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História Intimamente Emma - O retorno de uma conhecida


Escrita por: WoundedBeast

Notas do Autor


Olá, amigas leitoras.
Muito obrigada pela espera e compreensão. Sobre esse, sem muitas prévias, pois acho que começas a conhecer mais de uma personagem nele.

Uma dedicatória à Maísa Cardoso, como prometido. Obrigada, linda.

Façam uma boa leitura.

Capítulo 22 - O retorno de uma conhecida



No mirante do alto do parque, onde cedinho naquela manhã Regina escolheu levar Emma para presenteá-la, os sinais da primavera próxima distraíam a escritora, tirando-a da ansiedade. Regina estava atenta ao caminho que levava a entrada do mirante, contudo seus ouvidos eram inundados pelo som das árvores balançando uma dança dos ventos. E se Emma não aparecesse? E se ela teve algum problema em casa? E se ela se esqueceu do encontro que marcaram? Parecia melhor prestar a atenção no barulho das árvores e imaginar uma bonita cena para Intimamente do que se torturar com dúvidas, mas o amor tinha dessas, ou não seria paixão duvidando até do óbvio?

Quando se levantou do banco sobre o alto, percebeu que estava ansiosa como nunca na vida. Tirou a pequena caixa de presente de dentro do bolso do casaco comprido e olhou, pensando na reação de Emma ao ganhar a correntinha de prata. Ela ia amar, no mínimo. Regina sorriu involuntariamente, notando isso quando sentiu a presença forte de alguém as suas costas.

Emma sorria mesmo antes de Regina se virar para vê-la. Foram um a encontro da outra, se tocando imediatamente, se envolvendo em um abraço interminável e sedoso para seus rostos.

— Me explica uma coisa. — pediu a jovem, roçando sua bochecha na da mulher feito um gato manhoso.

— Todas as coisas do mundo se eu puder. — A sra. Mills sorriu de olhos fechados e satisfação que acalentava o peito.

— Por que que isso é tão bom? Eu me sinto tão feliz quando te vejo.

— Eu também, e a explicação para isso você encontra quanto mais sentir.

Se olharam, e Regina a beijou sem pressa.

— Tenho algo para você. — disse, interrompendo o beijo para mostrar a ela o presente. — Vire-se.

— O que é isso? Você... Não é algo de valor, é, Regina?

A mulher não respondeu à preocupação da moça e tirou a correntinha da caixa, colocando-a sobre o pescoço de Emma enquanto ela segurava os cabelos no alto.

— Tem valor, um valor sentimental.

Emma se virou, tocando o metal da corrente. Era delicada, fina e mal dava para sentir roçando a pele do pescoço. Aquilo brilhava um pouco quando a claridade batia.

— Uma corrente. — A moça sorriu, se virando e pendurando em Regina. — Eu achei linda! Obrigada. — Agradeceu com um novo beijo nem um pouco prudente.

Se quisessem ficariam se beijando o dia todo, esgotando cada músculo do corpo com a luxúria que os beijos levavam.

— Imaginei que não fosse gostar de receber algo caro, então a corrente foi minha melhor opção. — disse Regina, se desprendendo dos lábios da moça por um breve momento.

— Ainda bem que sabe que eu jamais aceitaria algo que passe dos cinquenta dólares. Aliás, cinquenta dólares já é muito para se gastar comigo.

Regina a estudou, desejando lhe dizer uma coisa que certamente a moça já havia lido em algum de seus livros, se não ouvido em qualquer filme romântico que se preze.

— Acha que cinquenta dólares é muito para você? Pois deixa-me dizer uma coisa, por você eu pagaria pela minha vida, e com certeza absoluta ela vale mais do que cinquenta dólares.

A jovem segurou a gola do casaco da mulher para prendê-la em si e riu.

— A sua vida vale milhões, tudo, o infinito. — Emma soou animada.

— Sendo assim você vale o mesmo. — Mills a ergueu nos braços e girou com ela, rindo da alegria mais espontânea que estavam sentindo.

