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História (INTERATIVA) O Novo desabrochar - Overwatch - Dançando com o fogo


Escrita por: NogZe e Pandash

Notas do Autor


VOLTAMOS!!!!!!!
Que saudades de vocês <3
Muitos acontecimentos... Muita coisa... Problemas...
SOMBRA!
Espero que gostem do cap :3
Ele está meio musical... Tem uma parte que eu recomendo ler escutando essa música: Boombox Cartel - Dancing With Fire (Feat. Stalking Gia)
Vocês vão saber quando chegar :)
Aproveitem!

Capítulo 4 - Dançando com o fogo


Fanfic / Fanfiction (INTERATIVA) O Novo desabrochar - Overwatch - Dançando com o fogo

França 23:12

                                                                   ---/Nuit POV/---


 

- A França é tão bela.

Esse pensamento escapa da minha mente enquanto observo a grande torre Eiffel. Tenho muito orgulho de ter encontrado um esconderijo tão bom, com vista para uma construção histórica, longe de qualquer base das autoridades, alto o suficiente para uma fuga por cima dos prédios e acima de tudo: é quente e seguro.

Lok, o primeiro corvo robótico, chega voando das escuras ruas de Paris, trazendo um pedaço de pão pra mim.

- Bom garoto… Agora pode ir se recarregar, aproveite a energia restante naquele núcleo. - O corvo voa até um pequeno núcleo de energia no canto do esconderijo.

  Lok pertencia a Pool, um honrado omnico que vivia nas ruas da França. Quando ele morreu o pássaro foi passado pra mim, O omnico era o coração desse lugar, quando ele se foi, o esconderijo nunca mais foi o mesmo

    O pão estava completamente estragado, Lok havia perdido diversos programas de reconhecimento com o passar dos anos… Malditos hackers.

- Pássaro maluco… - Cochichei

- Vamos lá! - Olho para a janela que dá visão da torre e me preparo, respiro fundo e salto. Meu corpo fica totalmente imóvel desde o começo da queda até o momento em que eu chego no chão.

    A queda foi completamente amortecida pelo chão especial, criação de Pool para situações de emergência. Adrenalina sobe a milhão (Mais uma funcionalidade do chão amortecedor). Dou início a missão noturna, começando pelos becos, sempre olhando para as calçadas, em busca de algum desavisado. A sorte costuma ignorar minha existência desde o dia em que nasci, mas parece que hoje ela sorriu para mim. Um casal caminhava pela calçada em direção à uma parada de Táxi, carregando malas lotadas e levando mochilas cheias nas costas.

- Essa vai ser fácil. - Cochichei. Ativo a invisibilidade, começo a contar os segundos restantes na minha mente e vou andando calmamente até o casal. A garota de cabelos roxos olha para trás e logo depois o garoto, mas não vêem nada. Continuo a caminhada furtiva, ainda tenho bastante tempo, puxo minha adaga do bolso com cuidado.

- Só um minuto, Serena… Ouviu isso? - Diz o garoto.

- Uhum… - Ela diz desconfiada.

Novamente olham pra trás, eu permaneço imóvel, a garota abre a mala e retira algo de lá.

- Vai usar isso? - O garoto pergunta, confuso.

- Observe. - Ela pega um objeto parecido com um prisma e mira nele uma espécie de bracelete, que estava em seu pulso. O garoto se afasta. Eu continuo parado com a invisibilidade ativa. O bracelete começa a emitir uma forte luz, que entra no objeto. Em menos de dois segundos a luz se espalha por todo lugar, formando um enorme círculo de luz. Meu corpo começa a arder, a dor me faz largar a adaga, que faz um tremendo barulho ao tocar o chão.

- TE PEGUEI! - A garota fala contente.

- Quem diria… - O garoto fica surpreso.

- Não…. por… muito… tempo… - Falo com dificuldade por conta da dor. A invisibilidade acaba. Eu uso toda a força que me resta para pegar uma bombinha no meu bolso e sem perder tempo arremesso para perto do casal. Uma enorme cortina de fumaça é criada.

- Nos vemos por aí. - Digo enquanto fujo do círculo de dano, saio de perto o máximo que posso e corro para um beco próximo, ainda dolorido.

