História Inspire...Infires?(Min Yoongi) - 15

Abri os contatos no telefone. A primeira da lista era Kaltein, ela viria com certeza. Cliquei em seu número, mas antes que pudesse mesmo ligar, lembrei-me do que falei para Suga. Que ligaria se precisasse de alguma coisa. Procurei seu nome e não hesitei sequer um segundo antes de chamá-lo. O celular chamou três vezes antes da voz grossa e rouca de Min responder do outro lado da linha.

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-SUGA! – Gritei apesar do horário. Ele grunhiu e falou alguma coisa que não entendi. – Por favor, pode vir até minha casa? Eu… Hm… Eu preciso de você.

-Precisa é? – Pude sentir o sarcasmo em sua voz mesmo do outro lado da tela do celular. – Por quê?

-Não faça perguntas agora, te respondo quando vir aqui. Estou com medo.

-Medo? Por favor, não me diga que você assistiu a um filme de terror e agora está tremendo debaixo das cobertas?

-Eu estou com medo de que possa estar com alguma doença séria! Droga Yoongi! – Ele não falou nada por um tempo, mas pude ouvir sua respiração pesada do outro lado da linha.

-Estou indo. – Min desligou sem falar mais nada, olhei para a tela do celular. Ele realmente estava vindo até minha casa ás três da madrugada. Levantei-me, mas antes que pudesse sair da cama, tontura. Muita.

Segurei minha cabeça, sentindo tudo girar. Meu estômago embrulhou e fui obrigada a colocar a mão sobre a boca para evitar que algum acidente acontecesse. Fiquei parada, esperando que aquilo passasse, mas não passou. Lágrimas criaram-se em meus olhos, talvez por estar tendo que aguentar tanta dor.

Escutei a campainha, mas não pude levantar para abrir. Nem mesmo falar. Suga bateu na porta, várias vezes. Estava desesperado, mas eu não podia fazer nada. Minha cabeça latejava, meu corpo todo parecia queimar. Os sons na porta pararam, por um momento pensei que Min tivesse ido embora, mas então batidas na minha janela começaram. Queria gritar, avisar que não conseguia me mover, mas assim que tentei abrir a boca fui obrigada a fazer outra coisa.

Corri, apesar da dor horrenda no corpo, até o banheiro e me ajoelhei em frente ao vaso. Com um impulso, deixei com que tudo o que queria sair saísse. Pequenos espasmos me atingiam de vez em quanto. Quando finalmente acabei, senti-me fraca. Tentei gritar, mas minha voz não passava de um sussurro. Fiz, o que me pareceu ser, toda a força do mundo, levantei e andei até a janela com passos de zumbi.

-Vá até a porta… – Falei, com a voz fraca. As batidas logo pararam e pude ouvir os passos de Yoongi saindo. Andei o mais rápido que pude até a entrada, sentindo os pés fraquejarem no percurso.

Assim que a abri, pude ver o rosto de Suga demonstrando uma grande preocupação. Seus olhos se arregalaram quando me viram e seus braços me apertaram forte. Não pude retribuir já que a fraqueza nunca fora tão presente. Deixei-me cair em meio a seu abraço, recostando a cabeça em seu peito.

-Você está bem mais branca que o normal e bem fraca. Quer que eu te leve ao hospital? – Neguei, tentando voltar para dentro. Meus olhos sequer abriam direito. – Sinto muito, eu tenho que fazer isso.

Senti os braços de Yoongi agarrarem a parte de trás do meu joelho e minhas costas, me erguendo do chão. Seus músculos se contraíram por causa do meu peso. Coloquei as mãos em seu pescoço e me afundei ali, inalando seu cheiro e a sensação da sua pele. Aquele contato com ele me acalmava de alguma maneira, as dores continuaram, mas não com tanta intensidade.