Foram olhar a vista que se tinha da cidade pelo alto. Mary Way Village resumia-se em duas coisas: a orla e a torre do relógio. O resto da cidade se formava pelos prédios insossos da rua principal. Nunca foi uma cidade de catálogo, de qualquer forma era assustadoramente calma mesmo nos dias de semana. Emma contou a Regina a história que conhecia da torre do relógio e de como as pessoas daquele lugar fizeram da antiga vila de pescadores uma cidade humilde. Nesse momento Regina descobriu que a família Swan praticamente cresceu inteira na cidadezinha, o que a deixou de certo impressionada. Elas não viam o movimento das ruas ali de cima. Havia uma névoa pairando sobre a cidade, como se aquilo fosse o motivo para o tempo parar. Talvez fosse por isso que Regina sentia que os dias custavam a passar se não estivesse com Emma, mesmo que usasse boa parte das suas horas para escrever, e quando fazia isso, nunca sabia o momento em que iria parar, contudo, quase sempre era cedo. Ouvindo tudo o que Emma contou, Regina sentia na fala da moça um rancor enraizado. Não sabia se isso devia-se a Ingrid ou o fato das pessoas de Mary Way não gostarem dela pelo simples fato de ser sua filha, mas havia algo embargando a voz de Emma mais do que ela mesma percebia.

— Mary Way Village tinha tudo para ser a maior cidade do Maine, se não fosse a política. — disse a moça.

— A política já acabou com muitas cidades e até países, Emma. — Regina sentiu sua amante suspirar profundamente. — Tenho a impressão de que se essa cidade crescesse demais, você não seria essa moça tão... digamos, diferente.

Emma se virou nos braços dela.

— E eu seria como? Mais descolada? Seria mais interessante? As pessoas não iam me julgar pela aparência?

— Sim, certamente nada disso teria ocorrido, mas o que quis dizer é que você não seria a Emma que conheci.

Ela cruzou os braços.

— Então não teria se apaixonado por mim.

— Acho que não. Não como estou pensando, pelo menos.

Emma ficou calada.

— Posso entender que queira ir embora daqui um dia, espero que seja comigo a propósito, mas no fundo parece que você gosta de ter nascido e crescido nessa cidade.

A moça fez um bico, depois espremeu os lábios.

— Quero sair de Mary Way Village, mas ela não quer sair de mim.

Regina a puxou de volta para si e amparou a cabeça dela sobre seu peito.

— Quando conhecer outros lugares, você finalmente vai entender.

— Não quero pertencer a nenhum outro lugar que não seja aqui, bem aqui. — Emma sussurrou, afagando o seio esquerdo de Regina.

E elas se aqueceram unidas enquanto olhavam a névoa sobre a cidade.

Na volta, desceram a trilha e encontraram o carro na entrada do parque. Regina checou se alguém tinha visto as duas, mas não havia sequer a sombra de algum visitante por perto. Quando entrou no carro e se sentou, não sabia se estavam totalmente seguras por se encontrarem no mirante. Emma a olhou e apertou sua mão sobre a dela no volante.

— Não se preocupa, a essa hora as pessoas que frequentam o parque estão no colégio. Cedo assim ninguém aparece, ainda mais no mirante porque fica longe.

Regina assentiu com um sorriso tímido para Emma. Deu a partida no carro e deixaram o parque para trás em poucos segundos, pegando a estrada de volta ao centro. A moça não quis ver o caminho bonito de árvores na beira da pista só para olhar a amada ao seu lado, concentrada na linha reta a frente, com o olhar tenso que normalmente vestia o rosto pálido. Emma encostou a cabeça no banco e sorriu, sorriu muito para a mulher que amava enquanto a observava dirigir, esperando ser notada antes que a estrada acabasse e elas passassem pela placa de boas vinda da cidade. Ela não gostava daquele silêncio brusco, quando Regina não respondia aos seus apelos, mas Emma estava disposta a quebrar o gelo que algum pensamento medroso colocou em Regina, e ligou o rádio do carro, caçando qualquer estação e que encontrasse a música certa. Encontrou uma música em familiar e deixou tocar, voltando a encostar a cabeça no banco. Emma começou a cantar com os lábios fechados, e a mulher estendeu a mão até o botão do volume. Ao invés de diminuir, como a jovem imaginava que fosse fazer, Regina deu meia lua de volta e mais outra em seguida.

Siga-me até os braços da noite

Com o botão no limite, ambas começaram a cantar. Num instante estavam se olhando e repetindo o refrão juntas.

Nova vida nasceu do deleite de quem ama.

Regina passou por uma curva e Emma abriu a janela do seu lado para cortar a brisa com um braço para o lado de fora. Os cabelos castanho compridos voavam com ela enquanto dançava no assento e a sra. Mills dirigia batendo as mãos no volante.

Lá vamos nos esconder com você ao meu lado.

