1. Spirit Fanfics >
  2. Into The Dead >
  3. Capítulo 18

História Into The Dead - Capítulo 18


Escrita por: control5h

Notas do Autor


Olá!!!
Olha... não vou dizer quem acertou... só digo: Parabéns, foi em cheio! hahaha

Obs: Postei quinta-feira o outro capítulo de The One That Got Away. Está no meu perfil!
Obs: O site bugou e eu precisei postar de novo.
Boa leitura e me perdoe pelos erros.
1/3

Capítulo 18 - Capítulo 18


Fanfic / Fanfiction Into The Dead - Capítulo 18

NARRADOR PDV

 

Aproximadamente um ano e meio atrás...

O barulho das hélices dos helicópteros que sobrevoavam Miami estava deixando os cidadãos cada vez mais apreensivos. Escutavam-se em meio aos gritos nas ruas os sons de explosões ao longe. Pessoas pediam por socorro no quintal das casas enquanto eram estraçalhadas por mãos e dentes alheios, outras ligavam os motores de seus carros e pisavam fundo no acelerador para tentar fugir dos indivíduos enlouquecidos e furiosos que estavam pulando em cima de todos.

Camila escutava a tudo isso enquanto ninava sua irmãzinha nos braços. Ambas estavam escondidas debaixo da mesa da cozinha. A latina mais velha repetia em sua mente a história que sua mãe havia contado sobre aquela mesa para tentar se acalmar.

Sua avó, a vulgo vovó Cabello, havia conhecido seu marido graças a ela. O vovô Cabello era carpinteiro. A família de sua avó estava à procura de um carpinteiro para ajudar na decoração de sua casa em Cuba, lugar onde viviam. O vovô, jovem na época, estava desempregado e ao receber essa oportunidade a agarrou com unhas e dentes. Porém, só não esperava se apaixonar pela filha de seus chefes. Os dois só começaram a trocar olhares por causa daquela mesa. Na época a troca de olhares e cortejos simples era o máximo antes de um real namoro.

- Shhhh... chore baixinho, minha querida... – a jovem de 17 anos implorou para a criança que apenas tinha cinco anos.

- Cadê o papai? – Sofia choramingou com o rosto enfiado no pescoço da irmã.

- Ele já está chegando... – a outra respondeu.

Na verdade era isso que Camila repetia para si mesma.

Alejandro havia saído de casa após ouvir gritos no vizinho ao lado. A latina e a irmãzinha ainda estavam na cama quando isso aconteceu. Mas logo Camila se despertou ouvindo gritos ainda mais altos na casa à esquerda da sua.

Sofia não tardou em acordar também e já começar a chorar assustada quando ouviu os barulhos começarem a ecoar: carros batendo do lado de fora, dos gritos de socorro no jardim, dos helicópteros loucos acima de suas cabeças.

Durante o dia os canais da televisão estavam falavam um surto de gripe na cidade de Miami. O jornal que retratava todos os Estados Unidos da América dizia que não era um vírus normal e que ele estava se espalhando rapidamente por todo o país. Havia uma semana que as notícias apareciam aqui ou ali, mas, naquele dia, as coisas pareciam ter saído do controle. Antes diziam que eram apenas poucas pessoas contaminadas com a nova doença... Agora? O país todo.

Alguns vídeos estranhos apareceram no Youtube onde pessoas descontroladas estavam presas dentro das próprias casas.

Casos de ataque de animal nos bosques por perto relatados.

Havia uma semana que as coisas estavam bem loucas.

E então quando algo bateu à porta da frente ambas se assustaram em suas camas. A primeira e única reação de Camila foi pegar a irmã nos braços e sair às pressas do quarto já em direção da cozinha. Pegou uma faca e empurrou a pequena para debaixo da mesa, colocando a mão em sua boca para que ela não gritasse.

Sua mãe antes de falecer costumava dar ensinamentos para as filhas. Dizia que o mundo era um lugar obscuro e que não deviam confiar em todos sempre. Não deveriam se tornar cascas sem sentimentos, mas deveriam ser astutas.

E Camila era... oh... como era.

O ser continuava a se chocar contra a porta e grunhia coisas sem nexo algum. Ouviam-se as unhas entrarem em contato com o vidro fumê grosso e o arranhar agudo e insuportável.

Elas moravam no condomínio próximo da cidade de Miami. As pessoas costumavam ser cordiais naquele lugar. Elas moravam na parte Sul, após um campo de golfe.

E então um estrondo ressurgiu.

Do lado de fora da casa Alejandro estava coberto por sangue. Ele pegou uma pedra do jardim da própria casa e esmagou a cabeça do indivíduo que batia à porta. Os tecidos das meninges grudaram no vidro fumê quando foram pressionados com força pela pedra. O Cabello mais velho empurrou o corpo agora imóvel para o lado e abriu a porta de casa.

Felizmente aquele bicho não teve o instinto de girar a maçaneta.

- PAPAI! – Sofia gritou e se desvencilhou dos braços da irmã.

A baixinha correu até homem e estava prestes a se jogar em seus braços quando viu sua regata manchada de vermelho. Sofia não era boba, sabia que algo estava extremamente errado.

- Você se machucou? – gaguejou já chorosa para o pai.

- Pai? Você está bem? – Camila veio logo atrás ainda segurando a faca em mãos.

O homem tinha os olhos arregalados e coração disparado. As imagens do vizinho arrancando as entranhas da própria mulher ainda repetiam em sua mente. A bile ameaçava voltar por sua garganta, mas ele se mantinha estável por suas filhas. Então ele ignorou as perguntas das duas e correu para trancar a porta com a chave.

