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História Insensível - V - Hospital


Escrita por: Cliveland

Capítulo 5 - V - Hospital


Fanfic / Fanfiction Insensível - V - Hospital

Minha mãe e eu chegamos no  hospital. Não estava muito confortável, não pelo fato de estar doente, mas sim que além da minha dor, é agonizante ver outras pessoas sofrendo.

Eu sentei em um banco de espera enquanto minha mãe foi fazer meu cadastro.

Não demorou muito para ser atendido, de acordo com o relógio. Pois para mim foi horas agonizantes, ter que tirar sangue e esperar. Além disso, tomei injeção para a dor de cabeça e para a ânsia de vômito.

- Vocês estão liberados - disse o médico entrando no recinto - O resultado dos exames estarão prontos dentro de sete dias, talvez não seja nada, mas é o protocolo fazer a coleta de sangue para ter certeza.

- Eu falei que nós não precisava vir ao médico.- disse quando já estávamos dentro do carro, indo para a casa.

- Filho pelo menos você foi medicado, e vai melhorar. - disse minha mãe enquanto dirigia.

- Nem perca tempo indo comprar esses remédios que ele receitou - falei emburrado e fazendo bico, pois minha bunda doía.

- Ah meu filho, não faz esse biquinho. - disse ela caindo na risada - Amanhã depois do serviço eu vou comprar os remédios.

Chegamos e meu irmão veio correndo ao encontro de minha mãe.

- Mãe o Maw é muito ruim no vídeo game.

Quando meu irmão disse isso, confesso que fiquei um pouco em shock. Ele estava me esperando? Por quê?

- É filho? Venha a mãe está muito cansada- disse minha mãe guiando meu irmão até a porta.

O Maw é um cara legal, até poderia ficar com ele, mas eu não quero magoa-lo, ele pode interpretar mal as minhas intenções. Ele pode pensar que estou apenas usando ele.

- Vai ficar parado aí? - perguntou minha mãe me tirando dos meus pensamentos.

Estava parado perto do carro, mas logo criei coragem para andar, sabendo que a cada passo minha bunda doeria.

Entrei e vi que Maw estava sentado no sofá ao lado do meu irmão. Estavam jogando Xbox. Maw me olhou e tive a impressão de ver seus olhos sorrindo. Ele se levantou e veio ao meu encontro.

- Como se sente? - perguntou, com muita euforia.

- Bem.... - respirei fundo - dolorido.

- Que bom que está bem.

Minha irmã sai da cozinha e vai até a sala conversar com minha mãe.

- Mãe o pai ligou.

Minha mãe bufou.

- E o que ele queria? - pergunta sem o menor interesse.

O Maw parecia observar a minha reação. Eu não tenho muito afeto com meu pai. Ele nos abandonou, e minha mãe disse à alguns meses que ele quer se redimir e compensar o tempo perdido. Eu não acredito muito nisso, acho que a mulher que ele estava meteu um pé na bunda dele e ele quer voltar com minha mãe.

- Ele disse que esse final de semana ele vem pra cá - minha irmã disse um pouco animada. Diferente de mim, ela gosta muito do pai. Talvez seja porque ela teve mais momentos de pai e filha do que eu. Meu irmão nem se fale.

- Mais essa agora.

Minha mãe parece não gostar muito da idéia. Estranhei um pouco, minha mãe não gostou muito da separação e sofreu um pouco com isso.

-Maw quer subir? - pergunto para não ter que ouvir mais nada sobre meu pai.

- Acho que já vou indo. Só esperei você chegar para ter a certeza que está bem.

Meu rosto queimou. E pude ouvir minha irmã rindo baixo

- Okay então, tchau - fiquei até um pouco aliviado por ele não ter aceitado o convite. Pois, possivelmente ele tocaria no assunto "pai". E eu não estava com cabeça para isso. Minha cabeça ainda dava martelada.

- Tchau Andy.

Subi os degraus para chegar ao corredor que liga os quartos. Tive que subir um degrau de cada vez. A cada impulso minha bunda doía, fiquei pensando se dar a bunda é a mesma sensação.

Meu quarto ainda fedia a vômito. Imaginei que o cheiro ainda continuaria ali, minha irmã não é muito boa no requisito, limpar a casa.

Deitei na cama e comecei a pensar. Será que meu pai vai querer fazer aquelas coisas que pais e filhos sempre fazem? Será que ele me ajudará com a adolescência? Será que ele realmente está vindo para cá por causa de mim e dos meus irmãos? Muitas perguntas sem respostas. Estou naquele momento que você imagina milhões de coisas, situações e perguntas que jamais saíram de meu pensamento. Jamais saíram de minha boca. Quero essas respostas e espero que elas cheguem até a mim sem que eu precise perguntar, pois se depender de mim, morro com a dúvida.

Minha dor parecia estar melhorando.

Ouço o barulho do meu celular, é mensagem.

Peguei ele e era mensagem do Andrew.

* Drew: Eai cara, fiquei sabendo que você está doente.

*Eu: Pois é, mas tô melhorando.

*Drew: Vai amanha para a escola?

*Eu: Não, estou de atestado.

*Drew: Quando você volta?

*Eu: Volto quinta-feira.

*Drew: Blz. Eu cuido do Maw até lá.

Não sei porquê mas senti um pingo de ciúmes. Quero o melhor para o Maw, ele é uma pessoa muito boa. Já o Drew  ele já traiu os antigos namorados, e eu ainda tinha que acobertar toda a safadeza.

- Andy vem jantar - chamou minha mãe.

- To sem fome - gritei para que pudesse me escutar.

- você precisa comer, desce agora.

Desci sem uma gota de ânimo ou vontade. Fiquei pensando, não tem perigo da comida voltar tudo. Vomitar? De novo?

Cheguei na cozinha e minha mãe e minha irmã estavam conversando.

- Mãe o pai vai ficar aqui?

- Não, eu não vou deixar.

- Mas ele vai ficar por pouco tempo. Até ele se organizar aqui nessa cidade de novo. Deixa vai?

Elas até então não sabiam da minha presença, mas não aguentei.

- Ele não vai ficar aqui, né?

Minha mãe me olhou e ficou quieta.

- Eu não sei Nath, eu vou ver. Eu não prometo nada- disse minha mãe.

Minha irmã saiu da cozinha me fuzilando com o olhar.

- Mãe você não pode permitir uma coisa dessa. Ele nos largou. Você se lembra disso.

- Eu sei meu filho. Mas por que tudo isso? Filho você tem que esquecer isso. E perdoa-lo.

- Jamais. Aquilo que ele fez não pode ser simplesmente esquecido - Arfei uma cara de desdém.

- Filho entenda uma coisa. Existe ex mulher e ex marido, mas não existe ex pai. Ele é seu pai. Ele paga sua pensão. Ele ajuda sempre que pode.

Não quis escutar. Subi aquelas escadas que nem senti dor nenhuma. Entrei no meu quarto e tranquei a porta. E acabei adormecendo.



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