Emma desligou o som quando a canção acabou e perceber que já haviam passado do portal de Mary Way Village há dois minutos. Cruzaram a orla, passando bem na frente da floricultura dos Swan e depois perto do Hotel Hooper. Regina parou o carro alguns metros adiante num recuo da avenida. Olhou para a jovem, depois para os lados, e pelos retrovisores, então para ela novamente.

— O que gostaria que eu levasse para jantarmos hoje?

Swan mordeu o lábio inferior.

— Estava pensando em fazer minha macarronada, tenho prometido há dias.

— Vamos fazer diferente então. Que tal pedirmos uma pizza?

— Ora, que excelente ideia! Diferente, afinal. Eu topo.

— Combinado. — Regina soltou-se do cinto e se aproximou do rosto da jovem, dando novamente a olhada ao redor dos vidros para saber se estavam seguras.

Emma percebeu isso, e o longo suspiro voltou.

— Regina — disse ela, colocando uma das mãos sobre a bochecha maquiada da escritora. — Sei que está sentindo medo de nos encontrarem juntas, mas quanto mais se preocupar, mais bandeira você vai dar.

A sra. Mills tomou ar.

— Tem razão. — olhou para Emma. — Me desculpe, vou tentar não sentir tanto receio.

— Se nos encontrarmos nas horas certas nos lugares certos, ninguém vai poder dizer nada, e se alguém ver a gente juntas a resposta é simples: Uma boa vizinha sendo amiga da outra.

— E que tipo de vizinhas e amigas são essas que se beijam toda vez que se encontram?

— Amizade colorida, nunca ouviu falar? — Emma fez um gracejo com a mão. Selou a ponta do nariz da mulher e depois sua boca até o relógio no pulso apitar nove da manhã. — Te espero a noite e leve sua roupa de dormir.

Quando Emma desceu do carro a brisa de maresia entrou pela porta como um convidado indesejado.

— Se você lembrar bem, eu não preciso de roupa para dormir com você.

Emma se debruçou sobre a janela do carro.

— Eu sei, só queria saber qual seria a sua reação quando eu sugerisse.

Sorrindo, ela jogou outro beijo, deu as costas e atravessou a avenida sem precisar olhar para os lados. Regina viu ela caminhar pela calçada do Hotel e entrar. Podia ir embora para casa e torcer para as horas voarem até a noite, se a maldição do tempo de Mary Way Village decidisse ser gentil com ela.




Mais tarde, naquele fim de dia, Daniel estava sentado à uma confortável cadeira da sala de estar, deixando o ambiente escurecer conforme anoitecia e ouvindo suas músicas clássicas prediletas – Chopin, Tchaicovsky, Mozart – quando a sede e a vontade de matá-la começaram a arranhar sua garganta.

— Traga-me o vinho Português. — falou ele.

Belle ocupava um lugar ao lado do vão da porta. Ela usava a roupa de empregada, um conjunto preto e branco que há dias não via o respingo de óleo de cozinha. Tudo o que Daniel e Regina pediam cabia em uma bandeja, e a desculpa que a mulher usou para comer tão pouco era que começara um regime. Daniel não precisava dizer nada, e nem Regina se quisesse. Belle não era desmiolada, pelo contrário, seu sexto sentido ia muito além de entender o porquê do casal não almoçar nem jantar mais juntos. E quando Regina lhe pediu lençóis limpos no quarto de hóspedes, ela teve certeza das suas suspeitas.

— O senhor me pediu para lembra-lo dos remédios. — disse Belle.

Daniel moveu os olhos para o lado e não disse nada. Belle entendeu que devia ir buscar o vinho. Voltou rápido com uma taça na mão direita e a garrafa na mão esquerda. Serviu o patrão e ficou de pé ao lado dele, esperando uma nova ordem, mas o homem ficou calado, sorvendo a bebida com a lentidão de um degustador.

— Desculpe se estou sendo evasiva, senhor, mas o senhor não acha que tem bebido muito vinho nos últimos dias? — Belle não segurou sua boca grande, seguindo o faro do sexto sentido anunciando uma recaída fatal de seu patrão mais cedo ou mais tarde.

— Tenho, decerto que tenho. Gosto mais do vinho do que do suco de uva, é mais terapêutico, se assim posso dizer. — ele respondeu com gentileza.

— Mais terapêutico do que os remédios que o senhor devia ingerir para se recuperar da doença?

Ele esfregou o dedo molhado de suor do copo na calça, virou-se para ela e explicou.

