– Está a ficar tarde... – comenta.
– É verdade! Nem dei pelo tempo passar! – responde Eunwoo à rapariga.
– Talvez seja melhor irmos para casa. – sugere.
– Sim, vamos! – sorri para a moça.
Os dois levantam-se do banco, onde passaram a tarde toda sentados a conversar sem terem reparado nas horas e começam a caminhar.
– Lin... – chama a atenção enquanto olha para Eunwoo disfarçadamente – Eles vêm na nossa direção! – exclama aflita e nervosa.
– Calma! – diz – Não é como se eles tivessem notado que estás constantemente a olhar para eles. – responde Lin de forma irónica.
Cada vez aproximam-se mais das amigas e a rapariga para de repente na frente do banco onde estas estavam sentadas.
– Eu vou ouvir um sermão... Não! Ela vai bater-me por olhar tanto para Eunwoo... E se ela sabe algum tipo de artes marciais? Ai mãezinha... vou morrer hoje... – pensa Jeyoo sendo dramática e nada corajosa para o normal dela.
Eunwoo continua a andar e não se apercebe que a sua companhia já não encontrava a seu lado.
– O que vamos fazer para o jantar? – pergunta Eunwoo e, ao ver que não obtém nenhuma resposta vira-se para trás e caminha em direção à moça. – Porque paraste? – interroga quando chega perto dela.
A rapariga não diz nada, limita-se a olhar com uma expressão de surpresa misturada com tristeza para Mei Lin e Jeyoo. Imensos pensamentos ocorrem na sua cabeça mas não consegue dizer nada. Apenas olhar e deixar algumas lágrimas correrem-lhe pela sua face clara.
– Vamos... – Eunwoo pega na mão da outra e leva-a.
Os dois caminham de mãos dadas, em silêncio.
– O que foi aquilo? – pergunta Mei Lin totalmente confusa com a atitude da rapariga, enquanto vê os dois já afastados.
– Eu não sei... – faz uma pausa – Ela não deve ter uma saúde mental muito boa. – garante Jeyoo também confusa com a situação.
Já bastante distantes, Eunwoo quebra o silêncio que existe entre os dois.
– É mesmo ela? – questiona calmamente.
– Sim... – responde usando a mão livre para limpar as gotas e água salgada que estão a correr pelos seus olhos.
Lin e Jeyoo resolvem também ir para casa por já ser tarde.
– Vem pôr a mesa, Sophie! – grita a mãe de Sophie.
– Sim! Sim! – diz – Não precisas de gritar, estou mesmo aqui... – resmunga.
– Aff... Sempre a resmungar! – faz uma pausa – Tens aqui a tua oportunidade para arranjares um namorado com olhos em bico. – diz a mãe a rir.
– Como os das séries que vês. – continua o pai.
– Mãe, são coreanos e pai chamam-se doramas. Neste caso, k-dramas. – corrige os pais e faz uma pequena pausa – Andamos pela Coreia do Sul aos anos e ainda não aprenderam? – questiona indignada – E para quê? Daqui a uns tempos mudamo-nos de novo...
– Acredito que o meu novo emprego será fixo e não teremos de nos mudar tão depressa... – declara o pai de Sophie.
Com a conversa toda, Sophie já tinha colocado a mesa e já estavam sentados para começar a comer.
– Ah, Sophie! Amanhã preciso que vás comigo à loja de conveniência. Preciso de comprar comida e produtos de limpeza.
– Desde que não seja aquela no final da rua tudo bem... – diz enquanto come um pedaço de carne.
Quando Sophie olhou para a cara da mãe, no fim de colocar o pedaço de carne todo na boca, percebeu logo que seria essa mesmo onde iriam e suspirou enquanto rezava para que não fosse o mesmo empregado e, se fosse que não se recordasse dela.
O casal e a rapariga, que Sophie tinha visto enquanto ia para casa depois de passar vergonha, encontravam-se a jantar em sua casa.
– Amanhã preciso de ajuda na cafetaria. Vai ser um dia cheio de clientes.
– Infelizmente eu não te posso ajudar, querido. – comenta triste o outro homem.
– Oh, eu sei! Tens o teu emprego, Thom.
– Eu posso ajudar! Não tenho nada para fazer de qualquer das formas. – comenta a rapariga.
– Qualquer dia tenho de te pagar por estares sempre a ajudar-me, Andrya. – comenta brincalhão.
– Até parece, pai. – ri.
Andrya foi abandonada no hospital quando nasceu e, por quatro anos os diretores do hospital cuidaram dela sendo depois encaminhada para um orfanato. Quando tinha seis anos, Martin, adotou-a juntamente com o seu namorado, Thom.
– Querem provar a nova sobremesa que fiz? – questiona Martin muito orgulhoso com suas palavras.
– Claro que quero! – exclama logo Andrya.
Numa outra habitação encontravam-se duas famílias que jantavam juntas.
– A comida está deliciosa como sempre! – comenta uma das mulheres.
– Claro que está, mãe! Estamos a falar da mãe do Rocky! – exclama Moonbin.
– Estás a falar mal da minha comida? – questiona muito séria a mãe de Moonbin.
– Claro que não... – responde aflito.
– Moonbin, eu sei que eu e o teu pai não passamos muito tempo em casa. Mas não questiones a minha culinária! – responde a rir.
Os dois casais eram amigos de longa data. Como os pais de Moonbin andavam sempre em viagens de negócio, deixavam o filho aos cuidados dos pais de Rocky fazendo com que os dois crescessem juntos e se tornassem grandes amigos.
– Alguém ficou com medo de levar um sermão! – comenta Rocky depois de ver o suspiro de alivio do amigo ao ver a mãe a rir.
– Rocky! – exclama Moonbin envergonhado, dando uma pequena palmada no ombro do amigo, fazendo com que todos riam.
Jeyoo e a sua família já tinham jantado e, por isso, esta encontrava-se sentada no sofá a ver televisão. A mesma olhava para a televisão parecendo muito concentrada no filme que estava a dar do ponto de vista da família, mas na verdade, era como se não estivesse ali. Os pensamentos sobre o Eunwoo dominavam a sua mente.
– Jeyoo! – chama a sua mãe para avisar de que o seu telemóvel está a tocar.
Depois de muito chamar pela filha, finalmente consegue ter a sua atenção.
– O teu telemóvel tocou. – pausa – Estavas tão concentrada na publicidade que nem ouviste. – ri.
Jeyoo pega no telemóvel e vê que quem lhe tinha ligado era a sua inseparável amiga, Mei Lin e liga-lhe de volta enquanto se despede dos pais indo em direção ao seu quarto para puder falar à vontade.
– Estava a ver que não atendias! – resmunga Mei.
– Ah... Desculpa, MeiMei... Estava distraída... – confessa.
– Acho que até já sei com o quê... – pensa – Vamos sair amanhã? Como disseste, temos de aproveitar! – diz Lin tentando fazer com que a amiga esqueça o ocorrido.
– Sim. Podemos ir àquela cafetaria muito conhecida! Ao tempo que já não vamos lá... – sugere Jeyoo.
– Oh! Boa ideia! –elogia – Vamos.
Ficam mais alguns minutos a conversar e, Mei Lin continua a tentar distrair a amiga. No fim da chamada, Lin vai dormir e Jeyoo vai para a sua secretária escrever no seu diário o que lhe aconteceu hoje. Adora escrever nele e consegue passar horas a fazê-lo, tanto que tem uma "pequena" coleção de diários já escritos.
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