Ele voltou mais tarde, muito cansado.
Esperei algum tempo pra ele se recuperar, tomar um banho, e ficar sozinho. E então fui até o quarto dele, mesmo sendo de tarde, quase noite, ainda.
Eu queria ver se ele estava bem.
Eu
- Eu nem vou pedir pra entrar. - falei abrindo a porta do quarto, logo em seguida entrando, e fechando a porta. - vim saber por você mesmo como você está. - me sentei na beira da cama dele, onde ele estava deitado.
Charles
- Cansado, mas eu to bem.
Eu
- Fiquei muito preocupada.
Charles
- Eu vi. Mas agora já ta tudo bem, não precisa se preocupar mais.
Eu
- Não te machucaram né?
Charles
- Não. Só tive alguns arranhões.
Eu
- Ah, entendi. - fiquei alguns segundos olhando ele. - aquilo que você fez, na frente das pessoas.. deve ter deixado elas meio desconfiadas.
Charles
- Naquele momento, te vendo preocupada daquele jeito, eu só quis te acalmar. Ficaram supresos eu sei, mas só tem como provar se verem a gente. Do contrário a gente diz que não tem nada a ver.
Eu
- De qualquer forma, perceberam que você tem um carinho por mim e eu por você.
Charles
- Mas ninguém vai poder ficar insinuando nada, a não ser que vejam a gente se beijando ou algo assim.
Eu
- Eu espero que isso não cause problemas.
Ficamos alguns segundos quietos, nos olhando.
Eu acho que tinha um milhão de coisas que eu queria dizer pra ele, mas eu preferi não falar, e sair.
Eu
- Bem, eu só vim ver como você está. Vou embora, antes que alguém veja que eu tô no seu quarto.
Charles
- Ta, tudo bem..
Pensamento Charles
Eu não queria que ela saisse agora, mas eu entendo. Tudo aconteceu tão rápido entre a gente. Eu não posso negar que sinto alguma coisa especial por ela, mas eu não sei dizer o que. Eu acho que me apaixonei por ela também, mas não sei como isso vai ficar. Eu amei, todas as noites que passamos juntos. Eu acho que eu queria dizer tudo isso pra ela, mas preferi me calar.
**
Me aproximei dele, e lhe dei um beijo leve. Então depois saí do quarto.
**
No dia seguinte, na hora do café da manhã, quando cheguei na sala de jantar, senti que muitos alunos me olharam. Em especial o pessoal da minha mesa: Kurt, Jubilee, Jean, Scott, Ororo, Bob e Vampira.
Fiquei meio nervosa com essa situação.
Eu
- Bom dia gente..
- Bom dia - me responderam.
Eu
- Aconteceu alguma coisa?
Kurt
- Que eu saiba não. Porque?
Eu
- Vocês, e grande parte dos alunos, estavam me olhando diferente quando entrei.
Ficaram alguns segundos quietos.
Jean
- Bem, Paulline, acho que tem a ver com o jeito que o professor agiu com você ontem.
Eu
- Que? Como assim?
Ororo
- Ontem deu pra ver, como o professor tem um carinho por você.
Eu
- E isso o que tem a ver?
Jubilee
- Ele não age assim com nenhum outro aluno.
Eu
- Não, eu ainda não tô entendendo. Dá pra serem claros?
Scott
- Ele tratou você com um carinho especial. Isso fez algumas pessoas até falarem que... - comecei a ficar mais nervosa, imaginando o que ele já ia falar. - que você é alguma coisa dele..
Eu
- Alguma coisa o que? - já estava me preparando para me defender das suposições das pessoas.
Jean
- Começaram a pensar, se você é.. filha dele, ou sobrinha, ou algo da família, e ele escondeu isso..
"Que? Filha? Sobrinha?" - Pensei.
Fiquei aliviada de ninguém ter sugerido, o que realmente era a verdade.
Vampira
- Teve uns 3 alunos, que aleatoriamente, estavam falando um absurdo... que você e ele... Você sabe, estariam tendo um caso. Mas, repreendemos eles, alias todos acharam um absurdo terem pensado isso de vocês. Mas, essa outra "teoria" ficou muito no ar.
Eu
- O que? Gente, como assim? Eu não sou filha do professor Xavier - comecei a falar alto pra que os outros escutassem também. - muito menos sobrinha, ou alguém da família. Ele simplesmente é meu professor, assim como é o de todos vocês. Sim, eu tenho um carinho muito especial por ele, porque ele me acolheu aqui, e me fez ter confiança quando eu não confiava em ninguém. Ele me ajudou, e isso fez com que nós ficassemos próximos. E ele pode ser assim com qualquer um de vocês, basta vocês se aproximarem mais dele. Só por favor, não falem coisas sem saber.
Saí da mesa, pegando minhas coisas, e indo pra sala de aula. Nem quis mais tomar café.
A gente realmente tinha alguma coisa, mas eu não queria que atrapalhassem. Espero que eu tenha convencido as pessoas, ou pelo menos a maioria.