    Nunca vi ninguém perceber minha presença, sempre fui o melhor quando o assunto era furtividade, ou esses dois tem poderes sobrenaturais ou eu deixei escapar algo. A primeira possibilidade me deixa curioso. A decisão foi quase instantânea, eu ia seguir os dois. Sempre quis um pouco de aventura que fosse perigosa de verdade.

 No esconderijo eu tinha apenas uma cama, além disso, tinha Lok. Não acho necessário voltar pra lá, fico alguns instantes num beco até me recuperar. Passado o devido tempo decido escalar um prédio para ter vista do táxi, que acabara de chegar ao ponto.

    Observo momento que os dois entram no táxi. Exclusivo para o Aeroporto.

- Perfeito!

    Pulando de prédio em prédio, sem errar um único salto, consigo alcançar o táxi do casal. Quando finalmente estou em cima do prédio do aeroporto uma voz vinda de dentro do edifício diz:

 

Último voo em 10 minutos.

   Destino: Inglaterra.

 

- Não é a viagem dos sonhos, mas quem sabe eu encontro um pouco de ação. - De cima do prédio consigo ver o único avião do aeroporto bem de longe. Aperto o botão do controle dos corvos que estava no meu bolso, em questão de segundos vejo Lok voando em minha direção e trazendo com ele o núcleo de energia.

- Bom garoto… Está vendo aquele grandalhão ali? - Aponto para o avião. Lock o observa confuso. - Se agarre a ele e não solte até eu mandar! Entendido? - O corvo obedece o comando imediatamente. - Agora é minha vez! - Começo a descer do prédio, calmamente. Quando finalmente chego na pista de pouso tudo se torna mais fácil, ativo a invisibilidade e começo a correr até o avião, sem fazer muito barulho. Ninguém me nota, o avião estava aberto na parte de trás, para coletar as malas do casal, entrei por ali mesmo, me acomodei em meio as malas, bem escondido, desativei a invisibilidade e enfim eu dormi, sonhando com

as aventuras que iria ter em solo britânico.




 

Inglaterra, King’s Row   02:02

                                                                                    ---/Electra POV/---

 

    Não é nada fácil impedir um assassino maluco de brigar com um egocêntrico descontrolado. Os dois se provocam a todo momento, parecem crianças mimadas e eu pareço a mãe deles. Pelo menos a  viagem foi rápida, não deu tempo dos dois se matarem no avião.

  King’s Row não é exatamente como eu imaginava que seria, é menor… As instruções de Crypto diziam:

...Só uma dica: Não fiquem no segundo andar do ônibus… É muito apertado… Enfim… Quando desembarcarem não se desesperem, já deixei alguém pronto para recebê-los. Só não liguem para as baboseiras que ele fala, eu bebi demais no dia que o programei. Tenho certeza que vão gostar do lugar. Relembrando: saindo ônibus 629, perto da estátua de um omnico com uma criança, pertinho do Hotel Alderworth e com uma plaquinha escrito: King’s Row. E não se esqueçam de me avisar por mensagem privada quando chegarem, quero estar lá pra receber todos vocês :D

Tenham uma boa viagem, m8s !

    Mando a mensagem para Crypto no momento que o ônibus para. Ao descer do grande ônibus vermelho de dois andares (clássico que dura até os dias de hoje na Inglaterra) é possível ver a tal plaquinha acima da porta de um lugar que parecia ser um escritório.

- Parece que chegamos. Não vejo a hora de conhecer esse Crypto. Nunca hypei* tanto na minha vida. - Ádrian, durante toda a viagem, ficou tentando adivinhar como Crypto seria. Loiro, moreno, magro, gordo, homem, mulher, omnico…  Razor, durante toda a viagem, contrariou todas as teorias de Ádrian e debateu falando pelo lado das oportunidades. Achar o pai, destruir uma das maiores culpadas pela dor que sofreu…

- Não coloque tanta expectativa, garoto. - Razor como sempre, indiferente.

- Pelo menos ele vai parar de teorizar, já tava ficando chato. - Faço para provocar Ádrian.

- Engraçadinhos… Vamos ficar parados aqui do lado de fora mesmo?

- Vamos entrar, Crypto já deve estar nos esperando. - Entro no escritório acompanhada dos meus “filhos mimados”.

    Um escritório simples, com uma pequena bancada e logo atrás uma cadeira executiva, provavelmente o local da recepcionista. Ao lado, uma pequena mesa redonda com três cadeiras executivas a cercando. O lugar parece ser elegante, com dois quadros nas paredes e um vasinho na bancada para a decoração.

