História Inimigos de infância (romance gay) - Eu realmente o defendi ?

Eu realmente pensei que quando saíssemos da sala do Dorian, Ethan fosse gritar, me culpar por tudo ou até mesmo me bater, mas na verdade ele somente suspira e diz:

- Nós não seremos amigos, nunca- Ethan então da meia volta e vai embora em passos rápidos.

Me surpreendo com a atitude dele, afinal, por mais que a gente se odeia, eu imaginei que ele se esforçaria para pelo menos tentarmos nos entender, afinal, dentro da sala ele parecia tão preocupado com o tal baile, e agora joga tudo para o alto como nem se importasse. 

Acho que Ashley já comentou comigo sobre esse baile, algo de termos que ir combinando ou coisa do tipo. Ah Ashley isso é outro assunto que tenho que resolver. Não sei se ainda acredito tanto assim nela, afinal, Ethan não parecia estar mentindo. Mas também aquela possibilidade dele estar mentindo, e é isso que me deixa confuso. 

Acredito em Ashley ? ou em Ethan ? Ashley é minha namorada que me ama, e Ethan é meu inimigo que me odeia. Talvez eu deva acreditar em Ashley...

Saio de meus pensamentos e sigo meu caminho, afinal, ainda tenho o resto do dia pela frente. 

                                                                                       (...)

O restante da aula é tranquila, se tirarmos os sermões de Ashley e as perguntas inconvenientes de curiosos querendo saber mais da briga e qual foi o resultado final.

Vi Ethan mais uma vez durante a aula de filosofia, ele se sentou na frente e nem se quer olhou na minha cara, o que eu achei perfeitamente normal.  

A aula acabou e agora estou na porta de casa, pensando e repensando se devo ou não entrar, porque ? porque eu tenho certeza que há essa hora Dorian já deve ter ligado para a minha mãe informando da minha pequena briga no intervalo. E bom, agora ela deve estar com sede se sangue. 

Num suspiro entro em casa dando de cara com a minha mãe a minha frente, ela tinha as mãos na cintura e batia um dos pés impaciente, e digamos que sua cara não era uma das melhores. 

Minha mãe sempre foi uma mulher muito bonita, e considero um elogio quando me comparam a ela. Mas algo que não posso mentir é que nós não somos nada parecidos, se tirarmos os olhos verdes que herdei dela. Minha mãe é uma loira de olhos verdes, já eu, tenho cabelos castanhos iguais aos do meu pai. 

E em questão de personalidade, eu diria que temos nada em comum, apesar do meu pai sempre dizer que eu sou igualzinho a minha mãe. Ele nunca diz isso como uma forma de elogio.

- Dorian te ligou ?- pergunto indo direto ao ponto. 

- Ligou, briga Liam ? desde quando você é esse tipo de garoto- falou minha mãe, seu tom era de decepção. 

- Você contou ao papai ? - pergunto. 

- Contou- ouço uma voz ao meu lado, era o meu pai. 

- Pai...eu tenho como explicar- falo receoso. 

Meu pai sempre foi muito duro e frio, principalmente comigo, minha mãe diz que é porque ele espera mais de mim do que do meu irmão, mas isso nem faz sentido, afinal, Cody é o mais velho, logo não era para ele ser mais duro com ele ? 

Meu pai é pastor de uma igreja evangélica, na verdade foi em um de seus cultos que ele conheceu minha mãe. Sua aparência é boa para um coroa na meia idade, mas digamos que seu jeito fechado o torna mais velho do que ele realmente é.

- Não quero explicações, quero resultados, nunca mais quero ouvir falar no seu nome no meio de brigas de colegial, e também não quero mais receber mais nenhuma ligação da escola reclamando de você, estamos entendidos ?- fala Cristian autoritário. 

- Sim, senhor- falo encarando o chão. 

- O diretor disse que você brigou com Ethan Reed, nosso vizinho, isso é verdade ? - pergunta minha mãe. 

- Sim- falo. 

- Posso saber porque ? - pergunta minha mãe.

- Porque ele deu em cima da minha namorada na festa de uma garota no sábado- falo. 

A expressão do meu pai suaviza um pouco, provavelmente porque eu disse namorada, e algo que meu presa muito é quando o homem defende sua mulher, pelo simples fato dele acreditar que isso seja "coisa de macho". 

- Ah eu sempre soube que aquele herege era uma má companhia para você, mas já era de se esperar de um menino sem religião- afirma minha mãe sem rodeios. 

Na cabeça da minha mãe só existe uma coisa pior que católicos, pessoas ser religião, e bom, um bom exemplo dos chamados herege, é a família de Ethan, como eu sei disso ? fácil, assim que minha mãe descobriu que haveria vizinhos novos, ela fez questão de ir na casa deles oferecer torta e tentar traze-los para a igreja do meu pai. E bom, quando ela descobriu que eles não tinham religião, ela quase teve um troço. 

- Não entendo o que a religião ou falta dela, tem haver com tudo isso, além do mais quem começou a briga, fui eu - comento. Espera eu acabei de defender Ethan ?

- Claro que tem haver, veja bem, se ele tivesse uma religião não seria influenciado pelo coisa ruim, e não faria esse tipo de coisa- fala minha mãe. 

- Bem, eu não apoio suas atitudes, longe disso, mas não o colocarei de castigo, pois acredito que você tenha tido um bom motivo para tal atitude- interrompe meu pai- Agora, vá para o seu quarto- completa. 

Assento e vou para meu quarto o mais rápido possível. 

                                                                                 (...)

Já é outro dia, e eu acabei de acordar para ir a escola. Tomo um banho quente para acorda e visto meu uniforme. 

Decido não tomar café da manhã pelo simples fato de não querer encarar meus país logo de manhã. Logo, pego minha mochila e saio rumo a escola. 

Sempre vou apé para a escola, mesmo tendo um ônibus que passe perto da minha casa para lá. Gosto de caminhar, e o melhor horário para fazer isso é de manhã, quando a rua esta vazia e os primeiro raios de sol estão surgindo. 

Hoje não seria diferente, abro a porta de casa para sair, mas quando ia saindo tenho uma surpresa.

Ethan estava na minha frente na calçada da minha casa. Ele vestia seu uniforme e tinha os cabelos bagunçados como se tivesse acabado de acordar, e talvez tenha mesmo. Olho para seus olhos azuis curiosos, e vejo que o olho direito esta roxo, me pergunto se aquilo foi causado por mim na briga de ontem. 

- Pensei que nunca mais fosse sair- comenta ele sorrindo.