História Intended for a Psychopath - Morte, ela está por toda parte...

" Como um fantasma que se refugia 
Na solidão da natureza morta, 
Por trás dos ermos túmulos, um dia, 
Eu fui refugiar-me à tua porta "

Alexandra Lennox P.O.V

- Cara, não acredito que me atrasei para o primeiro dia! 

- Jane, não exagera, só tem milhares de pessoas novas do lado de fora da escola. -equilibrei o celular no ombro enquanto arrumava meu armário.

- Ai Meu Deus! Não sou eu que estou perdendo isso! Já pensou em como podem ser gatos os novatos? E os veteranos que vem de outras escolas? Me sinto uma idiota chegando mais tarde. - ouvi ela bufar do outro lado da linha.

- Calma, você ainda tem o intervalo inteiro. -ri dela- Preciso desligar agora, te vejo daqui à pouco? 

- Sem dúvidas, só vou terminar de me arrumar. Kisses. - Ouvi um barulho que eu diria ser um beijo e sorri desligando.

Coloquei meu celular dentro da minha bolsa tendo certeza que tudo estava ali olhando uma última vez para meu armário. Certo, estou pronta.

- Bom dia, flor do dia! - me virei para encarar o sorriso irônico de Emma que agora estava com os braços do Liam ao seu redor, mereço -

- Bom. - resmunguei voltando meus olhos para a porta fechando-a -

- O que houve com você? - sua voz ainda ecoava em meus ouvidos - Teve um pesadelo?

- Pior. - a encarei - 

- Sonhou que o Liam estava comigo? - riu e percebi Payne do seu lado ficar rígido, ele não gostava quando tocava nesse assunto que envolvia nosso passado juntos, muito menos quando era Emma quem falava, ruborizei instantaneamente - Sonhos se realizam não é?

- Emm... - ele a repreendeu baixo -

- Está tudo bem Lee. - ela resmungou - Ela sabe que não faço por mal - sorriu para mim falsamente, eu revirei os olhos voltando a andar - 

- Ei Lexy! Espera! - ouvi Liam, mas não me dei o trabalho de me virar e encará-lo.

Alguma coisa me dizia que eu comecei o ano com o pé esquerdo. Procurei em meu horário e notei o nome "Inglês" como primeira aula, pelo ao menos a Senhora Jolie não é tão ruim assim, pensei comigo mesma, e por outro lado, eu teria aula com Jannete.

Caminhei pelos corredores tão conhecidos por mim mesma à procura da sala de aula, quando encontrei, a mesma estava praticamente vazia se não fosse por alguns alunos que conversavam sentados na frente, caminhei até a parte de trás procurando uma das cadeiras do canto para me sentar. Não demorou muito e a sala se encheu rápido trazendo a companhia da Jane consigo.

- Oi! -ela sorriu animada quando me viu.

- Oi! - falei mais animada ainda me levantando para abraçá-la.

- Nossa, quanto tempo ein? - ela riu se sentando do meu lado.

A sala de aula era dividida em duplas, tendo cada uma, uma mesa para si, geralmente sempre me colocavam junto com a Jane, o porque eu nunca soube, mas tenho quase certeza que só por estarmos estudando aqui desde o quinto ano tem alguma influência sobre a decisão da escola.

- Qual o motivo de vir para a aula vestida desse jeito? - Apontei para sua roupa combinando.

- Novatos amiga, novatos e veteranos -piscou para mim-

- Você é terrível!

- Você também não está nada mal. -ela disse e eu agradeci.

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- Certo pessoal, vamos nos ajeitando ai, o ano está apenas começando e não queremos que comece mal, não é mesmo? - Senhora Jolie disse assim que entrou na sala.

Ela era a típica professora dos filmes, aquela que parece nem ter personalidade por causa do emprego, ou uma vida que seja, só conseguia ver ela como professora, de outra forma seria estranho.

- Eu sou a Senhora Jolie, e para os que já me conhecem prefiro que me chamem pelo primeiro nome, Mônica. -ela sorriu para algumas pessoas novas.

- Licença! - Liam entro rindo com Emma o seguindo arrancando olhares curiosos de todos.

- Como sempre atrasado Senhor Payne. - a professora o repreendeu- Sente-se você e sua namorada, sem mais delongas.

- Nós duas sabemos que você é melhor do que ela. -Jane sussurrou para mim.