Ele decidiu não contar o que viu na casa ao lado e nem o que estava do lado de fora da casa. Decidiu não relatar os olhos opacos, mandíbulas batendo e grunhido animalesco.

Não era humano, ele sabia disso.

Alejandro caminhou por toda a casa fechando as janelas às pressas e empurrando móveis em direção das portas que davam para o lado externo da casa. Ver o pai tão desesperado já estava deixando Camila apreensiva e Sofia ainda mais assustada.

O chefe da família ao terminar de trancar por completo a casa foi até a sala e ligou a televisão. Não preciso sequer trocar de canal, porque todas as emissoras passavam a mesma coisa só que de modos diferentes.

“Pessoas descontroladas estão atacando outras nas ruas”

Essa era a legenda do telejornal onde uma mulher loira e bonita anunciava que o caos estava se alastrando pelas ruas do lado oeste de Miami.

- A polícia de Miami e o SWAT estão tentando controlar a multidão enraivecida que está atacando outras pessoas. Muito semelhante aos sintomas da raiva, as pessoas estão mordendo suas vítimas até a morte.

- Não saiam de casa por enquanto e mantenham-se seguros.

- Não entrem em contato com os portadores dessa doença.

- Não deixe ninguém entrar em suas casas.

- Armazenem comida e água para semanas, pois não sabemos quanto tempo esse caos irá durar.

Camila tinha a mão na frente da boca para evitar que qualquer ruído denunciasse seu choro. A irmãzinha agarrada à sua perna não entendia metade das palavras que a mulher do telejornal dizia, mas sabia que aquilo não era algo bom.

Alejandro ainda apertava o controle da TV na mão direita e tinha respiração irregular.

- O que vamos fazer, pai? – Camila perguntou ao engolir o medo garganta a baixo.

- Vamos ficar aqui e esperar por mais recomendações. – Alejandro respondeu e inspirou fundo para tentar não passar uma imagem tão desesperada para as filhas. Virou o rosto para as duas e tentou sorrir, mas não conseguiu. – A mulher disse que os militares estão cuidado disso, então vamos esperar até que eles nos digam o que fazer.

O que eles não sabiam era que essa ajuda nunca chegaria.

Camila fez um afirmativo com a cabeça e colocou a faca em cima do móvel onde estava a televisão. Novamente Sofia pediu colo e ela a ergueu nos braços. O amor entre aquelas duas era fora do comum e isso fazia Alejandro suspirar aliviado, do mesmo jeito que fazia naquele exato momento. Ele sabia que se algo acontecesse com ele Sofia sempre teria Camila ao seu lado.

Camila havia se tornado a figura materna de Sofia após a morte de sua esposa, Sinuhe Cabello.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Camila PDV

Aproximadamente um ano e meio depois...

 

Eu abri os olhos devagar sentindo a única e dolorosa lágrima escorrer por minha bochecha direita. Minha respiração ainda estava um pouco irregular por causa do pesadelo que decidiu me atormentar nas poucas horas de sono. Já deveria ser noite, porque o ar do quarto já estava mais frio.

Sento-me no colchão macio e passo as mãos por meu rosto tentando me acalmar daquele pesadelo.

Levanto-me da cama e caminho descalço pelo chão gelado até o copo com água em cima de uma mesa próxima.

O quarto que eu estava era um dos vários que pertenciam aos cientistas quando precisavam passar a noite no Centro. Estávamos na ala Oeste. Depois de sermos recepcionados de um jeito nem tão agradável a Dra. Lovato nos direcionou para tirar nossos sangues e logo após para essa ala onde os chuveiros e as camas ficavam. Eu jurei poder ouvir as comemorações baixinhas das pessoas do grupo em saberem que teriam uma boa noite de sono e água quente para se banharem depois de tanto tempo.

Deixei até que Claire, Regina e Sofia brincassem em uma banheira jacuzzi existente no maior quarto da ala. Claro que Dinah após isso o reivindicou para si.

Bebo um gole do líquido e analiso minha irmã dormindo do outro lado da cama. Ela ressonava baixinho e tinha os braços por debaixo do travesseiro, de bruços. Sofia estava bem maior do que na lembrança que tive.

Eu vestia uma legging azul preta e uma blusa de mangas compridas branca. Meus cabelos agora se encontravam um pouco desgrenhados por ter dormido com eles ainda molhados.

Depois de um bom banho eu me sentia um pouco melhor. O Dr. Tomlinson nos disponibilizou algumas pomadas para passarmos nos arranhões. Ele também cuidou do tornozelo de Harry com a ajuda de Ally. O rapaz de cabelos grandes precisou levar vários pontos nas perfurações profundas.

- Kaki? – a voz angelical de Sofia surgiu no silêncio do quarto.

- Sim, querida... – murmuro me aproximando da cama.

- Nós vamos ficar aqui por muito tempo? – Sofi perguntou coçando os olhinhos, ainda sonolenta.

- Eu não sei... – sento-me ao seu lado no colchão e acaricio seus cabelos com a ponta dos dedos. – Não sei se os doutores serão legais com a gente.

- Eu... eu não quero te desobedecer, porque você sempre diz para que eu não me acostume com os lugares. Mas... – ela ladeou os lábios, pensativa. Seus olhinhos então se encontraram com os meus. – Eu gosto daqui.

Eu dou um sorriso fraco com a sua inocência e continuo a acariciar seus cabelos.

- Você gosta?

- Sim. Aqui tem luz, água quente, comida e muitas bonecas! – Sofia abriu um sorriso largo, mostrando seus dentinhos.

Isso fez meu sorriso aumentar.