    Depois de uma breve olhada, decidimos nos sentar.

- Vamos sentar ali - Ádrian aponta para as cadeiras que envolvem a mesa redonda

- Acho que não temos tempo para sentar e trocar ideias… - Razor começa a se irritar.

- Se acalme, Razor. Crypto disse que teria alguém, provavelmente um omnico, para nos receber. - O homem não se acalma, continua impaciente.

    Sentamos e esperamos alguns minutos. Nada de anfitrião. Nada de Crypto. Apenas um pseudo-escritório, que está mais para recepção. Razor, ainda impaciente, decide se levantar e observar um quadro, torto, na parede.

- Linda estrada. - O homem ajeita o quadro.

- Isso fica em… - Um barulho ensurdecedor, vindo do quadro, interrompe Ádrian.

- RAZOR, SE AFASTE! - Grito, desesperada. Razor dá alguns passos para trás, quase tropeça na cadeira. O quadro cai, atrás dele um buraco, uma pequena esfera metálica cai, causando mais um estrondo e logo depois um som estranho.

- Bzz… zzzz LIGADO - A esfera começa a acender, em si, luzes azuis.

- Mas que merda é essa?! - Falo, assustada.

- Já vi um desses antes. É uma esfera espectral. - Ádrian diz com certeza na fala.

- Um fantasma? - Razor, desacreditado, indaga.

- Espectro no sentido de projeção. É um criador de hologramas. - Me pergunto onde Ádrian viu um desses antes, mas a dúvida vai embora. Uma pequena luz azul é lançada para fora da esfera. A luz começa a se expandir e formar uma silhueta perfeita do que parecia ser um homem.

- Sejam bem-vindos à KINGGG’S RROOWW...Bzzz, zzz. - A cabeça do holograma se contorce enquanto o erro na fala acontece.

- Treco defeituoso… - Ádrian fala, nervoso.

- Dá um desconto, Crypto programou bêbado. Agradeça, ao menos ele ligou. - Digo, enquanto aprecio o holograma.

    O homem espectral ficou parado por uns minutos sem dizer nada, até que uma música começou a tocar, vindo dele, assustando a todos nós.

 

I always looking for a fix in the wrong place, wrong time

Got up in the mix of the cold days hard nights

Gotta get down with that new craze new high

I don't give a fuck

 

Enquanto a música continuava no volume máximo:

- Que música é essa? - Pergunto, curiosa.

- Parece com a voz da Stalking Gia, na época de jovem dela. - Razor surpreende a todos com a resposta.

- SIM , Razor, você está certo! É ela mesmo. - Ádrian é viciado em pesquisar cantoras indies antigas. Se você pensa que achou uma nova, pode ter certeza que ele encontrou antes.

 

I'm loving every minute of this fast life
Baby take my hand and I'll show you paradise
Gonna dress up, mess up your mind like
I don't give a fuck

 

- Crypto estava bêbado mesmo… - Digo quase gritando, indignada. Ádrian parecia estar gostando do som.

 

I'm in too deep
And I can't stop dancing with fire, dancing with fire
It's just a dream
And I can't stop dancing with fire, dancing with fire

 

    Um barulho vindo dos fundos do escritório assusta a todos. Uma porta redonda, parecida com um buraco, se abre no chão. Uma figura encapuzada começa a subir, vindo do fundo do buraco.
- Será?! - Ádrian fica animado. - Se for, eu tiro o chapéu pra ele.

- Não pode ser… - Me animo também.

I know that I shouldn't stay
But I DO anyway
I'm melting burn
And I can't stop dancing with fire, dancing with fire.

    

    A batida da música se inicia. A figura está, completamente, em pé na sala. Todos esperam o momento que ele irá tirar o capuz e se revelar. Ele o retira com cuidado... Ou melhor dizendo, ELA o retira com cuidado. A música continua em um volume reduzido. Uma voz doce percorre o ar enquanto os longos cabelos negros se soltam do capuz.

- Sejam muito bem-vindos à KI… - Ela é interrompida pela falha do holograma.

- Bzzz. Zzzz. Zz. - Ela chuta a esfera metálica, a música para e o holograma se desfaz. Limpando a garganta, ela termina:

- KING’S ROW! Sou a Crypto. - Ela sorri para todos nós.

