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História Ink - Green Ink


Escrita por: gyack

Notas do Autor


OLÁÁÁÁ
OLHA QUEM VEIO TRAZER MAIS UM CAPÍTULO DE INK

bom, eu não atualizei ontem porque veio uns caras consertar o aircon da mulher do segundo andar e o único jeito era eles passarem pela área da minha casa - imaginem o nojo que meu chão ficou de poeira
mas cá estou eu
desculpem pelo capítulo pequeno, juro que vou me esforçar pra fazer as coisas ficarem melhor e_e

então, nada mais a dizer..
boa leitura :3

Capítulo 4 - Green Ink


Fanfic / Fanfiction Ink - Green Ink

Green Ink

 

 

A noite chegou e, como esperado, Soonyoung fora verificar se alguém havia feito alguma maldade com suas obras. Claro que elas não tinham tanta importância, mas ainda sim tivera trabalho pra fazê-las. Ficou pensando sobre a pintura que havia feito baseada no estudante de música e torcia para que ele não tivesse entendido errado o significado de tudo.

Chegando onde havia elaborado a exposição simples, encontrou o baixinho rosado andando de um lado pro outro, provavelmente impaciente com algo. Estaria esperando algum colega de turma, talvez.

Aproximou-se devagar para não assustá-lo, mas aconteceu o contrário. O rosado virou-se num movimento rápido e encarou Soonyoung com as sobrancelhas arqueadas. Com toda certeza iria começar a questionar sobre o pequeno quadro que havia recebido pela manhã.

— Dá pra me explicar o que isso significa? – ele perguntou, irritado.

De início, Soonyoung ficara sem defesa, mas uma agradável luz o iluminou como quando não tinha nada pra fazer e resolvia desenhar algo.

— Desculpe se eu acabei de ofendendo, não foi minha intenção – estava com as mãos atadas, mas mesmo assim continuou — e claro que vou responder todas as suas perguntas. Se é que você as tem.

— Comece respondendo a primeira que eu te fiz – o baixinho deu um passo pra frente e Soonyoung deu um passo pra trás.

Pelo visto não seria nada fácil lidar com aquele pequeno.

— Bom... Eu achei um potinho de tinta rosa e acabei me lembrando de você, então resolvi fazer esse quadro aí – apontou para a mão do rosado que segurava a pequena tela. — Não tem relação alguma com a imagem que você deixa passar de início ou sua estatura, sim?

Jihoon pareceu duvidar, semicerrando os olhos num leve eye-smile. Bufou, coçando a nuca em seguida. Soonyoung se sentiu livre pra relaxar os músculos assim que viu a expressão de porta no rosto do estudante de música.

— ‘Tá, mas só não expõe isso – ele voltou a guardar na caixa de embrulho. — Se me der licença, tenho uma coisa pra fazer – e saiu deixando Soonyoung estático.

Estava na cara que ele não era um estudante qualquer, já que sempre saía depressa dos lugares. Todavia, antes que ele pudesse virar a esquina para os elevadores, Soonyoung correu o mais rápido que pôde para alcança-lo.

— Ei! – segurou delicadamente no ombro ossudo de Jihoon, chamando sua atenção. — Eu ouvi a música que me falou.

Jihoon o olhou meio irritado. Ele não disse que tinha algo pra fazer? Por que Soonyoung estava interrompendo-o bem naquele instante? Decidiu entrar no elevador, mas sendo acompanhando pelo estudante de artes. Ele cheirava muito bem para uma pessoa que vivia mexendo com materiais de pintura, escultura e desenho.

— E então? – questionou sem vontade. — Conseguiu perceber como nada expressa só um sentimento?

Soonyoung se lembrou do que ouviu na noite passada. Apenas o sentimento de esperança dominada a música, pelo menos o que tinha conseguido interpretar. Uma pessoa querendo voltar, provavelmente, para a sua infância onde tudo era mais fácil; entretanto, o indivíduo tem esperança de um futuro melhor, já que acha que sua vida ainda estava começando. Foi isso que explicou à Jihoon enquanto andavam lentamente pelos corredores mais largos da universidade.

O baixinho riu amargo, como se Soonyoung tivesse esquecido algo ou interpretado errado.

— Ah, Soonyoung... Você ainda tem muito que aprender – ele disse com um pequeno sorriso no rosto, deixando Sooyoung levemente nervoso. — Eu não sei o que é pior: sua interpretação ou o sentimento que você enxergou em cima dela.

Soonyoung corou. Por breves segundos ele se sentiu um completo babaca.

— Claro que eu não sou contra artistas e músicos quererem expressar só um sentimento na música, mas é que... – ele parou por um instante, deixando Sooyoung um passo a frente. — Fica uma coisa fria, repetitiva demais.

Soonyoung parou para refletir.

— Pode me explicar o que essa música fala então? – ele desafiou.

