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História Inexplicável - Recomeço


Escrita por: Kiria_Kim

Capítulo 3 - Recomeço


Fanfic / Fanfiction Inexplicável - Recomeço

                  Seis anos depois......

       Morgana estava em sua corrida matinal diária pelo parque do Ibirapuera, era seu momento preferido de todo o dia, onde seus pensamentos ganhavam asas ou apenas relembrava o passado, pôde parecer autodestrutivo, mas Meg não conseguia esquecer o que lhe aconteceu...como um imã seus pensamentos passeavam pela noite em que resgatou aquele homem, sempre se perguntando, será que ele sobreviveu? Teria ela realmente salvo sua vida? Quem ele era? Se sobreviveu como estaria hoje?

       Por mais estranho que pareça essas perguntas e muitas outras rondavam sua cabeça; e aquele rosto, jamais conhecerá homem mais lindo em sua vida…quando lembrava nele algo a acalmava, seu coração se enchia de felicidade, esse sentimento era um paradoxo para Meg, afinal ela não se envolvia romanticamente com alguém há anos.

       Não que ela sentia medo dos homens, essa barreira ela conseguiu transpassar, depois de anos fazendo terapia ela aprendeu que nem todo homem significava uma ameaça, ela até tinha alguns amigos homens, mas envolvimento íntimo já era outra história, ela se reservava no direito de manter apenas amizade, assim mesmo com alguma cautela, nunca confiava plenamente em ninguém, jamais sentiu atração ou qualquer outro sentimento por alguém que não amizade.

       Morgana tinha um grupo muito seletos de amigos, poderia ser contado nos dedos de apenas uma mão, Beatriz era sua amiga mais “íntima” foi a primeira pessoa que Meg conheceu quando chegou na nova cidade.

       Sua chegada intempestiva na cidade grande deixou Meg muito perdida, Bia era vizinha de sua tia Zizinha, em São Caetano do Sul, assim que chegou na cidade, Bia a recebeu muito calorosamente, Meg muito desconfiada, apenas foi educada com ela, mas Bia não desistiu, tentou de todas as formas se aproximar de Meg, D. Zizinha aconselhou a sobrinha aceitar a amizade de Bia, afinal elas tinham a mesma idade e Bia era uma boa moça, poderia ser bom para Meg ter uma companhia, o primeiro emprego de Meg foi Bia quem arrumou, em uma padaria próximo da casa delas, depois como babá, por último como recepcionista num consultoria de dentista.

       Seis meses depois ela conseguiu uma vaga como técnica de radiologia, o Dr. Onofre dentista experiente, percebendo seu talento, quis ajuda-la, então a indicou para a suposta vaga de emprego, graças aos seus conhecimentos de anatomia, adquiridos em seu breve curso de enfermagem e seu talento nato, ela preencheu a vaga com satisfação.

       Graças a esse emprego ela mudou-se para São Paulo, alugou em pequeno apartamento, Bia mudou-se também para a capital paulista, morando no mesmo prédio de Meg, a essa altura a amizade das duas estava sólida, mas Meg ainda não havia contado toda sua história para a amiga.

       Dois anos depois ela voltou para a faculdade, sua vida se dividia entre emprego, faculdade e estágio, raramente saia para passear, rede sociais ela não tinha, na verdade ela evitava qualquer chance de se expor, tinha muito medo de Roger descobrir sua localização e se vingar, pois ela imaginava que se um dia ele a encontrasse, ele a mataria.

       Voltou para sua casa depois da corrida, tomou um bom banho e se preparou para ir a faculdade, naquele dia a rotina seria diferente, os formandos teriam várias palestras, uma delas era muito esperada por todos.

       O anfiteatro da faculdade estava começando a ficar lotado, pois teria três palestras, a mais esperada era de um jovem médico, ele era cardiologista, havia se formado há três anos e participava de uma equipe muito renomada na cidade, mas sua palestra seria uma alerta, algo relacionado ao seu passado.

       Meg e sua turma entraram no anfiteatro, sentaram-se no seus lugares reservados, logo todos os formandos estavam devidamente acomodados, então o reitor da faculdade apresentou os palestrantes, primeira palestra foi de Walter Pessoa infectologista, com o tema contaminação no ambiente hospitalar, a segunda palestra foi de Mariana Sobrinho psicóloga, com o tema como lidar com traumas e depressões de pacientes vítimas de violência doméstica,  essa palestra foi mais uma terapia ou ponto de vista para Morgana, afinal ela era uma vítima, ao longo dos anos tentou de todas as formas superar seu trauma, mas a terceira palestra reservava uma surpresa que ela jamais imaginaria.

       Com muito orgulho e alegria o reitor apresentou o terceiro palestrante.

       - É com muito orgulho que apresento para uma palestra muito especial o Dr. Lucius Barreto, com o tema medidas de emergência extremas em um resgate.