- SABIA QUE ELA ERA MULHER! - Crypto ri da animação de Ádrian. Razor parece estar desconfiado, mas não diz nada. Eu fico a analisando por alguns segundos antes de dizer algo.

- Nunca nem desconfiei. - Uma leve risada em seguida.

- Qual é, pessoal? Vamos parar de conversa furada. Tem uma galera esperando por vocês lá em baixo. - Antes que alguém pudesse perguntar, três plataformas surgem abaixo dos nossos pés. Descendo. Não é possível ver nada. Completo breu. Crypto nos conforta:

- Estamos chegando… Quase lá.  - As plataformas pousam. O breu continua. Sinto uma tontura.

- Luzes! - Crypto bate palmas. As luzes se acendem. Uma sala cheia de monitores, servidores, computadores, holotransmissores, se revela da escuridão. - Obrigada, Kaz, talvez um dia ainda instalo esse sistema. - Fala cochichando e rindo pra alguém ao lado dela.

- São eles? - O homem de cabelos castanhos usando regata branca, calça cinza e chinelos, pergunta, curioso.

- Yeah! Demoraram para achar o holograma, tardaram, mas não falharam. - Crypto parecia animada com toda a situação. Eu, por outro lado, estava um pouco assustada. Dou uma breve olhada para meus “filhos”, os dois estão confusos.

- Kaz, vá chamar os outros. - O homem sai imediatamente da sala. Crypto se aproxima de um monitor e o ativa. Ela analisa a imagem, o mesmo lugar onde estávamos, alguém aparece.

- Mais uma leva… Vou buscá-los. Alguma sugestão de música? - Ela pisa em uma plataforma e mexe em um bracelete em seu pulso.

- Cool kids? - Ádrian, tímido, meio que pergunta.

- Perfeito! - A plataforma começa a subir, Crypto cantarola. - She sees them walking in a straight line, that's not really her style. - Ádrian faz uma espécie de beat box para representar a batida. Crypto ri, enquanto sobe no breu.

- Elas se parecem… - Razor cochicha.

- Quem? - Pergunto.

- Crypto e Sydney Sierota. - Novamente, Razor nos surpreende.

- Estamos clássicos e românticos hoje, não acha, Maria? - Ádrian fala e solta um sorriso. Razor começa a assobiar Pumped up Kicks enquanto explora a sala de Crypto, quebrando o clima fofo de Ádrian.

- Músiradicais. Esse é o termo correto. - Naquele momento já estou pensando na nossa equipe, em campo, protegendo nossos heróis, lutando pelo futuro e pelo passado. Lembro da guerra. Sinto a dor de quem esteve lá. A necessidade de ajudar já se tornou comum ( Pra mim, ao menos ). Deixo as malas em um canto e respiro fundo. Estou pronta para defender o futuro.


 

Dois dias antes.

Japão 11:40

                                                            ---/Hoshi POV/---

 

Aquele lugar escuro e frio já me era indiferente, até um pouco aconchegante, mas nada comparado ao lar. Sentia saudades do meu pai, do meu primo, de Inugami com aquele seu jeitinho atrapalhado e protetor. Foi então quando lembrei o porquê de estar aqui, devo treinar para conseguir recriar o portal que me trouxe para cá. Senti algo quente em meu ombro, era meu Sensei, ele dizia algo com uma voz um tanto diferente:
- “Acorda,acorda”

Foi então que acordei, diante de mim estava o rapaz que me ajudou no dia anterior:

- Ohayou, Wendy! - disse ele calmamente

- Ohayou,...

- Kaz, pode me chamar de Kaz. - Kaz solta um sorriso discreto.

Olho em volta e me lembro melhor do que aconteceu na noite passada, ele provavelmente me trouxe para esse apartamento para que eu pudesse me recuperar.

- Se sente melhor? - Ele segura um pequeno pedaço de papel.

- Muito. - Me levanto da cama. - Kaz, você ainda quer me ajudar? Posso me virar sozinha. Eu tenho como chegar lá em menos de uma hora. Você já fez muito por mim.

- Então… - Ele diz olhando para os lados. - Creio que você não tem esse tempo.

- Do que você está falando? - Indago confusa. Kaz me estende o papel. Eu o leio com pressa.

 

Voltaremos. Em breve. Não espere ver o sol acima de vocês novamente.

