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História Innocent Sinner - Hunt


Escrita por: elusive

Notas do Autor


OLEE OLE OLE OLAAA HUNTEERR VAI CAÇARRR
Ok, desculpem por isso.
Então, o capítulo ficou curtinho, mas é porque quis dividi-lo em duas partes. Vocês entenderão o porquê ^^
Boa leitura~

Capítulo 12 - Hunt


Fanfic / Fanfiction Innocent Sinner - Hunt

Eles praticamente se mudaram para o apartamento de Kirk pela semana seguinte. Hunter queria que Matthew fosse rapidamente treinado e que seus machucados virassem cicatrizes fechadas antes que fossem à procura de Zachary. Ela jogou fora o celular e deixou a casa vazia para que nem Hetfield nem qualquer outra pessoa viessem lhe contatar. Ninguém sabia sobre seu relacionamento com Hammett, então estaria a salvo com ele.

Quando Matthew questionou sobre a possibilidade de Zacky sumir naquele meio tempo, ela explicou que ele era muito orgulhoso para fugir de suas responsabilidades, e mesmo que o fizesse, ela o acharia em qualquer lugar.

Kirk não gostou da presença de Sanders perambulando pela sua casa. Ele sentia como se ele estivesse começando a tomar o espaço de Brian na vida de Hunter. Às vezes, nas madrugadas em que se levantava para ir até a cozinha beber um copo d’água, encontrava sua garota adormecida no sofá, o rosto colado ao peito musculoso do rapaz. Kirk se entristecia porque nunca pudera presenciar tal cena entre ela e Haner, mas esperava que aquele novo homem pudesse ser fiel a ela e que pudesse preencher parte do vazio que ela agora sentia.

Num dos dias da semana, Hunter havia saído a pé até a mercearia na esquina para fazer compras, alegando que precisava também de um tempo sozinha para pensar. No meio da movimentação da academia, Kirk treinava a agilidade e resistência de Matthew, por pedido da própria moça.

O mais alto estava desviando rapidamente dos golpes de Kirk, mostrando-se atento e ágil, mas quando o mais velho finalmente conseguiu lhe acertar um chute na costela esquerda, decidiram finalizar o treino do dia.

Hammett chamou Sanders para seu escritório e lhe entregou uma garrafa de água gelada e uma toalha velha para secar o suor. Sentou-se em sua cadeira alta por trás da mesa de escritório e encarou-o com atenção e os braços cruzados.

— Você sabe que se fizer algum mal a ela eu acabo com você, não sabe?

— Não pretendo machucá-la, Hammett. — suspirou retomando o fôlego. — Isso eu posso lhe garantir.

— Não sei se confio em você.

Matthew finalizou a garrafa e limpou a boca molhada com as costas da mão.

— E tem algo que eu possa fazer para ganhar sua confiança?

Foi a vez de Kirk respirar fundo e coçar a cabeça, afundando os dedos nos cabelos grisalhos e encaracolados.

— Só me traga ela viva dessa merda de plano que vocês querem executar, garoto. É o mínimo que você pode fazer.

Matthew concordou, mesmo sentindo a falta de empatia de Kirk para com ele. Não podia esperar que o homem que conviveu com Brian por anos pudesse simplesmente aceitar um novo desconhecido ao lado de sua garota. Não podia ficar chateado com isso, afinal, Kirk só estava fazendo seu papel de pai.

* * *

Na madrugada de sábado para domingo os dois estavam prontos.

Hunter já estava um pouco melhor, na medida do possível. Seus olhos não estavam mais avermelhados e as olheiras estavam mais claras. Matthew ainda tinha marcas no rosto, mas era possível voltar a enxergar sua beleza.

Ambos vestiram-se de preto. Camisas apertadas de manga comprida, calças escuras, luvas de couro, coturnos pesados, balaclavas de lã e cintos presos às pernas com espaços para as armas. Carregavam nos coldres as pistolas e nos bolsos os supressores grossos que seriam atarraxados a elas.

Hunter, pela primeira vez em dias, sentia algo diferente no peito. Uma excitação que sempre sentia em missões como aquela. Mas, desta vez, era ainda mais estimulante pensar que estaria cobrando vingança para si própria, e não fazendo o serviço de outrem.

I am a sniper, always hit the mark

Paid assassin, working after dark

Foi ela quem lentamente conduziu o carro por ruas e avenidas praticamente vazias até o primeiro ponto de parada. A viagem foi completamente silenciosa por todo o percurso. O rádio ficara desligado e as bocas não me moveram para cortarem o silêncio.

