Cheguei no banheiro, e logo meu estômago começou a revirar e revirar (já estava assim desde ontem), então eu vomitei.
Depois que acabei, dei descarga, e me olhei no espelho do banheiro. Eu estava péssima. Olheiras, palidez. Será possível que Peter, e a falta dele, tenha me deixado assim?
Eu acho que realmente preciso me cuidar como disse o professor.
Saí do banheiro, e Vampira estava do lado de fora me esperando.
Vampira
- Tudo bem? - ela me olhava preocupada.
Eu
- Tudo, tudo sim..- eu ainda não estava muito bem, mas era só esperar que ia passar. E eu não quero preocupar ninguém.
Vampira
- Tem certeza? Você tá pálida..
Eu
- Impressão sua.
Vampira
- Não é não. Você tá pálida, e suas olheiras estão fundas.
Eu
- Não é nada Vampira. Vai passar.
Vampira
- Não sei não. Melhor falar pro professor, e você passar na infermaria.
Eu
- Não, Vampira. É sério. Não fala nada. Daqui a pouco eu já tô normal, você vai ver.
Vampira
- Ai.. ta bom. Mas se você não melhorar, eu vou ter que falar. Ok?
Eu
- Ta.
---
Mais tarde eu almocei, então melhorei. Mas depois, bem mais tarde naquele dia, eu vomitei mais uma vez. E depois mais uma vez, de noite.
Que droga. Eu preciso melhorar. Eu vou melhorar.
No dia seguinte, de manhã, aconteceu de novo. Fui pra aula, e fiquei aparentemente bem. Só estava com a cara meio sem saúde.
Subi pro meu quarto, e passei uma maquiagem, pra disfarçar minha palidez e minhas olheiras.
Era hora do almoço. Almocei, na esperança de que eu melhorasse.
Fui pra primeira aula depois do almoço. Eu aparentemente melhorei, acho que era só uma queda de pressão.
Já estava na terceira aula, da tarde. Pelo meio da aula, eu comecei a me sentir zonza de novo. Mas eu disse pra mim mesma que ia passar. A aula foi passando, e a zonzeira foi só aumentando. Meu estômago começou a revirar mais uma vez. Então o sinal tocou, a última aula acabou. Subi bem rápido pro meu quarto. Quando cheguei, me deu ânsia mais uma vez, corri pro banheiro, que ainda bem que fazia parte do quarto.
Droga, eu tinha vomitado mais uma vez. Isso não é, digamos, normal. Será que eu comi alguma coisa que me fez mal? Se não fosse exagerado demais eu diria que... Não.. Não pode ser isso!
Vampira entrou no quarto, interrompendo meus pensamentos.
Ela chegou e me viu com cara de assustada.
Vampira
- Aconteceu alguma coisa?
Eu não sabia o que dizer, ainda estava boquiaberta, pensando.
Vampira
- Paulline? O que aconteceu? - ela sentou do meu lado na cama, preocupada.
Eu
- Eu..eu vomitei de novo e..
Vampira
- Eu sabia. Essas coisas às vezes não passam assim. Pelo menos tem idéia do porque você tá assim?
Eu
- Vampira.. eu tava pensando.. juntando os fatos.. e..
Vampira
- Ai meu Deus, fala logo. Você tá me deixando nervosa!
Eu
- Eu tenho vomitado já faz praticamente três dias. Minha palidez não passou nem diminuiu, muito menos a zonzeira. E o pior..
Vampira
- O que? Fala meu Deus do céu!
Eu
- Minha menstruação tá atrasada..
Vampira também fez cara de surpresa.
Vampira
- Ai..Meu Deus. Então...
Eu
- Isso quer dizer.. que eu posso estar grávida.
Então milhares de coisas começaram a passar pela minha cabeça.
Começou a passar minhas noites com Peter. Ele indo embora. Eu tentando lembrar se tomei as pílulas corretamente e sem falhar. Eu realmente não conseguia ter certeza completamente. Depois comecei a pensar na minha barriga crescendo, depois também na falta que Peter iria fazer, se não estiver comigo durante os nove meses. Depois imaginei Peter sorrindo ao olhar pra um bebê nos meus braços, depois ele pegando o bebê no colo. E por último, o rostinho de um bebê olhando pra mim.