- Sim, sabemos, mas o Liam parece não perceber. -resmunguei de volta.

- Ele ainda vai cair a ficha, vai por mim, ainda está muito cedo para tirar conclusões precipitadas.

- Eu espero. -falei tão baixo que acho que nem a Jane escutou.

A aula passou devagar e o segundo horário não seria diferente, se não fosse por Louis e suas palhaçadas eu estaria dormindo agora.

- Sério mesmo! E aí eu caminhei devagar pelo corredor e quando Niall abriu a porta ele se assustou e gritou tão alto que  provocou outro susto em mim que gritei também, Liam saiu do quarto dele irado com os olhos cerrados já nos perguntando o que estávamos arrumando e dizer que íamos bisbilhotar o pornô do Harry com a garçonete só o deixaria mais nervoso, só que o Liam é esperto e só de olhar para a porta em frente e ouvir os gemidos altos já entendeu. Foi aí que pela primeira vez nós pegamos Liam rindo por um motivo incoerente, foi lá, a primeira e última vez. -Louis contava como se revivesse o momento e eu não consegui não rir.

- Vocês são terríveis. -neguei com a cabeça.

- Não somos não, o Styles que é.

- Imagino. - Não cheguei à conhecer Harry, nós estávamos no último ano do colégio e Harry por outro lado já tinha se formado.

- Você que não mora em uma casa junto com outros quatro caras estranhos. -ele resmungou como se fosse a pior coisa do mundo.

- Pensando por esse lado. -dei de ombros.

- Niall está morrendo de saudades de você, quando ele voltou da Rússia só sabia falar o seu nome, quase virou verbo sabia? 

- Também sinto falta dele. - eu ri do jeito que Louis falara de Niall- 

- E o Liam? Ele é um imbecil que partiu seu coração. -revirou os olhos e eu fiquei calada- Certo, não vamos tocar no assunto.

- Tá tudo bem, eu só não me acostumei ainda... - O encarei numa tentativa falha de sorrir.

- Estão dispensados. - O professor disse tirando os óculos e a atenção que eu tinha em Louis e nossa conversa se sentando em sua cadeira.

O intervalo e o resto das aulas demoraram mais do que o normal, confesso que mesmo com meus amigos por perto ainda era cansativo, mas ainda sim era melhor do que estar em casa, sozinha. Quando as aulas acabaram me despedi de Jane e dos rapazes enquanto já tinha em mente minha livraria favorita, antes de chegar em casa, passei na mesma comprando o segundo livro da saga que eu começara a ler à puco tempo, "A rainha vermelha". Saí do lugar procurando uma cafeteria próxima, entrei na mesma pedindo meu Frapuccino de baunilha, o meu favorito e depois de receber o pedido e deixar alguma gorjeta, finalmente eu estava pronta para ir para casa. 

Saí da cafeteria recebendo uma mensagem do Niall, que dizia que queria me encontrar o mais breve possível, sorri com aquilo, eu e Niall sempre fomos muito chegados, mas desde o ano passado fiquei sem vê-lo . Voltei meus olhos para a frente em direção ao ponto de ônibus. Senti uma sensação estranha percorrer por todo meu corpo me fazendo arrepiar, me sentei e olhei ao redor procurando alguma coisa, mas nada além de pessoas apressadas seguindo seus percursos, voltei a olhar para frente e uma figura pálida me apareceu do outro lado da rua, seu olhar frio fazia seus olhos âmbar parecerem ainda mais intensos, ele vestia-se de preto e tinha o cabelo bagunçado em um quase topete, senti meu corpo todo se arrepiar numa sensação bem pior do que a anterior.

- Com licença? -uma senhora me cutucou tirando minha atenção, virei para ela acordando do meu transe inexplicável.- Você vai no próximo? - apontou para o ônibus que vinha em nossa direção.

- Sim.  - concordei rápido.

- Pode me ajudar a subir querida? Você sabe como é difícil com essa idade toda. -ela riu e eu assenti.

- Claro! - sorri para ela tentando ser educada e voltei meus olhos para frente, mas o ônibus havia tampado a visão que eu tinha à pouco tempo.

Eu não tinha certeza do que acabara de acontecer, mas tinha certeza de uma coisa, aqueles olhos não saíam da minha cabeça e a incerteza daquele sentimento voltava a me rodear a cada momento.

