História Inexplicável - Confronto

Meg deixou ser levada por aquele homem estranho, as vezes ele olhava pelo retrovisor, verificando qualquer movimento suspeito dela, o carro percorreu um longo caminho, não estavam mais na cidade, parecia uma zona rural, ao longo ela avistou um galpão, com certeza Roger estaria lá, esperando ansioso para saciar sua sede de vingança.

       O homem sombrio desceu do carro e abriu a porta para ela, sem cuidado ele a puxou para fora do mesmo, com uma força desnecessária o homem a levou para dentro do galpão, embora o dia estava muito claro, o galpão era escuro, iluminado por velas, parecia o lugar de seus pesadelos, mas o que a assustou mesmo foi o que viu.

       Roger estava a sua frente sentado numa cadeira, quando ele pôs os olhos na garota, abriu um enorme sorriso, levantando e batendo palmas, veio ao seu encontro dizendo.

       - Ah que prazer revê-la minha querida, sentiu saudades minhas? Pois senti muito a sua!!!

       Nesse momento Roger a abraçou, Meg sentiu um cheiro muito forte de bebida e outra coisa muito ruim misturado com suor, sentiu-se enjoada com o cheiro do homem e o abraço abusivo dele.

       Morgana não reconhecia aquele homem, seu antigo namorado era bonito, corpo atletico, cabelo loiro bem cortado, sempre barbeado e muito cheiroso, mas aquele que a abraçava era um espectro de homem, tinha barba grande, fedorento, olhos vermelhos e arregalados, um sorriso doentio estampado no rosto, a única coisa que ela reconheceu nele foi o olhar, o mesmo olhar que a subjulgou, os mesmos olhos doentios que a espancou e quase a estuprou.

       Roger se afastou dela dizendo.

       - Achou que fugiria de mim para sempre? Ledo engano minha querida, estamos fadados a ficarmos juntos, você é minha e precisa de alguém que cuide de você adequadamente. Disse Roger com um sorriso malicioso nos lábios.

       Meg olhou por todo o galpão, tentando localizar sua amiga, tudo em vão, Bia não estava lá, nesse momento sua ficha caiu e ela percebeu que foi vitima de uma armadilha, mesmo assim questionou.

       - Quero falar com Bia! Onde ela está? O que você fez com ela?

       - Você acha realmente que eu sequestraria aquela sua “amiga” irritante e vadia!!! Você é tão previsível e ingênua, foi só jogar uma isca e você mordeu como uma boa garota, mas me admira muito você toda certinha e puritana amiga de uma vadia como aquela, seu “dotorzinho” não está cuidando de você como deveria. Roger disse a última frase com ironia e sarcasmo.

       - Você acha que não virão atrás de mim? Lucius irá me resgatar, ele me ama de verdade e não é como você um doente alucinado.

       Meg mal terminou de falar e Roger deu um tapa em seu rosto, fazendo-a virar bruscamente a cabeça, sua boca abriu um corte que começou a sangrar, Roger vendo o sangue escorrer ironizou.

       - Tá vendo amor o que você me obriga a fazer, você precisa de educação, disciplina, agora seja obediente e fique quietinha.

       Roger olhou para a porta do galpão e viu Boca parado, então disse.

       - Bom trabalho agora vá embora e cuide de tudo enquanto estou fora.

       Antes do comparsa ir embora ele ficou alguns segundos olhando para a moça assustada, isso só enfureceu Roger, num salto ele atacou o homem, segurando- o pelo colarinho dizendo.

       - Nunca mais ponha seus olhos sujos em minha garota, ela é minha você está entendendo? Agora saia daqui antes que eu arranque seus olhos com minhas próprias mãos.

Roger cuspia cada palavra com uma raiva assustadora, largou o homem empurrando-o para a porta, o mesmo saiu correndo, temendo pela própria vida.

Boca cresceu numa comunidade carente de São Paulo, foi muito maltratado na infância, não conheceu os pais, foi criado basicamente nas ruas, com drogas e prostitutas a sua volta, portanto conhecia de perto a maldade humana, cresceu e se tornou um grande traficante de drogas, algumas vezes lucrava prostituindo menores, até que um dia Roger apareceu e lhe fez uma proposta, seria seu gerente no trafico, ele trabalhou bem, descobriu falcatruas e desvio de dinheiro, ganhou a confiança de Boca, até que muito silencioso puxou o tapete do chefe, invertendo as posições, Roger se tornou o chefe impiedoso e Boca seu braço direito.

