História Infinity War - Romanogers Fanfic - Capítulo 39

T: Isso é algum tipo de piada?

N: Acredito que ninguém faria piada com algo do tipo, Tony. Nem mesmo você.

Tony, Natasha e Maria Hill conversavam no Centro de comando, uma hora depois da descoberta do caixão vazio de Clint Barton.

Laura desmaiou instantes depois de ver o caixão sem o corpo do marido, os filhos dela foram levados por Pepper para o quarto.

T: Como isso é possível? Quem tirou o corpo dele de lá?

H: É o que estamos tentando saber.

T: Não está nem no necrotério?

Natasha fez negativo com a cabeça.

T: Quem não estava no velório, mas que deveria estar?

N: Você?

Tony olhou para Natasha, irritado.

T: Eu estava pesquisando o sangue do seu queridinho capzumbi.

H: Quem pode garantir isso?

Tony agora se virou para Maria Hill, mais irritado ainda.

T: McCoy pode confirmar isso, assim como as câmeras do bunker...

H: Você mexe diretamente com isso, poderia ter alterado as imagens.

T: Mas o quê? Por que diabos eu tiraria o corpo dele de lá? Por que eu ficaria com o corpo dele? Vocês estão malucas?

N: Sabemos que não foi você, Tony.

H: Apenas teremos que entrevistar todos aqui, sem distinção.

T: Você não estava lá também.

H: Não. Eu estava aqui e eu também não teria o que fazer com o corpo de Clint.

T: Ainda mais que você nem gostava dele.

Hill estava de braços cruzados e olhou para Tony com a testa franzida.

H: Quem disse isso?

T: Não a vi triste um dia sequer. Você e Clint mal se falavam.

H: Não fale sobre o que não sabe.

N: Okay, gente. Vamos começar por quem não estava lá, mas que sabemos que devia estar por serem próximos de Clint.

T: Comece a lista.

N: Eu não lembro de todos, mas eu senti falta da Wanda, ela gostava muito do Clint. Não a vi mais depois de voltarmos dessa última missão.

T: Okay, essa é uma boa suspeita.

H: Muito provável que tenha sido ela, mas o que ela faria com o corpo dele?

N: É uma feiticeira, eu não tenho ideia.

T: De qualquer jeito, todos são suspeitos. Vamos ver as imagens da câmera de lá para analisar quem estava e quem não estava.

Tony ativou a tela e digitou o comando para aparecer as imagens da hora do velório. Depois de assistirem, Hill pegou um bloco de notas e escreveu o nome de quem não estava lá, mas deveria.

H: Thor, Wanda e Visão.

T: Visão? Interessante. Vou fazer uma chamada de vídeo para o quarto dele.

Tony discou no W.T., chamou, chamou e ninguém atendeu.

N: Tente a Wanda.

Tony discou para Wanda, também chamou, chamou e ninguém atendeu.

H: Nada?

Tony fez negativo com a cabeça.

H: Agente 22.

Um agente da SHIELD presente no centro de comando olhou para a diretora Hill.

H: Reúna Agente Simmons e Coulson, peçam para eles chamarem Thor, Wanda e Visão para um interrogatório. Quero equipes vasculhando todo o bunker até acharmos todos eles e chamem Laura Barton também.

Natasha e Tony olharam para Maria Hill, que viu a reação deles, mas preferiu ignorar.

H: Todo mundo é suspeito.

N: Ela estava lá.

H: Na hora do velório sim, mas poderia ter feito a troca antes.

N: Hill, você não pode colocá-la...

H: Eu colocarei outro agente mais “gentil” para interrogar ela, será como uma conversa, ela não perceberá nem que está sendo interrogada. Melhor assim?

Natasha ficou em silêncio, concordando com Maria Hill.

H: Eu acompanharei o interrogatório na ala E. Vocês vem comigo?

T: Na verdade, preciso voltar para o centro de pesquisas.

Natasha se lembrou de Steve e olhou para Tony.

