História Inimigas Classe A - Se me ama, oculte.

Não demorou muito para o temporal alcançar Stefan e Lydia, eles desceram pela mata até chegar ao automóvel. Stefan sentia-se submergido em meu próprio mundo de aflições que toava como um pesadelo interminável, e Lydia conseguia notar aquilo enquanto encarava Blair jogada para fora do carro, sem duvidas ele encontrava-se em uma situação terrivelmente desagradável. Bem, um acidente de carro no currículo já não seria muito bom para a reputação de Stefan, e acrescentar assassinato pela morte de uma pessoa tão influente em Manhattan apenas pioraria sua situação, logo Blair, a filha do delegado da cidade, isso era terrível, o pai dela o perseguiria até o fim, e provavelmente Stefan seria indiciado por estar dirigindo bêbado, talvez prisão perpetua seria uma das penas razoáveis que seu advogado poderia conseguir.

- Ela foi arremessada para fora do carro? – Lydia questionou ajoelhando-se diante do corpo inerte de Blair, que estava de bruços para o chão.

Stefan colocou a mão na cabeça e a deslizou entre o fio de seus cabelos que naquele momento encontravam-se cheios de terra.

- Deus, eu não posso ir preso! – A voz dele falhou enquanto água da chuva escorria por seu rosto, fazendo com que o sangue deslizasse por seu corpo. – Eu tenho planos. Daqui a dois anos quero estar fazendo faculdade na Harvard, vou cursar medicina, talvez eu conheça uma garota legal que queria construir uma família, mas com um acidente no currículo o mundo vai me rejeitar.

Lydia virou o corpo de Blair para averiguar se havia ferimentos graves em seu corpo, suas mãos estavam geladas e a aquele temporal não ajudava em nada, apenas piorava as coisas, seus olhos atentos ficaram encarando os cacos de vidros que haviam perfurado o rosto de Blair, sem duvidas Blair ficaria com uma cicatriz enorme, Stefan continuou a falar dos seus planos e como ser culpado por assassinato destruiria completamente a vida de um jovem, ou melhor, a sua vida, porém a voz dele parecia distante para Lydia que estava mesmo preocupada em ver se Blair encontrava-se viva.
- Meu celular deu sinal. – Gritou Caroline aparecendo do nada entre a mata, ela estava razoavelmente distante deles, Stefan caminhou até ela. – Eu liguei para o Ezra, ele está a caminho.

- O que? – Stefan esbravejou com fúria enquanto caminhava de encontro com Caroline. – Você está louca? Por que meteu meu irmão nisso ao invés de ligar para uma ambulância?

- Dá para ficar calmo, Stefan? Ezra é inteligente, ele vai encontrar um jeito de resolver essa situação – Caroline disse pisando entre os galhos que se encontrava no meio do caminho. – Não podemos ligar para ambulância antes de sabermos realmente quais serão as consequências, isso não envolve só você, meu querido, eu estou incluída, a Elena esta incluída e a Bella também, então não é você quem toma as decisões aqui.

Lydia ergue-se sobre a enorme poça de lama que se formava no chão devido à tempestade que ocorria naquele instante, ouvir o que Caroline havia dito fazia seu estomago embrulhar, ela respirou fundo e buscou se concentrar para não bofetear a cara dela.

- Não há nenhuma saída, Caroline. – Lydia revirou seus olhos enquanto Stefan se sentava no meio do barro. – É a nossa amiga que está estirada no chão com o rosto praticamente deformado.

                           ***

O céu estava escuro, e o tempo ainda se mantinha fechado, as estrelas que faiscavam uma luz de tom amarelado desapareceram-se em estalares de dos para darem espaços a relâmpagos que se propagavam pelo céu, a temperatura daquela madrugada despencou, transformou o calor horas atrás em um ar áspero e extremamente frio. Aria ainda pisava no acelerador do carro como se Anônima estivesse atrás delas, no banco de trás Brooke era ajudada por Chanel a tampar o ferimento enquanto Spencer tentava entender a morte precoce de Caleb.

- Eu não posso acreditar que isso está realmente acontecendo. – Murmurou Aria com seus olhos grudados na estrada.

Spencer a encarou de lado sem dizer sequer uma palavra.

- Isso está doendo demais. – Resmungou Brooke analisando seu ferimento, ao seu lado Chanel que se tremia de frio com seu corpo molhado, a chuva havia pegado todos de surpresa.

– Mas vamos olhar para o lado bom, pelo menos eu não levei uma flechada no peitoral.
As garotas a olharam com reprovação.

- Muito cedo para fazer piadinha com a morte do Caleb? – Brooke disse forçando um sorriso, as garotas não fizeram questão de responder. – Eu acho que sim.

Spencer se recordou de algo, ela esbravejou para Aria freia o carro e logo saiu do automóvel debaixo daquele temporal. Seus passos foram contrários ao caminho que o veiculo estava percorrendo, ela parou no meio da estrada e colocou sua mão sobre a sobrancelha para proteger seus olhos contra a chuva, logo forçou sua visão encarando a rodovia onde a levava novamente em direção à cabana velha que eles haviam sidos atacados mais cedo.

