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História Inolvidable - Invasion


Escrita por: Trou5ha

Notas do Autor


HEY GUYS!

No capítulo de hoje, eu tentei fazer algo um pouco diferente, digam-me pfvr se odiaram ou não! Tem alguns personagens novos e um em especial pra uma amiga minha que gosta mt dela!

Boa leitura!

Capítulo 6 - Invasion


Fanfic / Fanfiction Inolvidable - Invasion

Pov Lauren

 

Tomar um tiro não é nada como eu imaginei que seria. Não que eu tivesse propriamente imaginado como seria tomar um tiro, mas posso garantir que dói mil vezes mais do que nós achamos.

Acordei e a primeira coisa que vi foi um teto todo pintado para se parecer com o céu. Com certeza não estava em casa, nem no hospital. Olhei para meu lado direito e vi minha melhor amiga toda torta com a cabeça apoiada na cama e o resto do corpo em uma cadeira de madeira.

Ela sem sombra de dúvidas acordaria com um torcicolo. Do meu lado esquerdo tinha Ally que dividia uma cadeira reclinável com…

“Camila? O que ela estava fazendo ali?”

Tentei me levantar e minha cama fez mais barulho do que deveria, acordando Ally, que levantou em um pulo. Ela disse:

- Ei, mocinha, sem movimentos bruscos. Meu pai aplicou uma injeção de recuperação acelerada, o que significa que você vai conseguir andar novamente  em mais ou menos cinco horas. Estamos na minha casa.

Tentei responder a mulher ao meu lado mas parecia que tinham cacos de vidro na minha garganta. Olhei para o copo de água que estava apoiado no móvel e Ally pegou e me deu. Após beber consegui dizer com dificuldade:

- Que horas são? Dinah está bem?

- São 6 horas da manhã. Dinah não sofreu nenhum arranhão, consegui tirar vocês de lá com meu carro antes que a polícia nos alcançasse. Camila retirou a bala da sua panturrilha, ela foi muito gentil de nos ajudar, sendo que não tinha nada a ver com isso.

“Camila nos ajudou? O que ela estava fazendo em uma festa ilegal?”

Meus pensamentos foram interrompidos pela mesma pessoa que os ocupava, ela levantou-se e perguntou:

- Lauren? Como se sente?

- Como se tivesse tomado um tiro.

- Eu sinto muito. Eu disse para que te levássemos ao hospital, mas Allyson disse que era uma má ideia já que o evento que você frequentava não era aprovado pela liderança local.

- Como nos encontrou? - Perguntei curiosa.

- Bom - Olhou de canto de olho para Ally. - Você deixou alguns papéis da escola sobre as aplicações para a faculdade  no banco do meu carro e eu só percebi que eles estavam lá quando estacionei em casa. Pensei que eles poderiam ser importantes para você e de nenhuma maneira queria ser um atraso ou algum tipo de empecilho em sua educação, então decidi devolver imediatamente. Liguei o carro e dirigi até sua casa, mas quando cheguei lá, todas as luzes já estavam apagadas. Decidi que voltaria na manhã seguinte e no caminho de volta para meu carro vi você e sua amiga de relance, montadas na bicicleta. Decidi seguí-las de carro para que pudesse devolver suas coisas e acabei por ser útil. Quando a polícia chegou eu fugia como todos os outros, porém, te reconheci nos ombros de Ally e como te conheço achei que seria antiético te deixar lá, então ajudei. Fomos no meu carro e tudo ficou bem no final das contas.

- Obrigada, Camila. Não precisava ter feito isso.

Camila acenou com a cabeça e me deu um pequeno sorriso sem dentes. Precisava acordar Dinah pois tínhamos que estar em casa em questão de três horas, pois meus pais acordavam todos os finais de semana as nove da manhã.