 O dia estava nublado como de costume e o ônibus vazio no caminho para casa se não fosse pela senhora que eu havia ajudado e uma outra mulher de meia idade no fundo do ônibus, coloquei meus fones de ouvido me contentando em ler as primeiras páginas do meu livro novo, até meu celular começar a tocar.

- Lexy?

- Boa tarde pai. - eu sorri me lembrando do seu rosto.

- Como você está querida? O primeiro dia não foi tão ruim, hã?

- Você tinha razão, não foi. -fechei o livro encarando a paisagem.

- Estou ligando para te dizer que as coisas aqui na delegacia estão uma loucura! Estamos investigando alguns casos antigos que voltaram à ser abertos. - suspirou- Tem sido bem cansativo, mas não conte para ninguém, estou quase solucionando um deles.-me fez abrir um sorriso-

- Isso significa que vai vir para casa hoje?

- Lamento querida, mas se tudo correr bem só vou conseguir terminar tarde da noite. -explicou- Você fica bem sozinha?

- Claro. -meu sorriso murchou.

- Tudo bem, eu preciso desligar, te vejo em breve. Amo você. -dito isso ele desligou.

Sempre gostei do caminho em que o ônibus passava pelo fato de passarmos sempre na frente da casa do Louis com os meninos, e, por mais que na maioria das vezes estava fechada, me alegrava só de ver. Desci do ônibus quando já estava próxima à minha casa caminhando poucos quarteirões até chegar na mesa, abri a porta respirando fundo. Eu ainda não tinha acostumado com a morte da minha mãe, era algo tão recente... Entrar em casa com aquele ar mórbido sempre era o pior momento do dia, o cheiro dela ainda pairava pela casa, o cheiro da morte. 

Desde que ela se foi começaram as rotinas cansativas e intermináveis do meu pai na delegacia, eu sabia que ele não sabia lidar com o que havia acontecido por pensar que o acontecido com ela fosse culpa dele por ser um oficial, eu tentava ajudar, mas eu conheço meu pai, ele fingia que estava tudo bem mas nunca foi  bom o suficiente em esconder as garrafas de alcóol na gaveta do escritório dele. Por sorte essa fase não durou muito, visto que o Capitão Saints descobriu e o ameaçou demitir. Eu sei que ele tentava passar a imagem para mim de que estava superando aquilo  melhor do que eu, e por todos esses meses eu finjo fazer parte desse jogo viciante da mentira, a verdade é que é melhor assim ,viver em uma mentira porque acho que não aguentaríamos o baque da realidade.

Encontrei Atenas na cozinha, minha gata preta e branca com seus olhinhos verdes, ela veio em minha direção miando como se me desse boas vindas, coloquei a mochila na bancada a pegando no colo e fazendo um cafuné que foi aceito de bom grado. Subi para meu quarto onde me troquei

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 para me encontrar no Niall na ONG na qual ele me chamou para fazer parte, nós ajudávamos crianças doentes, desde câncer até doenças como diabetes hereditária. Depois de pronta, liguei para Niall para confirmar o nosso local de encontro.

- Oi! -falei animada enquanto saía de casa.

- Quanta animação! -ouvi uma risada.

- Hoje é dia de NÃO ficar atoa sozinha em casa! -expliquei.

- Foi o que pensei. -comentou ainda com a voz sorridente- 

- Então? No mesmo lugar e na mesma hora? - perguntei.

- Já estou indo para o ponto de encontro. Tenho uma novidade para você hoje. 

- O que é? -perguntei curiosa enquanto seguia caminho até a praça que ficava a dois quarteirões da minha casa.

- Não é o quê e sim Quem. -Disse com sagacidade na voz e eu ouvi uma voz rouca envolvida com a música comentar algo nos fundos.

- Niall, quem é? 

- Você ja vai descobrir Lexy, sem pressa. -disse por fim- Vou desligar, te vejo em cinco minutos.

- Até lá. -confirmei desligando.

Olhei para os dois lados antes de atravessar a última rua para acessar a praça, diferente dos outros dias hoje estava mais vazio tendo mais velinhas alimentando pombos do que as crianças animadas nos brinquedos, provavelmente seria pela volta às aulas. Me sentei em um banco mais próximo a rua olhando no meu celular minhas redes sociais, sorri ao ver uma foto minha com minha mãe na França, minha terra natal, eu nasci francesa, mas não demorou mais que sente dias para que eu estivesse em solo inglês, o problema se deu porque ao invés de eu ser uma boa criança e nascer em casa, decidi logo nascer em uma viajem que meus pais fizeram para Paris, onde dia 20 de novembro me trouxeram ao mundo. 