- Eu vou conversar com os cientistas, querida... – digo, colocando um beijo terno em sua testa. Sofia fechou os olhos, aproveitando o contato. – Vou tentar convencê-los a deixar a gente ficar, ok? Mas sabe... caso eu não consiga...

- Vamos seguir em frente. Você sempre diz isso. – Sofia completou quando eu me distanciei de seu rosto. Ela estava sorridente, mas consciente de quê nem tudo poderia dar certo.

- Você está... feliz? – pergunto um pouco duvidosa. – Quero dizer... você gosta das outras pessoas...?

- Você quer dizer da Lauren e dos amigos dela? – Sofia ladeou a cabeça, pensativa.

Eu assenti.

- Eles são legais! É muito legal que eles façam parte do nosso grupo de amigos! – Sofia sorriu inocentemente.

A criança pensava que aquilo tudo se tratava apenas dos laços de amizade e não dos laços de sobrevivência.

Oh, Sofia...

- A Lauren é muito legal também! Gosto que vocês duas sejam amigas!

- O quê? – eu gelei ao ouvir aquilo. – Como assim?

- Ué, você vai na garupa dela, isso não faz de você amiga dela? – Sofia franziu as pequenas sobrancelhas. – Vocês não são amigas então? Ela já salvou sua vida, ela já salvou a minha vida, ela já salvou o tio Austin, ela já salvou a Din...

- Eu entendi, querida, ela já nos ajudou muito. – eu concordo antes que a pequena começasse a listar todas as razões que gostava da Jauregui. Sofia quando disparava falar não parava mais. – E sim, nós somos amigas!

- Ela é muito legal comigo. Ela disse que vai me ensinar a caçar esquilos! – a criança ergueu os braços, totalmente vitoriosa com a promessa. – Ela vai me ensinar a atirar!

- O quê?! – meus olhos quase pularam das minhas órbitas. – E quem te deu essa permissão, mocinha?! – eu coloco as mãos na cintura e faço uma carranca.

Isso fez os ombros da criança caírem e ela abaixar os bracinhos, temerosa por meu tom de repreensão.

- Desculpe, Kaki... ela disse que iria conversar isso com você. Ela disse que... que ia pedir a sua permissão. Eu pensei que ela já “tivesse” feito isso. – Sofia respondeu em um muxoxo.

- Lauren pedir permissão para alguma coisa? Não é muito do feitio dela! – eu resmungo aquilo mais para mim do que para ela.

- Não briga com ela! A Lauren é legal! – Sofia fechou a expressão e cruzou os braços na frente do corpo.

Uma completa cena de birra.

Eu reviro os olhos, não acreditando que minha irmã estava defendendo a pessoa pela qual naquele instante eu estava nutrindo uma raiva descomunal.

- Volte a dormir, querida.

Sofia assentiu meio contrariada e voltou-se a deitar na cama, na mesma posição que estava antes.

Suspiro pesadamente e levanto-me do colchão.

Giro a maçaneta com cuidado para não acordar Sofia e saio do quarto fechando a porta atrás de mim. Caminhei por um dos diversos corredores brancos do Centro até a última porta do mesmo. A abri e, graças às luzes ligadas, avistei o corpo estirado de Harry no leito branco e o Dr. Tomlinson ao seu lado, checando sua temperatura. A Dra. Lovato estava por perto anotando algumas coisas em uma prancheta, provavelmente para apenas ter uma segurança perante os quadros do de cabelos longos.

- Ele está melhor, Doutores? – pergunto me aproximando devagar.

- Por favor, já disse para você me chamar de Louis. – o rapaz resmungou.

- E eu de Demi. Isso nos faz parecer com quarenta anos! – a jovem respondeu.

Ambos, na verdade, pareciam ser bastante novos. Louis parecia mais um adolescente do que um homem de quase trinta anos. Demi, que se chamava na verdade Demetria, também tinha feições jovens lindas.

Essas pessoas gênias...

- Ele está melhor. – Louis respondeu e se distanciou da cama. – A temperatura às vezes oscila, mas ele vai ficar bem. Ele é bastante forte, hein? – perguntou e eu pude ver o orgulho em seus olhos. – Ele perdeu muito, mas muito sangue!

- Por sorte tínhamos um estoque do seu tipo sanguíneo aqui! – Demi comentou ao fechar sua prancheta. – Ele é algum parente seu?

- Não. – balanço a cabeça negativamente. – Na verdade, ele entrou no grupo apenas há três dias. Mas... ele é legal. – dou de ombros, um pouco triste.

- Pelo visto nos dias atuais leva-se pouco tempo para se apegar às pessoas não é? – Demi me olhou como se estudasse a situação para tirar alguma conclusão. Isso era claro, já que eles não tinham muito contato com pessoas.

- Quanto mais pessoas melhor. – murmuro. – Temos apenas o objetivo que é sobreviver. Se a pessoa que aparece no seu caminho tem o mesmo objetivo e aparenta ser descente, não vejo o porquê de não nos ajudarmos. O que mais se precisa atualmente é de ajuda.

Os dois cientistas me analisaram por alguns momentos, ponderando minha fala. Eu tinha aquela estranha intuição que eles estavam ansiosos demais com a nossa presença.

- Vocês estão dispostos a ajudar qualquer pessoa? – Demi ergueu uma sobrancelha.

- Depende da situação dela. Por quê? – retorno a pergunta para ela, também erguendo uma sobrancelha. – Vocês precisam de ajuda?

- Hãm... – eles se entreolharam, mais ansiosos ainda. – Nós...

Porém o barulho de passos no corredor fez com que Louis engolisse as palavras.

