Mais ou menos uma hora depois escutei batidas em minha porta. Ao abri-la me deparei com Jay em pé, olhando-me dos pés a cabeça.
—Jay? Aconteceu alguma coisa? – perguntei.
—Hum, sim. O Nathan teve que sair, parece que Ariana está passando mal, e o chamou. Eu disse para ele ir que eu te avisava. Tudo bem? – falou.
—Sim. Ele disse a que horas volta?
—Ele disse que irá passar a noite com ela.
—Humm, ok. E você, o que fará agora?
—Vou para minha casa. – respondeu sem tirar os olhos de mim.
—Está cedo, fique mais um pouco. – pedi. – Podemos fazer algo.
—É? Tipo o que? – indagou.
—Tipo isso.
(...)
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