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História Inferno - Inferno II


Escrita por: chagguk

Notas do Autor


Oi, oi. Então, escrevi essa breve explicaçãozinha de como vai ser o universo em que a fic de passa (sobre a dinâmica ABÔ), pra não ter nenhuma dúvida ocasional ao decorrer da mesma, já que a dinâmica varia de fic pra fic e quase sempre o autor muda algumas coisinhas, e alguns leitores ficam confusos.

Não deixei minha obra muito diferente da idéia original. Caro(a) leitor(a), se quiser pode pular isso, mas ficaria muito feliz e agradecida se lesse.



Enfim, nessa fic ainda tem o preconceito contra ômegas, os alfas continuam estando no topo da hierarquia (os maiores cargos de empregos tipo chefes de empresas, tem escolas separadas só para alfas *mas o alfa pode estudar em escolas normais para alfas betas e ômegas*, essas coisas), e os betas estão no meio termo, nem ruim demais nem bom demais. Os betas tem chance de ocupar um cargo alto também, mas é raro, e os ômegas nem sequer tem chance, por causa do preconceito.

Sobre o cio: Betas continuam não tendo ele, a não ser que tomem uma pílula especial. Tipo, nessa fic eu criei isso, que um beta ele sempre tem propensão a ser alta ou ômega mas não é nenhum dos dois, e tomar essa pilula ativa esse gene dele, e ele pode entrar no cio no papel de alfa ou ômega (mas isso só é revelado num exame de sangue.).

O cio acontece uma vez por mês durante uma semana.Os alfas, no cio, ficam irracionais, sejam eles estando no cio ou sentindo o cheiro de um outro ômega. Basicamente, a primeira coisa que eles querem é transar e se aliviar. Com qualquer um, pode ser até um estranho. A mesma coisa vale pros ômegas. Existem supressores em forma de injeção (pode dar só uma aplicação, causa efeito colaterais como febre e vômito) e os de pílulas (causam nada, mas tem que ser tomado uma vez por dia para dar efeito) que anulam o efeito do cio.

Sobre estar marcado , ou mordido: Continua sendo que só os alfas podem marcar os ômegas, e se um ômega é marcado ele não tem desejo de transar com mais ninguém só com o alfa que o marcou, mas o alfa continua transando com outros normalmente. É né, sistema meio injusto, mas preferi manter o original, é melhor para o seguimento da trama.

Por último: Só os alfas podem assumir tronos, ômegas reais tem apenas a opção de se casar com um alfa/beta (e ele não pode rejeitar se for casamento arranjado). Não existe isso de ABÔ com humanos.

Capítulo 3 - Inferno II


Aquela voz me era familiar. Familiar até demais.

— Hoseok, me larga!


KIM TAEHYUNG

Ele colou a boca no meu pescoço e ficou beijando e mordendo ali, com as presas roçando na minha veia. As duas mãos ficavam passeando pelo meu peito e abdômen, esbarrando propositalmente nos mamilos. Conti um gemido involuntário.

Mas antes que o vampiro fosse além nos toques, num movimento preciso, fiz minha cauda de tritão substituir as pernas e a acertei bem na cara dele. Passou a esfregar o lado da face acertada, me olhando com expressão de dor. Deixei um roxo enorme na bochecha, e duas cicatrizes pequenas na sombrancelha e do lado da boca. Bem feito.

— PORRA, ISSO DOEU!

— Você tem merda na cabeça menino?! - Me esgueirei para fora da água e voltei á forma humana novamente, o encarando.

— Eu é que te pergunto, tá querendo deslocar meu pescoço? - Disse com ar de indignação.

— Invadiu meu quarto e tentou me estuprar, queria que eu te recebesse com flores e sorriso?

— Mas a gente vai casar de qualquer jeito ué, só tava adiantando as coisas... - Desviou os olhos dos meus e fitou meu membro. — E não é como se você tivesse odiado. - Sorriu malicioso.