- Ele está melhor? – Ally apareceu com um sorriso prestativo.

- Sim... – Louis suspirou pesadamente e eu vi seu desconforto com o assunto.

Esperei que os dois retomassem a questão, mas ambos os cientistas começaram uma conversa cheia de termos médicos com Ally sobre o quadro de Harry.

Caminhei de costas até perto da porta ao ver que havia sobrado naquela situação e virei-me para o corredor, o atravessando até que me deparei com uma sala grande. Uma mesa de vidro estava no centro e alguns se encontravam bebendo e mordiscando alguns salgadinhos.

Todos já estavam devidamente limpos e com roupas trocadas. A única regra dali era não exagerar demais na água quente.

Troy e Christopher já estavam devidamente bêbados de vinho enquanto Normani ria alto de alguma coisa, provavelmente já embriagada também. As garrafas estavam espalhadas na mesa e alguns restos de salgadinhos industrializados dentro da validade estavam nos pratos à frente de todos.

Os cientistas tinham muita comida estocada e uma adega cheia de vinhos que costumavam usar quando o grupo de pesquisadores antigamente descobria algo ou fazia uma boa semana de trabalho.

Dinah já tinha as bochechas coradas indicando que deveria estar no caminho para ficar tonta. A loira alta tagarelava com Troy e Christopher sobre alguns tipos de modelos de carros antigos. O tempo inteiro os três jogavam salgadinhos na boca e bebericavam mais do vinho.

Todos ali queriam beber já que havia meses que isso não acontecia.

Nem quero pensar na ressaca que os três vão ter.

Claire e Regina se encontravam brincando com algumas bonecas, sentadas em um carpete felpudo perto de uma pequena área que continha uma TV desligada e alguns sofás brancos.

Austin estava mais afastado em uma poltrona bebendo o que parecia ser Vodca. O rapaz estava com uma expressão meio triste enquanto limpava sua pistola de policial. Ele retirava as partes e as limpava com um pedaço de pano velho para logo em seguida remontá-la. E ele fazia isso de novo.

Porém a me ver se aproximar da mesa de vidro sua expressão pareceu se iluminar. Austin arriscou me lançar um sorriso amigável, pois ainda se sentia temeroso por tudo o que aconteceu entre nós.

Ele tentava se aproximar de mim aos poucos novamente.

Devolvo outro sorriso fraco para ele, indicando que estava feliz em saber que ele estava afastado, mas presente.

Porém meu sorriso diminuiu aos poucos quando meu olhar correu para o sofá branco. Lauren e Keana estavam mais afastadas do grupo, conversando intimamente. As duas gesticulavam e davam risadas de alguma coisa que pelo visto parecia ser a coisa mais engraçada do mundo. A francesa tinha uma mão pousada no joelho dobrado da de olhos verdes. Lauren bebericava um líquido branco em sua taça, algo parecido com vinho.

E então de repente Lauren virou o rosto e o seu olhar encontrou diretamente com o meu.

O verde no castanho.

Era como se o olhar dela fosse um imã para o meu.

Keana parou de conversar ao ver que Lauren já não dava mais atenção para ela e sim para mim. A de olhos verdes franzia o cenho, certamente confusa por ter me encontrado tão compenetrada em encará-la com a outra.

Entretanto, evitando uma possível desavença eu simplesmente abaixei o olhar. Suspirei e caminhei em direção do restante do grupo perto da mesa de vidro.

Nesse mesmo instante Louis, Demi e Ally apareceram no corredor alegando para todos que Harry finalmente havia ficado estável e que poderíamos ficar tranquilos. Duas ou três noites e o rapaz já estaria totalmente bem novamente, exceto talvez pelas sequelas que ganharia no tornozelo.

Escoro-me a pia de porcelanato da pequena cozinha dali e esperei que os dois cientistas se acomodassem à mesa cheia de álcool e salgadinhos.

Dinah me ofereceu uma garrafa de vinho, mas eu neguei cruzando meus braços à frente do corpo e encarando os cientistas.

- Doutores, eu tenho algumas perguntas para vocês... – eu falo fazendo todos pararem de rir no mesmo instante ao verem minha expressão nem tão alegre assim. – Sei que agora todos querem descansar e comer e beber, mas preciso saber de algumas coisas antes...

- Camila... – Dinah ladeia a cabeça, desaprovando.

Lauren, que havia voltado sua atenção para a francesa, e Keana pararam de conversar também. A de olhos verdes se levantou do sofá se aproximou da mesa com os braços cruzados na frente do corpo. A francesa veio logo atrás.

- Eu concordo com Camila. – Austin falou da poltrona, se acomodando melhor. – Aceitaremos ficar aqui apenas se obtivermos respostas...

- Não é como se vocês tivesse outra opção, não é? – a voz de Taylor Swift ecoou em um dos corredores. Ela surgiu e caminhou até perto do balcão onde as comidas estavam. – Não tem que aceitar. Simplesmente não tem outro lugar para ir já que fizeram o favor de nos cercar com duas centenas, e agora provavelmente mais, de zumbis. – resmungou servindo-se de um copo de suco que estava em uma das jarras.

- Vocês disseram que o Brasil foi o último a dizer que estava próximo de uma cura, certo? – Austin ignorou a cientista loira e se colocou de pé prontificando-se ao meu lado como um bom guarda-costas.

Por cima do ombro percebi Lauren seguir seus movimentos com o olhar.