Tinha conhecimento do nervosismo de estudantes de música para com explicações sobre sua área. Levavam quase uma hora para explicar pequenos detalhes, isso porque sempre se enrolavam. Contudo, Jihoon permaneceu relaxado.

— Tudo bem – ele colocou seus instrumentos no chão encostados na parede creme. — Vamos por partes – ele pensou um pouco. — O protagonista está surpreso ao atingir a vida adulta; nada do que ele pensava que era é de verdade – começou e Soonyoung prestava bem atenção. — Encontrando muitos problemas pela frente, ele começa a iludir a si mesmo.

— Como assim?

Jihoon riu nasalmente.

— Todos nós iludimos a vida, Soonyoung – ele mastigou o início de sua explicação. — Quando criança, imaginamos a adolescência como uma festa e, ao atingirmos a adolescência, achamos que a vida adulta é bem mais fácil porque seremos independentes – mastigara de novo, como se Soonyoung fosse um completo estúpido. — E então, quando finalmente atingimos a final ilusão, queremos voltar pra trás, onde tudo era mais fácil. E realmente era não é mesmo? Tínhamos nossos pais para cuidar de nós e também não trabalhávamos para pagar nossas contas. Tendo isso em vista, o indivíduo cria mais uma ilusão dizendo que a vida dele acabou de começar, ainda. Eu poderia concordar com você de que ele tem alguma esperança, mas... Isso é algo diferente, Soonyoung.

Soonyoung teve de concordar com o estudante de música.

— Ah, sim...

— E então? Quantos e quais sentimentos esse cara expressa? – Jihoon cruzou os braços, despreocupado. Parecia até um professor de literatura falando aquelas coisas. — E de que madeira ele os expressa?

Soonyoung estava se sentindo um estúpido. Lembrou-se de suas obras de arte expostas e das críticas que recebia. E se os administradores estivessem querendo suas artes apenas por que sabia fazê-las lindamente? E quem eram aquelas pessoas que o criticavam tanto? Precisava de muito tempo pra refletir sobre aquilo. Mas achou melhor deixar pra lá ou não acordaria no dia seguinte.

— Bom, agora eu tenho que ir – o rosado pegou seus instrumentos, voltando a ter a postura anterior.

— Um dia eu ainda te venço – Soonyoung comentou infantilmente, recebendo uma gargalhada alta de Jihoon.

— Talvez, Hoshi...

 

 

Resolveu mudar os cabelos. Foi a única coisa que mais teve vontade de fazer naquela manhã fria. Lembrou-se de que tinha uma tinta meio verde em seu armário e resolveu testá-la. Havia ganhado a tal quando fora descolorir os cabelos num salão ali perto da universidade. Estava para fazer uma apresentação performance e tinha de estar loiro. O desempenho de Soonyoung naquele dia fora fantástico, mas não como ele esperava.

Utilizando as luvas e torcendo para que não sujasse tudo, o loiro começou a aplicar a tinta esverdeada aromatizada em maçã-verde por todo o cabelo. Quando terminou, verificou o tempo de aplicação e amaldiçoou-se por ver que teria de deixar pela metade. Não que não gostasse de nuances claras, mas sentia que ficaria esquisito.

Sentou-se na cama, impaciente. Queria estar conversando com Jihoon naquele momento, perguntando várias coisas sobre a aula de música. Desejando também saber porque o mesmo estava com tanta pressa quando conversaram.

Resolveu escutar aquela maldita música de novo, parando para se lembrar da explicação de Jihoon sobre ela.

— Medo, arrependimento... Se não é esperança, o que deverá ser? – ele se perguntava em meio ao silêncio do cômodo. — Será que ele vai ter paciência comigo de novo?

Batendo metade do tempo, Soonyoung tirou a tinta dos cabelos, lavando bem com xampu em seguida e secando. Não havia ficado tão esquisito, mas sentia que iria sair nas primeiras lavagens. Triste, mas pelo menos era alguma coisa. Pegou seu material e saiu pela faculdade torcendo para que não sentissem o cheiro da tinta – que era bem forte, a propósito.

Alguns olhavam estranhando, outros pareciam achar legal. Se bem que o próprio Soonyoung não estava se sentindo confortável.

Faltando exatos vinte minutos para começar a aula, sentou-se na primeira fileira de cadeiras daquela vez. Olhares surpresos rodeavam seu corpo e alma, mas ele não ligava. Assim que a professora entrou na sala, Soonyoung fez o favor de não mexer em seu material, já que ela sempre guardava alguma surpresa para toda aula.

— Olá, turma! – ela cumprimentou, recebendo olhares encantados e cansados. — Tenho uma notícia bem legal para dar.

Soonyoung se animou. Será que era outra performance?