— Os remédios inibem a dor, a fraqueza, até o medo de vez em quando, já o vinho inibe tudo isso e me deixa em paz dentro do meu próprio mundo. Agora consigo entender Regina, ela sempre soube como entrar nos mundos dela, só que sem a ajuda do vinho. É bonito, é bom viver num mundo sem defeitos, com quem se ama, vagando por aí sem rumo. Vai ver foi por isso que minha esposa se perdeu e não consegue mais voltar. Ela não ama mais viver nesse mundo real, ela quer encontrar o que estava vivendo todos esses anos na mente dela. — Daniel não dizia coisa com coisa. As palavras dele soavam uma reflexão profunda e ao mesmo tempo vazia. Tentava de todas as formas encontrar uma explicação para o fim do casamento. Nem Belle conseguiu entender o que ele dizia, sentado como um rei num trono de madeira, erguendo em um brinde a taça de vinho do Porto para os súditos após um lindo discurso.

Sem saber o que dizer, a moça se manteve de pé ao lado do patrão quando o telefone soou no outro cômodo. Ela foi atender imediatamente. Voltou para a sala e chamou o patrão.

— É da prefeitura, senhor, o prefeito deseja falar. — disse ela, segurando o aparelho sem fio nas mãos.

— Pergunte o que ele quer. — o pintor deu um gole.

— Assunto particular, senhor.

Daniel fez uma cara aborrecida. Estendeu a mão pedindo o telefone. Belle entregou a ele e em três segundos se afastou.

— Sim, senhor Prefeito, a que devo a honra da sua ligação?

. . .

— Agradeço a compreensão, sr. Colter. Vou aguardar ansioso pelo seu retorno. Tenha uma boa noite. — Leopold desligou o telefone com ar de quem desejava cantar vitória antes do fim. Tinha um plano em mente, uma ideia maluca que passou por sua cabeça desde a primeira vez em que viu Regina Mills, a esposa do pintor famoso que morava em sua cidade.

Gold ao lado dele na mesa, sempre de pé feito um abutre a espera dos restos mortais de alguma história que lucrasse seu bolso, parecia disposto a ajudar o amigo a saber mais sobre a escritora. Foi ele quem deu a ideia para Leopold chamar ambos em um jantar e nessa ocasião fazer uma oferta pela mulher.

— O que ele disse? — perguntou Gold.

— Comentou que irá conversar com a esposa e entrará em contato comigo o mais breve possível. — O prefeito se levantou da mesa e andou até o pequeno bar sobre uma cômoda no canto inferior da sala. — Se eu não estiver enganado, o casamento deles está por um fio, Gold. Será mais fácil do que pensávamos.

— Nada que uma boa conversa e alguns milhares de dólares para convencer uma mulher a trocar o marido e vida pacata por uma aventura cheia de luxúria com um homem apaixonado. — Gold completou.

— Talvez eu precise gastar um pouco além do que prevejo. Regina não parece ser o tipo de mulher fácil de agradar. Pude perceber que se veste bem, é muito vaidosa e não se contenta com pouco. Duvido muito que a corrente que vi ela comprar na semana passada seja para ela, era o artigo mais simples da joalheria. — ele preparou dois drinques. Um para ele, outro para Gold.

— E para quem ela daria um presente tão simples? Que eu saiba, ela não conhece ninguém na cidade.

Leopold White ficou intrigado.

— Verdade. — entregou um drinque para o amigo e ficou com o outro, levando aos lábios. — Veja se consegue descobrir o que a sra. Mills tem feito e se há alguém no meio do caminho. Não quero correr riscos, você me entende, não?

— Claro que entendo. E se essa mulher tem alguma história que ainda não sabemos, nós vamos descobrir.

— Uma história fora dos livros dela, se me permite corrigir a sua fala, caro amigo. — Leopold andou pela própria sala.

Gold não precisou abrir a boca para sorrir perversamente.




Por mais uma noite, Regina deixou a mansão sem parar para falar com o marido. Ficara a tarde inteira trancada no escritório e encontrara o momento certo entre o início da noite e a hora do banho dele para ir visitar Emma. Elas tiveram um momento para conversar antes da pizza de quatro queijos chegar, e lá pelas tantas da noite, quase na madrugada, após o banho de água escaldante, a moça levou Regina para a cama numa competição para saberem quem ficaria por cima. Elas retomaram a conversa de antes relaxadas na cama. As mãos de Emma circulavam gentilmente os ombros sobre a toalha do robe que Regina vestia. A mulher se acomodou no conforto que a jovem oferecia muito fácil, até com certa sonolência como se pedisse aquele carinho só para dormir. Sua voz estava manhosa, bem suave e isso dava em Emma uma sensação de torpor, tal como quando faziam amor. Um dia Emma entenderia que tudo o que sentia por Regina tinha energia única e talvez fosse a única razão pela qual viver.