N: Alguma novidade?

T: Tudo que posso dizer é que o organismo de Steve está lutando para se livrar do soro.

N: Isso é bom, certo?

T: Isso é ótimo. Acredito que podemos equilibrar o organismo dele com um coquetel de antibióticos para expulsar de vez as toxinas que o deixou assim.

N: Se você precisar de mais sangue...

T: Primeiro, vamos tentar com o que temos, colhemos uma boa quantidade e ele já está bem fraco para ficar sendo furado o tempo todo.

Natasha concordou com a cabeça.

T: Cho está esperançosa que iremos conseguir.

Natasha abaixou o olhar e fez positivo com a cabeça, como se estivesse perdendo as esperanças. Na verdade ela estava cansada de tudo. O mundo todo parecia pesar nas costas dela e ela não sabe exatamente como agir para ajudar a todos, especialmente quem ela ama.

Tony observou Natasha ficar pensativa.

T: Eu também acredito que ele vai sair dessa.

Tony tocou no braço de Natasha, o que fez ela olhar para ele.

H: Você vem, Natasha?

Natasha olhou para Hill e fez negativo com a cabeça.

N: Eu tenho que render a Juliana que ficou com as crianças pra mim.

H: Os manterei informado.

Hill fez positivo com a cabeça e saiu porta afora, assim como Tony e os agentes que ela tinha dado ordens.

Natasha saiu e foi em direção ao quarto dela, mas ao chegar lá não viu Juliana e nem as crianças. Natasha franziu a testa e se perguntou onde Juliana teria ido com James e Sara.

Natasha não precisou fazer nenhum esforço, ela logo pensou em Bucky, apesar de enfermaria não ser um local apropriado para crianças, ela achou mais provável de achar eles por lá.

...

B: Eu amei ver esse menino, ele está grande demais agora, mal cabe no meu colo... Não dá para acreditar que eu vi ele nascer.

Disse Bucky, que estava na maca da enfermaria com James sentado no colo dele.

A maca estava na posição de sentado para que ele não fizesse esforço.

B: Mas você não devia trazer crianças para cá, Juliana.

Ju: Eu sei, mas é que todos estavam no velório e você aqui sozinho. Eu não sabia se você estava triste e quis passar aqui.

B: Juliana?

Juliana estava com Sara nos braços, ao lado da maca de Bucky, mas ela só fitava o chão, ou o teto, ao conversar com ele.

Juliana olhou brevemente para Bucky e tornou a fitar o chão.

B: Juliana?

Juliana olhou para James e depois olhou para Bucky. Bucky a olhou e fez positivo com a cabeça.

B: Obrigado.

Ju: Pelo quê?

B: Por se importar comigo.

Juliana sorriu e abaixou a cabeça de novo.

Bucky pela primeira vez parou para analisar Juliana. De tanto que Natasha e Hill falaram na cabeça dele que ela tem interesse nele e que não é uma criança, ele resolveu parar para ver se ele estava com a visão errada sobre ela.

Juliana é uma moça simples, de cor branca pálida e corpo bem magro. Qualquer homem não olharia duas vezes para ela, se é que olharia uma vez, visto que ela é tão tímida que sempre passa despercebida pelos lugares.

Bucky sempre achou que ela deveria ter 14 ou 15 anos, porque não a olhava direito, mas agora ele percebe que apesar do corpo magro, ela tem uma silhueta de mulher definida, dava para notar pelo volume na altura da região dos seios, embaixo do uniforme de enfermeira que ela usava. Além disso, a pele dela é tão branca e delicada que parece pele de bebê, talvez isso fazia ele ver ela como uma criança.

O rosto dela está sempre com marcas vermelhas, apesar dela nem pegar sol, talvez seja apenas porque ela está sempre sem jeito. Qualquer tipo de esforço já resulta na pele dela ficar mais vermelha.