       O homem levantou de sua cadeira, ele era moreno, 1,90 m, cabelos pretos, olhos negros como a noite e uma barba pequena que desenhava seu rosto.

       Quando Lucius subiu ao palco, cumprimentou o reitor e virou para a frente da plateia, Meg quase teve um enfarto, o palestrante era o homem que ela salvará há alguns anos, ele era um médico, ele estava são e salvo, parte de seu coração estava feliz, mas parte dele estava aflito, ela tinha muito medo que ele a visse e reconhecesse.

       Lucius começou sua palestra.

       - Bom dia formandos, reitor e colegas presentes, é com imensa alegria que aceitei o convite para passar um pouco da minha experiência para vocês, minha palestra é sobre procedimentos de emergência em resgates inesperados, eu preciso começar pelo começo, então lá vai.

         Bem eu sempre tive um amigo, desde a infância o nome dele é Guga, nós estávamos juntos sempre, éramos inseparáveis, conforme crescíamos aprontávamos cada vez mais, éramos terríveis, na adolescência nós descobrimos o sexo oposto, então poderiam imaginar, éramos o terror!!! Mas o pior foi quando nos tornamos maiores, com dezoito anos, bebíamos, dirigíamos e namorávamos muito, pensávamos que a vida era só diversão, vocês podem estar se perguntando, mas você não fez medicina, como que com toda farra conseguiu passar no vestibular e estudar, então eu respondo. Me perdoem a falta de modéstia, mas eu tenho uma inteligência e memória privilegiadas, era só entender a matéria que ficava guardado em minha mente para sempre, mas continuando minha história, nossa farra durou até os vinte e um anos quando numa fatídica noite eu e Guga fomos nos “divertir” em uma boate, bebíamos muito, namoramos muito também, de madrugada peguei meu carro completamente embriagado, estava sozinho, peguei no sono e capotei meu carro várias vezes, no capotamento fui jogado para fora do mesmo, até ai uma história como milhares que escutamos todos os dias, o meu diferencial foi uma alma caridosa passava pelo acidente, mesmo contrariando todos alertas ela me virou pra frente, verificou meus sinais vitais e constatou um baixo batimento cardíaco, então realizou uma traqueostomia de emergência em mim, depois chamou os bombeiros, aquele ato salvou minha vida, posso dizer com muita propriedade que se não fosse essa intercessão eu não resistiria e viesse a óbito. Minha palestra é para mostrar para todos que mesmo contrariando a lógica, os alertas, sigam seus instintos, pois eles podem ser em divisor de águas entre o certo ou o errado, passei muito tempo fazendo milhares de perguntas a meus professores sobre meu caso e todos foram categóricos em afirmar que aquela pessoa havia salvado minha vida e que mesmo correndo o risco de mexer com um acidentado ela preferia isso a me ver morrer. Bom para finalizar após o acidente passei um tempo me recuperando, aprendi a dar valor a vida, afinal eu estudava para salva-las e por ironia, coloquei a minha em risco. Moral da história preservem o bem mais precioso que temos nossa vida e se deparar com um caso inesperado sigam seus instintos, ele fará com siga o melhor caminho. 

         Terminado a palestra começou uma sabatina de perguntas ao Dr. Lucius, entre várias com o mesmo teor, uma chamou sua atenção, uma aluna no fim da quinta fileira levantou e fez a seguinte pergunta.

       - Dr. Lucius o senhor citou muito a palavra ela, seu salvador era uma mulher? Mas uma pergunta como ela mexeu com no seu corpo, se houvesse lesão na coluna e tivesse ficado paralítico hoje o senhor teria o mesmo pensamento ou até a mesma gratidão?

       - Eu acredito que minha salvadora seja uma mulher, pelas suas feições e biótipo me levam a crer que sim, digo mais ela tinha um conhecimento em cuidados médico, pois seu procedimento foi impecável e preciso, quanto sua segunda pergunta, teria a mesma gratidão, pois a vida é um bem maior independente das circunstancias, sim tenho uma dívida eterna com essa mulher.

       Após o término da palestra, houve um coquetel para a diretoria da faculdade e os palestrantes, afinal havia uma parceria entre a faculdade e o hospital onde trabalhava os médicos, essa parceria além de ser extremamente lucrativa tanto no ponto de vista financeiro como também no acadêmico.

       Lucius se dirigia para o estacionamento, quando a sua esquerda ele avistou um grupo de garotas, ele reconheceu a garota que fez a pergunta a ele, mas ao seu lado havia uma garota muito bonita, ele não conseguia parar de olhar para ela, algo naquela garota parecia familiar, mas uma olhada detalhada ele notou que nunca havia visto aquela garota.


Notas Finais


Boa noite pessoal, vocês já perceberão que estou postando as quartas e aos finais de semana, pois bem, essa semana vou postar um bônus especial na segunda-feira, ficará bem legal.....Beijos...Tchauzinho.....


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