Cheguei na sala antes de todo mundo. Charles já estava na sala.
Entrei e me sentei na minha carteira.
Charles
- O que aconteceu? Porque está aqui mais cedo?
Eu
- As pessoas estavam falando de nós.
Charles
- O que? - ele ficou meio assustado
Eu
- Quando entrei na sala de refeições pra tomar café, vi que os alunos estavam olhando pra mim, muitos deles. Mas principalmente o pessoal da minha mesa. Então perguntei o que tava acontecendo. Me disseram que o jeito que você agiu comigo ontem, fez as pessoas pensarem que você e eu somos alguma coisa um do outro.
Charles
- Alguma coisa?
Eu
- Sim, mas alguma coisa tipo filha, ou sobrinha. Teve alguns alunos que disseram que parecia que, a gente tem um caso. Mas, pra sorte nossa, a maioria repreendeu essa idéia. Então, eu exclareci o assunto, dizendo que não eramos nada além de professor e aluna, e de bons amigos. E saí de lá, nem quis mais tomar café.
Charles respirou fundo.
Charles
- Não ligue pra isso. Se não dermos importância logo vão parar de falar.
E mais, não estão falando o que realmente é, então menos mal.
Vampira entrou na sala.
Ela olhou pra mim, e pro professor.
Vampira
- Paulline, eu vim atrás de você, já que saiu de lá sem nem tomar seu café.
Eu
- Eu não quero Vampira. Perdi a fome. As pessoas falam demais.
Vampira
- Mas você não precisa se importar com elas. O importante é que você sabe que não é verdade. Veja, nem o professor está se importando, você não precisa se importar.
Charles
- Ela tem razão Paulline.
Vampira
- Viu?
Eu
- Ta, ok. Vamos esquecer esse assunto então.
O sinal tocou. E logo a sala se encheu de alunos.
No final da aula Charles entregou as notas dos alunos.
Tocou o sinal e a aula acabou.
Vampira
- Como foram suas médias? - me perguntou enquanto saíamos da sala.
Eu
- Eu fui bem, não tirei menos de 7 em nenhuma matéria.
- É claro, você é queridinha do professor Xavier. - Melissa, uma aluna da minha sala, falou.
Eu
- Como é que é garota?
- Ele não iria te dar nostas que te prejudicassem.
Eu
- Garota, deixa de ser ridícula. Eu ja disse que o professor me trata como trataria qualquer um de vocês. Além disso não é só ele que dá nota.
Vampira
- E quem é você pra se meter na nossa conversa?
- Eu tô certa, e você sabe disso Paulline. Você ganha um carinho especial.
Eu
- Ah mas eu vo..- comecei a carregar meus poderes. Vampira me interrompeu.
Vampira
- Paulline, não, não vale a pena! - ela me puxou pelo braço.
Eu
- Não, essa garota precisa...
Vampira
- Kurt, tira ela daqui..
Kurt
- Vem Paulline. - em um segundo eu ja estava no outro corredor, longe daquela garota.
Algum tempo depois a Vampira apareceu.
Vampira
- Ta mais calma?
Eu
- Sim.. mas você devia ter deixado eu mostrar pra ela..
Vampira
- E ir pra direção depois? Por causa dela? Que bobagem você ia fazer.
Eu
- Hum.. tá, você ta certa.
Vampira
- Sim. Depois que você saiu, falei assim pra ela: "escuta aqui, você tome vergonha na sua cara, e para de falar uma coisa que todo mundo já sabe que não é verdade. Você, no máximo é uma invejosa. Se você voltar a encher o saco dela, eu vou deixar ela te mostrar os poderes dela, e eu também vou te mostrar os meus." E então saí de lá, antes que ela continuasse falando.
Eu ri.
Eu
- Ai Vampira! Você é a melhor amiga que alguém poderia ter.
Vampira
- Eu sei. - ela riu.
**
Eu fiquei pensando, sobre minha situação com Charles.
Eu ainda tenho uma paixão por ele. Mas as coisas estão saindo do controle. Eu gosto de como tudo acontece entre a gente, mas, não se pode avançar numa relação em que ninguém pode saber. E é meio estranho, sinto que alguma coisa está mudando.
**
De tarde, fui na cozinha, comer alguma coisa.
Tinham 3 alunos conversando. Duas garotas e um garoto.
Quando cheguei, ficaram olhando pra mim, e sussurraram alguma coisa. Olhei pra eles, e então eles pararam de falar, e se separaram.
Não posso deixar que as coisas fiquem assim.
**
Alguns dias se passaram. Era sexta - feira a noite. Era meia noite. Entrei no quarto de Charles.
Ele ainda estava acordado.
Eu
- Ainda acordado?
Charles
- Sim, ainda.. acho que senti que você ia vir.
Sorri. Me sentei na beira da cama dele. E fiquei olhando pra ele por alguns segundos.
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