Bucky inclinou um pouco o rosto apenas para observar melhor o rosto de Juliana, era um rosto redondo, com um queixo pequeno e um pouco retraído, olhos azuis gigantes, com lábios discretos, mas ainda assim atraentes. A testa era maior do que deveria ser, mas analisando o conjunto todo, a testa dela é exatamente como deveria ser.

Sim, ela é bonita, ela é muito bonita, muito mesmo. Um homem que não olha para ela duas vezes, deve estar cego, como ele estava, mas qualquer um que preste atenção nos traços de boneca de Juliana, sabe que ela é extremamente bela.

Ju: Você...

Bucky só parou de analisar Juliana, quando ela soltou alguma palavra, o que fez ele se endireitar na maca e ficar sem jeito pela forma como a observava. Se antes ela estava um pouco vermelha, agora parecia um morango bem maduro de tão vermelha que está e para Bucky, isso só deixa ela mais bonita ainda.

B: Me desculpe.

Bucky se desculpou por ter olhado ela demais e ele se pergunta se ela tem alguma ideia da beleza que tem. Será que ela se vê como ele a via? Apenas uma menina que não chama atenção e que não é bonita, quer dizer... Não bonita como Natasha, que tem uma beleza muito óbvia e fácil de enxergar... Bucky fez negativo com a cabeça de leve, lamentando porque ela parece não ter nenhuma auto estima, por ser extremamente reservada.

Ela não usa nenhuma maquiagem, nenhum penteado extravagante, nem decotes, ela praticamente se esconde nos uniformes, tornando ainda mais difícil para que alguém descubra o quanto ela é bonita.

- Aí estão vocês.

Juliana e Bucky olharam para Natasha na porta do box de Bucky.

Ju: Natasha, eu só vim buscar uma coisa que tinha esquecido e trouxe eles comigo e aí eu pensei em deixar o James ver o Bucky...

J: Mamãe. Buck!

James apontou o dedo para Bucky.

B: Eu pedi a ela para ver ele...

N: Vocês não tem que mentir, está tudo bem. Não vejo problema em uma visita, só não pode virar um hábito, aqui não é um espaço ideal para crianças. Certo?

Natasha se aproximou da maca e olhou para Bucky.

N: James veio te visitar antes de mim, isso é vergonhoso. Eu não esqueci de você, mas...

B: Tudo bem, Natasha. Sei que tem passado por muita coisa.

Natasha deu um pequeno sorriso, grata por Bucky ser sempre tão compreensivo com ela.

N: Como está se sentindo?

B: Bem melhor. Espero receber alta ainda hoje...

Bucky disse de maneira divertida e encarando Juliana.

Ju: Amanhã de manhã, pelo que soube.

N: A sirene vai tocar anunciando o jantar, preciso dar um banho nas crianças antes, mas eu voltarei para te visitar.

B: Não se preocupe. Como foi o velório? Você está bem?

N: Alguém roubou o corpo de Clint Barton...

B: O que?

N: Estamos investigando para saber quem foi.

B: A esposa dele.

Bucky disse a primeira coisa que veio na cabeça dele.

N: Eu não acredito que tenha sido ela.

B: Desculpe, eu também não, mas é que parece ser o mais lógico, ela quem sofreu mais... Faria mais sentido.

N: Eu sei disso, mas temos bons suspeitos para isso e espero que realmente tenha sido essa pessoa.

B: Como assim?

N: Eu não sei do que ela é capaz, mas...

Natasha fez negativo com a cabeça, afastando da mente a ideia absurda que ela tem de que Wanda seria capaz de fazer algo por Clint Barton. Pessoas mortas não voltam. Ele está morto. Supere. Natasha disse a si mesma em pensamento.

N: Esquece, é apenas algo que andei pensando.

Natasha pegou James no colo.

N: Diz tchau para o tio Bucky, James.

J: Tchau, tchau.

James acenou com a mão. Bucky sorriu para ele e acenou de volta. Natasha beijou o rosto de James e o pôs no chão para poder pegar Sara do colo de Juliana.