 

- Alguém bateu na porta, quando fui abrir, só tinha isso. - Kaz parecia estar impaciente. - Alguém não gostou da nossa atitude com aquele latão.

-  Droga… - Amasso o papel na mão direita, meu anel pinica. - Temos que… - Olho para o relógio. Quase meio-dia. Um acerto de contas, ao meio-dia, que clássico.

- Então… Temos que… - Kaz me apressa, impaciente.

- Temos que sair daqui, rápido. Esses omnicos são pontuais. - Eu puxo um livro de bolso do bolso de trás da calça.

- O que pretende fazer?

- Vamos adiantar nossa viagem. - Seguro a mão de Kaz.

- Você vai nos levar até King’s Row? - Kaz fica mais confuso do que nunca.

- Quase isso… Vai me custar um pouco caro. - Ele me fita atento.

- Caro? Quanto?

- Uns dias inconsciente… Uns meses em coma… Ou até mesmo... - Kaz não acha graça. - Resumindo: Muita energia.

- O que eu posso fazer pra ajudar? - Ele realmente se importa… Gosto disso.

- Se você me ajudar, suas energias serão drenadas junto com as minhas. Vamos equilibrar. Não vai ficar tão fraco. - Ele me fita novamente, dessa vez está sério.

- Você já fez isso antes?

- Uma vez. Digamos que não deu muito certo.

- Perfeito… Vamos morrer… - Ele suspira.

- Não seja pessimista. Siga meus comandos. - Três batidas bruscas na porta.

- São eles! - Kaz cochicha.

- Temos que ir rápido então! - Folheio o livro e começo o procedimento, Kaz me imita em todo o processo.

Fixo os pés no chão e desenho no ar vários semicírculos, formando uma figura um tanto esdrúxula. Terminada a figura, cito verbetes na Antiga Língua, Kaz tenta pronunciar, acerta alguns, erra outros. Por fim nós dois empurramos a figura para frente. Eis que uma luz nos envolve, o ambiente que estávamos some, uma sala escura o substitui. Kaz pega seu geo-localizador.

- King’s Row… Perfeito. - Ele observa o visor com mais calma. - Digo… Quase perfeito.

- O que foi? - Olho para minha mão direita. O anel da manipulação se rachou. Solto um suspiro de indignação.

- Estamos à duzentos metros do chão. - Kaz se lembra de algo. - Provavelmente em um dirigível… - Kaz se agacha e começa a mexer em algo que se parece com um alçapão. Uma porta se abre. Kaz fica imóvel, assim como eu. A sala se clareia. Um homem, alto e gordo, entra.

- Mas… Como… Como vocês entraram aqui? - Atrás da porta estava a comprovação da hipótese de Kaz. Uma sala de comando de um dirigível. No visor da sala de controle: céu nublado e poluído.

- Por incrível que pareça… Não é uma história tão grande assim. - Kaz abre o alçapão, começamos a cair em queda livre. Olhando para baixo é possível ver toda King’s Row, por um momento me esqueço que estou caindo para a morte certeira e admiro o local que é novo para meus olhos.


 

Japão 11:49  

                                                                                             ---/Ghost Mechanist POV/---

 

    Ele deu três fortes batidas na porta. Nenhuma resposta. Ele parecia estar suando, de tanta preocupação. O homem que atendeu a ligação disse que a garota tinha se ferido. Um holograma dela foi o suficiente. Ele pagou mais uma fortuna para que o motorista do táxi mudasse o curso. Parados em frente a uma porta trancada, sem reação.

- Droga! Pra onde eles foram?! - Diz ele, irritado, quase vermelho de raiva. - O endereço deve estar errado.

- É aqui mesmo. - Digo, tentando ajudar. - Vamos ver essa porta… - Eu me aproximo da porta de madeira, com uma fechadura digital, quase pré-histórica, e começo a analisar o visor. Um espaço para um cartão de acesso. Nada impossível.

- Vai abrir? - O doutor pergunta, ainda nervoso. - Do que vai adiantar? Eles já foram… Aquele cara deve ser algum tipo de sequestrador maluco.

- Veremos. - Pego um pequeno dispositivo na minha mala. Ax. Cartão mestre, possui todos os códigos dessas fechaduras arcaicas.

