1. Spirit Fanfics >
  2. Innocent Sinner >
  3. Ending

História Innocent Sinner - Ending


Escrita por: elusive

Notas do Autor


VOLTEEEI!!
Não, eu não abandonei vocês! <3 E calma, esse não é o último capítulo! O que aconteceu comigo foi um misto de falta de tempo e falta de inspiração para escrever. Fiquei dias tentando finalizar esse capítulo, mas não saía das primeiras frases... :(
Esse trimestre tá bem tenso na faculdade (inclusive usei meu tempo para escrever, enquanto deveria ter feito meu trabalho/pesquisa), então acredito que o próximo capítulo também possa demorar um pouquinho para sair... Pelo menos até eu conseguir finalizar uns 2/3 dos que tenho que fazer ><

Mas enfim! O que importa é que hoje tem atualização! \o/
Boa leitura~

Capítulo 13 - Ending


Fanfic / Fanfiction Innocent Sinner - Ending

Assim que o Cruze virou a esquina para a rua da casa amarela Hunter notou a ligeira inquietação no banco ao lado. Matthew parecia ter ficado tenso ao rever, depois de tantos anos, o palco de seu assassinato. A escuridão estava em suas últimas horas e ele se lembrava de tudo, todos os detalhes. O velho Mustang vermelho estava estacionado no lugar de sempre, de frente para a garagem. Seu peito pareceu sufocá-lo. Sentia como se a qualquer momento a cabeça loira de Cali pudesse sair de dentro daquele carro, acompanhada de Jimmy.

O rapaz nervoso abaixou sua balaclava e começou a atarraxar, antes da hora, um supressor na ponta da pistola. Hunter notava os dedos trêmulos lutando contra o nervosismo.

— Você não precisa fazer isso se não quiser. — ela sussurrou puxando o freio de estacionamento e desligando o motor.

Ele não respondeu. Terminou de atarraxar o metal, vestiu as luvas nas mãos que suavam frio e abriu a porta sem nem mesmo pedir permissão. Por instinto, colocou a pistola presa entre a cintura da calça e a pele, sentindo aquele choque metálico e frio em suas costas. Estremeceu pela lembrança do sentimento.

— Matthew? — finalmente ouviu Hunter ao seu lado, segurando-o pelo braço. Ela parecia ter o chamado outras vezes em vão. — Você está bem?

Ele tentou respirar fundo, mas tinha um bolo de confusão e lembranças doloridas apertando-o por dentro. Tentou engolir a saliva, mas a garganta estava seca.

— Eu vou com você.

— Não! Não, Hunter...

— Eu vou com você, Sanders. — fixou as pupilas duras nas dele. — Agora, me diga: o que você vai fazer?

— Matá-lo. — tentou afirmar, mas soou mais como uma pergunta cheia de dúvida e medo.

— É o que você quer?

— Não sei.

— Acha que consegue fazer?

Ele silenciou e ela suspirou profundamente antes de tomar o rosto dele nas mãos.

— A cena não está se repetindo, Matthew. Olhe para mim, eu estou com você. Nada vai se repetir.

— Como sabe que estou pensando nisso?

— Você está tremendo.

This time is different

It's not like the times before

Ele olhou para as mãos e finalmente notou a falta de força nos membros. Fechou os olhos e se esforçou para encher o pulmão, inspirando e soltando o ar devagar.

— Está tudo bem. Você vem atrás de mim.

Ele não fazia ideia de como ela pretendia agir, mas ao vê-la se postar na porta da frente e levando o dedo à campainha, questionou a sanidade dela e não a sua. Ela parecia calma e nem mesmo havia sacado sua arma da cintura. Apertou outra vez o botão e esperou mais um tempo antes de ver a porta se abrindo devagar. Matthew enrijeceu.

Hetfield estava sonolento, vestindo uma calça velha de moletom e uma camiseta lisa e com os cabelos curtos e cinzentos eriçados. Os olhos claros pararam de piscar e ele pareceu despertar imediatamente assim que enxergou o rosto de Sanders por cima do ombro de Hunter. Ele chegou a olhar rapidamente para o lado, buscando por uma arma que o fizesse se sentir menos vulnerável, mas tinha vindo desarmado e despreocupado até ali.

— O que é isso? — sua voz trovejou grossa e alta.

— Podemos entrar? — ela pediu.

— O que está fazendo trazendo-o aqui? Você está louca?

Talvez estivesse.

* * *

Hunter mantinha a mão firme na pistola presa à cintura e Hetfield parecia completamente confuso. Matthew sentiu falta de ar assim que passou pelo portal da porta. Era como se nada tivesse mudado. Talvez o sofá fosse diferente, mas o palco continuava idêntico. O chão de madeira encerada agora refletia a luz acesa acima deles, mas ele jurava que podia sentir o cheiro de sangue e talvez até enxergar o líquido rubro derramado. Sentia como se a qualquer momento Cali aparecesse na sala com uma bala arrojada no meio da testa e um sorriso medonho no rosto. Estremecia só em refazer aquela cena em sua mente.