Enquanto pegava Sara no colo, Natasha olhou para Juliana.

N: Como ela se comportou?

Ju: Ela estava ótima.

Natasha ergueu as sobrancelhas, surpresa.

Ju: Ela parece mais feliz agora. Brincou comigo o tempo todo, tomou uma mamadeira e dormiu.

N: Isso é bom. Acho que a introdução de novos alimentos a deixou mais forte e menos rabugenta.

Bucky observou Sara e Natasha.

B: E o pai dela?

N: Tony acredita que está perto de achar uma cura.

B: Mas ele está bem?

Natasha olhou para James e depois para Bucky.

N: Sim...

Bucky percebeu pelo jeito de Natasha que ela não quer falar de Steve na frente de James, ele apenas fez positivo com a cabeça, demonstrando que entende a falta de melhores informações.

N: Obrigada, Juliana. Te vejo depois, Barnes.

Natasha se despediu dos dois e saiu da enfermaria com Sara nos braços e James correndo em volta das pernas dela.

...

No final do dia, Hill informou que não encontrou no bunker, três pessoas: Wanda, Visão e Thor. Apesar de não fazer muito sentido o Thor estar desaparecido também, eles acharam que a explicação do sumiço dos três era a mesma... O sumiço do corpo de Clint Barton.

...

Na manhã seguinte, ainda bem cedo, Natasha estava dormindo em seu dormitório. Natasha dormia na cama, enquanto James e Sara estavam dormindo juntos no berço.

Sara foi a primeira a acordar, ela olhou para um lado e viu Natasha na cama, ela pensou em chorar para ter companhia de alguém, mas ao mover os bracinhos sentiu a presença de James, ela olhou para ele e sorriu.

Sara emitiu qualquer som ilegível, olhando para James, na esperança dele abrir os olhos e falar com ela, mas James continuou dormindo. Sara tentou mais uma vez e teve que gritar para fazer James abrir os olhos.

James olhou para Sara e franziu a testa, Sara virou de lado com dificuldade e botou a boca no braço de James, deixando o braço dele todo babado.

James fez cara de nojo.

J: Mamãããe!

James chamou Natasha com a voz chorosa. Natasha gemeu e se mexeu na cama, começando a despertar.

James olhou para Sara que permanecia com a boca no braço dele.

J: Ela tá “modendo” eu. Mamãe!

James reclamou com a voz chorosa de novo.

Natasha suspirou e olhou para os dois no berço.

N: Ela não tem dentes, James.

J: Tá doendo!

Sara ergueu o rosto e sorriu, olhando para James. Para ela, eles estão brincando normalmente.

J: Mamãe...

James se sentou e ergueu o braço devagar como se tivesse quebrado ou como se Sara tivesse arrancado o braço dele fora.

N: James não está machucado, ela não pode te machucar, ela é muito pequena.

James já estava com os olhos cheios d’agua.

James franziu a testa e ao notar que Natasha não fez nada, ficou irritado e olhou zangado para Sara, que ainda estava sorrindo.

J: Sai daqui!

Sara riu e emitiu algum som, como se respondendo a James, mas com bom humor, ela ainda achava que era tudo brincadeira.

J: Para de rir! Sai daqui!

Natasha ainda estava no estágio entre acordada e dormindo, então ficou ainda deitada na cama.

Sara apoiou as mãos no colchão e fez força para se arrastar por ele para tentar chegar até James, que se encolheu no canto do berço, como se estivesse com medo dela.

J: Saiii! Mamãe, olha ela.

Natasha olhou para Sara, tentando engatinhar e deu um pequeno sorriso.

N: Ela está tentando engatinhar, olha, James.

Natasha se levantou e foi até o berço para testemunhar a primeira vez de Sara engatinhando.

Sara não conseguia tirar a barriga do colchão, ela já tinha ganhado bastante peso, então só os braços e pernas faziam a ação de impulsionar ela pra frente.