Spencer levou ar até seus pulmões, todas as garotas saíram do carro e a encararam com certo espanto, não entendendo basicamente nada do que havia acontecido.

- Garotas, nós conseguimos fugir, a Hanna também, mas... – Ela aproximou-se delas. – Cadê a Alison?

Houve um breve silêncio, ninguém havia visto a Alison quando começou a correria para fora da cabana, talvez ela tivesse optado por continuar naquele lugar caindo aos pedaços por achar mais seguro enquanto suas amigas eram alvos de Anônima, ou fugido pela mata, aquilo era a cara de Alison, deixar as pessoas como isca enquanto ela se protegia, mas todas as teorias eram incertas, as garotas não possuíam certeza sobre o que aconteceu com Alison depois que elas fugiram.

- Nós não podemos voltar naquele lugar. – Opinou Chanel. – Vocês viram o que Anônima fez com o Caleb? Se esse ou essa Serial Killer encontrou a Alison lá, vamos ser sinceras, qual a chance dela ter sobrevivido?

- Ela está certa, Spencer. – Concordou Aria. – Vocês conhecem a Ali, com certeza ela não morreu.

- Sério? – Questionou Brooke sentindo fincadas em seu braço. – Ela é uma garota fugindo de um assassino armado, qual é a chances dela?

- Não duvide da Alison. Sobreviver é o que ela sabe fazer de melhor, acredite em mim, é o instinto dela, se realmente estamos sendo caçadas por um Serial Killer, Ali seria a última a morrer. – Spencer disse com convicção. – É a imortalidade, minhas queridas.

Todos os celulares começaram a tocar ao mesmo tempo, elas olharam entre si, a respiração ficou ofegante e as garotas entraram no carro novamente, mexer no celular debaixo de chuva não era algo certo a se fazer. Aria procurou seu aparelho no carro e o encontrou jogado no carpete do automóvel, acendeu a tela do mesmo e abriu a mensagem que se destacava em seu aparelho. Como elas haviam imaginado, era Anônima com um número bloqueado.

“Caras mentirosas, não é incrível quando você é uma vitima que não pode sequer ter escolha? É isto que aconteceu naquela noite a um ano atrás com o Toby Cavanaugh, que porventura era considerado amigo de todas vocês. Não vejam isto como uma tortura, mas como o bom e velho ditado: Você colhe o que planta. Meu plano era acertar todas vocês com uma flecha e as matarem rapidamente, mas acreditem, acabei pensando em algo melhor. Brooke, você está tendo uma sorte que o Caleb não teve: a flecha não perfurou seus órgãos e não te matou, mas não fique contente com isso, elas estavam envenenadas, o veneno deve estar se espalhando por seu corpo neste exato momento, no final tudo dentro de você estará corroído, não se desespere, há uma chance, claro, se cumprirem as regras do jogo. Vocês tem sistemas para seguirem, terão que ocultar a morte do Caleb, isso não é muito difícil, não é mesmo, Spencer? Fique calma, a Brooke, Chanel e a Aria são ótimas em guardar segredos, mas neste momento, a única pessoa que pode resolver a charada do antídoto é o Stavo: AS VEZES O AMOR OBRIGA VOCÊ A OCULTAR OS FATOS, QUEM AMA É O SEU ÚNICO ANTÍDOTO. Cuidado, o acido dentro do seu corpo corroí, Brooke, você tem oito horas, eu seria bem ágil se fosse vocês, boa sorte. – Anônima.”

- Como eu imaginava. – Murmurou Aria. – O assassino está fazendo justiça por Toby.

- O que você quer dizer? – Perguntou Chanel.

- Anônima está recriando nossos passos na noite em que Toby foi morto. – Spencer explicou.

- Garotas, não é a hora apropriada de juntar as peças do quebra cabeça, eu possivelmente tenho apenas cinco horas para buscar uma droga de antídoto para continuar viva, então me ajudem. – Brooke foi rápida, a voz dela estava tensa.

- Ok, Aria você vai para o local onde ocorreu o acidente com Stefan e Chanel vai atrás do Stavo, quando encontrar ele o faça resolver o enigma e mande uma mensagem para mim, eu e Brooke iremos voltar para a cabana e ocultar o assassinato do Caleb. – Propôs Spencer.

- O que você tem em mente? – Chanel suspirou fundo.

- Aria vai convencer o Stefan a esperar para chamar a ambulância, eu e Brooke vamos voltar a pé para a cabana e ligaremos para a Emily ou a Hanna nos buscar de carro, nós vamos colocar o corpo do Caleb no automóvel de Stefan e fazer com que pareça um acidente normal.

- Ok, mas e a flecha no corpo dele? – Brooke questionou saindo do carro.