Só agora percebi que tava excitado. Filho da puta.

— Vai se ferrar , vaza daqui agora! - Peguei uma toalha com pressa e me cobri constrangido, o puxando pelo braço com brutalidade e saindo do banheiro.

— Um dia eu ainda como essa sua bunda branca. Só espera o dia do nosso casamento, amor. - Fez bico e fechou os olhos, fazendo menção de me beijar.

— Cala a boca! - Com raiva, o joguei no corredor, abrindo e fechando a porta com força demais. 

Caí sentado no chão, ainda com o membro ereto. Só consigo pensar em duas coisas: Não acredito que fiquei duro com o desgraçado me tocando, e sobre ele ter citado o tal casamento nosso.

Sim, de fato, isso é verdade. Nossos pais marcaram esse casamento arranjado antes de nós nascermos, mas antes de eu existir só vieram filhos alfas homens das duas famílias. Como eu sou o primeiro que veio ao mundo que pode dar a luz, fui obrigado a ficar com o primeiro da fila: Hoseok.

Mal fiz dezenove anos e ele já tem vinte e sete. Já até marcaram a data do casamento, vai ser daqui a dois meses. Minha mãe custou pra marcar isso, ela queria que fosse antes do baile estúpido do reino do fogo que ele dá a cada três anos, pra a gente chegar lá como um "casal".

Nesse meio tempo, vim pensando em como escapar do país, mas não dá. É praticamente impossível. Então decidi me divertir e curtir o máximo que der até o maldito dia, pegar o máximo de mulheres também conta. Mas esse ridículo fica me impedindo, igualzinho na festa anterior.

E ele teve a audácia de vir até meu quarto e fazer isso! Ele vai ver oque é bom. No dia da nossa "união", vou começar a fazer da vida dele um inferno, vai se arrepender de ter casado comigo.

Eu te odeio, seu vampiro fedido.
 
                                × × ×
KIM SEOKJIN

O palácio estava numa correria danada por causa do baile, inclusive eu. O rei posterior criou esse evento que ocorre a cada três anos para evitar uma possível guerra entre os reinos, manter os ânimos das relações políticos abaixados.

Todos os reinos são convidados. O baile é de máscaras, e dura madrugada afora.

Suspirei e recostei a cabeça na cadeira acolchoada. Minhas mãos doíam, mas finalmente assinei e revisei todos esses documentos, e mais cedo fiz duas reuniões seguidas com chefes de estados estrangeiros.

Bateram na porta do escritório.

— Entre.

Três servas apareceram, eufóricas. Eu as conhecia muito bem, foram as três que cuidaram e me acolheram quando ainda era criança. Leona, a irmã mais velha, e Giorgia e Hanna, as gêmeas morenas um ano mais velhas que eu.

— Jinnnnnn! - Gi chamou-me informalmente, da maneira em que estava acostumado. — Você não vai acreditar nisso!

— Um ômega baixo, com uma bunda enorme e cabelo todo cinza apareceu do nada querendo ver o rei, dizendo que era o marido dele! - Hanna falou de maneira exagerada, gesticulando. — Vai lá e acaba com ele, protege o seu homem!

— Isso, não deixa ele entrar não, arregaça ele! - Gio concordou.

— Vocês duas. Parem de envergonhar o menino. - A mais velha ditou, e as duas se aquietaram, com medo. — Desculpe pelo exagero delas, Jin. Essa pessoa está no salão principal, outros servos foram o atender, mas ele recusa e exige ver o rei de qualquer jeito.

— Não é nada não Leona, tudo bem. - Sorri com o jeito das duas de dizerem as coisas. — Enfim, vou indo. Obrigado por me avisarem.

As três sorriram também, e Gio me desejou um último "boa sorte." Elas eram as únicas que sabiam do meu amor secreto, e as únicas em que eu confiava para contar o segredo.