James ficou de pé e pediu colo para Natasha.

N: Não, James, ela está tentando ir até você.

J: Não quero!

N: Ah James, ajude ela, chama ela.

J: Não...

James segurou na blusa de Natasha e puxou para ir para o colo dela. Natasha foi obrigada a tirá-lo do berço, senão ele ia acabar se machucando.

Sara viu que seu esforço de chegar em James foi em vão e logo começou a chorar.

N: Viu? Ela ficou triste porque você não quis ficar com ela... Tadinha, James...

James ainda estava zangado, olhando para Sara no berço.

N: Ela é sua irmã, James... Ela gosta de você. Ela não estava te mordendo, estava te dando um beijo e você foi um menino mau com ela, não pode.

James não respondeu, ficou em silêncio, olhando para Sara ainda, mas não de forma zangada mais.

N: Ela é tão pequenininha, ela pode ser sua amiga... Como a Torunn... Você sempre poderá brincar com ela. Pra sempre.

Natasha argumentou para tentar mudar o comportamento de James.

N: Ela ainda está triste... Viu como ela está chorando e te olhando?

Natasha acariciou as costas de Sara.

N: Sh... Não chore... Está tudo bem... James não está zangado com você. Certo, James?

Natasha olhou para James, que só ficou observando.

N: Talvez ela melhore com um beijo...

Natasha inclinou James na direção do berço.

N: Será que você consegue ser um bom menino e dar um beijo na sua irmã para ela não ficar triste?

Natasha olhou para James e ele parecia estar pensando no que deveria fazer. Natasha ficou aliviada de ver James beijando a testa de Sara, ele tomou a decisão correta.

Natasha sorriu e beijou a bochecha dele, demoradamente para demonstrar que ele fez uma boa ação e que ela está orgulhosa dele.

N: Bom menino, James.

J: Ela não para.

N: Não, né? Eu acho que ela quer mesmo é um colo e uma mamadeira... O que você acha?

James ergueu as mãos no ar, indicando que não sabia. Natasha o beijou mais uma vez e o colocou no chão.

Natasha pegou Sara no colo e a embalou para que parasse de chorar.

N: Seu irmão foi malvado com você? Foi?

Natasha perguntou baixinho, olhando para Sara.

J: Não! James bom menino!

Natasha se sentou na cama com Sara e a deixou deitada nas pernas dela, mas de barriga para cima para ver ela.

N: Está tudo bem... Sh...

Sara olhou para Natasha e se acalmou um pouco.

Natasha continuou olhando para Sara por alguns segundos e sorriu ao notar que Sara já está acostumada com ela e com James, ela parou de chorar rapidamente. Logo com ela que é tão fria e não sabe lidar com crianças, mas parece ser suficiente para Sara.

A última vez que Natasha sentiu o coração se aquecer dessa forma, foi quando James ainda era um bebê, um pouco mais novo que Sara e costumava só chorar. Que tipo de mãe não sabe acalmar o filho? Ela era esse tipo de mãe.

Natasha costumava apenas olhar para Bucky, aterrorizada, e ele prontamente vinha socorrer, pegava James e o levava para caminhar até ele se acalmar, até que um dia Bucky não estava e James ficou chorando por mais de uma hora, literalmente. O desespero de Natasha foi tão grande que ela mesma chorou junto com ele por não saber o que fazer. Ela o abraçou, pediu desculpas e disse que não sabia mais o que fazer mas que sentia muito por ele estar daquele jeito.

Nesse momento, James parou de chorar e ficou encolhido nos braços dela, por um bom tempo. Natasha achou que ele tinha adormecido e quando o afastou um pouco do corpo viu que ele estava acordado. A forma como ele a olhou fez Natasha se sentir a pessoa mais amada do mundo e foi o único momento que ela sabe que foi feliz por inteira e de verdade.

Aquele olhar de Sara lembrou a Natasha desse momento com o James, não na mesma escala, é claro, mas foi perto disso.

