História Inevitável - Dois

-Narrador-
 

Parecia apenas mais uma tarde normal para todos, porém para Vênus era mais longa do que de costume. Ela ansiava por algo, e nem sabia ao certo pelo que. Algo formigava na sua barriga, e ela desejava muito que fosse fome.
Estava deitada, admirando o teto de seu quarto cheio de pequenas estrelinhas, em uma pintura que ela mesma havia feito (Com muito esforço) de uma nebulosa.
Vênus amava decorações, seu quarto era cheio de coisas que ela mesma havia feito (Também tinha certo afeto pelo artesanato), luminárias de garrafas, varal de fotos, porta bijuterias, e várias outras coisas das quais sua mãe sempre elogiava, ao contrário de algumas que iriam optar por dizer que é lixo.
Ela agora se pegou observando uma foto dela com Benjamin em seu mural, talvez fosse dele que ela precisasse, que sentisse falta, mesmo que aquilo nunca houvesse acontecido, ela optou por ligar para ele e chamá-lo pra ir a um café.
-Oi amor! –Ele fala com felicidade do outro lado da linha.
-Café?
-Aconteceu algo?

-Estou com saudade.
-Saudades? A gente se viu de manhã, meu bem!- Ele ri. –Mas tudo bem, eu vou. Cinco minutos?
-Dez minutos. E obrigada! Você é o melhor.
-Eu sei, eu sei.
-E mais convencido também. –Ela ri. –Até lá, beijo.
-Beijo, linda.
Então o vazio ocupa o espaço, e Vênus toma uma ducha rápida, coloca a roupa que está mais fácil no guarda-roupas, que modela seu corpo magro, e exagera um pouco nas bijuterias, coisa que ela ama. Então sai, e mesmo com o rosto “lavado”, continua absurdamente linda.
Em dois minutos ela chega ao café, e vê Bem esperando por ela.
-Oi linda! – Ele diz plantando um beijo em seus lábios, e ela o abraça.
-Oi gato.
-E aí, tem algo pra contar ou era só saudade mesmo?

-Nossa! Ta desconfiando dos meus sentimentos? Não posso sentir saudade não é?
-Pode meu amor, claro que pode. –Ele ri do drama da menina. –Apenas estranhei.
-Rum.-Benjamin ri, e então prossegue.
-Vai querer o que?
-Olha, eu queria mesmo um lanche bem grande, mas vim no café porque era mais perto. Então vou pedir um lanche quatro queijos e um cappuccino.
-Ok... Vou pedir um brownie, e um café.
-Beleza.
-Vou lá, já volto.
-Tudo bem.
Então, no momento que o garoto sai, Ariana e Louise entram no café, e o coração de Vênus para por um momento, principalmente quando Ariana olha para ela e pisca, depois passa reto, abraçada com Louise, e se senta do outro lado do café.
Benjamin aparece logo em seguida com os pedidos, e senta na frente da namorada.
-Voltei. –Ele diz, trazendo-a de volta a realidade.
-Aí meu deus, como eu to com vontade de comer essa porra.
-Meu deus! –Ele ri. –Ta com fome mesmo ein.
-Estou com muita fome! –A garota diz, já atacando o sanduíche. Vênus nunca foi uma garota “fresca” como muitos chamam. Ela não se importava em falar tudo certinho, ou ser delicada para comer. Ela era ela, apenas. Sem fingir. E isso é o que mais atraía pessoas a ela. Bem foi um dos que mais se encantou com ela, ele sabia de seus pontos fracos, e de como ela nunca mostrava eles a ninguém. Sabia quando ela não estava bem, mesmo que ela não assumisse, e sabia consolá-la, mesmo sem saber do que se tratava. Conhecia todos os lados da garota, e amava cada um deles.
-Ariana está aqui. Não tinha visto ela. Se importa se eu chamar ela pra sentar com a gente?-Vênus engoliu a comida que mastigava na hora, olhando para o namorado.
-An.. Pode ser...
-Beleza, vou lá chamar. –Então assim foi feito, Ariana e Louise logo estavam ali, sentadas de um lado da mesa, enquanto Bem se juntou ao lado de Vênus.
-Oi pessoas! –Cumprimenta Louise.
-Olá. – Vênus sorri, e continua a comer seu lanche.
-Devíamos nos falar mais vezes né Ari? –Vênus estranha o que o namorado dizia, já que pelo que a garota lhe dissera, eles haviam tido um mal entendido.
-Hum... Sim, devíamos sim. Podíamos sair juntos.
-Concordo.- comenta Louise.
-Verdade.- Diz Vênus apenas para participar da conversa. Ficaram quase a tarde toda ali, conversando, rindo, e logo Louise e Ariana tiveram de ir embora, Vênus acreditava que Ariana queria se resolver naquele mesmo dia e por isso foram cedo.
-Amor, vamos também?
-Tudo bem, já é tarde, preciso mesmo voltar.
-Oito  horas já!
-Pois é. Vamos então.
-Te deixo em casa. –Ben diz plantando um beijo na testa da menina.
-Okay. Obrigada.-Ele sorri e eles seguem seu caminho de mãos dadas.