Ela desligou o Cruze a alguns metros de distância e buscou no banco de trás a mochila com ferramentas e acessórios.

— Você fica. — ordenou com seriedade quando Matthew levantou a mão para destravar a porta. — Esse é um assunto meu.

Ele a olhou com dúvida.

— Tem certeza?

Ela não o respondeu enquanto enfiava um canivete no espaço livre entre a perna e o coturno.

— Hunter, não quero que você se machuque...

A mulher riu baixinho com um tom de escárnio e o encarou com o par de olhos quase negros antes de deixá-lo para trás no carro e partir com a mochila, se mesclando rapidamente à escuridão da rua.

Zachary morava numa casa de dois andares, grande mais do que o bastante para alguém que vivia sozinho, mas talvez o lar combinasse com o tamanho de sua vaidade e orgulho. A mulher se esgueirou fugindo das luzes que ele implantara no chão entre a grama e foi até a porta da frente. Ela sabia que ele não tinha aparatos de segurança na casa, então sacou da mochila uma gazua de metal e enfiou-a cautelosamente na fechadura, o rosto colado no vidro da porta para perceber qualquer movimento que viesse lá de dentro.

Porta destrancada, ela caminhou pé ante pé até a escadaria que daria acesso ao andar de cima. O horário era propenso para que Zacky estivesse dormindo, mesmo se aquela tivesse sido uma noite de farra para o rapaz – o que talvez não fosse tão provável.

Ela arrancou o silenciador do bolso e prendeu-o a uma das pistolas. Não quis abrir nenhuma das portas do corredor, mas, por sorte, a porta do quarto estava semiaberta, como se já aguardasse por algo.

Hunter se sentiu idiota quando empurrou a madeira e apontou a mira da arma para o lugar da cama onde Zachary deveria estar, mas não baixou a guarda. O monte de lençóis estava embolado como se alguém estivesse acabado de sair da cama para ir até o banheiro, ou algo do tipo.

— Esperando por mim, querida?

A voz macia resvalou no seu pé do ouvido, fazendo-a sobressaltar, mas o toque gelado na sua nuca que poderia ser sentido mesmo por cima do tecido grosso da máscara a fez congelar.

— Estive à sua espera por todos esses dias... — ela chegou a sentir os lábios dele roçando perto de sua orelha por cima da lã da máscara, o que lhe era repugnante. — Por que você não tira essa roupa e se deita comigo?

— Vá para o inferno, Baker.

— Ah não, minha querida. Eu não pretendo fazer companhia ao seu ex-namorado.

Aquilo foi como jogar gasolina na pequena chama de ódio da mulher. Ela explodiu virando-se de uma só vez e acertando-o na cabeça com o cabo da sua pistola. Ele cambaleou e ela fez questão de desequilibrá-lo mais ainda com um chute forte na barriga.

— Espero que Satã tenha pena de sua alma podre e fétida, Baker, porque eu, certamente, não terei.

And I know just what to do

And ya know I'll do it too

Then I'm coming back for you

Back for you!

 Ela aproveitou para chutar com o bico duro da bota o rosto bem cuidado de Zachary. Ele gemeu e tentou se arrastar para alcançar novamente sua arma, mas quando tentava esticar o braço, Hunter arrancou o canivete que guardara no coturno e enfiou-o impiedosamente na mão do rapaz, prendendo-o ao chão de madeira encerada. Ele urrou e tentou puxar a faca que o fazia sangrar, mas doía ainda mais tentar mover aquilo para fora.

— Isso dói, Zacky? — ela usou uma voz falsamente penosa. — Dói tanto quanto tirar a vida de um inocente?

— Vá à merda! — ele gemeu e tentou puxar a perna dela com a mão livre, mas Hunter o chutou de novo, provavelmente quebrando seu nariz desta vez.

Do outro bolso da calça tirou um soco-inglês. Arrancou a luva de couro e vestiu o acessório nos dedos. Empurrou com o pé o ombro do homem para que ele se virasse de frente e ajoelhou-se sobre ele, mantendo o corpo robusto entre suas pernas. Ele ainda tentou acertá-la, mas Hunter o atingiu com um soco pesado em seu maxilar.

— Quietinho, Zacky. Quietinho.

Ela prendeu o braço livre dele debaixo de seu joelho e deferiu outro golpe metálico na bochecha. Ela podia sentir a vibração de seus músculos do bíceps e do antebraço tamanho ódio que colocava em seu punho.

As tentativas dele para se desvencilhar do corpo dela eram em vão. Hunter tinha uma força brutal alimentada por vingança pessoal, o que fazia daquele o seu melhor trabalho.