Saí do escritório e andei dentre os corredores, aflito. Namjoon estava no reino da água, aparentemente ocorreu algo e eles marcaram uma conferência urgente, solicitando a presença de todos os reinos. Espero saber ser informado logo dessa situação quando ele voltar.

Antes mesmo de me aproximar propriamente do salão, era audível a confusão formada ali.

— Eu quero ver ele agora! Não vão sair daqui até ver o imperador! 

— Senhor, se acalme, por favor. - Um servo tentou apaziguar, se aproximando dele.

— Seu escravo imundo, não chegue perto de mim! Odeio gente da sua raça! - Empurrou o coitado para longe, o fazendo bater as costas em cheio no chão. — Cadê o responsável disso aqui?

— O que está ocorrendo? - Apareci por detrás dele, chamando sua atenção.

— Ah, você. Eu lembro de você. É o pirralho humano do Nam. Acabou virando conselheiro dele, isto é o cúmulo do ridículo. Me deixe ver ele. - Pousou seu olhar em mim e falou com certo escárnio na voz.

O avaliei de relance. Cabelos acinzentados, a boca era cheia, o corpo com curvas típico de um ômega. Não conseguia identificar de que etnia ele era, e não me lembro de já ter o visto antes. Como ele sabia sobre meu passado?

— Porquê o rei pararia seus afazeres por uma coisa tão fútil como você? - Rebati.

— Como ousa falar assim comigo? 

— E quem seria você? Não permitimos mendigos no palácio. - Consegui o irritar ainda mais.

— Seu imbecil, sou Park Jimin, o esposo dele! Tenho todo o direito de vê-lo! Um humano tão detestável como você nem sequer deveria ocupar um cargo tão alto como esse. Ele deve ter enlouquecido ao resolver te colocar como conselheiro real. 

— Sinto muito, mas o rei está em viagem. E não me lembro dele ter nenhum marido bastardo. - Ignorei sua última fala, e o encarei com audácia no olhar. 

— Ótimo! Então ficarei aqui até ele voltar. Me providencie vestes e comida, não precisa me indicar o quarto de hóspedes, eu conheço este lugar como a palma da minha mão. - Se auto-convidou, virou de costas e foi embora, sumindo em um dos corredores.

Essa pessoa só podia estar delirando.

— Guardas! - Estava prestes a ir atrás do estranho, mas alguém segurou meu ombro, me impedindo.

Era Amélia, uma empregada antiga, trabalhava aqui antes de eu me instalar no palácio.

— Senhor conselheiro, ele tem razão...

— Como assim? 

— Ele realmente é o esposo do rei. 

Fiquei perplexo.

— Não...não pode ser. Ele nunca falou que é casado. Nunca ouvi falar dele.

— O senhor Park casou com ele décadas antes do senhor vir pra cá. - Suspirou cansada. — Nós achávamos que ele estava morto. Saiu para ir num evento no reino do ar e nunca mais voltou. Desde esse dia, Namjoon nos proibiu de sequer citar o nome dele.

Cobri minha boca, desacreditado. Não, não...

Então quer dizer que Namjoon já amou alguém na vida. E não sou eu. Ele é um ômega. Eles podem ter tido vários filhos biológicos, terem feito amor diversas vezes, sem ser uma simples transa sem amor, como é comigo e com os outros concubinos. Ele teve alguém para compartilhar de momentos felizes todos os dias, alguém para dizer eu te amo. E não sou eu.

Senti minha garganta doer.

Disparei em direção aos quartos dos subordinados, ao encontro das meninas. Abracei a primeira que vi, Leona, e comecei a chorar.

As outras duas também apareceram, e sem ninguém perguntar nada, me abraçaram.

Ficamos assim por um bom tempo, e conversamos um pouco. Quando prestei atenção era de noite, e não queria sair do lado delas. Dormi num colchão reserva que elas tinham, no piso gelado.

A madrugada seguiu, fria. Tão fria quanto a neve que caía lá fora.
 



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