— Não sei se ficaram sabendo, mas o curso de teatro irá fazer um grande espetáculo neste semestre – ela começou calmamente. — No entanto, eles estão contando com a ajuda dos alunos do curso de artes, moda e música para fazer cenários, roupas e trilha sonora. Ainda não se sabe o tema, mas gostaria de saber quem se candidataria a ajudar.

Foi então que Soonyoung percebeu que, caso aceitasse, acabaria trabalhando junto com Jihoon. Seria uma ótima oportunidade de conversar com ele mais vezes sobre Best Is Yet Come.

Levantou o dedo assim que algumas pessoas levantaram. Não eram muitas, mas uma quantidade legal para trabalhar sem pressa.

— Muito bem – ela disse após anotar o nome de todo mundo. — Vou liberar essa turminha agora para ir ao bloco de teatro.

— Pra quê? – um colega perguntou. — Quero dizer, eles ainda nem sabem o que vão fazer...

— Exato, mas para que comecem algo, precisam saber o que vocês estão de acordo a fazer – a professora disse como se fosse óbvio. — Agora vão.

Soonyoung torcia para que não fosse algo muito complicado. Ficara sabendo que todos os cenários feitos eram baseados no que a galera de música decidia, ou seja, Soonyoung estava ferrado se escolhessem algo que ele não soubesse interpretar. Além do mais, se era difícil com os estudantes de música, sem eles poderia ser pior ainda. Teatro era misturado com um pouco de literatura e, como os músicos eram melhores com interpretação do que os artistas plásticos, caso os músicos não fossem envolvidos, os artistas plásticos teriam que quebrar a cabeça pra entender o enredo e imaginar os cenários da melhor forma possível.

Suspirou, entrando no auditório imenso e luxuoso. As cadeiras vermelhas faziam ótimo contraste com as luzes do palco. Ficou imaginando uma apresentação de Jihoon naquele lugar. Com toda certeza seria incrível com base nas impressões de Soonyoung sobre o mesmo.

Duas moças estavam brigando. Soonyoung cogitou serem do curso de moda porque estavam segurando dois vestidos: um roxo e outro carmim. Riu um pouco quando um rapaz aparentemente mestiço tentou separar a briga, recebendo várias tapas e socos em troco. Já sabia que não deveria se meter com aquelas moças.

Foi em direção a um grupo de jovens de mais ou menos sua idade. Eles pareciam meio perdidos, mas se animaram quando um rapaz loiro chegou ao meio da roda.

Todos olharam Soonyoung, curiosos. Teriam o reconhecido pelos quadros espalhados pela faculdade?

— É você o representante dos que vão fazer o cenário? – o loiro milagroso resolveu perguntar depois de muito tempo de silêncio. — É que a galera de música anda meio confusa e queremos interpretar o enredo todos juntos.

— Oh, não sei. Acabamos de chegar – Soonyoung respondeu, sem graça. — E claro, somos péssimos em refletir sozinhos, mas acho que posso passar tudo pro resto depois.

O garoto deu de ombros, sentando-se numa cadeira azul de plástico. Soonyoung resolveu fazer o mesmo.

Basicamente, a peça era algo simples. O enredo se baseava na própria vida de um ator. Como ele deixava de ser ele mesmo para interpretar outra pessoa. Os cenários, ao contrário do que pensou, não eram tão simples. A paleta de cores estava confusa em sua mente, os desenhos não eram tão fáceis de imaginar. O pior de tudo eram as músicas a serem utilizadas. Demoraria muito, segundo um representante de música, para fazer a trilha sonora. Teriam de ler e reler tudo com muita calma para saberem o ritmo e estilo.

Tudo aquilo deixou o artista plástico de olho aberto. Teria de manter contato direto com aqueles caras ou Jihoon – que não estava ali no momento, mas sentia que ele iria fazer alguma coisa – para que pudesse trabalhar em paz.

— É isso – o loiro olhou para Soonyoung, que estava pensativo. — Você entendeu tudo?

— Entendi. Só que eu vou ter que ficar grudado nos músicos pra trabalhar com mais facilidade – explicou, recebendo olhares atentos da área. — A paleta de cores e os desenhos ficaram confusos pra mim, mas tenho a certeza de que meus outros colegas vão cooperar com tudo.

O loiro franziu o cenho.

— Certo. Bom, vamos nos reunir aqui amanhã de novo. Por enquanto, conversem com a galera de vocês – o loiro então saiu. Ele provavelmente seria quem lideraria toda a peça, visto que tinha muito jeito de ator. — Não se esqueçam de trazer uma ideia básica.

Todos assentiram um pouco receosos. Explicou para seu grupo o que teriam de fazer e acabaram vendo uma paleta de cores básica. As cores eram alegres, mas ainda assim simples. Resolveram colocar branco como neutralidade e misturar cores primárias e secundárias para cada cena – que eram muitas. A parte do desenho foi a mais difícil, então resolveram aguardar os músicos com suas ideias para o dia seguinte.



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