- Não dissemos isso. Dissemos que o Brasil estava à frente na procura da cura e não que estavam próximos de encontrá-la. – Louis corrigiu o policial enquanto bebericando um gole do vinho. – A Coordenadoria de Controle de Doenças, CCD, da cidade de São Paulo, disse que tinha quase 50% de suas teorias apontadas para uma infecção advinda de protozoários e outras 50% apontadas para vírus.

- Mas de nada adiantou, porque a sede brasileira foi atacada por zumbis. – Swift retrucou o colega de trabalho. – O exército brasileiro conseguiu conter a onda por seis meses, mas isso não foi o suficiente para que houvesse a emissão de informações que pudessem ajudar. Além que, na Itália, outras teorias foram ditas, as quais desmentiam as brasileiras. Os cientistas de lá disseram que havia indícios que o início do Apocalipse se teve por causa de Neurotoxinas.

- Como o caso do cara no Haiti em 1962? Que foi trazido dos mortos por substâncias químicas? – Christopher perguntou com os braços apoiados na mesa de vidro. Ao ver os olhos curiosos de todos ali, ele se explicou. – Eu estudei isso uma vez quando estava me preparando para o teste de química... – ele sorriu sem graça.

- Sim. Mas os italianos também não souberam explicar o porquê e nem como isso poderia ter acontecido. E nem a cura se essa fosse a real razão do Apocalipse.

- Houve também boatos que na Rússia eles estavam fazendo testes sobre Neurogênese. – Demi falou jogando uma quantidade significativa de salgadinhos na boca.

- Neuro o quê? – Dinah franziu o cenho, meio bêbada.

Demi bufou e engoliu o bolo em sua boca. Eles pareciam já estar tão familiarizados com aquilo que sequer se importavam de falar à mesa.

- Neurogênese! É uma técnica que se resume basicamente para recriar tecido cerebral morto.

- Por que diabos alguém iria querer recriar um cérebro morto? – Troy perguntou embriagado suficiente para xingar na frente de Ally, que o repreendeu com um olhar frio.

- Sei lá, cara, é a Rússia, né... – Normani deu uma risadinha de bêbada.

- De tudo isso, após todo esse tempo, a que conclusão vocês chegaram? – pergunto voltando a olhar para Demi e Louis que estavam sentados à mesa. Eu também desviava às vezes o olhar para Swift escorada ao balcão.

 - Fizemos testes com o que tínhamos aqui, mas nenhum deles conseguiu apontar evidências que comprovavam nenhuma dessas teorias. – Louis suspirou decepcionado.

- Talvez seja porque não temos pessoas suficientes ou material suficiente para isso. E a tendência é cada vez menos suporte para achar uma solução. – Demi completou e bebeu de seu vinho.

Todos ficaram então em silêncio. Alguns abaixaram o rosto decepcionados, outros coçavam o alto da cabeça, preocupados. Alguns já estavam até bêbados demais para sequer demonstrar alguma reação.

- E agora? – eu pergunto olhando para Louis e Demi.

- E agora?! – Taylor falou e isso me fez desviar o olhar para ela. – Agora o jeito é sobreviver e rezar para que alguém lá fora ache uma maldita cura.

- Vocês vão simplesmente desistir? – Lauren perguntou boquiaberta. – Vocês tem o dever de achar uma solução para esse inferno! – ralhou e apontou para os três cientistas. – Nós estamos contando com vocês, seus imprestáveis!

- Lauren... – Christopher já advertiu a irmã, a encarando sério.

- Ela está certa! – Demi murmurou enquanto encarava o prato vazio na frente de si. – Nós não vamos parar! – a cientista olhou para a colega loira com o cenho franzido. – Não vamos, Dra. Swift. Esse é o nosso dever!

Taylor deu uma risadinha nasal descrente e apenas deu de ombros como se não se importasse em continuar e também não se importasse em desistir.

- E como vocês são mantidos aqui? – Lauren perguntou um pouco mais calma agora. – Não mintam! – ordenou. – Vocês nunca teriam combustível suficiente para tanto tempo! E nem comida!

Os três cientistas se entreolharam, temerosos.

- Hãm... – Louis decidiu tomar a frente. – Há uma base militar há alguns quilômetros daqui em uma área não tão perigosa como a nossa. De tempos em tempos eles vêm aqui e trazem mantimentos para nós.

- Uma base militar? – Lauren franziu o cenho. – E por que eles não estão aqui protegendo vocês? Por que deixaram uma horda daquela proporção tão perto do CDC?

- Antes a base principal deles era aqui, mas então os zumbis apareceram em grandes proporções advindos de Atlanta. Eles fizeram aquela barricada ali, mas perceberam que estavam próximos demais do “inimigo”. Eles estão foram embora e nos deixaram aqui...

 - Eles abandonaram vocês? – Taylor Jauregui, que estava sentada perto das crianças, perguntou ao longe por estar escutando a conversa.

- Não tecnicamente... – Louis deu de ombros, tristonho. – Eles... hãm... nos trazem mantimentos.

- Em troca de quê? – Lauren se aproximou de Louis com uma expressão séria.

Vê-la tão compenetrada, tão séria, tão mandona fazia por alguns segundos eu esquecer a raiva que sentia por ela. Lauren Jauregui bancando uma de líder era perigosamente sexy.

- Que continuemos a procurar pela cura. – ele respondeu totalmente acanhado.

- Mas vocês não acabaram de dizer que talvez nunca a achem?!  Exceto pelo fato de estarem sendo escravizados, não vejo outra razão pela qual eles manteriam vocês aqui. – Lauren ergueu uma sobrancelha acusatória.

Isso fez Louis engolir seco. O jovem cientista olhava para os lados um pouco desesperado, mas apenas encontrava mais pares de olhos curiosos por sua resposta.