    A porta se abre. O médico entra desesperado, chamando por uma tal de Wendy. Ele vasculha todos os cômodos, o quarto é o último a ser revistado. Eu fico na sala durante toda a busca.

- Ei, Giulian! - Ele chama, quase gritando - Vem ver isso… Aproveite e traga nossas malas.

- Certo… - Mesmo achando totalmente estranho, eu obedeço. O quarto se encontra completamente normal, tirando o fato de uma figura gigante estar flutuando no meio do quarto. Faço uma cara de espanto.

- Parece que eles escolheram o caminho mais fácil… - Fico ainda mais espantado. - Não… Eles não se mataram. Se teleportaram.

- Pra onde?

- Só tem uma maneira de descobrir. - Ele se aproxima da figura e começa a empurrar, usando todo o corpo. - Me ajude… Por favor. -  Eu me aproximo, começo a empurrar a figura. Ela se move. O quarto inteiro brilha. Estamos, junto com nossas bagagens, em um imenso nada. Eu fico completamente confuso.

- O-Onde é isso? - Pergunto, enquanto olho o nada.

- Estamos na transição do teleporte, no nada. O espaço entre o ponto de partida e o destino.

- Nunca vi nada como isso… Que tecnologia é essa? - Eu aprecio o novo. Um homem que sabe de tudo, naquele momento, não sabe de nada.

- Não é tecnologia… É…- Eu o interrompo.

- É magia? Bobagem! Magia não existe. - O nada começa a mudar.

- Estamos chegando! - Ele abre uma mala para pegar algo, enquanto um ambiente começa a ser formado a nossa volta. A vista de cima de King’s Row. O chão do nada começa a sumir.

- Mas que po… - O chão se abre. As malas começam a cair. Estamos em queda livre. Faço as contas. Questão de segundos para a morte certeira. Ziegler se agarra a mala, começa revirar ela enquanto caímos em velocidades cada vez maiores. Ele grita por Wendy, a garota estava um pouco mais abaixo que nós, ela responde.

- NOS AJUDE!

- FIQUEM CALMOS... DÊEM AS MÃOS! - O homem ao lado agarra a mão esquerda da garota. Cálculos, probabilidades, escapes… Tudo isso passa pela minha mente em um flash. Ziegler acha seu equipamento. As asas da armadura Ängel. Temos pouco tempo. Ele não desperdiça nem mesmo um segundo. Com as asas equipadas, ele segura minha mão direita. Rapidamente, começamos a planar até os dois abaixo de nós. Eu seguro a mão da garota. Ele empina o corpo paro o alto e asa o levanta. A queda cessa. Estamos formando uma corda humana à alguns metros do chão. Somos colocados, com segurança, em uma calçada, perto de uma cabine telefônica vermelha,  ao lado de uma enorme estátua. Clássica King’s Row. Nossas malas começam a chegar perto do chão. O doutor voa, rapidamente, pegando todas as malas e colocando-as junto a nós na calçada.

Sentamos por alguns segundos para recuperar o folêgo. Ninguém diz nada. Mas sempre tem alguém para quebrar o gelo.

- Sério… Isso foi… INCRÍVEL! - A garota de capuz surge da escuridão. - Me contem tudo! Com detalhes! - Wendy olha para a garota, analisa o rosto e se levanta, com dificuldade, da calçada.

- Vai ser uma honra, Crypto! - Todos ficam surpresos, menos eu, eu permaneço confuso.

- Sua ficha cai tão rápido assim? Impressionante. - A garota de capuz sorri para Wendy. Ela retribui. Wendy ameaça um desmaio na primeira vez. Na segunda ela realmente cai.

- Wendy! - O doutor corre até ela, faz alguns exames simples e olha para a encapuzada. - Ela está muito fraca. Onde é sua casa?

- Eu tenho um lugar com todo o suporte pra ela. Vamos entrar… - Plataformas. Breu. Um esconderijo subterrâneo. Não tem como eu me surpreender mais. É nesse momento que eu percebo como essa frase é mentirosa. Sempre tem como se surpreender mais um pouco.

 


Notas Finais


Eita, eita, eita. Muitas merdas acontecendo!
Agora um coisinha:
Daqui alguns capitulos vou publicar um cap a parte perguntando sobre os shipps.
Quem quer formar par com quem, se vocês estão indiferentes... Tudo isso.
Agradeço o apoio de todos vocês :D
Abrações e até logo ;)


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