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História Inexplicável - Fuga


Escrita por: Kiria_Kim

Capítulo 2 - Fuga


Fanfic / Fanfiction Inexplicável - Fuga

Eram duas da manhã, Morgana estava com seu carro entulhado com suas coisas, ela tentava segurar o choro e o desespero, a noite era calma e vazia, na estrada por onde seguia não havia indícios de vida ou movimentos, apenas seu carro na pista, mais nada.

       Morgana fugia desesperadamente do seu passado, tentava se manter viva, tentava recomeçar em um lugar onde ninguém a conhecesse, onde ela poderia escrever uma nova história.

       Seu carro carregava suas roupas, sapatos, livros e cadernos da faculdade, documentos pessoais, seu notebook e um televisor pequeno, isso representava sua vida, era tudo que ela tinha, seu celular, ela o desmontou e colocou no chão, bem no rumo da roda do carro e sem dó passou por cima dele, o destruindo completamente.

       Sua avó tinha uma irmã caçula, D. Zizinha que morava em outro estado, Meg estava em busca de um apoio, então sua tia ofereceu abrigo, ela não tinha alternativa, então aceitou o convite da tia, saindo de sua cidade natal que sempre acolhera para se mudar para um estado diferente, onde via uma oportunidade e esperança de finalmente de reestruturar novamente.

       Morgana estava viajando a mais de duas horas, a cada quilometro que se afastava de sua cidade, o medo diminuía, o desespero se transformava em esperança de recomeçar, até que numa curva da estrada, ela se deparou com uma cena forte, um carro todo amassado virado com as rodas para cima.

       O acidente deve ter acontecido a pouco, pois não havia sinal de nenhum socorro de aproximando do local, nenhum barulho, nada, total silêncio.

       Alguma coisa a chamava para aquele acidente, como um imã chamando seu polo oposto, ela parou o carro logo a frente, pegou a lanterna que mantinha no porta luvas, desceu dele e correu até onde estava o carro virado, olhou dentro a procura da vítima, não viu ninguém, fez uma busca ao redor, chamando alto para o acidentado ouvir.

       - Ei você, se está próximo dê um sinal, por favor.

       Mas ela não ouviu nada, continuou andando ao redor do carro, até que a sua esquerda ela visualizou algo, parecia um corpo próximo ao barranco, correu até a pessoa, era um homem virado de costas, nesse momento ela congelou, chegar perto de algum homem nesse momento, mesmo que ele estivesse inconsciente a deixava mal, mas os valores que sua avó a ensinou e sua bondade falaram mais alto, ela sabia que era perigoso mexer na vítima, mas seria pior se ele precisasse de socorro e ela não fizesse nada.

       Meg virou o homem para frente, ficando com a barriga para cima, então ela fez uma busca por algum sinal de vida, sentiu que ele estava com dificuldades de respirar e seus batimentos cardíacos estavam baixos, nesse momento seu aprendizado na faculdade lhe permitia reconhecer algumas situações, ela apalpou os bolsos do homem em busca de um celular, por sorte encontrou um, verificou se estava funcionando, então ligou para a emergência passando a localização exata do acidente.

       Mas segundo seu aprendizado ele não conseguiria aguentar até os bombeiros chegarem, seu estado era crítico, dividida mais uma vez, ela então tomou a decisão que seu coração mandou.

       Voltou para seu carro e pegou uma caneta, um canivete, uma toalha, passando pelo carro do homem, viu que havia uma garrafa de whisky pela metade, pegou-a também.

       Meg tirou a carga da caneta e esterilizou com o whisky, derramou o mesmo na lâmina do canivete e no pescoço do homem, então com muito cuidado ela fez uma pequena incisão no pescoço do homem até a traqueia, depois encaixou no buraquinho a cânula da caneta, levou uns instantes e o peito do homem de inflou de ar, Morgana havia feito uma traqueostomia de emergência, eram necessários cuidados médicos adequados para manter o homem vivo.

       Logo após a intervenção de Meg, o homem acordou, ele estava muito grogue, seu corpo dolorido, mas ao abrir os olhos ele viu uma mulher em forma de anjo ao seu lado, a luz do farol do carro estava bem atrás dela, formando um manto de luz em toda sua volta, seus cabelos eram castanhos e os olhos de uma cor muito diferente, ele nunca havia visto olhos como aquele e sua voz, era como se um anjo estivesse cantando para ele.

       - Oi que bom que acordou, você sofreu um acidente, chamei a ambulância está a caminho, tente ficar acordado.

       O homem não podia falar, mas olhou para aquela mulher tentando gravar o todos os detalhes de seu rosto, ele pegou sua mão e apertou firme, havia um silêncio constrangedor entre eles, que foi quebrado pela sirene da ambulância, então Meg tentou levantar, mas o homem a segurou com força, mesmo assim ela levantou e saiu correndo para seu carro, na fuga perdeu a pulseira com seu nome gravado que sua avó havia presenteado, a mesma ficou na mão do homem acidentado, onde ele a segurou com toda sua força.

       Meg entrou em seu carro, deu a partida, enquanto se afastava do local do acidente pelo retrovisor viu a ambulância encostar e socorrer o homem.

       Ao longo do caminho Morgana ficou pensando no acontecimento inesperado, pensou também que nunca havia visto homem mais bonito em sua vida e seus olhos eram tão negros que parecia uma noite sem estrelas, nesse momento ela percebeu que em seu pulso não havia a pulseira, se entristeceu, mas não podia voltar ao local, não correria o risco de alguém vê-la ou identifica-la, então seguiu viagem afinal chegaria ao seu destino em mais ou menos uma hora.

       Quando os paramédicos desceram da ambulância, depararam com uma cena inusitada, um homem deitado no barranco com uma toalha em sua cabeça cobrindo um ferimento grave e um tubo de caneta no pescoço, ele estava meio grogue, um estado que variava entre consciente e inconsciente, não podia falar e estava respirando graças ao atendimento aplicado pela alma bondosa que o socorreu.

       Os policiais identificaram o homem acidentado como Lucius Barreto, 21 anos, estudante de medicina, as causas mais prováveis do acidente foi embriagueis, ele deu entrada no hospital com traumatismo torácico, onde teve insuficiência respiratória aguda por lesão da parede torácica, vias aéreas, diafragmas e pulmões, levado para cirurgia urgente, após seu restabelecimento, o médico lhe afirmou categoricamente que a boa alma que havia feito uma traqueostomia de emergência, o havia salvo sua vida, pois ele não teria como respirar e seus pulmões entrariam em colapso.

       Depois dessa afirmação categórica de seu médico, Lucius acalentou o desejo de conhecer aquele anjo que salvou sua vida, o detalhe de seu rosto estava gravado em sua mente e a pulseira que havia ficado em sua mão, mostrando a ele que Deus havia deixado uma pista, algo a que se apegar.



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