- Se algo estivesse acontecendo vocês nos diriam, não é? – eu pergunto também o encarando.

- C-claro... – ele gaguejou, sem graça.

Louis então olhou para Taylor Swift. A loira não tinha uma expressão muito boa e, pelos punhos fechados escondidos atrás do corpo, eu sabia que ela estava também irritada.

- Então vamos esperar para que nossos salvadores venham e abatam os andarilhos ali na frente, não é? – Dinah deu uma risadinha bêbada.

Demetria, que se manteve em silêncio durante aquele momento, suspirou pesadamente.

- É. – ela disse e levantou-se da mesa para levar seu prato até a pia. – Vou me retirar. Podem usufruir o que quiserem. Só não façam muito barulho, os vidros temperados aguentam os zumbis, mas não vamos arriscar demais, ok? Amanhã cedo quero os dois no subsolo... – Demi falou e olhou para os colegas de laboratório. – Não vamos parar o que temos que fazer só porque temos... visitas. – hesitou.

A loira alta e o homem concordaram com a cabeça. Pelo visto Dra. Lovato era a chefe ali.

Decidi sair da sala quando o restante do pessoal voltou a se embebedar.

Eu precisava de alguns minutos para entregar-me os pensamentos.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

LAUREN PDV

 

Uma hora depois...

Fecho a porta do meu quarto com cuidado para não acordar Taylor. Minha irmã, minutos atrás, sofreu alguns segundos de crise de asma. Felizmente Louis achou um medicamento intravenoso que ajudou a minha irmãzinha a dormir e descansar o par de pulmões que tanto reclamava.

Meus cabelos estavam molhados por causa do banho e eu vestia apenas um grande blusão branco que batia em meus joelhos. Não me importava a quem pertenceu, agora era meu. Um par de meias da mesma cor em meus pés servia de sapato enquanto eu me locomovia pelos inúmeros corredores do lugar.

Parei em um lugar que parecia ser uma sala de jogos. Pisco com força para tentar manter-me totalmente sã. Eu de fato havia bebido um pouco de vinho e, depois de tanto tempo sem tomar qualquer coisa alcoólica, aparentemente eu havia me tornado uma fraca para isso.

Adentro no cômodo e quando eu estava prestes a fechar a porta atrás de mim avisto a única pessoa que estava ali.

Parecíamos ser imãs que se atraiam até inconscientemente uma para a outra.

Camila estava de costas para mim analisando algumas estantes de livros. Ela vestia uma legging preta que marcava perfeitamente aquela grande e maravilhosa bunda. A blusa agora parecia estar amarrada na frente do corpo com um nó malfeito. O cabelo estava do mesmo jeito, preso em um coque, deixando a nuca e a pele latina à mostra.

Camila ficou na ponta dos pés, ainda alheia à minha presença, e se esticou toda para pegar um livro na parte de cima da estante.

Precisei até reprimir um grunhido quando vi o movimento de suas coxas e de suas nádegas.

Fecho a porta com extremo cuidado para não alarmá-la e começo a caminhar devagar em sua direção.

Talvez fosse o pouco álcool na minha corrente sanguínea que estava me dando essa coragem de me aproximar dela mesmo vendo sabendo que ela estava estranha comigo.

- Não dê mais um passo, Jauregui! – sua voz estava firme.

Parei perto de uma mesa de bilhar ali próxima, surpresa com o fato de ela saber que se tratava de mim sem ao menos virar-se para ter certeza.

O cômodo era decorado com três estantes repletas de livros: alguns científicos e alguns de autoajuda. Por perto havia algumas roletas, mesas de Blackjack e uma mesa de bilhar de madeira antiga.

- Como sabia que se tratava de mim? – pergunto analisando suas costas.

- Eu conheço o peso do seu andar... – vejo-a dar de ombros, com descaso, enquanto analisava em mãos o livro que havia pegado.

Saber que Camila já me conhecia tão bem assim fez um arrepio de gratificação passar por meu corpo.

Então eu tomo coragem novamente e volto a me aproximar de suas costas.

Camila virou-se repentinamente em minha direção e eu finalmente pude ver sua expressão irada.

- Eu disse para você não se aproximar! – ralhou soltando o livro em cima de uma mesa próxima.

- Por que você está agindo assim, huh? – eu franzo o cenho e engulo seco para manter minha paciência.

Camila, no entanto, não respondeu verbalmente. A latina apenas bufou em indignação e balançou a cabeça como se não acreditasse que eu realmente estivesse perguntando aquilo.

Dou mais dois passos temerosos em sua direção e Camila apenas me observou fazê-los. Seu cheiro rapidamente veio ao meu encontro: uma mistura da shampoo de morango e sabonete de frutas vermelhas.

Coloco a mão em seu pulso, levemente, mas recebo como resposta um movimento brusco de repulsa e uma carranca.

- Não me toca! – Camila travou o maxilar e me encarou com suas órbitas quentes. Oh, elas estavam quentes, mas de raiva. – Você estava no banho, não é? Porque você não convidou a Keana para ir também? Já que aparentemente ela se tornou tão íntima de você em menos de um dia!

- Isso tudo é ciúmes? – eu arregalo os olhos ao ouvir aquilo.

Entretanto, fiz a pior decisão: comecei a rir de sua expressão indignada. Suas sobrancelhas ficavam tremendamente fofas unidas e o queixo arrebitado, tentando passar algum tipo de intimidação.

- Eu não acredito nisso, Cabello! – novamente dou outra gargalhada.

- Vai à merda, Lauren! – Camila rosnou e então me deu um empurrão para trás com força.