Me desliguei dos meus pensamentos quando uma música divertida e alta misturava-se com um ronco de motor auto se aproximava, olhei na direção do barulho todo e me deparei com um Audi R8 conversível, Niall estava do lado do carona com um sorriso imenso e do seu lado um homem que sorria com belas covinhas, cabelos cacheados um pouco longos que balançavam a medida que o vento vinha combinando com tudo, no rosto um óculos escuro dominava o fazendo parecer ainda mais bonito enquanto mascava seu chicletes. Me levantei para que eles pudessem me ver e Niall acenou para mim sorrindo assim que me viu, o garoto cacheado encostou o carro perto da calçada e por um instante eu me vi sem ter o que fazer.

- Lexy! - Niall gritou sorrindo animadamente enquanto o outro garoto abaixava a música do carro para ouvir melhor.

- Oi. - sorri sem graça tentando não encarar o Senhor Deus Grego do lado dele, pelo ao menos com a beleza do Niall eu tinha acostumado.

- Esse é o Harry. -aponto para o amigo do lado- Harry Styles.

Harry abaixou os óculos dando a visão de seus lindos e sedutores olhos verdes colocando um sorriso divertido nos lábios.

- É um prazer finalmente conhecê-la. -sorriu- Niall me disse que era bonita, mas eu não esperava tanto quanto estou vendo aqui. -me olhou de cima a baixo. Ah, então era esse o Harry que Louis estava falando.

- Bondade sua. -eu sorri fraco tentando não corar, mas em vão.

- Nós dois sabemos que não é verdade. -colocou os óculos no lugar e eu senti minhas bochechas queimarem ainda mais-

- Não vai entrar? - Niall quebrou o gelo e eu o agradeci mentalmente por isso.

- Claro. -resmunguei abrindo a porta e me sentando no banco de trás.

- Aperte os cintos, vamos fazer uma viagem bem divertida agora. -Styles me encarou pelo retrovisor interno sorrindo.

Fiz o que ele disse enquanto ele arrancou com força provocando uma cara de assustada em mim, Styles me olhou pelo retrovisor mais uma vez rindo da minha expressão e quando eu senti os ventos nos meus cabelos balançando com a brisa abri um sorriso imensurável, não me sentia assim a tempos, livre. Quando percebeu meu sorriso ele voltou a encarar a estrada com um sorriso no rosto também, Niall aumentou o volume no máximo onde ouvíamos Pumped Up Kicks no volume máximo. 

(https://www.youtube.com/watch?v=SDTZ7iX4vTQ)

Niall balançava a cabeça a medida que a música tocava e Harry batia a mão na porta enquanto a outra ia no volante fazendo a mesma coisa no ritmo da música. Logo os dois estava catando tão alto que chegava a ser engraçado mesmo que fossem tão afinados e possuíssem uma sintonia tão única, Harry cantava uma parte e Niall outra, no refrão os dois se juntavam cantando mais animadamente enquanto Niall mexia o corpo numa tentativa falha de dançar. Eu sorri com aquilo tudo me permitindo balançar o corpo no som da música, pra lá e pra cá, Harry me olhou novamente sorrindo.

- Você também, canta! -sugeriu.

Dei de ombros já me sentindo a vontade com o charmoso Styles no banco da frente, abri a minha boca e comecei no rítmo com os meninos.

- All the other kids with the pumped up kicks You better run, better run, out run my gun!- Comecei a cantar animadamente com os meninos enquanto as pessoas na rodovia nos olhavam estranho, outros até se divertiam com o que viam abrindo um sorriso engraçado- All the other kids with the pumped up kicks You'd better run, better run, faster than my bullet! - Niall fazia um sinal de arma com a mão fingindo atirar e Harry ria dele concordando com a cabeça se divertindo com aquilo tudo.

Não demorou muito para que chegássemos à humilde sede do nosso trabalho, a casa da Senhora Dashwood, algumas pessoas já tinham chegado, inclusive Louis e Liam que nos esperavam na porta da garagem om a anfitriã.

