É que eu passo tempo demais afogado em meus próprios demônios, fugindo das responsabilidades e atolado nas incertezas.
E eu só quero derramar tudo aqui, encharcar com minhas lágrimas as palavras que eu nunca vou dizer em voz alta, que eu nunca vou gritar a plenos pulmões, que eu nunca vou deixar ser meu eu, o verdadeiro.
Mas quando eu começo a escrever as palavras fogem de mim assim como fujo de você; e eu penso que só pode ser destino do divino criador.
Talvez ele me odeie, não que eu me importe.
E mesmo querendo, – com todas as minhas forças – nunca vou sair das entrelinhas, que não expressam tudo que eu quero dizer, mas já aceitei.
Quando faltam dez minutos pra amanhecer eu me deito no relento e desisto de uma vez, como sempre faço.
E eu lembro do seu sorriso, que se tornou só uma lembrança borrada e amarelada pelo tempo.
Queria ter tido a oportunidade de lhe dizer antes que partisse, talvez me livrasse desse mártir.
É que eu continuo triste mesmo durante o dia.
Mas, de verdade, eu só queira mesmo esquecer, deletar esse seu pedaço de mim.
Porque mesmo sem perceber eu escrevo sobre você.
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