— Só quero... — ele falou cuspindo sangue. — que saiba que não tenho remorso algum pelo seu companheiro. Fez mais efeito do que matar a você mesma.

Ela fez a outra mão voar espalmada no rosto dele, produzindo um sonoro tapa. A garganta se fechou com o misto de sentimentos e ela quis rasgá-lo ao meio com as próprias mãos.

— Xingamento algum consegue ser leal à sua personalidade perversa e nojenta, Baker. Eu gostaria de ter pena de você, mas só desejo que sua estadia no inferno seja dolorosa o bastante.

It brings me great pleasure to say my next job is you

Ela puxou outra vez sua pistola silenciada e encostou o cano na testa dele. Arrancou sua balaclava para que ele tivesse a visão de seu rosto completo, assim como Brian enxergou Zachary antes de morrer. Um sorriso manchado de sangue apareceu nos lábios dele e seus olhos claros se tornarem fendas que brilhavam para ela.

— Te encontro lá, querida.

Com um ódio insaciável corroendo-a por dentro, dizendo-lhe que nada daquilo era suficiente o bastante, puxou o gatilho para dar um fim naquilo. O supressor controlou boa parte do estouro sonoro e ela instantaneamente sentiu o esguicho rubro e morno em rosto limpo.

Era prazeroso saber que ele fora morto por suas mãos, mas Zachary ainda conseguia a incomodar mesmo após a morte. Sentia como se ele merecesse um final muito mais terrível, como se devesse ter sentido uma dor muito mais pungente, mas aquilo era impossível. Ele era vil, uma serpente solitária que se alimentava do sofrimento alheio. Nada poderia atingi-lo pessoalmente da forma em que ela mesma foi atingida por ele. No fim, Hunter se via como uma mera humana machucada, matando o motivo de sua dor, dando fim a um ser monstruoso e desumano.

* * *

Jogou de volta ao banco traseiro a mochila e as luvas. Matthew a olhava com curiosidade enquanto ela esfregava sem delicadeza um guardanapo de papel no rosto sujo. Ela estava trêmula, mas não tinha se dado conta disso por causa do sangue quente que ainda corria com rapidez em suas veias. Matthew quis tocá-la e não se privou disso. Não desta vez.

Tirou das mãos dela o papel já gasto pela esfregação e puxou um limpo para tirar o sangue de suas mãos com calma e suavidade. Ela congelou com o toque dele e o encarou durante o processo de limpeza de suas mãos e rosto. Sua respiração aos poucos voltava ao normal.

— Está tudo bem. — Matthew sussurrou tomando o rosto dela em suas próprias mãos largas. — Acabou.

Ela estremeceu com a descarga de energia que passou pelo seu corpo e fechou os olhos, respirando devagar, tentando controlar as batidas do coração.

Ele umedeceu seus lábios e esticou o pescoço para se aproximar dela. Sua pele tinha o cheiro característico e enjoativo de sangue fresco, mas isso não o impediu de levar sua boca até a dela para um simples e longo selar de lábios.

Ela arfou quando ele a soltou depois dos segundos rápidos do beijo e seus olhos se perderam no esverdeado dele.

— Desculpe... — ele pediu, lembrando-se que não deveria ter feito aquilo quando ela ainda estava tão ligada à Brian.

Mas as mãos delicadas e ainda trêmulas e frias subiram do peito dele até a nuca. Ele suspirou com o toque dela, entreabrindo os lábios.

— Prometa que não vai ceder aos seus medos, prometa que não vai deixar que ele te mate. — ela sussurrou. — Não posso perder você. Não posso perder mais nada nessa vida.

Ele se atentou a todos os detalhes do rosto dela, vendo o modo que seus lábios se moviam ao falar, e como seu queixo também se mexia com delicadeza junto à fala. Os cílios longos tremulavam e emolduravam aqueles olhos que pareciam ainda mais escuros, como se a íris se mesclasse à pupila.

— Eu prometo. Prometo...


Notas Finais


Satisfeitos?
Como disse, eu até acho que o menino Baker merecia algo mais dramático, mas ao mesmo tempo achei que ele não era digno de algo tão grande e teatral. Espero que tenham gostado!
Mas e agora? Será que tem mais alguém na lista? Mattinho vai caçar alguém também?? HAUSHAU

A música foi Killing Is My Bussines... And My Bussiness Is Good! do Megadeth. Vamos dar glórias à existência dessa letra, porque eu não fazia ideia do que colocar aqui nesse capítulo! haha
Até a próxima anjinhos! E tenham um bom feriado de carnaval~~


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