- Judy! - sai do carro sorrindo indo abraçá-la.

- Como vai você querida? -ela sorriu retribuindo o abraço.

- Estou bem, e a senhora? -perguntei

- Bem melhor, obrigada.

- E o Senhor Dashwood? - perguntei- Está melhor?

- Forte como um touro querida! -ela disse feliz.

- Ótimo. -concordei com a cabeça.

Inicialmente começamos com esse projeto porque a filha dos Dashwood teve um filho que morreu de câncer ao completar os sete anos de idade e por mais que os avós odeiem falar sobre isso, Judy sempre pensa que podia ter dado mais atenção à ele quando o visitava, mas nós sabíamos que não era verdade.

- Louis! -o beijei no rosto enquanto ele sorria.

- Está linda! -me analisou- De novo.

- Nós dois sabemos que isso não é verdade. -eu ri dele e ele me acompanhou negando com a cabeça.

- Liam... -cumprimentei tentando ser educada.

- Oi Lexy. - ele abriu um sorriso divertido nos lábios.

- Eleanor veio? -perguntei Louis.

- Sim, mas eu e ela já vamos sair agora pouco com um grupo que vai para o hospital de Leeds. -Louis me respondeu explicando.

- Ah. -eu disse apenas-

- Styles? -Louis sorriu animado quando avistou o cacheado saindo do carro, ele era bem mais alto do que eu tinha em mente.

- Em carne e osso. -O sorriso astucioso de Harry quando o conheci estava em seu rosto de novo.

- Cara, tem uma semana que não vejo você e já senti saudades. -Louis disse.

- Eu provoco isso nas pessoas. -Harry deu de ombro como quem não quer nada e eu ri.

- Saudade? - Louis riu dele

- Também, mas eu ia dizer sentimentos profundos. -parou do meu lado sorrindo para mim enquanto tirava os óculos.

- É bom que saiba que a Lexy é impossível de conquistar. - Louis disse soando como um aviso e senti meu rosto queimar de novo.

- Louis! -o repreendi baixo.

- Não se preocupe Lexy. - Harry disse como se quisesse me confortar- Eu gosto de desafios. -piscou para mim.

Com esse sorriso e manha toda não vai precisaria de muito para conquistar até a Rainha, pensei. O único problema era que o cara que eu queria não estava do meu lado e sim do lado de Louis, Liam nos encarava com um olhar perdido na conversa.

- Ótimo! - Judy disse alto quando voltava para a garagem chamando nossa atenção para ela- Louis seu pessoal já está indo. -alertou o garoto de olhos azuis enquanto se aproximava mais.

- Essa é minha deixa.-Louis disse seguindo em direção à porta da casa onde Eleanor o esperava.

- Eu vou com meu marido ao médio, vocês não achariam ruim se fossem para o Heavenly Hope, não é? -perguntou. O hospital diferente dos outros tinha apenas crianças com câncer, na maior parte em estado terminal, onde os médicos já não podiam fazer mais nada.

- Tá brincando? -Niall disse sorrindo- Pegamos o melhor! 

- Muito bem, então estão dispensados, vou pedir para outras duas garotas novas irem com vocês, elas estão levando papéis e giz para as crianças, Louis levou as fantasias então vocês terão que improvisar hoje. -avisou-

- Não será problema. -Liam sorriu para ela- Desde que o loiro tenha traga seu violão não teremos dificuldade nenhuma. -completou olhando para Niall que assentiu respondendo.

- Então tá... - Harry falou- Vamos no meu? -perguntou encarando Liam.

- Louis foi com o carro dele, eu tinha vindo de carona. -deu de ombros.

- Certo, então todos à bordo e... Lexy? -olhou para mim e senti meu coração bater mais forte.

- Sim? -perguntei- Você vem na frente comigo, os machos que vão atrás. -olhou para Liam e Niall sorrindo.

- Ei! Eu cheguei primeiro. -Niall o repreendeu com o olhar mas Harry nem ligou indo em direção ao carro e entrando no mesmo.

- As meninas vão de moto? - Liam arqueou uma sobrancelha quando as viu montar em alguma moto moderna que não sei o nome.

- É o que parece. - Niall deu de ombros entrando no carro e fechando a porta em seguida, fiz o mesmo.

- Nós seguimos você! - Uma delas gritou para Harry que sorriu assentindo logo arrancando depois.