Engoli a graça do momento, precisando me apoiar contra a madeira da mesa de bilhar para me equilibrar. Parei de rir no mesmo instante ao ver que eu poderia ter me machucado se não houvesse sido rápida.

- Você está doida? – eu pergunto descrente.

Camila não me respondeu e caminhou de costas para mim até perto das estantes de novo.

- É sério que você está agindo assim? – fecho os punhos para controlar a onda de ciúmes que nasceu em mim. – Logo você só queria sexo? Logo você que só queria um orgasmo? Logo você que fica de conversinha com o Austin, huh? – rosno.

Camila virou-se para mim com a sobrancelha erguida ao ver a mudança de assunto.

- Eu vi você na frente do galpão e vi a ceninha antes de ele te ajudar a subir no vagão, Camila. Eu o vi sussurrando no teu ouvido! Eu o vi sendo seu guarda-costas hoje! Eu vejo os olhares dele para você!

- O que você...

- Você está brincando com nós dois! Está achando que pode manter uma amizade e algum tipo de amizade colorida com duas pessoas do mesmo grupo! Mas ele gosta de você! Ele... é completamente louco por você. E, enquanto isso, você está se divertindo comigo! Isso não vai dar certo...

Eu fui interrompida com um estralado forte na minha bochecha. Fecho os olhos ao sentir a marca dos dedos da mão direita de Camila no meu rosto, ardendo como o inferno.

Levanto o olhar para ela, surpresa.

- Eu não sou uma vagabunda, Lauren! – Camila falou entredentes e eu vi seus olhos marejados.

E então a culpa, segundos depois de ter falado aquelas bobagens, começou a me corroer. Eu tinha aquele grande defeito. Quando estava com raiva tudo o que me importava era machucar a pessoa, não importando o peso das palavras que saiam da minha boca. Mas, bastava meio segundo depois, eu já me arrependia de tê-las dito, pois eu não pensava isso quando estava livre da raiva.

- Camila... me desculpe... eu... eu não quis dizer aquilo... é só que... Austin está criando esperanças e... – eu gaguejo e tento tocar seu braço, mas a latina se esquivou rapidamente dando passos para trás.

- O que o Austin sente não é da sua conta! – a latina revidou e apontou um dedo na minha cara. – O problema é dele, Lauren, por que você não entende?! Você não é um passatempo! Mas que porra!

Novamente eu tento tocar seu braço, mas Camila evitou o contato. Eu perco então a paciência e tento abraçá-la à força, mas isso só fez a latina se remexer nos meus braços querendo se livrar.

Coloco uma mão na sua, mas ela me dá um tapa.

Tento tocar seu ombro, mas ela me dá outro tapa.

Chego um passo mais perto, mas ela me empurra pelos ombros para trás.

Suas pupilas estavam um pouco dilatadas e a respiração entrecortada. Nossos olhares estavam conectados de um jeito perigosamente bom.

Eu estava perdendo a paciência e ela não tinha nem um resquício da sua.

Fecho meus punhos enquanto travávamos aquela batalha silenciosa de olhares. Eu tentava me controlar, tentava evitar aquela vontade esmagadora de simplesmente ensinar a Camila que não deveria me responder daquele jeito.

Eu tentava evitar aquela vontade esmagadora de beijá-la, pois não conseguia pensar em outra pessoa que pudesse me provocar e irritar mais do que ela.

*Music On* (Selfish – Pnb Rock)

E, por uma última vez, tento acariciar seu antebraço direito, mas, esse movimento pareceu fazer a latina explodir de raiva. Camila começou então a me empurrar firmemente para trás, eu lutava contra seus punhos nos meus ombros, mas a mediana era mais forte do que eu imaginava.

- Camila! – eu rosno, tentando segurar seus pulsos. – Para! Argh! Ca...

- Só cala a boca, Lauren! Você é tão melhor de boca ocupada!

E então ela realmente calou minha boca.

Com um beijo forte.

Seus lábios se chocaram contra os meus e suas mãos foram diretamente para minha cintura, apertando minha carne com força. Um grunhido de surpresa arranhou a minha garganta a me ver totalmente à mercê naquela situação, pois minhas pernas agora até bambeavam ao sentir a brutalidade de Camila.

Ela me empurrou para trás até que minhas costas batessem contra a mesa de bilhar. Seus lábios esmagavam os meus. Uma mão deslizou por meu corpo e parou em minha nuca, prendendo meu rosto contra o seu enquanto a outra mão enlaçava minha cintura e me prendia a ela.

Sua língua quente penetrou a minha boca, entrando em contato com a minha. Entreguei-me aos seus braços e movi minhas mãos para seus cabelos, perdendo meus dedos por entre as madeixas um pouco armadas.

Camila mordeu então meu lábio inferior fazendo-me gemer manhosa e inclinar minha cabeça para trás, dando-lhe espaço para beijar-me no pescoço. E Camila o fez. Ela deslizou sua língua por minha pele e eu grunhi de novo, de olhos fechados.

Meu coração parecia estar batendo na minha garganta. Meu corpo respondia como um milhão de fogos de artifício, completamente em êxtase por estar tão à mercê dela.

Oh, eu adorava irritar Camila.

Suas mãos foram para as minhas coxas por debaixo do blusão branco que eu usava. Camila pressionou seu quadril na minha virilha, deixando-me ainda mais presa entre seu corpo e a mesa de bilhar. Suas mãos pararam em minha bunda e ela apertou os dois montes, os massageando lentamente enquanto se roçava contra mim.

Uh... ela havia aprendido rápido.