— Ele não fala comigo. — Regina falava sobre Daniel. — Estou fazendo questão de não manter o contato, nem visual, eu prefiro que ele não saiba que estou em casa.

— Quando vão conversar sobre o divórcio? — perguntou Emma.

— Liguei para o meu advogado em Nova York e ele me aconselhou procurar um advogado de confiança que pudesse me orientar neste estado. Como nos mudamos para o Maine, algumas leis podem não estar claras para a entrada do processo de divórcio.

— Isso deveria ser mais simples, não compreendo como demoram tanto se as duas partes concordam. Pela forma como você fala, Daniel já entendeu que não tem casamento.

— Eu não acho que ele acredite que acabou. Ele me cercava de todos os lados antes daquela tarde na sala de estar. Ele parecia de luto, me disse coisas, fez perguntas, porém ainda existia esperança nos olhos dele. É assim que ele ganha as pessoas, foi assim que ele ganhou a mim, com aquele olhar de apelo, que te obriga a sentir pena e queira ajuda-lo.

— Não seja tola de cair novamente no olhar dele ou em seja lá o que ele fizer para tentar te reconquistar. Ele mentiu para você uma vez, é muito capaz de fazer outra.

Regina fechou os olhos.

— Vamos deixar esse assunto um pouco de lado agora?

— Foi você quem começou. — Emma invadiu o robe e correu os dedos pelos braços da mulher, despindo-a, vendo a pele alva se arrepiando para ela. Teve vontade de beijar, roçar a maçã do rosto nos invisíveis pelos minúsculos das costas dela. — Tudo bem, acho mesmo que está na hora de dormirmos.

Regina abriu os olhos e se virou para Emma.

— E quem disse que estou com sono?

Sua voz soou um convite aos ouvidos da moça, e ela prendeu os lábios contendo um riso faceiro. A abraçou pelo pescoço e montou no colo de Regina, começando de verdade a noite delas.




O taxi estava estacionado há cem metros do sobrado onde Mary e David moravam. O motorista esperava por uma ordem da passageira, tamborilando os dedos da mão esquerda na lataria da porta pelo lado de fora com metade do braço estendido. Ia reclamar por estarem ali parados há mais de uma hora se não tivesse recebido a mais pela corrida. Ela era uma mulher pensativa, sentada no banco de trás do taxi, olhando fixamente na direção das janelas do sobrado. A floricultura dos Swan era um estabelecimento conhecido nas cidades vizinhas à Mary Way Village, portanto não tinha sido o caso do motorista precisar de GPS para encontrarem o endereço, e mesmo que precisasse, ela, a passageira conhecia muito bem qualquer canto da cidade. Depois de tanto tempo, voltar definitivamente parecia assustador. Longe de ser o medo da má fama que carregava por aquelas redondezas, seu medo era apenas um, o medo que nunca teve em anos.

Depois de outra cansativa meia hora à espreita, ela abriu a boca para falar:

— Me deixe na frente daquela floricultura.

O taxista obedeceu. Ele a ajudou a descer, buscou sua bagagem no porta malas e recebeu o restante do dinheiro que ela devia.

Quando o taxi se afastou o suficiente dela na avenida, ela deu uma boa olhada na loja. Não mudara muita coisa. Ela notou que David havia consertado o letreiro com o nome S-W-A-N’-S. A última vez em que esteve naquela mesma calçada olhando para aquele letreiro, seu irmão prometeu resolver o problema com o último S praticamente apagado. Levantou a mala do chão e andou até as escadas laterais, subindo os degraus sem a delicadeza de não fazer barulho com os saltos da bota naquela hora da noite. Viu o tapete no chão, ao pé da porta. Bem-Vindo. Isso com certeza foi ideia de Mary Margaret, pensou.  Duas batidas na porta e estava feito. Esperou exatos dois minutos até David abrir para ela. Deve ter acordado o casal que morava ali dentro.

— Ingrid?! — falou David, pálido de sono, muito mais de espanto.


Notas Finais


Ingrid finalmente voltou, mas do contrário do que vocês pensam, ela não mostrará gratuitamente quem realmente é no próximo capítulo. Como eu disse, devemos prestar a atenção nos outros personagens além de Daniel, como o caso do Prefeito White.

Dúvidas ou qualquer pergunta, fico sempre a disposição para responder.

Uma abraço e até o próximo.


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