A chamei três vezes, mas nada parecia acordá-la. Ally me ajudou e deu um tapa na parte de traz da cabeça de Dinah, que finalmente despertou. Levantou a cabeça, limpou os lados da boca e soltou um grunhido de dor muscular pela posição em que ela esteve dormindo. Assim que me viu disparou:

- Laur! Você está bem? Dói muito? Laur, por favor você precisa me perdoar, eu sei, tenho total consciência de que tudo isso foi completa e exclusivamente minha culpa. Se eu não tivesse perseguido essa ideia idiota você nunca teria se machuc…

- Ei... - A interrompi. - Eu nunca tive uma experiência como aquela. O êxtase que você mencionou, Dinah, eu senti. Foi incrível. No fim, ficou tudo bem.

Dinah colocou uma mão sobre a minha e me deu um sorrisinho. Não estava acostumada com muito contato físico, achei que ficaria desconfortável, mas o singelo toque de minha amiga era curiosamente reconfortante.

Como precisava ir para casa, Ally foi chamar seu pai para que me ajudasse a entrar no carro sem que algum movimento prejudicasse de alguma forma a minha recuperação. Entramos no carro de Ally que parecia ter sido vandalizado, estava bem danificado.

Camila sentou no banco da frente junto a dona do carro e Dinah mantinha minha perna elevada no banco de trás. Chegamos rapidamente até minha casa, até porque não haviam muitos carros nas ruas.

Camila, Ally e Dinah milagrosamente conseguiram me levar até meu quarto sem que meus pais acordassem. Ally disse que depois que o período passasse eu poderia tentar me levantar devagar e com algum tipo de apoio. Elas saíram de casa, eu me senti cansada e dormi de novo.

Tive um sonho muito realista em que Camila atacava um policial e segurava meu rosto, sua voz ecoava na minha mente dizendo: “É ela, é ela.”  

Acordei assustada e suada. “Mas o que significava aquele sonho?”.

Me peguei tentando lembrar o que tinha acontecido depois do momento do tiro. A única coisa que me lembro depois do alarme ter soado era de estar correndo o mais rápido que eu conseguia e logo sentir uma dor dilacerante na parte de trás da perna o que me fez cair no chão. Nunca em toda a minha vida havia passado por tamanho sofrimento. E essa era a única coisa que eu me lembrava, da dor, só me lembrava da dor excruciante.

Tentei ligar as informações que me tinham sido passadas sobre o que houve comigo. Allyson havia dito que Camila tinha retirado o projétil da minha panturrilha. Camila tinha dito que tinha nos seguido de carro, como nós não a notamos? Não me lembro de ter visto seu carro estacionado na garagem de Ally e a própria tinha dito que havíamos fugido em seu carro, o que logicamente explicaria o porque do carro estar no estado em que se encontrava. Nada estava fazendo sentido. As informações não encaixavam e eu não conseguia me lembrar de nada. Decidi que o melhor a fazer seria ligar para Dinah e perguntar se ela lembrava de alguma coisa.

Liguei para Dinah e seu telefone discou três vezes, porém ela não me atendeu em nenhuma. Provavelmente estava dormindo. Enquanto eu pensava, não percebi quantas horas já haviam se passado. Pelas minhas contas, eu já poderia tentar me levantar, mas precisava de apoio. Peguei um taco de basebol que ficava debaixo da minha cama e me apoiei nele para levantar.

Consegui ficar de pé, mas quando tentei dar um passo para frente, perdi a firmeza na perna e caí. Tentei me segurar na minha mochila que  ficava pendurada atrás da minha porta para que não caísse, mas acabei indo junto com a mochila ao chão.

“Ouch!”

Tive a proeza de bater com a testa no chão. Virei com a barriga para cima e olhei para o teto. De repente, senti uma vontade estranha de olhar dentro da minha mochila, estiquei o braço para o lado direito e a peguei.

Me sentei com as costas contra a porta e devagar abri minha mochila. Retirei alguns livros de Literatura e meu fichário. Não sabia exatamente pelo que estava procurando, mas estava procurando por algo. Abri  meu fichário e comecei a folheá-lo. Inglês, Cálculo, Biologia, os papéis para aplicação da faculdade, química…

“Que?”