Já passava um tempo que cantávamos as músicas alto da playlist perfeita do Styles, atualmente estávamos ouvindo Rich Love do One Republic

(https://www.youtube.com/watch?v=sJ6hAQjW9Aw)

enquanto passávamos por uma rodovia larga, as meninas nos acompanhavam do lado do carro se divertindo junto com a gente. Descobri que o nome de uma delas era Fanny enquanto a outra se chamava Elinor, as duas eram primas e estavam participando da segunda ONG de Bradford para ajudar as crianças.

Quando chegamos Niall e Liam foram indo na frente enquanto as meninas conversavam com eles à respeito de uma outra organização que tinham na família na qual cuidavam de animais abandonados, esperei Styles que tirava o violão de Niall do porta-malas o colocando nas costas.

- Está animada? -me encarou curioso enquanto começávamos a andar.

- Muito. -eu ri fraco ainda com um pouco de vergonha.

- Bom, eu pretendo vir todos os dias que vocês virem, eu estava em Londres essa última semana, então acho bom você se acostumar comigo. -me empurrou fraco com os ombros e eu o olhei sorrindo.

- Isso não vai ser um problema. - O sorriso agora foi dele.

Entramos no hospital seguindo os meninos e as meninas na frente que já recebiam orientação de duas enfermeiras que os guiavam, entramos primeiro em um quarto com cinco leitos, eram crianças que tinham altas chances se se recuperarem do câncer, uma delas era uma garota que ainda tinha seus cabelos, por mais que poucos ainda intactos. Só de nos verem seus olhinhos se enrrugaram acompanhando o sorriso grande que abriram nos lábios.

- Olha só o que temos aqui! - Niall disse divertido assim que entrou- Qual o nome de vocês?

Depois de conhecermos cada um naquela sala nos sentamos em alguns bancos que as enfermeiras nos providenciaram, Niall pegou o violão dele e logo começou a dedilhar a melodia de The nights do Avicci, acompanhamos sua doce voz solo até o coro onde todos entramos.

- " He said one day you'll leave this world behind so live a life you will remember" -cantávamos juntos e as crianças nos olhavam maravilhadas com sorrisos imensos, algumas até conheciam a letra e acompanhavam a música enquanto desenhavam no papel que Elinor e Fanny distribuíram. Eu fazia cafuné na garota do canto enquanto Styles sorria para uma garotinha que não conseguia soltá-lo mais, ficou simplesmente apaixonada pelo Curlyboy- My father told me when I was just a child these are the nights that never die, my father told me!

E assim a tarde foi-se indo... Tivemos ótimos momentos e até a tenção que existia entre eu e Liam não existia ali naquele ambiente, trocávamos até sorrisos de vez em quando e eu me sentia bem de novo, como se tudo voltasse a ser como era. Já era cerca de dezessete e pouquinho quando decidimos ir embora depois de divertirmos um último grupo de crianças no fim do corredor.

(https://www.youtube.com/watch?v=Nf5--AFAfU8) 

Já estávamos indo embora quando decidi ir ao banheiro, todos foram na frente e por consequência eu voltei sozinha pelos corredores e teria dado certo se eu ão tivesse visto o que vi no corredor. Era uma garotinha com mais ou menos cinco anos de idade, tinha um lenço azul bem clarinho na cabeça e alguns coraçõezinhos rosa, ela estava coberta por um cobertor fino enquanto era transferida para outra sala em uma maca alta, acompanhei seus olhos e por um instante eles pousaram em mim, era como se pedisse socorro, me apressei para chegar até o quarto e o notei vazio se não fosse pela enfermeira que substituía seu soro.

- Com liceça? -pedi entrando no quarto, a garotinha nem se moveu.

- Posso ajudá-la? -ela veio em direção a mim na porta.

- Sim, eu sou parte da ONG All for the kids. -comentei- Quem é essa garotinha? -perguntei curiosa enquanto encarava a menininha de costas agora.

- O nome dela é Annya, tem cinco anos e seis meses, paciente em estado terminal. -disse com um olhar de pena para a garotinha.

- Onde estão os pais dela?

- A mãe a abandonou quando criança e o pai foi encontrado morto hoje cedo, não suportou ver a filha desse jeito, mas ela não sabe. -resmungou baixo.

- Ah meu Deus. -sussurrei de volta- Se importa se eu ficar? -perguntei.