Sinto então suas mãos deslizarem para debaixo de minhas coxas e ela, com um impulso meio desengonçado para cima, conseguiu pelo menos me indicar o que queria fazer. Ajudo-a me colocar em cima da mesa bilhar com as pernas envolvidas em sua cintura. Camila me puxou para a ponta da mesa de modo que meu centro coberto apenas por uma calcinha roçasse em seu ventre.

Camila deu um pequeno passo trás e finalmente deixou que nossos olhares se conectassem.

Eles queimavam.

Um sorriso prepotente nasceu em seus lábios carnudos e agora vermelhos. Saber que fora minha boca que causou aquilo neles era um ótimo prêmio para meu ego.

Camila mordeu o lábio inferior. Ele já não estava tão machucado assim e nem inchado, mas via-se a marca do corte na sua lateral.

Parei apenas de analisar seu rosto quando vi suas mãos se movendo para os botões do meu blusão. Camila desfez casa por casa lentamente encarando cada pedaço de carne que ficava à mostra.

- Oh, maldita... – ela gemeu ao ver que eu não usava sutiã.

Suas mãos foram para meus seios e ela se apossou deles, massageando-os com suas mãos espertas. Gemi entredentes e precisei me apoiar com os braços em cima da mesa de bilhar quando inclinei minha cabeça para trás, saboreando de seus dedos apertando de leve meus mamilos.

Sua boca foi para o vale entre meus seios e sua língua traçou aquele espaço devagar.

- Camz... – eu gemi afobada.

Camila continuou a lamber a região entre meus seios enquanto uma mão novamente enlaçou minha cintura para me ajudar a ficar sentada – já que meu corpo parecia uma gelatina. A outra deslizou por minha barriga e passou sem dificuldades pelo elástico da minha calcinha.

Solto uma lufada de ar ao sentir seus dedos gelados entrarem em contato com meu centro quente e molhado. Em resposta agarrei-me nos cabelos em sua nuca.

- Você gosta tanto de me irritar, não é? – Camila grunhiu.

Seu rosto subiu até ficar à altura do meu. Camila colocou a língua para fora e a passou devagar sobre meus lábios, provocativa.

Não consegui respondê-la, pois a latina começou de modo torturante a fazer círculos lentos sobre meu clitóris sensível. O ar acabou dentro meu pulmão e tudo o que meu corpo fazia era se sucumbir às sensações desse toque.

Seus dedos desciam e subiam em meu centro, como se ela o reconhecesse, como se ela o tomasse para si devagar, como se ela o marcasse com a ponta dos dedos.

- Eu não tenho medo de você, Jauregui... – ela sussurrou perto do meu ouvido e eu fechei os olhos ao sentir aquele tom aveludado tão perto. – Não tenho um pingo de medo de você...

- Oh... – eu suspiro, ofegante.

Camila mordiscou meu lóbulo esquerdo. Ela então deslizou dois dedos em direção de meu centro. Fecho meus olhos já sorrindo pelo momento quando, de repente, a porta se abriu.

- Oh, yeah... Eu sabia que o cheiro de couro estava vindo daqui. – Dinah ainda segurava com uma mão a maçaneta e a outra uma garrafa de vinho. A loira alta deu uma gargalhada extremamente bêbada.

- DINAH! – Camila gritou tirando a mão de dentro da minha calcinha e se distanciando de mim.

Eu pisquei atordoada e tentei fechar os botões da minha blusa com pressa. Pulei de cima da mesa bilhar e virei-me para a loira alta, que ainda ria, sentindo minhas bochechas queimarem mais que brasa.

Camila estava do meu lado com as mãos no rosto tentando tapar sua expressão de vergonha.

- O que foi, gente? – Dinah perguntou engolindo um soluço de embriaguez. Seus olhos estavam tão moles que ela mal conseguia fixá-los em nossos rostos. – Eu só vim dar um “oi”. Podem continuar com o chá de boceta.

Ela deu um sorriso largo e conseguiu fechar a porta com dificuldade, mas não sem antes tropeçar na quina e ir cambaleando para o lado de fora.

E então o silêncio tomou conta da sala.

- Hãm... Camz... eu...

Porém, antes mesmo que eu pudesse formular uma frase com sabe-se lá o quê, Camila disparou a quase correr pela sala de jogos. Ela demorou menos que cinco segundos para cruzá-la, abrir a porta, sair e a fechá-la com um estrondo.

Não tive a oportunidade de ver sua expressão, mas sabia por seu desespero em se distanciar de mim que ela havia se arrependido.

- Ah, droga! – eu grito ao sentir aquela raiva súbita tomar conta de mim.

Sento-me em uma poltrona macia perto de uma roleta para tentar me acalmar.

 

Talvez eu houvesse ficado quase uma hora sentada ali entregue aos pensamentos, pois parecia que todos já estavam devidamente dormindo com o silêncio que reinava no lugar.

Camila queria espaço... eu lhe dei espaço... porém não aguentava mais!

Eu não aguentava mais aquela situação!

Não aguentava mais Camila Cabello fugir de mim!

Eu não tinha mais forças para reprimir aqueles malditos sentimentos!

Olho para a porta da sala fechada e inspiro fundo, começando a cruzar o cômodo.

Dessa vez eu não iria sucumbir ao medo...

Dessa vez eu bateria à porta...

Dessa vez eu iria atrás dela e de uma vez por todas colocaria as cartas em cima da mesa.


Notas Finais


Dou uma bala para quem adivinhar de onde a música Selfish veio kkkkkkkkkkkk é nível camrenzinha hard!
Segura o forno que camren finalmente chegou!
Até daqui a pouco...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...