Meus papéis estavam bem ali.

Ali, dentro do meu fichário, dentro da minha mochila que não tinha saído do meu quarto, desde quando cheguei em casa noite passada. Não estava entendendo. Camila me disse que tinha passado em minha casa para me entregar esses papéis, mas eles estavam comigo o tempo todo. Ela havia dito que tínhamos ido em seu carro, mas não o vi em lugar nenhum. Isso tudo não faz nenhum sentido! A não ser que…

“Camila mentiu para mim.”

 

Narrador POV

 

Olhe ao seu redor. O mundo em que vivemos é cheio de atos de intolerância, violência, terrorismo, ódio e ignorância.  Nos pregamos seres humanos e racionais, mas somos os que mais agimos sem sentimentos e cometemos as maiores atrocidades. Com esse pensamento desenvolveu - se a cura para a doença mais mortal de todas as doenças mortais. Secou-se a fonte de envenenamento do ser humano.

“Amor”. O “amor” corrupto que é a defesa dos que matam seus companheiros, fazem por que “amam”. O “amor” que leva uma família a decidir o futuro dos filhos. O “amor” à um povo que leva a exterminar uma raça inteira.

Esta visão do tão comentado “amor” foi que nos levou até a realidade em que nossa doce e disciplinada Lauren, vive.

Esqueceu- se do inexplicável sentimento de uma mãe ao ver seu filho pela primeira vez. Isso é amor. Relevou-se a vontade de chorar de um pai quando escuta seu filho finalmente pronunciar seu nome, depois de tantas tentativas. Isso, é amor. Obliterou-se a queimação que dá por debaixo da pele, quando o cônjuge diz o tão sonhado “sim”. Amor. Deslembrou-se da saudade sanada quando dois melhores amigos se abraçam depois de anos separados. Isto, meus caros, é amor.

O amor, do grego agápē. Do latim, amore. Do Árabe, حب (hubb). Do francês, amour. Do alemão, liebe. Do inglês, love. Do espanhol, amor.

O amor de Shakespeare, Mark Twain, Jane Austen, Carlos Drummond de Andrade, Nicholas Sparks, John Green, Agatha Christie.

O amor de Elvis Presley, Ed Sheeran, Bruno Mars, Taylor Swift, Ana Carolina, Celine Dion, Whitney Houston, Tiago Iorc.

O sentimento, que mesmo que escrito e retratado em todas as épocas, livros,filmes, músicas, idiomas e formas não pode ser completamente descrito. Aquela sensação de nervosismo que não passa mesmo depois de décadas, quando se escuta: “Amor, cheguei em casa”. Aquela saudável preocupação que os pais tem para com seus filhos, mesmo quando já estão adultos. O sentimento que se tanto busca entender, quando se deve simplesmente, sentir.

O amor irreversível à alma, o que constrói e dá força. O amor que nossa impetuosa Camila tanto busca dentro de si, querendo ter essa sensação refletida nos olhos e sorrisos de outro alguém.

Camila e Lauren. Totais opostos. Camila era impulsiva, Lauren sensata. Lauren era ignorante quanto as sensações, Camila as sentia com ardor.Camila era insegura mas se mostrava forte, Lauren não tinha vergonha de demonstrar suas frustrações.  Camila era uma latina, quente como o inferno. Lauren, tinha sido ensinada a ser fria como o gelo.

Mas o que acontece quando se mistura o quente com o frio? Quando se aproxima o gelo do fogo?

Ele derrete.

 

No entanto, a realidade das nossas garotas eram extremamente diferentes.

Ally e Camila tinham sido criadas de maneiras totalmente divergentes  à criação de Lauren e Dinah.

Ally e Camila eram como carne e unha. Ally seguraria o mundo nas costas por Camila que defendia a pequena com unhas e dentes. Ambas nutriam um amor fraternal intenso e sabiam que a vida não seria a mesma se não estivessem juntas.