Ao longo da vida Boca nunca sentiu pena ou qualquer sentimento bom por outro ser, mas naquele momento sentiu muita dó da jovem, ele conhecia a busca desenfreada de Roger por ela, imaginava o quanto a pobre moça sofreria antes de finalmente encontrar seu fim.

Meg viu no fundo do galpão uma cama, com uma cadeira ao lado, ela teve uma impressão de dejavú, tudo estava como seu sonho, foi até a cama pegou uma toalha e pressionou a boca, parando o sangramento, sentou-se nela tentando acalmar suas pernas, pois estavam tremendo.

Roger ficou feliz em ver Morgana quieta, assustada e ferida, ele tinha um prazer mórbido e cruel, sua felicidade estava ligada a dor física e emocional de suas vítimas.

Muito calmo e tranquilo, ele se aproximou da cama, Meg sentiu um frio na barriga, os olhos dele denunciavam suas intensões, ela estava indefesa, não haveria como se defender dele, Meg até poderia lutar mas seria facilmente derrotada por ele, então para acabar com aquele sofrimento não manifestou nenhuma reação, apenas se submeteu ao seu castigo.

Roger amarrou os membros de Meg nas laterais da cama, depois colocou um pano em sua boca, evitando gritos ou mordidas, bem que ele acreditava que a segunda opção não existiria, pois ela não era do tipo que se defendia.

Vendo Morgana completamente amarrada e indefesa, isso o excitou de uma forma louca, num impulso rasgou o vestido que ela usava, Meg tentava se debater, tentava se soltar, prevendo o que iria acontecer, tentava não se desesperar, não daria aquele homem cruel esse prazer.

Roger contemplou o corpo da ex- namorada, ela estava diferente, mais madura, com curvas mais acentuadas, na cabeça doentia dele, ela estava muito gostosa.

Ele passava as mãos pelo corpo da jovem, ela chorava, completamente enojada da situação, Roger se deliciava com as circuntancias e com o sofrimento dela, rapidamente ele se livrou das roupas, tirou o pano da boca de Meg, seus olhos eram  assustadores, deitou em cima dela, aproximando sua boca da dela, com o toque nojento dele, Meg resistiu ao beijo.

Roger tentou abrir a boca dela, Meg se encheu de coragem e mordeu profundamente seu lábio inferior fazendo um enorme buraco, jorrando muito sangue, surpreendido com a atitude inesperada da moça, Roger enfureceu.

Passando a mão na boca e vendo o sangue, ele perdeu a cabeça, sentou em cima dela e começou a desferir muitos tapas em seu rosto, cuspindo palavras ofensivas,sangue e saliva, ele parecia um animal com muito ódio.

Desamarrou os membros dela, a levantou pelos cabelos, sem cuidado arrastou-a pelo chão, desferindo palavras ofensivas a ela, Meg chorava calada sentindo muita dor, seu corpo estava esfolado e seu rosto sangrava.

Roger a deixou sentada no chão, posicionou-se ao seu lado, passou as pontas do dedo no seu rosto, para ele era uma demostração de carinho, para ela um ato nojento e assustador, ela olhou para ele com medo, então Roger disse.

- Eu não sou como seu namoradinho bundão que deixa você fazer o que quiser, se você não me obedecer será pior, tenho que reconhecer sua coragem, mas que seja a última vez que me desafia, não tolero desobediência, você sabe disso.

Roger terminou de dizer e tentou dar um beijo no rosto da moça, ela virou o rosto, se esquivando do beijo, isso foi capaz de enfurece-lo outra vez.

Num salto Roger se pôs de pé, sua ira não tinha limites, esqueceu-se completamente do ato sexual forçado que planejava, sua raiva era tamanha que ele só pensava em faze-la sofrer, desferiu chutes por todo corpo de Meg, dizendo que ela iria escolher ele ou a morte, que nunca veria Lucius outra vez, que ele foi muito generoso pois seria muito facil matar seu namoradinho.

Quando Roger parou o ataque, Meg se encolheu em posição fetal, seu corpo estava destroçado, sentia dor por todo ele, se ajeitou e viu uma escuridão se apossar de sua mente, abraçou ela e deixou-se levar pela inconsciência.