História Ingênua. - 4° Capítulo.

Christopher se trancou no quarto. Sentou-se em sua cama e encarou a vista da janela do seu quarto.

Ele cobrou demais de Fabiana, e ele sabia disso. 

Fabi sempre foi uma grande amiga, mas as vezes, ele invertia o papel de uma simples amiga e babá para a mãe da sua pequena Valentina. 

Mas não era culpa dele, oras!

Ele sentia falta de uma figura feminina em sua vida, em todos aspectos, desde Valentina até ele mesmo.

~ Flashback on ~

— Perdão?

Ele disse sem entender.

— Ele..Ela não tem condições! Vai ser melhor, vai por mim!

A mulher de cabelos loiros disse.

— Mas-Ele

 tentou argumentar.

— Prefere a morte? -Seu peito gelou.- Vai por mim, ela está louca.

~ Flashback off ~

Abriu seus olhos e sentiu o gosto amargo na boca. 

Nenhuma das suas recordações eram tão ruim como essa.

Negou afastando estes pensamentos, saiu do seu quarto e estava Fabiana fazendo seus afazeres.

Se direcionou até o quarto da Valentina.

Bateu pacientemente até a pequena abrir.

— Oi, papai..

Ela disse com a voz de choro.

— Posso entrar?

Perguntou dócil.

— Claro.

Valentina deu passagem e foi para sua cama, Christopher fechou a porta e se sentou com a garota.

— Papai, me desculpa, eu-

— Não precisa se desculpar, filha. -Ele alisou os cabelos dela.- Eu fui muito rude com você, eu que devo desculpas. -Disse em um tom suave.- Mas não faça mais isso, Lu. Estudar é importante.

— Eu sei papai.

— Me prometa que não fará mais isso.

— Prometo!

Ela sorriu.

Brasil.

— Pelo amor de Deus, Dulce.

Maite rolou os olhos.

Dulce havia pego um táxi e ido para o hospital onde seus amigos fazem plantão. Ainda era horário de almoço, eles tinham um tempinho para ouvir a amiga que estava radiante.

— É sério isso? Belinda disse sem acreditar com a colher da salada de fruta nos lábios. 

— Sim, é sério! -Dulce sorriu.- Eu ouvi direitinho, a família estará reunida, quer dizer que ele estará também!

— Por Deus, Dulce. -Maite pegou nas mãos da amiga.- Entende de uma vez por todas. -Ela disse devagar.- Ele. Te. Abandonou! -Falou pausadamente.-

Dulce não se abalou com isso, deu seu melhor sorriso e com todas as forças que teve durante todos esses anos sussurrou para a amiga.

— Ele não me abandonou. Eu sei!

— Ah, Candy -Christian se meteu.- perdão, sou seu amigo, mas vamos ser realistas, ok? Ele te deixou! 

— Vocês estão sendo duros comigo.

Ela encolheu os ombros.

— Não meu anjinho dos olhos cor de mel, -Belinda a mimou.- estamos sendo sinceros com você. 

— Ok, -Ela se levantou colocando a bolsa no ombro.- se meus amigos não me apoiam, eu mesma lido com isso.

— Quanto drama. 

Maite rolou os olhos vendo ela dar as costas e sair.

— Eu acho que ela se magoou.. 

Belinda comentou.

— Também acho. -Maite suspirou.- Mas Dulce não quer aceitar a verdade. Por mais que a lembramos de tudo, ela insiste em querer acreditar naquele idiota!

— Pega leve, May.

Christian a alertou.

— Pega leve, May. -Maite imitou ele debochadamente.- Vamos que nosso horário acabou!

México.

Brincaram a tarde toda, Fabiana teve folga está semana, Christopher prometeu que iria ficar mais tempo com sua filha. 

Realmente passava mais tempo no trabalho do que com a mesma.

— ACHEI!

Christopher gritou pegando a pequena no colo.

— Assim não vale, papai! Você trapaceou.

Ela fez bico.

— Eu? 

Ele riu da menina.