Antes da cura ser manufaturada e distribuída, tinham um plano de irem para a faculdade juntas e morarem juntas. Não deixaram que a distribuição da cura, que na visão delas era veneno, as impedissem de alcançarem os sonhos que tinham para si. Tinham uma amizade de se invejar e tinham tantas memórias juntas, que quando brigavam não ficavam muito tempo sem se falar, se perdoavam sem perceber. Eram irmãs de alma.

Já Dinah e Lauren não partilhavam da mesma coisa.

Não que a amizade de ambas fosse mais fraca, mas era transpassada de maneira diferente. Viviam em um mundo regrado e descolorido. Dinah tinha muita curiosidade presa dentro de si, que não podia sempre compartilhar com Lauren já que a mesma era certinha demais para algumas de suas teorias. O contato físico era desaconselhado, logo não sentiam essa saudade quando ficavam longe.

Apesar de tudo e de todas as barreiras que lhes eram impostas pelo lugar em que viviam, ambas partilhavam de uma amizade incomum entre a sociedade anti-amor. Apoiavam-se mutuamente e ajudavam-se.

Lauren temia muita vezes por Dinah, já que sua amiga agia muito sem pensar. O que nossa morena não sabia era que Dinah era muito mais inteligente do que se mostrava ser. Dinah não tinha medo de arriscar pensar fora da caixa, mas era bem reclusa quanto a suas ideias e opiniões.

Não muito longe de onde se passam meus pensamentos, morou -se um rapaz na estatura e um homem no caráter.

O nosso pequeno grande homem cresceu no Kentucky e foi ensinado a vida toda por bons pais, do respeito que tinha-se que ter com seu semelhante. Nosso grande homem cresceu sabendo que nunca se deveria desistir do que realmente acreditava, e nunca deveria abandonar seus ideias.

Formou-se para ser um líder nato, e aos 20 anos, conheceu uma garota que tinha a certeza que era sua irmã perdida. Juntos começaram a construir uma sociedade melhor, até o momento em que tudo ruiu.

Nosso casal de irmãos fugiu quando a cura começou a ser distribuída e aplicada e começaram a acolher pessoas que pensavam como eles, de que a vida só se era vivida se nela estivesse presente o amor.

Em pouco mais de três meses, nosso homenzinho conseguiu juntar pessoas suficientes para formar o movimento. Eram chamados de  “Polônios”. Polônio é o mais letal dos venenos, se espalha gradativamente causando danos irreparáveis, por esse motivo não há antídoto.

E é assim que enxergavam o amor, uma vez sentido e visto, se espalha rápido e é irreversível, inesquecível. Buscavam espalhar o amor novamente, para os quatro cantos da Terra.   Reuniam-se em diversos galpões e salas que ficavam debaixo da terra, onde os metrôs costumavam passar.

Os transportes coletivos haviam sido abolidos para evitar acidentes já que havia alta densidade de pessoas que usavam esse meio de locomoção. O contato físico era perigoso.  Todos os maiores de idade que aderiam à causa, se fossem maiores de 18 anos, eram marcados.

O processo de falsificar a marca que a Delirium deixava era extremamente dolorido. Esquentavam hastes de ferro de tamanhos diferentes e pressionavam contra o pescoço de cada um dos Inválidos.  Era uma dor quase insuportável, mas era o preço da liberdade.

Muito contrariamente à maneira em que eram retratados na mídia os “Polônios” eram um movimento inicialmente pacífico, mas tempos difíceis requerem medidas desesperadas.

À altura em que Lauren e Camila entram na nossa história, o movimento já tinha um caráter mais revolucionário do que quando começou. Nossos valentes irmãos, Joshua e Veronica, trabalhavam juntos a todo o momento, sem parar e com um claro objetivo do que desejavam. O amor vence. Sempre.

Veronica cuidava da administração interna e bolava os ataques. Josh liderava todos os ataques e treinava os novos rebeldes como se portar diante das situações que iriam enfrentar. Eram líderes,não chefes. Lideravam com amor e responsabilidade.

