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História Insensível - XIV - Almoço Em Família


Escrita por: Cliveland

Capítulo 14 - XIV - Almoço Em Família


Fanfic / Fanfiction Insensível - XIV - Almoço Em Família

O almoço em família, excessão de Carlos, foi incrível. Ver todos comendo e conversando, e se conhecendo mais, me deixava feliz, ainda mais com aquela lasanha da minha mãe e a maionese da mãe do Maurício. Eu jamais havia me sentido assim, talvez já tenha tido uma alegria momentânea, mas felicidade é diferente, ela dura e te faz rir quando você se lembra depois de um tempo. Muitos confundem muito alegria com felicidade, tristeza com infelicidade, desculpa com perdão, amor com paixão, enfim, eu diferente de muitos sabia distinguir, e naquele momento era pura felicidade, e o que sentia por Maw era amor. Ele via minha cara de bobão, e quando olhei para ele via que ele ria da minha cara.

- O que foi? - perguntei, meio abobado.

- Vai se olhar no espelho, você está com um sorriso enorme. - ele disse rindo.

- Tenho motivos né. - todos param para ouvir o que estávamos conversando, mas eu voltei a comer minha comida, pois estava ficando envergonhado.

Carlos começou a dizer sobre a casa que conseguira alugar, e que voltaria para a cidade onde morava para fazer a mudança para cá. Eu podia ver que a Vanessa e ele estavam se dando bem, bem até de mais. Eu podia ver que ela o desejava, e isso me dava náusea. Maw tambem percebeu, e não ligava muito, minha mãe era um pouco lerda pra essas coisas, ou talvez não queria ver. Mas acredito que ela apoiaria os dois, tudo pra se livrar dele.

Minha cabeça estava voltando a doer, e como não queria preocupar ninguém eu fui até a caixa de remédios e tomei um comprimido para dor, e voltei para a mesa, todos já havia terminado de comer, só estavam conversando.

- A onde você foi? - perguntou minha mãe.

- Fui... - pensei em algo rápido - lavar a mão.

Minha mãe começou a recolher a mesa, e foi lavar os pratos, e a Vanessa se ofereceu para ajudar, e Carlos foi guardando a louça, enquanto a Vanessa secava e minha mãe lavava.

Arrastei o Maw para o meu quarto.

- O que aconteceu? Você parece cansado. - ele disse logo que chegamos no quarto.

- É, preciso descansar.

Nos deitamos dei uns beijos nele, e logo apaguei.

Acordei com um barulho de bip-bip, mas ainda continua com os olhos fechados, não conseguia abri-los, estavam pesados de mais. Fui me mecher e pude perceber que havia algo na minha boca, levei um susto e abri os olhos. Estava em uma sala branca, cheia de aparelhos e minha mãe estava sentada em uma poltrona chorando, e Carlos estava de pé tentando acalma-la. Eu não conseguia falar por causa dos aparelhos, mas o que passava em minha mente era que eles achavam que eu estava em uma espécie de coma induzido, por isso fiz de tudo para chamar a atenção deles, mas a dor na minha cabeça me impedia de mover meu corpo, talvez o meu corpo não respondia aos meus comandos.

O médico entra na sala e vê que estou acordado, minha mãe logo vai ao encontro dele, e percebe que estou acordado.

- Filho, por que não avisou que estava acordado? - eu reviro os olhos e cai a ficha dela que o tubo de respiração estava na minha boca.

- Pode tirar o tubo já - diz o médico. - Posso conversar com você em particular?

Ele e minha mãe saem da sala, eles nem me deram satisfação o porquê estou no hospital. Carlos se aproxima de mim calmamente.

- Tá sentindo algo? - Pergunta Carlos.

Eu o ignoro, mas percebo que é irrelevante o tratar assim até aqui no hospital, e talvez eu consiga saber o que eu tenho.

- Dor, muita dor na cabeça - digo virando meu rosto para ele. - O que eu tenho?

- Ainda não sabemos, o médico foi falar para ela agora.

- Mas por que ela estava chorando? - pergunto.

- Pois o médico deu uma suspeita, mas ele falou que tem que tirar a limpo, ter a certeza.

- E qual é a suspeita? - pergunto com medo da resposta.

- Lembra de quando você foi ao médico com a sua mãe, e eles tiraram seu sangue pra fazer exame? - ele continua sem esperar minha resposta - Deu um.... Negócio no exame, mas eles estão fazendo outro com urgência.

- Hum... - fico pensativo, seja o que for eu não estou pensando em mim, e sim nas pessoas em minha volta, eu sei que isso vai machuca-los e muito, principalmente minha mãe e Maw. Maw, será que ele vai enfrentar isso comigo? O que é que eu estou dizendo, ele me ama. - Cadê o Maw?