N: Você é muito especial, não é, Sara?

Sara emitiu algum som para Natasha que ela não conseguiu entender.

...

Os dias foram passando, sem notícias de Thor, Wanda e Visão, muito menos do corpo de Clint Barton.

Natasha passou a se apegar a Sara cada dia mais, assim como James, que por mais que não demonstrasse, adorava o poder de fazer Sara parar de chorar em segundos.

Haviam novidades no tratamento de Steve. Os antibióticos devolveram boa parte da força dele, os sangramentos internos estavam finalmente controlados, mas ele não demonstrava nenhum sinal de melhora além disso.

Dr. McCoy desenvolvera uma espécie de calmante que mantinha Steve sob controle para os tratamentos. Natasha ganhou as esperanças de ter Steve de novo, ela estava se sentindo bem melhor e ainda o visitava todos os dias e todos os dias ela relatava como os filhos deles estavam, o que faziam, o que diziam, o que aprendiam... Tudo! Mesmo sem a certeza dele não estar entendendo nada do que ela está falando.

Num desses retornos da visita a Steve, Natasha foi abordada por Dra. Cho e Tony Stark na entrada do Bunker.

Natasha os olhou com desânimo. Toda vez que eles estão juntos é para dar má notícia.

Cho: Então, você visitou Steve?

Natasha não respondeu, porque a resposta era óbvia e ela odeia responder perguntas idiotas.

Cho: Notou alguma diferença?

N: O que quer dizer?

T: Acha que o quadro dele está evoluindo?

N: Claro. A pele dele está quase no tom normal, ele tem ficado mais calmo, as feridas estão cicatrizando...

Cho: Estão?

Natasha franziu a testa, esperando que Cho e Tony parassem de embromação e falassem logo o que tinham pra falar.

T: Mostre a ela.

Cho entregou uma espécie de livro encadernado para Natasha. Natasha pegou o livro e foi folheando, era somente sobre o estado de Steve, tudo que foi observado durante todo esse tempo.

Não havia nada fora do comum nas imagens e ela foi passando as páginas, e depois notou uma sequência de imagens que pareciam repetidas.

Cho: Parece repetição, mas não é.

Todo o bom humor de Natasha desapareceu, ela fechou o livro e suspirou.

T: Sabe aonde estamos querendo chegar?

N: Ele estagnou na evolução do tratamento. Não está melhorando.

T: E nem piorando. É como se ele precisasse apenas de um impulso para continuar a melhorar e se livrar disso.

N: Bem, vocês tem uma solução ou só vieram arruinar meu dia?

T: Temos uma solução.

Cho: Possível solução!

Cho resolveu retratar para não haver cobranças posteriores.

N: Como seria isso?

T: Renovar o sangue dele.

N: Transfusão?

T: Sim.

N: Precisa de doadores? Ninguém se ofereceu? Eu posso doar.

T: Isso seria bom. Haviam doadores sim, mas precisamos de alguém com soro.

N: Não será um problema. Quando fazemos isso?

Cho: Tony...

Tony colocou a mão no braço de Cho, indicando que ela deveria ficar quieta. Natasha notou, mas não deu importância.

T: Começamos amanhã.

N: Tudo bem. Eu vejo vocês amanhã, então.

Tony concordou com a cabeça. Ele e Dra. Cho se viraram para fitar Natasha indo embora. Assim que Natasha sumiu de vista, Cho olhou para Tony.

Cho: Por que não disse que é mais provável que o sangue do filho deles seja mais compatível com Steve?

T: Porque eu tenho amor à vida, e talvez o sangue dela funcione.

Cho: Eu não sei...

T: Se não funcionar, teremos que dar um jeito.

Cho: Se ela não aceitar?

Tony olhou para o corredor vazio, ergueu os ombros, suspirou e relaxou os ombros novamente, fazendo negativo com a cabeça.

T: Daí eu não sei o que acontece com Steve Rogers...