O relógio batia 18 horas na sala de reuniões improvisada dos Polônios, onde estavam reunidos os principais líderes de ataque. Uma invasão estava planejada para segunda feira. Tudo precisava ser cautelosamente planejado pois desta vez seria tudo feito em ar livre.

Veronica usava uma blusa de botões preta, calça jeans branca e massageava as têmporas. Faziam duas horas que estavam sentados lá, tentando firmar o plano e não chegavam a nenhuma conclusão.

Ela odiava se sentir pressionada, seu trabalho tinha que ser meticulosamente verificado e ela tinha que fazer as coisas sozinha, apenas ela e o ruído de sua mente. Olhou ao redor da mesa e viu alguns dos homens e mulheres mais fortes que conhecia.

Seu irmão estava sentado na outra ponta da mesa movendo a cabeça como uma bola de tênis para acompanhar a discussão. À seu  lado direito estava Halsey, mascando chiclete, totalmente alheia a discussão. Ela era uma executora. Esperava as ordens serem disparadas e simplesmente as cumpria.

Do lado esquerdo estava o casal responsável pela arrecadação de suprimentos para todas as pessoas que viviam nos túneis, Santana e Brittany. Eram casadas há mais de um ano, mas o amor era forte e estável como o de um casal que tinha mais de 50 anos de casado. Tinham empregos estáveis e fácil contato com grandes empresas, o que tornava o fornecimento de alimentos, artigos higiênicos, medicamentos e água mais acessível.

Ao lado de Halsey, estava sentada a paixão eterna de Veronica, Lucy Vives. Lucy era quem cuidava da parte tecnológica do movimento, entendia absolutamente tudo de informática e programação. Entrou na faculdade aos 16 anos e era uma hacker nata.

Próximo ao casal Brittana estava Henry Cavill o responsável pelo armamento e treinamento físico e braço direito de Josh. E a frente dele estava a mulher mais nova na mesa, responsável por roubar e alterar informações passadas nas escolas e universidades.

Todos ali tinham sua devida importância, mas principalmente, todos ali eram unos em uma só causa. Unos de coração e pensamento. Lutavam com tudo que possuíam e já tinham perdido muitas das pessoas importantes para si, mas a cada morte, um mártir nascia, um novo propulsor era criado.

Cansado da gritaria e desordem, Josh levantou-se e ergueu as mãos, num tom firme disse:

- Basta!

O respeito por seu líder era tão profundo que nenhum deles ousou pronunciar mais uma palavra sequer.

- Vero, de quanto tempo precisa para bolar mais um plano de mestre? - Josh perguntou

- Precisarei de ajuda e silêncio, mas provavelmente até amanhã no horário de almoço estará tudo perfeitamente calculado.

- Pois bem. Esta reunião está encerrada. Lúcia, preciso que invada a rede local da Biblioteca Estadual e consiga um mapa para Vero. - Ele se virou para o homem. - Henry, preciso que comece urgentemente a procurar um novo líder farmacêutico, tenho certeza que Watson não gostaria que nosso progresso fosse interrompido. Antes de…- pigarreou-  ser capturada ela me disse que estávamos muito próximos do nosso objetivo.

Após todos terem suas tarefas designadas, nosso líder foi para seu quarto e preparava-se para o banho. Tirou a camiseta e caminhava em direção do banheiro. Antes de entrar parou de frente à um porta retrato, tomou-o nas mãos, acariciando-o.

- Sinto tanto a sua falta meu amor… Lembra quando me disse que queria pequenos Joshuas correndo pela casa?  Passei tempo demais tentando consertar o mundo, quando na verdade meu mundo sempre foi você. Me perdoa, meu amor. Eu te amo, minha doce Emma.

Eis aqui uma curiosidade sobre a morte: a dor da perda passa, mas a saudade sempre estará presente.

O domingo chegou na colmeia dos Polônios, e como prometido, o plano de ataque tinha sido perfeitamente feito por Vero. Josh e Henry se reuniram e chamaram seus “soldados” mais experientes para a invasão. Não poderiam cometer nenhum erro. Na teoria o plano era simples. Dois deles ficariam na porta uniformizados como policiais, impedindo que alguém entrasse.