— Você olhou, fez igual eu fi- Opa!

Pós as mãos na boca rindo.

— Que danadinha!

Ele beliscou de leve as bochechas rosada da menina.

— Cansei, papai! Ela disse ao ser colocada no chão.

— Vá tomar banho que vou pedir um pizza.

— Sim senhor, capitão!

Ela disse batendo continência.

Christopher riu.

A menina tomou banho, assim como ele. Não demorou muito e a tão esperada pizza chegou. Comeram em meio a piadas, risos e brincadeiras. Era por volta das oito da noite, Christopher ligou a televisão e começaram a assistir. Tudo ia bem até que Valentina fez mais uma de suas perguntas..

— Papai?

Disse olhando para ele.

— Oi, filha.

Christopher disse encarando a televisão.

— Papai, como é o nome das minha mãe?

Christopher a olhou.

— An?

— Como é o nome da minha mãe?

Não era a primeira vez que Valentina perguntava sobre sua mãe.. 

Mas essa pergunta pegou Christopher de surpresa, por mais incrível que pareça, Valentina nunca perguntou o nome da sua mãe.

— Por que isso agora?

— Porque quero saber!

— Volte a assistir, Luisa Valentina!

— Papai, por favor! Tudo o que pergunto nunca me responde. -Ela disse brava.- Me diz somente isso, te imploro!

— Dulce. -Disse seco.- O nome​ da sua mãe é Dulce.

— Dulce? -Seus olhinhos brilharam.- Somente Dulce?

— Dulce Maria Es- 

Christopher se ligou na armação da garota. Droga! Como foi tão burro? Aliás quase foi burro ao dizer.

— Dulce Maria es?

Disse Valentina querendo saber mais.

— Dulce Maria es.. És su madre.

Disse a primeira coisa que completa com "es", até riu da sua resposta tosca.

— Ah, tá.

A pequena se ligou que seu pai havia percebido sua pequena e inofensiva armação.. Droga! Foi caminhando para seu quarto pensativa.

Mas uma coisa já tinha. Dulce Maria. O nome da sua mãe é Dulce Maria.

Seria difícil pois há várias "Dulces Marias" pelo mundo. Mas ficar sem tentar é pior. 

Agora a única pergunta que rodeava a cabeça da pequena era: Dulce Maria es.. Es o que?

Sabia que "Es" era do sobrenome. Agora qual sobrenome? Será que há outro além desse? Um que facilitaria? E se nas redes sociais sua mãe usar outro? Como saberá?

— Aah, novamente a estaca zero!

Jogou-se na cama.

Brasil.

Dulce voltou para seu trabalho, as crianças já estavam eufóricas para a segunda parte do dia com a melhor professora que existia.

— Oi meus amores!

Ela os cumprimentou quando eles entraram.

— Oi tia Dul! 

— Oi, tiaa!

— Oi Maliaaaaaa!!!!!

Dulce sorriu. Aaah suas crianças, ela amava seus alunos!

Após a segundo turno do seu trabalho, Dulce foi para sua casa radiante.

Radiante pelo fato de que amava seu trabalho, amava suas crianças, amava seu trabalho e pela maravilhosa notícia que teve.

Só conseguia pensar em Christopher. Em Valentina. Em seus amores. 

Christopher estava voltando para lhe ajudar a procurar sua filha.

Ele estava voltando para ela.

Sua vida estava voltando! TUDO estava se encaixando.

Ela estava feliz. Estava muito feliz. Sua vida não podia piorar. Não mesmo.

Entrou em sua casa cantando uma música aleatória, seu sorriso era inevitável.

Logo ao entrar seu telefone tocar. Olhou a tela. 

"Mamãe."

Estranhou a ligação. Blanca jamais a ligava..

O que seria? Será que ela viu a notícia? Céus!

Fernando deve ter brigado.

Oh meu Deus! -Ela lamentou.

Encarou o aparelho. Atendia ou não? Respirou fundo e apertou "Atender".

— Oi.. Mamãe..

Respirou fundo temendo o que viria pela frente.