- Nós vamos ter que trocar por alguma ferragem do carro. – Spencer foi clara saltando do carro. – Anônima quer jogar, nós iremos jogar.

Brooke e Spencer deram as costas para o carro e começaram a percorrer em direção a cabana, Aria pisou do acelerador do carro retomando a velocidade em que estavam antes de Spencer fazê-la parar, Brooke virou para trás olhando o carro se perde em meio à neblina e a chuva daquela madrugada.
                        ***
NO LOCAL DO ACIDENTE DE STEFAN:

- O que você está dizendo, Ezra? – Lydia o questionou. – Nós não vamos deixar a Blair para morrer aqui só porque seu irmão estava dirigindo o carro, isso é insano. As pessoas vão sentir falta da Blair, logo irão procurá-la, e o carro do Stefan está aqui, as eles irão ligar os pontos. O Stefan disse que a Bella foi encontrar ajuda, logo policias lotaram este lugar, e ninguém sabe onde a Elena se encontra, ela pode ter dito pra alguém, não tem como resolver isto.

- Cala sua boca, Lydia! – Esbravejou Ezra pensando em uma saída. – Você achou mesmo que a Bella iria atrás de ajuda? Eu a encontrei no meio do caminho fugindo, ela é esperta, não iria se incluir nisto, e Elena se for inteligente também ficará de boca fechada.

- Eu te liguei para arranjar um jeito de sairmos ilesos disso Ezra, pense em algo. – Caroline resmungou ajeitando sua roupa molhada, a chuva estava começando a cessar e o céu estava clareando, deveria ser 6 horas da manhã, logo a rodovia sobre eles estaria praticamente lotada de automóveis.

- Não temos como nos livrarmos disso, é uma pessoa com família influente, eles moveram mundos para encontrá-la. – Stefan encarou o corpo de Blair estirado no chão, com o rosto cheio de cortes.

- O que você quer, Stefan? – Ezra gritou. – Quer ir preso? Quer que a família da Blair acabe com sua vida pra sempre? Não seja fraco, eu não irei deixar isto acontecer.

Ezra virou-se lentamente e encarou Lydia, em seu rosto nasceu um sorriso.

- Que feio, Lydia. – Ezra aproximou-se dela. – Você roubou o carro de Stefan junto com a Blair, estavam bêbadas e como a estrada encontrava-se escorregadia devido à chuva você perdeu o controle do carro.

Lydia o fitou rudemente.

- O que você está dizendo? – Ela o questionou não entendendo o que as palavras dele significavam.

- Você sempre sendo uma garota malvada. – Ezra fechou seu punho e adveio um murro no rosto de Lydia, sem demoras ela caiu desmaiada no chão, Stefan se ergueu para tentar impedi- lo, porém não conseguiu. – Está tudo resolvido, irmãozinho. Mas para parecer que ela estava dentro do carro, precisamos que ela se machuque.

Ezra agachou-se e pegou Lydia em seus vastos braços, com a ajuda de Caroline ele subiu novamente até a rodovia e jogou o corpo de Lydia pela ribanceira, os dois ficaram vendo ela rolar entre a lama até chegar próximo ao carro, Stefan fechou seus olhos e ouvidos, não queria ver o que seu irmão era capaz de fazer, ele entrou no carro de Ezra e, Caroline, no automóvel de Lydia.

Ezra desceu novamente até o local onde Lydia estava estirada e a colocou no banco do motorista, em sua mente era o plano perfeito.

Durante a fuga, Ezra forçou Stefan a ligar para a seguradora e relatar que seu automóvel havia sumido, Caroline ligou anonimamente para a ambulância dizendo que estava passando pela rodovia e notou que um acidente tinha acontecido. Tudo estava saindo como combinado, até que Ezra recebeu uma mensagem:

“Você sempre foi bom em esconder pista, mas forjar um assassinato é novidade. Você é uma caixinha de surpresa, Ezra, mas desta vez eu sei o que fez, e vou usar isso contra você. – Anônima”.

                         ***

30 minutos depois a ambulância chegou ao local, os paramédicos atenderam Blair e Lydia, ambas estavam muito machucadas, logo chegou à perícia averiguando o que possivelmente havia acontecido no local, concluíram que pelos estilhaços no rosto de Blair e a distancia que ela encontrava-se do carro, era bem provável que Blair estava sem cinto e por isso foi arremessada para fora do veículo. Para a surpresa de todos, assim como Lydia, ela continuava viva, porém em estado crítico.

Na rodovia, a alguns metros, o carro de Aria e Chanel estavam estacionado vendo o que acontecia lá em baixo, os policiais e os paramédicos que encontravam-se naquele local fizeram o plano de Spencer cair por terra, usar o acidente de Stefan para forjar a morte de Caleb não estaria em pratica mais. As garotas seguiram o caminho, um carro em alta velocidade passou as cortando, para a surpresa delas, quem estava dirigindo o veiculo era a Emily.