Mais dois encobririam o Líder e Cavill que procurariam a prateleira especial onde estavam trancafiados os livros de física nuclear, invadiriam o sistema com um programa desenvolvido por Lucy e após aberto, fariam o carregamento até o carro e sairiam. Se o plano fosse executado sem erros, não haveria nenhum dano a Biblioteca da cidade de New York e não daria tempo da Polícia ser notificada da invasão.

Esperariam que o Sr. Smith, responsável pela Biblioteca, saísse e que o movimento da biblioteca baixasse, assim que isso acontecesse, atacariam. Estava tudo firmado que o ataque aconteceria ao pôr do sol, ou seja, as 17h48 da segunda feira. Precisavam sair antes que a ronda local passasse, o que acontecia as 18h05 todos os dias.

A segunda feira chegou para nossa latina favorita, que tomou café da manhã com seus pais e saiu pontualmente de casa as 7h30 da manhã. Foi cantarolando “Daughters” do John Mayer no caminho até o serviço. Estava ainda um pouco preocupada com Lauren depois do que havia acontecido, e precisava bolar um jeito de saber dela, sem parecer muito preocupada com ela.

Para os curados, havia um limite saudável de interesse. Passou a manhã toda pensando na morena e faltou suspirar quando a viu atravessar a porta. Lauren estava linda. Usava uma calça flare azul e uma blusa de seda branca. Os cabelos pareciam mais brilhantes e seus olhos estavam mais claros.

“Impecável.” Pensou Cabello.

Já Lauren estava com a mente em completo caos. Tentou de todas as maneiras imagináveis  se lembrar do que havia entendido e achar uma explicação para o fato de Camila ter mentido para ela. Até ligou para Dinah, pedindo que essa lhe contasse detalhadamente o que havia acontecido, mas a mesma disse que não se lembrava muito bem, pelo estresse passado e por ter batido a cabeça na hora de sair do carro. Entretanto, Jauregui estava decidida que iria conversar com Camila a respeito das informações contraditórias.

O trabalho estava acumulado naquela segunda feira e como era semana de provas para os calouros, muitas pessoas estavam na Biblioteca. O movimento começou a baixar as 16 horas, havia apenas um grupo de estudos de cinco pessoas na ala Sul. Lauren respirou fundo e andou até Camila, que estava organizando alguns dos livros que estavam espalhados pelas alas em um carrinho, para que os levasse ao local correto.

- Camila?

A latina se virou e olhou a morena nos olhos. Lauren sempre se sentia envergonhada sobre o olhar de Camila. Era como se elas sustentassem olhares por muito tempo, saberiam de todos os segredos uma da outra.

- Olá Lauren, muito trabalho hoje! Está se sentindo melhor? - Cabello respondeu e apontou para a perna que havia sido baleada.

- Sim, fiquei melhor no mesmo dia. Era só seguir as instruções que me foram passadas. Eu,hm, posso falar com você? - Lauren disse, já nervosa pelo que seguia.

- Achei que já estivéssemos nos falando... -  Respondeu sarcástica.

- Estamos, mas quis dizer que preciso ter uma conversa em particular com você. - Disse firme. Camila concordou com a cabeça.

- Podemos ir at…

- Camila! - Sr. Smith interrompeu a fala da mesma. - Preciso de você na minha sala urgentemente!

Camila olhou para Lauren como se pedisse desculpas e  saiu disparada para a sala do Sr. Smith.

“Salva pelo gongo.”

Lauren esperava pela volta de Camila sentada no balcão da recepção. Viu o Sr. Smith passar pela porta de saída as 17h30 e o grupo de estudos sair cinco minutos após ele. A Biblioteca estava vazia. Esperava que Camila viesse logo, mas já eram 17h45 e nada da latina. Saiu da recepção e foi a busca de Cabello. Quando a encontrou ela estava  terminando de pôr os livros que estavam no carrinho na prateleira. Quando a viu disse:

- Ainda preciso falar com você. - Camila  deu um pulinho assustada e pôs a mão sob o peito.