— Sente-se. — Hunter pediu com a voz firme para Hetfield.

— Você acha que vem à minha casa, trazendo o meu inimigo, e eu vou me sentar para você?

Ele estava descontente, mas visivelmente nervoso pela presença de Sanders. Seus punhos cerravam e os vincos da testa ficavam mais fundos.

— Vamos ser civilizados, James. — ela o empurrou pelo ombro para que o velho caísse sentado no sofá. — Nada de gracinhas.

Hetfield piscou os cílios curtos e se inquietou com a atitude da mulher à sua frente.

— Você sabe o que seu parceiro fez, não sabe? — ela perguntou sacando a pistola e brincando com a mira na frente do corpo musculoso do mais velho.

— O que está falando?

— Não se faça de sonso, Hetfield. Sabe muito bem que Zachary assassinou Brian! — ela sentiu um leve tremular em sua voz ao pronunciar o nome, mas continuou séria.

O homem não soltou nenhum ruído, mas prendeu a respiração no peito estufado.

— E isso te dá a permissão de trazer esse monstro para a minha casa? — ele franziu o nariz com asco da aparência de Matthew.

Sanders parecia ainda absorto em seu medo, olhando fixamente para o ponto onde um dia esteve o corpo gélido de seu amigo. Ouvia a conversa como se fossem vozes abafadas ao longe.

— O que fez com Baker?

— O que acha?

Hetfield suspirou profunda e ruidosamente e a encarou com os lábios franzidos.

— E agora, o que quer? Use logo uma bala contra minha cabeça também. É para isso que veio aqui, não é? Porque não me parece que veio à minha casa para entregá-lo a mim.

— Você vai facilitar as coisas para mim? Até parece que está pronto para a morte, James...

O homem não a respondeu. O azul pálido dos olhos brilhou por um segundo antes de desviar a atenção das pupilas para Matthew.

— Deixe que eu o mate primeiro.

O rapaz musculoso finalmente se virou para Hetfield com uma pequena ruga entre as sobrancelhas. O maxilar parecia trincado e as mãos nervosas voaram rapidamente para o cabo de sua arma.

O homem grisalho não esperou pelo movimento repentino que trouxe o cano frio da pistola para o meio de sua testa, então congelou-se e manteve o olhar duro e desafiador em Matthew.

— Você deveria ter feito isso há muito tempo atrás, garoto. — a voz rouca estava alta retumbando pela sala quase vazia. — Deveria ter me poupado todos esses anos de sofrimento.

Hunter percebia o contínuo tremor nos dedos de Matthew e a gota de suor descendo devagar pela sua têmpora. O pomo-de-Adão subiu e desceu conforme ele engolia um bolo gigantesco formado em sua garganta e os lábios se contraíam.

— Ande! — Hetfield gritou com ira. — Faça seu papel, assassino! Se acha que pode me deixar viver quinze anos de luto e depois me assassinar da mesma forma que fez com Cali, então faça!

Matthew sentia uma vertigem começar a enfraquecê-lo, as pernas perderem as forças e a cabeça rodar, fazendo sua visão ficar turva. Apertou os olhos com força tentando vencer o ressentimento e o medo guardados tão profundamente dentro de seu coração, mas era inútil se obrigar a puxar o gatilho. Ele sabia, mais que ninguém, que a morte não daria fim a aquilo tudo.

I crossed my heart that I won't kill no more

Hetfield abriu um sorriso de desgosto no canto dos lábios, fazendo a curvatura da boca parecer malévola. Hunter destravou sua própria arma e apontou, com certa distância de centímetros, para a direção da cabeça grisalha.

— Matthew? — chamou sem tirar os olhos do outro. — Desista.

— Você é igualzinha a ele, eu deveria saber. — Hetfield gargalhou sem humor. — Onde eu estava com a cabeça em procurar alguém como você para pagar minha vingança, não é senhorita Harvey?

— Matthew? — chamou outra vez, com a voz ainda mais profunda. — Guarde sua arma. Não tem nada aqui para você fazer.

Ele soltou o ar que prendia nos pulmões e deixou o corpo estremecer e cambalear para trás, sentindo os olhos intimidadores de Hetfield pairarem sobre ele.

— Você a educou bem, Hetfield. — Matthew ouviu sua voz soar baixa e as cordas vocais vibrarem na garganta seca. — Ela era uma boa garota, afinal. Eu sinto muito... Sinto muito por ter entrado na vida dela.

— Você é cínico e patético, Sanders. Eu ainda me impressiono com o quão desprezível você é...

— Ela realmente amava muito você... — ele continuou. — Ela se preocupava com o velho Hetfield mesmo quando você sumia por dias e a deixava sozinha em casa. Talvez se você tivesse sido um pai mais presente ela nunca teria se metido com pessoas como eu e Jimmy... Mas acho que deveria saber que Cali não te culpava de nada.

