História Inimigos de infância (romance gay) - Quem sabe...

Desculpa a demora :)

- Você não vai mesmo me contar aonde está me levando ? - questiono. 

- Não- assubia Ethan. 

- E como eu posso ter certeza que você não é um serial killer que vai me levar para um beco, me matar e depois  jogar meu corpo num rio ?- falo. 

Ethan pareceu relutante por um tempo, mas depois simplesmente deu de ombros. 

- É uma possibilidade, afinal, qualquer um pode ser um assassino, e isso me inclui- conclui Ethan sorrindo de lado. 

Ás vezes Ethan Reed assusta pessoas, e isso me inclui. 

- Prefiro acreditar que você não é um assassino- comento.

- Faça o que quiser, não me importo- fala Ethan dando de ombros. 

Ethan é um pessoa realmente em conflito. Ás vezes é legal, outras, é um pé no saco. Me pergunto o motivo disso...

- Porque você faz isso ?- questiono e ele me encara como se eu fosse louco. 

- Não me entenda mal, mas eu sugiro que você seja mais especifico- sugere Ethan num suspiro- Fazer o que ?- pergunta. 

- Sabe...você ás vezes é legal, outras, um saco, porque você faz isso ? - pergunto. 

Ethan tinhas os olhos azuis pensativos um tanto relutantes, enquanto uma mecha de seu cabelo caía em seus olhos. Quase tive de me segurar para não ajeita-lo. 

- Você me pegou- sorriu-  Minha maior maldição é ser bipolar- completa e eu reviro os olhos. 

Kieran alguma vez me disse que fazia aula de matemática com Ethan, e por mais que eles tivessem trocado um pouco mais de três palavras, ele acreditava que Ethan Reed deveria ser uma pessoa extraordinária, daquelas que você gostaria de ter como amigo. Ás vezes penso que Kieran é louco. 

- Não entendo porque alguém gostaria de ser seu amigo- comento. 

- Talvez pelo mesmo motivo que alguém gostaria de ser seu amigo- sugere Ethan dando de ombros. 

Antes que eu pudesse me defender com uma resposta provavelmente idiota e desnecessária, Ethan avisou: 

- Chegamos ! 

Olho em volta e vejo que estamos enfrente a uma barraquinha de cachorro quente de uma pequena a praça, a qual eu não fazia ideia de que existisse. Uma praça dessas passa despercebida por qualquer um. 

A praça não devia ter mais de 10 metros quadrados, onde a maior parte era coberta por bancos e algumas arvores. Havia também um parquinho, essa barraquinha de cachorro quente e um cara com um carrinho de sorvete.

Poucas pessoas circulavam por lá, provavelmente por causa do horário, afinal, mal se passavam das duas da tarde. 

- Não vai me dizer que você realmente me trouxe para comer num podrão de praça ?- pergunto cruzando os braços sobre o peito. 

Ethan olhou para mim com desdém franzindo o senho e também cruzou os braços sobre o peito. 

- O que você esperava ? Um restaurante cindo estrelas ?- sorriu- Sinto lhe informar, mas eu só pago cara num restaurante quando eu quero comer uma garota, e bom, isso com certeza não se aplica aqui- completou. 

- Você poderia ser pelo menos mais simpático- comento. 

- Se queria alguém mais simpático, saia com uma miss - fala Ethan sorrindo. 

- Pelo menos as misses são bonitas- falo dando de ombros. 

- A qual é ? Vai dizer que não me acha bonito ?- pergunta Ethan sorrindo sacana. 

Sinto o meu rosto esquentar, eu estou corado ?, mas porque ? 

Ethan Reed poderia ser o cara mais bonito do mundo, com seus olhos azuis e rosto angelical, mas ainda seria Ethan Reed, o babaca que eu odeio, certo ? 

- Peça logo antes que eu me arrependa- disparo tentando mudar de assunto. 

Ethan sorri vitorioso e caminha até a barraquinha. 

Havia um homem na barraquinha. Ele era gordo e aparentava ter uns 50 anos. Ethan conversava com o homem e sorria, parecia até que eles já se conheciam. E talvez se conhecessem. 

Talvez Ethan já tenha vindo aqui com uma peguete, namorada, não sei. Também não sei porque pensar nisso me deu um aperto no peito.

Enquanto isso eu ajeito a mochila sobre o ombro e caminho até um banco próximo a barraquinha. Eu me sento e olho para o céu. Aparentemente vai chover, espero que pelo menos me espere chegar em casa. 

Depois de um tempo Ethan vem até mim com dois cachorros quentes na mão. 

- Ao seu dispor- ele fala estendendo um para mim. 

- Me lembra depois de te dar o dinheiro- falo o pegando.

- Não precisa- fala Ethan dando de ombros enquanto se sentava- Benefícios de ser sobrinho do dono - comenta. 

- Aquele é seu tio ? - pergunto mordendo o cachorro quente. 

Pensando bem, eu nunca havia comido em um podrão na vida. Imagino o que os mais país diriam se descobrissem. Provavelmente algo como " Isso é coisa do demônio". 

- Sim, meu tio que segundo o meu pai é um vagabundo sem profissão- respondeu Ethan. 

- Porque ele fala assim do irmão ? - pergunto. 

- Meu pai não tem nenhum irmão, meu tio é irmão da minha mãe- explica Ethan. 

- E sua mãe não fala nada sobre isso ?- pergunto, afinal, que irmã deixaria o marido falar assim do próprio irmão. 

- Falaria se ela não achasse a mesma coisa- falou Ethan com desdém. 

- E o que você acha ?- questiono. 

Ethan se virou para mim com seus olhos azuis curiosos , que agora estavam num tom de azul bem claro, me fitando. Seu rosto estava bem próximo do meu ao ponto de eu poder sentir seus hálito quando ele sussurrou.  

- Acho que toda profissão é digna, seja ela qual for.  

Nesse momento eu poderia dizer algo interessante como eu imagino que Aiden faria, ou dizer algo inteligente como eu imagino que Kieran faria, mas a única coisa que saiu foi:

- Essa é a primeira vez que eu como num podrão. 

Ethan se afastou de mim sorrindo. 

- Isso é realmente deprimente- comenta. 

- Vai dizer que não tem algo que você nunca fez na vida ?- pergunto. 

Ethan fitou o céu pensativo. 

- Eu nunca andei de bicicleta, até porque eu não sei andar- respondeu Ethan parecendo envergonhado. 

Como alguém pode não saber andar de bicicleta ? Isso é quase impossível. 

- Como isso é possível ? O seu pai não te ensinou ?- pergunto incrédulo. Mas Ethan fica estranhamente sério. 

- Digamos que o meu pai não é o tipo de pai que brinca com o filho e o ensina a andar de bicicleta- fala Ethan com um tom levemente triste. 

Que tipo de pai é esse ? Até meu pai tendo todos os seus defeitos me ensinou a andar de bicicleta. 

- Quem sabe um dia eu te ensine a andar- fala tentando o anima. Ethan sorri. 

- Quem sabe...- Ethan murmura. 

Ethan então coloca a mão no bolço e olha o celular e quando eu menos esperava ele se levanta apressado. 

- Eu tenho que ir- Ethan ajeita a mochila nas costa- Uhm... até mais- ela acena e vai embora em passos rápidos e decididos.

- Até mais...- murmuro, mas já era tarde demais para ele se quer me ouvir.  continua ou não? deixe suas opiniões !!!