Meu Deus, era demais pra assimilar.
Vampira
- Paulline!
Eu
- ... O que?..
Vampira
- Você ficou completamente no mundo da lua ai. Acho que ficou em choque.
Não consegui dizer nada. Vampira estava andando de um lado para o outro, roendo a unha do polegar.
Vampira
- E agora? O que vai fazer?
Aquela pergunta me deixou mais apavorada ainda.
Demorou alguns segundos, e eu ainda estava com aquela expressão de assustada. Até que eu, meio que surtei.
Eu
- Ah Meu Deus! Não pode ser! Não pode ser! Vampira isso não pode acontecer! O que eu vou fazer? O Peter? O que eu vou fazer sem o Peter comigo? Como vou cuidar de um bebê sozinha? Eu só tenho 17 anos! Como vou falar pra minha família? E o que o professor vai falar?
Vampira
- Calma! Calma! Você realmente entrou em choque. Fica calma, respira fundo. Você tem que pensar com calma.
Respirei fundo.
Eu
- ... Ta, tudo bem...
Vampira
- Ok... olha, em primeiro lugar, acho melhor a gente ter uma opinião madura sobre o assunto... Vamos contar pro professor?
Eu
- Não! Melhor não! O professor nem sabe que eu passei uma noite sequer com Peter. Pra ele isso não é possível de acontecer, aqui dentro do instituto. Eu não posso dizer pra ele que eu posso estar grávida..
Charles
- O que? - Charles abriu a porta bruscamente. E perguntou incrédulo.
Eu
- Ai Droga!
Vampira
- Putz!
Charles
- Como é? Grávida?
Eu
- Er...Você costuma a escutar sempre atrás das portas?
Charles
- Não. Eu estava sabendo que você ainda estava passando mal, vim ver se você melhorou, e cheguei bem na hora que você disse. E não muda de assunto não.
Eu
- Tá bom. Olha, pelas coisas que tem me acontecido e eu tenho analisado, eu posso sim estar grávida do Peter.
Todos ficamos em silêncio, Charles tinha uma expressão de pensativo.
Charles
- ... Você tem noção do que isso significa?
Eu
- Pois é, eu tava falando disso pra Marie agora mesmo.
Vampira
- Pois é professor. Ela surtou aqui.
Charles
- Você e Peter não se cuidaram?
Eu
- No começo eu tomava pílulas do dia seguinte, depois comecei a tomar anticoncepcionais, mas, não sei né, já ouvi de várias histórias que não deram certo.
Charles
- Mas você já fez o teste?
Eu
- Ainda não. Eu comecei a pensar nessa idéia agora pouco.
Charles
- Ok. Então, ainda não tem nada certo. Você tem autorização pra ir com a Vampira na farmácia pra comprar o teste. Aqui. - ele me deu dinheiro pra comprar os testes.
Eu
- Não, não precisa professor.
Charles
- Você tem que fazer esse teste. E se gastar da mesada que seus pais te mandam, pode faltar depois. Pegue.. - peguei o dinheiro.
Eu
- Ok, obrigada..
---
Eu e Vampira fomos até a farmácia. Compramos dois testes, os que eram do melhor, pra não ter tanto risco de dar errado.
Voltamos pro instituto, então devolvi o troco dos testes para o professor.
Fui fazer o teste, Vampira e o professor ficaram esperando.
Entrei no banheiro e já fiz logo os dois testes.
Alguns minutos depois, e eu já tinha o resultado.
Li a bula, e vi como ficava quando dava positivo e quando dava negativo.
Peguei aqueles testes, um em cada mão, e sabia que o resultado daqueles testes poderia mudar completamente a minha vida. Levantei os testes na altura dos meus olhos, ainda com receio, e então vi os resultados. Vampira e Charles estavam na minha frente, esperando que eu dissesse o resultado.
Vampira
- E então?
Olhei pra eles, sem reação aparente...
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