— Cale a sua boca. — Hetfield rangeu os dentes. — Você não tem direito de sequer tocar no nome dela, seu monstro!

O mais velho tentou se impulsionar para cima de Sanders, mas a mira de Hunter o impediu de sair do sofá.

— Matthew, espere lá fora.

— Eu...

— Espere lá fora! — gritou com os olhos queimando.

Ele engoliu outro bolo de saliva e se distanciou até a porta de entrada.

— Você não pode fazer isso comigo, garota. — sacudiu a cabeça devagar com o rosto franzido de ódio. — Não pode me privar de me vingar desse animal... Por favor! Por favor, mate-o por mim!

— Hetfield... — tentou acalmar a respiração assim que a porta da frente se fechou. — Mesmo que você receba a sua vingança... O remorso sempre estará em você. A dor está em você.

— Por favor... — a voz dele estava embargada e os olhos úmidos. — Cali merece uma vingança.

— Cali merece paz, James. E você também.

— Não... — gemeu. — Por favor...

— Feche os olhos. — ela sorriu devagar. — Vamos, James, feche os olhos.

Hunter esticou a mão livre para limpar com o polegar uma única lágrima que descia pela bochecha dele e manteve o sorriso calmo e leve. Os cílios dele tremularam antes de fecharem com o toque dela e o peito soltou tudo o que prendia dentro de si. Ela não deixou o choro  dele chegar à sua garganta. Puxou o gatilho com precisão atingindo-o no crânio e finalmente sentiu o ar puro de volta aos seus pulmões. Respirou fundo até sentir o máximo de expansão do peito e guardou a arma de volta ao coldre.

Deu adeus com os olhos para o corpo no sofá. No fundo, não queria ter feito aquilo para o velho, não queria ter o traído porque entendia sua dor de pai, mas era uma escolha que, no fundo, ele mesmo havia feito para si. Suspirou mais uma vez antes de voltar para a rua, onde Matthew esperava nervoso encostado à lataria do Cruze.

— Você quer que os vizinhos da madrugada te vejam e comecem a suspeitar de você, é isso? Entre logo no carro.

Ele tomou o banco do carona e ela não demorou em logo dar a partida no motor e acelerar para longe dali. De repente, estava quente demais dentro do carro. O sangue estava correndo rápido em suas veias pela adrenalina.

— Desculpe. — Matthew murmurou arrancando as luvas das mãos.

— Por quê?

— Por não ter tido coragem...

Ela virou o rosto para ele depois de pegar uma reta e sentiu outro sorriso sincero lhe tomar o canto esquerdo da boca.

— Eu já esperava por isso. Por que acha que entrei com você?

Ele ficou em silêncio. Respirou fundo e passou as mãos pelo rosto e cabelos. Ela diminuiu a velocidade para parar no sinal vermelho. Em outros momentos, passaria reto pela sinalização, já que não havia ninguém passando pela faixa de pedestres, mas queria um momento de calma, nem que fosse apenas no ponteiro de velocidade.

— O que vamos fazer agora? — a voz dele soou abafada porque ainda tinha o rosto nas mãos.

— Não sei... — falou baixinho contando os segundos de tempo em que a luz vermelha ficaria acesa.

Ele se voltou para ela, ainda sentindo angústia no peito que parecia não querer ir embora junto com as longas e profundas respirações.

— Parece que isso nunca vai ter fim... — comentou esperando que ela lhe respondesse. — Por que parece que nada nunca vai voltar ao normal?

Hunter tombou a cabeça para o lado outra vez e piscou algumas vezes para ele. Estava calma, assustadoramente calma. Ao contrário do parceiro, sentia-se mais livre agora. Sentia como finalmente estivesse colocando um ponto final em todo aquele pesadelo.

Mesmo com o sentimento de perda ainda latente, sabia que o fim estava mais próximo do que poderia esperar. E, quem sabe, o fim fosse o início de um novo ciclo?

This time is different

Not like the time before

I crossed my heart that I won't kill no more


Notas Finais


Eu esqueci de avisar a vocês antes, mas Innocent Sinner está chegando ao fim! :(
Eu planejo escrever mais um capítulo e um epílogo para finalizar em 15 capítulos totais, mas ainda não está 100% confirmado. Talvez o próximo cap fique grande, mas não quero dividi-lo.
A música seria outra, mas no finalzinho eu decidi que PRECISAVA colocar The White Buffalo "cantando" The Whistler nessa fic <3

Bom, sinceramente eu estou chata/incomodada e acabei achando que o que escrevi aí deixou a desejar, mas não sei se é a bad que tá fazendo eu desacreditar em mim mesma ou se a escrita ficou ruim mesmo hahaha
De qualquer jeito, eu não queria deixar de postar essa semana e aí está tudo o que consegui extrair de minha cabecinha cansada! Desculpem pelos possíveis erros também.
Obrigada por lerem e continuarem acompanhando IS mesmo com as semanas de vazio existencial! ><
Vejo vocês no próximo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...