No dia seguinte, a senhora Ackerman vai acordar a filha às oito da manhã para a ajudar nas compras e a arrumar a casa.
Como vê que a filha está a demorar muito, vai ao quarto dela de novo.
– SOPHIE! – grita com a filha que ainda está deitada abraçada a um peluche.
– Vamos à loja da dona Maria... – fala enquanto dorme.
– De quem? – questiona a mãe que não percebe que a filha está ainda a dormir.
– Onde fui ontem... – responde a dormir.
– Está é na altura de te levantares! – exclama enquanto abre a persiana para a que a luz ilumine a escuridão do quarto.
– Queijo... batatas fritas... chocolate de bacon... – diz pausadamente.
Nesse momento, a mãe de Sophie entendeu que a filha ainda se encontrava no mundo dos sonhos e aproximou-se dela.
– SOPHIE! ACORDA! – grita na tentativa de a acordar.
– O QUÊ?! CHOVEU BACON? ONDE? – grita assustada quando acorda.
– Choveu bacon? – ri – Não, mas podemos comprar quando formos à loja. Agora desce para tomares o pequeno almoço. – sai do quarto de Sophie.
– Sim! – olha para as horas – A sério mãe? São oito e meia da manhã... – resmunga baixinho.
Já no fim de se ter vestido e penteado, Sophie desce para tomar o pequeno almoço o mais depressa que pode.
– Estou faminta! – exclama quando chega e olha para a mesa.
– Alimenta-te bem porque vais precisar de muita força e energia. – aconselha o pai.
A família toma o pequeno almoço enquanto a senhora Ackerman enumera os afazeres todos para aquele dia.
– Eu tenho de ir para o trabalho. – diz o senhor Ackerman enquanto olha para o relógio, bebendo o pouco café que ainda tinha na caneca.
– Bom trabalho, querido! – recebe um pequeno beijo apaixonado nos lábios do marido.
– Tirem-me esta imagem da cabeça... – implora por entre dentes a filha do casal com um ar ligeiramente de nojo.
– Quando te apaixonares depois conversamos. – ri e comenta enquanto se calça.
– Esperem sentados por esse dia. – declara logo de seguida com uma expressão engraçada, fazendo os seus pais rir.
No fim de lavarem a loiça, as duas metem-se a caminho da loja de conveniência quase às dez horas da manhã.
– Espero que não seja o mesmo! Espero que não seja o mesmo! – reza Sophie para si enquanto segue a mãe e entra na loja.
– Estamos na loja da dona Maria. – diz para Sophie a rir.
– Da dona Maria? – interroga confusa.
– Enquanto dormias disseste para irmos à loja da dona Maria e que era esta. – explica.
– Não me lembro... – sorri e depois olha para o balcão percebendo que o empregado não é o mesmo, o que a leva a dar um suspiro de alívio.
– Isso sei eu. – responde enquanto tira um cesto do monte.
As duas vão percorrendo os corredores todos enchendo o cesto com o que a mais velha tem na lista de compras feita no dia anterior.
– Bacon! Disseste que compravas... – faz uma expressão e voz fofa para convencer a mãe a comprar.
– BOM DIAAA! – fala alto e num tom animado um rapaz que acaba de entrar na loja e que fica perto de onde a Sophie se encontra.
– AAH! – assusta-se e deixa todos os clientes da loja a olhar para si – Quase morri de ataque cardíaco! – resmunga alto enquanto escolhe as bolachas.
– Eu devo provocar muitas mortes. – supõe com um ar triste falso, reconhecendo a rapariga.
– O problema não é meu. – pausa curta – Desde que não seja a minha, tudo bem. – olha para os dois pacotes que tem nas mãos sem conseguir decidir qual levar e sem olhar para o rapaz.
– Recomendo estas. – aponta para a embalagem que ela tem na mão esquerda depois de se aproximar – São as minhas favoritas. – olha, finalmente, para o rapaz.
– Já decidiste, Sophie? – pergunta a mãe enquanto se aproxima dos dois a olhar para a lista e a riscar o que tinha acabado de ir buscar.
– As bolachas da dona Maria... – responde a Sophie chocada a olhar para o rapaz fazendo-o rir.
– Hun? – pergunta a mãe sem entender nada, olhando para ela de seguida – Quem é o moço? – pergunta depois de reparar que a sua filha tem alguém muito perto de si.
– Eu sou um dos empregados que trabalha aqui. – olha para o relógio – Ai... o meu turno vai começar! Tenho de ir trocar de camisola. Até depois! – sorri enquanto acena e apressa-se a ir trocar de roupa.
– Ele está aqui... – chora mentalmente completamente envergonhada.
Por fim, terminam as compras e vão para a caminho da caixa para pagarem.
– Eu espero por ti lá fora! – tenta esquivar-se de ter de aparecer na frente do empregado de novo.
– Nem penses! Achas que consigo com os sacos todos até à rua?
Colocam-se na pequena fila e a mãe de Sophie não consegue deixar de reparar na forma como a filha evita olhar para o empregado e de como ele, de vez em quando, olha para ela disfarçadamente.
Chega a vez delas e ambas colocam as compras na passadeira.
– Bom dia! – cumprimenta começando a passar os iogurtes pela máquina do código de barras.
– Bom dia. – respondem as duas, uma num tom mais tímido que a outra.
– Há pouco não te apresentas-te. – afirma a senhora, curiosa.
– Ah desculpe. É que estava na minha hora e o outro moço queria ir. – desculpa-se sempre com um sorriso enorme, enquanto passa a manteiga – Eu sou chamo-me Kim Myungjun. – apresenta-se.
– Afinal estavas quase lá Sophie! – faz uma pequena pausa que deixa Sophie a olhar para ela com cara de "Está calada mãe..." – Myungjun... Dona Maria... – tenta relacionar gozando com a filha que cora logo.
– Dona Maria? – questiona com um ar levemente confuso.
– É que a minha filha disse que vínhamos à loja da dona Maria enquanto ainda estava a dormir.
– Mãe! – chama a atenção envergonhada.
– Lamento informar, mas eu não sou a Dona Maria. – fala enquanto olha para a Sophie e vai passando os produtos de limpeza – Mesmo assim, espero que venhas cá na mesma. – sorri de tal forma que deixa Sophie mais envergonhada do que já estava.
– Que remédio... – responde ligeiramente gaga desviando o olhar ao mesmo tempo – É a loja mais perto da minha casa e a única que eu conheço. – conclui
– Sophie, pega na carteira e paga enquanto termino de arrumar. – diz a dona Sarah, mãe de Sophie.
Sophie faz o que a mãe lhe pediu e paga a despesa.
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