- Me assustou! Claro, já terminei aqui. A recepção não pode ficar vazia, podemos conversar lá?

- Sim. - Lauren respondeu e foram caminhando em direção à recepção.

Quando entraram no saguão aonde ficava a recepção, Camila viu dois policiais parados na porta. Imediatamente achou estranho. Segundos após ver os policiais, viu um rosto que vivia estampado nos Jornais, era Josh Huctherson.

“Merda”.

Rapidamente puxou Lauren pelo braço para dentro do armário apertado de vassouras e produtos de limpeza. Encostou o corpo de Lauren nas prateleiras e fechou a porta atrás de si, ficando assim de frente para Lauren e de costas para a porta, que tinha quatro pequenos vãos para circulação de ar. Fez um sinal de silêncio para uma Lauren extremamente confusa.

“O que está acontecendo?” Pensou Jauregui

Camila permanecia imóvel. O corpo das duas se encostavam em diversas partes e totalmente ao oposto que Lauren pensou, não estava desconfortável pelo contrário, aquilo era estranhamente normal.  Mas pensou que Camila, por ser curada, estaria.

Tentou mover-se para a direita, para dar mais espaço a latina, que instantaneamente agarrou seu pulso e fez um sinal de negação com a cabeça. Camila de repente começou a se aproximar da morena, que não tinha forças para mover um músculo sequer. Fechou os olhos e sentiu a pele arrepiar quando Camila sussurrou para ela:

“Preciso que olhe através do vão da porta e ver se tem alguém aqui dentro. Se conseguir ver alguém, me diga onde eles estão.”

Após dizer isso, Camila se afastou e esperou confirmação. Lauren meneou a cabeça positivamente e se aproximou ainda mais do corpo de Camila, que automaticamente prendeu a respiração. Sem ter nenhum controle alguns pensamentos lhe invadiram a mente, a morena notou que os cabelos de Camila cheiravam a morango e que o corpo da menor era extremamente quente. Esbarrou no braço de Camila e notou que a pele dela era macia.

Olhou pelo vão e viu quatro homens parados. Dois deles com algo em mãos de frente a prateleira em que estavam trancados os livros de Física Nuclear. Sussurrou exatamente o que viu no ouvido de Camila, que com todas as forças esperava que Lauren não estivesse escutando as batidas fortes e rápidas de seu coração.

Voltaram a posição inicial e decidiram que iriam sair do armário em dois minutos. Contaram juntas e olharam no relógio.

18h07

Camila girou a maçaneta devagar e ambas saíram do confinamento em que estava. Lauren não via mais os homens que estavam dentro da Biblioteca e Camila não via os falsos policias que estavam na porta. Concluiu que o ataque estava completo. Sem nenhum aviso prévio, correu até a prateleira em que os homens estavam previamente e viu que todos os exemplares dos livros, haviam sido roubados.

- Porcaria! - Exclamou.

- Por que roubaram livros de Física? Quem eram eles? - Perguntou uma Lauren perdida.

- Eram os Polônios. Os rebeldes que vem atacando o governo. Eles pretendem espalhar o amor pelo mundo novamente.

Lauren não entendia  o porque de um grupo de rebeldes estarem interessados em livros de Física Nuclear. Camila caminhava de um lado para o outro, enquanto encaixava peças em sua mente ainda enevoada pela quantidade de contato físico que tinha trocado com Lauren.

- Não consigo ligar nenhum ponto a outro. Um grupo de rebeldes e livros de Física? - Lauren comentou com uma Camila pensativa.

Foi como se uma lâmpada tivesse sido ligada na cabeça de Cabello.

- Não eram simples livros de Física, Michelle. Eram livros de Física Nuclear com proteção do governo.

- Ainda não enxergo o propósito deles.

- Uma arma, Lauren. - Camila disse e olhou para a prateleira vazia. - Os rebeldes vão construir uma arma nuclear.



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