Confuso levava as mãos aos curtos cabelos negros os apertando, puxando e logo voltando ao rosto esfregando-o como se fosse livra-lo da agonia que vestia seu corpo. Tentou se acalmar, respirando fundo e soltando aos poucos o ar de seus pulmões, sentiu o coração diminuir a intensa velocidade em que se encontrava e finalmente abriu os olhos cinzentos deparando-se consigo mesmo.
Apertou as beiradas da pia branca encarando seu reflexo, via tantos defeitos em si, mas ao mesmo tempo conseguia ver sua beleza, algo encantador e ao mesmo tempo amedrontador. “Seria isso o começo de uma aceitação?” Perguntava-se mentalmente enquanto ainda encarava seu reflexo lhe sorrir abertamente.
Por impulso e sem notar sua expressão, antes confusa e desesperadora, agora se tornava raivosa e banhada a ódio, seus olhos iam se espremendo, seus lábios comprimindo enquanto as mãos apertavam mais fortemente a pia, houvera um grito, o barulho de vidro estilhaçando-se e belos pingos vermelhos contrastavam com o branco ao caírem sobre o piso, segundos de silêncio sendo quase quebrado por sua respiração ofegante... Até o riso histérico ecoar pelo pequeno espaço do banheiro. Agora tinha certeza, isso era aceitação. Aceitação da loucura que tanto reprimia e agora simplesmente a viveria.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.