-Ariana-
Vênus era com a maior certeza a garota que iria foder meu coração. E isso me assustava tanto, que é impossível descrever.
Eu sempre a queria mais, como jamais quis qualquer pessoa. Eu a queria comigo, apenas comigo.
Eu me sentia mal, e ela percebia isso, mas eu jamais falaria que me sentia mal por a querer.
Era uma obsessão doentia, eu a queria em todo lugar, em todo momento e de todas as maneiras.
Eu me importava.
Me importava se ela estava bem ou mal, me importava se ela não ficasse comigo, e o pior, eu temia que não a tivesse mais. Temia que me deixasse, porque eu jamais havia me entregado a alguém de tal forma.
Eu estava em aula, mas só pensava em quando o sinal batesse para que eu pudesse tê-la de novo.
Ela estava sentada com Arthemis e Benjamin me observava, então arqueei uma sobrancelha como um sinal de “Que foi?”, então ele levantou e sentou na cadeira vaga que tinha ao meu lado.
-Posso falar contigo?
-Claro. –Digo tentando não parecer nervosa.
-Vênus terminou comigo.
-Eu fiquei sabendo... Lamento.
-Eu queria saber se você sabe de alguém que esteve com ela.
-Ta suspeitando de que ela gosta de outra pessoa?
-Sim. Não tem outro motivo para isso... –Então nesse momento Vênus aparece ali.
-Não tem outro motivo pra que? –Ela pergunta encarando Benjamin.
-Nada...
-Ben, eu já disse. Eu amo você, mas preciso de tempo para respirar. –E ver ela falando daquela forma me deu uma certa dor no peito. Não por ela amar Benjamin, isso eu já sabia, mas porque, por um momento, pareceu que ela realmente voltaria com ele, e isso significaria que eu deixaria de tê-la.
-Eu não entendo, Vê. Você sempre disse que de mim não se cansava... Que eu te entendia, te dava espaço... Por que isso agora? Tem outro alguém não é?
-Olha, a gente ta em aula, para de encher o saco de quem não tem nada a ver. Na hora da saída a gente conversa.
-Estou atrapalhando os três aí? –Repreende o professor.
-Não, ta tudo ok.
-Pra fora.
-A gente já ta...
-Pra fora. Os três.
-Obrigado, Ben. –Dizemos eu e Vênus ao mesmo tempo, assim saindo da sala.
-Desculpa...
-Vou dar uma volta, vocês se resolvam. –Digo, mas na verdade me sentei perto. Não para bisbilhotar, apenas queria ver até onde Vênus sabia mentir.
-Ben, você é uma das pessoas mais especiais da minha vida, e sabe disso. Mas, eu não sei. Eu acho que levei a sério demais. Você é alguém essencial na minha vida, mas não alguém que eu me vejo passando a vida. Não é uma paixão, uma conexão. Apenas foi algo que aconteceu... E eu não quero me enganar. Preciso de alguém que me prenda, que tenha paixão. Eu preciso de um tempo, preciso pensar, pra que eu não me engane. E não chora. –Ela diz e quando espio vejo ela abraçando Benjamin. –Eu amo você, ok?
-Ok. –Ele diz e então decido sair dali.
-ARI!? –Grita uma menina de cabelos cor de rosa.
-Eu? –Pergunto sem reconhecer.
-Sou eu! Alice! –Puta que pariu, penso.
-An... Conheço você? –Pergunto fingindo não lembrar.
-Eu gostava de você a uns anos atrás. Não imaginava te encontrar de novo! A quanto tempo estuda aqui ? E o Benjamin?
-An... Comecei nesse semestre. Ben também estuda aqui.
-Que legal! E você namora?
-Na verdade não...
-A gente podia sair um dia desses né?
-Não estou interessada, Alice. Fala com o Benjamin.
-Eu sou lésbica, nem rola.
-Hum... –Digo. –Tenho que voltar pra aula...
-Ok. A gente se vê! –Ela diz e sai andando. Droga. Então volto até a sala e sento do lado de fora, esperando Vênus.
-Oi... –Ela diz assim que chega.
-Oi. –Digo sorrindo.
-Desculpa deixar você sozinha aí.
-Relaxa. Se resolveram?
-Acho que sim...
-Que bom.
-Aconteceu algo? Você ta quieta demais...
-Lembra a tal garota que formou a treta entre eu e Benjamin?
-Sei.
-Ela ta aqui.
-Ah. E aí?
-Ela me chamou pra sair, mas recusei.
-Hum...
-Mas relaxa, não curto ela.
-Tudo bem. Você ta afim de entrar na aula?
-Nem um pouco. E você?
-Também não.
-Vamos vazar.
-Vamos. –Ela diz e então saímos e pulamos o muro do estacionamento. –Pra onde?
-Cinema?
-Pode ser. –Então Vênus me surpreende e pega minha mão, entrelaçando seus dedos nos meus. Ela fodia a minha cabeça com a mesma facilidade que fodia meu corpo. E isso era aterrorizante. Ela me tinha, e eu não gostava disso. Mas estar com ela me fazia perder totalmente a cabeça e a noção, me deixando levar.
I've got a tight grip on reality
But I can't
Let go of what's in front of me here
I know you're leaving
In the morning, when you wake up
Leave me with some kind of proof it`s not a dream
You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception
And I'm on my way to believing
Oh, And I'm on my way to believing
(Eu tenho uma forte noção de realidade
Mas eu não consigo
Deixar o que está na minha frente
Eu sei que você está partindo
Quando você acordar de manhã
Me deixe uma prova de que não é um sonho
Você é a única exceção
Você é a única exceção
Você é a única exceção
E eu estou a caminho de acreditar
Oh, e eu estou a caminho de acreditar)
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