- Ele está na sala de espera, ele não pode entrar, só parentes podem entrar.

Minha mãe entra e se senta na poltrona, o médico vem logo atrás com uma injeção, mas não era pra mim, era pra minha mãe.

- Sua mãe precisa se acalmar um pouco, ela ficou acordada a noite inteira. - disse o médico, aplicando a injeção na veia dela.

- O que eu tenho? - pergunto.

Minha mãe logo apaga, Carlos se aproxima para saber também.

- Você tem uma doença que não é difícil de acontecer, vou ser sincero, é pouco a porcentagem de chance de cura.... - Carlos fica meio aflito, mas tenta ser forte, talvez seja para que eu não fique mal, eu por outro lado estava bem, não por estar doente, mas acho que é inevitável, e se for pra eu morrer não vai ser eu ou o médico que pode impedir, e se for pra ser curado seja lá que doença for eu ficarei feliz pelo recomeço - Você tem um tumor.

- Aonde? -  Carlos corta o médico.

- No cérebro. - o médico diz, talvez ele já soubesse do meu Destino.

- Tá em que estágio? - desta vez quem pergunta sou eu.

- Tá um pouco avançada, por isso você estava tendo essas dores de cabeça forte. Mas não se preocupe tem tempo para que você possa ficar bem. Quanto mais tempo perdemos, menos a porcentagem de cura. Por isso daqui a pouco você começa a Quimioterapia.

O médico da um aceno de cabeça e saí pela porta. Carlos parecia bem preocupado, minha mãe estava em um sono gostoso, de certa forma é bom, pois eu sei que essa doença vai tirar muito o sono dela.

- Mas o que aconteceu para vocês me trazer no hospital? - pergunto intrigado.

- Você e o Maurício estavam deitados na cama, aí o Maurício desceu desesperado chamar a gente pois você estava tendo uma convulsão. Quando cheguei, você estava queimando de febre e estava com sua boca cheia de espuma. Aí eu peguei o carro juntamente com sua mãe, e trouxemos você para cá.

Eu olho para a janela e percebo que já está amanhecendo, isto é, eu dormi a tarde inteira e a noite.

- Você não ia para sua cidade fazer sua mudança? - pergunto.

- Eu vou, mas só depois da sua primeira sessão de Quimioterapia. - ele dá um sorriso, que me fez lembrar do passado, logo virei o rosto o ignorando. Ele percebe e sai pela porta.

Não demora 20 minutos, Maw aparece, achei estranho, já que só família consegue entrar.

- O que está fazendo aqui? - pergunto com um sorriso enorme, já ele estava com uma cara de preocupado.

- Conversei com seu pai, e nós enganamos a recepcionista dizendo que sou seu irmão - tava óbvio que ele queria saber o que eu tenho, a cara dele não esconde. - O que deu os exames?

O médico entra.

- Oi - ele disse comprimentando nós dois, e respondemos em uníssono - Quando sua mãe acordar avisa na recepção, para que possamos começar a Quimioterapia. Okay?

- Quimioterapia? - pergunta o Maw sem esconder sua cara de espanto.

O médico olha para ele sem entender. Mas logo sai pela porta.

- É amor, eu tô com tumor. - digo com um sorriso torto.

- E você fala assim? Nessa calmaria?

- Oxeh, queria que eu dissesse como?

Ele me ignora, sua respiração começa a ficar mais ofegante.

- Vem, deita aqui comigo.

Ele vem e se deita ao meu lado. Podia perceber que ele estava tenso, seus ombros estavam contraídos, sua feição era de pensativo, e sua atenção estava bem longe. Comecei a fazer cafuné no cabelo dele. Eu me sento na cama do hospital, e vou para dar um beijo nele mas ele vira o rosto.

- O que foi? - pergunto.

- Me desculpa Andy - ele para respira fundo - Mas não dá, eu não vou conseguir.

- Conseguir o que? - pergunto, mas antes mesmo dele saber eu já temia essa reação.

- Eu não vou suportar passar por tudo isso. Me desculpa.

- O que? Você não vai suportar? Sendo que o pior quem vai passar, sou eu? - Que egoísta.

- Me desculpa - dito isso ele apenas saí pela porta.

Eu não estava acreditando como ele podia ser tão egoísta, não podia impedir a lágrima rolar, ela foi teimosa pois eu a segurei no máximo. Eu já não acreditava no amor, e quando me entrego pra valer, fazem essa cachorrada comigo? Não quero saber mais....



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