- Não tem problema nenhum, devo avisar alguém? -perguntou e eu a olhei pensando por um momento.

- Um garoto de cabelos loiros e olhos azuis deve estar com um violão na recepção. -eu disse e ela assentiu saindo do quarto.

Caminhei devagar para o lado da cama onde encontrei aquele par de olhinhos curiosos pela segunda vez.

- Oi Annya. -falei baixinho e ela me encarou com os olhinhos mais felizes.

- O-oi. -sua voz saiu fraca quase imperceptível.

- Se importa se eu ficar aqui com você? - perguntei e ela negou com a cabeça.

- Meu nome é Alexandra, mas você pode me chamar de Lexy, okay? -ela balançou a cabeça positivamente.

Fiquei ali com ela contando algumas histórias de contos de fadas que eu sabia que as meninas adoravam, ela sorria as vezes, mas acabava resultando em uma tosse persistente. Eu a ajudei a tomar sua sopa pouco depois que cheguei.

Já era cerca de dez horas quando eu me deitei ao lado dela na cama, ela estava dormindo faziam cerca de duas horas, era uma garota tão bonita que só de olhar para ela eu já sentia uma paz inexplicável. Ela acordou quando me sentiu do seu lado, mas sua reação foi apenas me abraçar, a coloquei no meu colo a abraçando com cuidado, estava tão magrinha que eu tinha medo de que qualquer movimento pudesse ferí-la, ela me olhou com aqueles olhos cheios de esperança e eu tive vontade de apertá-la mais contra mim para nunca deixá-la ir.

- Conta uma história? -ela pediu.

- Claro. -eu sorri para ela concordando- Mas agora vou te contar uma de verdade, tudo bem? -perguntei e ela assentiu- 

- É sobre o que? - me perguntou gastando a pouca energia que tinha.

- Sobre eu e você querida. -sorri para ela- Nós vamos sair daqui amanhã bem cedo, e quando sairmos vamos à uma praia mágica onde a areia é tão branquinha e fofa que confundimos com nuvens. -seus olhinhos se fecharam- As ondas estarão calmas e as gaivotas vão voar acima das nossas cabeças e vamos sorrir, lá é tão bonito querida... 

- U-hum. -ela murmurou baixo.

- As árvores têm fadas que sorriem o tempo todo e o dia nunca acaba... - eu ia continuar, mas perdi as forças quando o Monitor Cardíaco começou a apitar mais lentamente, meu coração começou a apertar, mas eu não parei, o médico já estava na porta quando tudo começou a acontecer- E o sol está tão brilhante lá no céu... -os batimentos começaram a cessar e por algum motivo eu comecei a chorar, a apertei forte contra meu peito, "não vá" eu dizia comigo mesma- O céu... -eu dizia com uma voz de choro enquanto fungava- Ele está tão azul agora e você consegue vê-lo. -eu parei de falar quando os batimentos cessaram por completo.

- Não é justo. -murmurei em meio ao meu choro enquanto o médico desligava a máquina ao meu lado que fazia um barulho intermitente sinalizando a morte da minha garotinha.

- Hora da morte 22 e 17 -ele pronunciou alto-

- Você pode nos dar licença agora? - uma enfermeira me pediu com cuidado.

Eu assenti apenas saindo devagar da cama deixando aquele pequeno corpinho frágil sozinho ali, sem vida. Fui em direção a porta e me privei de vê-los levarem minha garotinha para longe. Saí um pouco do hospital para tomar um ar quando recebi um telefonema da Jane.

- Alô? - falei fungando mais uma vez tentando me estabilizar.

- Lexy? Está tudo bem? -sua voz saiu preocupada e eu assenti mesmo sabendo que ela não me via.

- Está sim, é só coisa da ONG. -comentei tranquilizando-a.

- Tem certeza? Eu posso ligar depois.

- Você nunca me liga a noite se não for urgente. -comentei- Pode me falar comigo, o que foi?

- Eu preciso que fique calma quando eu te disser isso.

- Jane? Jane o que foi? - comecei a me preocupar.

- É o seu pai Lexy...

- O que? O que aconteceu? -passei a mão pelos meus cabelos desesperada e aflita.

 - Encontraram o corpo a um quarteirão da sua casa, ele foi assassinado hoje à noite enquanto voltava pra casa. 

CONTINUA...