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História Into The Dead - Capítulo 49


Escrita por: control5h

Notas do Autor


Olá, meus famigerados leitores!
Olha, o capítulo de hoje veio com muito esforço, porque estou com o tempo praticamente nulo para escrever. Então, por isso, não prometo atualizações todos os domingos. Eu tentarei ao máximo, mas não prometo.

Hoje vamos nos divertir com nossa amada Lucy Vives! (amada sim, me respeitem, porque eu amo essa personagem).

Boa leitura, me perdoem pelos erros e escutem as músicas! Além de claro, surtarem ao longo do capítulo, porque a tia aqui ama os comentários hahahahaha

Capítulo 49 - Capítulo 49


Fanfic / Fanfiction Into The Dead - Capítulo 49

CAMILA PDV

 

Deveria me preocupar com o fato de Dinah Jane e Ariana Grande estarem agora, sozinhas, na sala de estar do meu quarto enquanto eu terminava de vestir uma roupa decente?

Porque eu realmente estava.

Naquela famigerada manhã, eu fui acordada pelo furacão Jane. Meus músculos ainda estavam tencionados, minha traqueia levemente ardia por causa do sufocamento e várias partes do meu corpo estavam doloridas. Quando acordei ao ouvir batidas, que mais pareciam murros, eu me levantei grunhindo e fui até a porta, checando primeiro o olho mágico.

Eu praticamente havia desmaiado na última noite por causa do meu cansaço em passar, literalmente, a tarde inteira lutando como uma gladiadora. Normani, que me acompanhou até o quarto porque sua namorada estava ocupada com coisas inesperadas no trabalho – que era obrigada a resolver –, me ofereceu gentilmente um chá de ervas para tentar diminuir as dores. Isso, óbvio, gastou um pouco de seus créditos por utilizar da cozinha fora do seu horário de funcionamento, mas a morena disse que não se importava, pois eu estava fazendo um bem maior para o “time”.

Basicamente, eu dormi por mais de treze horas depois que a Rainha Lucy disse que iria me encontrar no dia seguinte para deixar tudo “claro”.

Eu estava temerosa sobre o que isso queria dizer.

Não havia visto Lauren desde a luta e desde o momento que saiu do ginásio. As mulheres simplesmente se amontoaram ao redor de mim me parabenizando, por mais eu soubesse que era oitenta por cento inveja.

Para ser honesta, nem eu acreditava que havia conseguido.

Talvez fora a minha determinação por ter minha mulher de volta. Mesmo que isso tenha gerado alguns hematomas na nela.

Então, quando Dinah Jane apareceu na minha porta naquela manhã, eu sabia que ela queria saber como eu estava e como me sentia sabendo que em poucas horas já estaria trabalhando como guarda-costas da Rainha.

O que eu realmente não esperava era que, no mesmo momento que ela gritou isso à minha porta, a minha querida outra amiga estivesse vindo até meu quarto com o intuito de me perdoar.

Quando Ariana escutou aquelas palavras saindo pela boca de Dinah, ela praticamente bufou indignada como uma criança. Eu precisei esquivar do corpo da mecânica que bloqueava porta e correr até ela, que já fazia o caminho contrário voltando para seu quarto.

É claro que nossa breve conversa foi em meio a rosnados e resmungos por parte da baixinha, que simplesmente não compreendia como pude ser tão fria ao ponto de me submeter a isso. Ela até aquele momento não sabia que eu havia participado do torneio e nem muito menos havia o ganhado.

Ouvir dela que eu “estava no lugar certo, porque agora demonstrava ser tão falsa como as habitantes dali” me machucou, confesso.

Mas eu praticamente implorei para que ela viesse até meu quarto e escutasse o que havíamos planejado, prometendo explicar tudo.

E agora estava eu, temendo que minha melhor amiga estivesse matando em silêncio a minha outra amiga enquanto me esperavam retirar o pijama e escovar os dentes devidamente.

Fecho os botões da minha calça jeans preta e coloco a barra da camiseta branca por cima, a ajeitando. Pigarreio, hesitando por alguns segundos antes de esticar a mão até a maçaneta e a girar, já olhando sorrateiramente pela fresta se não tinha um banho de sangue do outro lado.

Como eu esperava, realmente me surpreendi com o que vi, mas não existia sangue espirrado por todos os lados como imaginei. Na verdade, minha surpresa veio quando vi Ariana e Dinah sentadas civilizadamente em duas cadeiras e conversando calmamente enquanto bebiam o resto do chá que Normani trouxera para mim na noite anterior.

Bendito seja esse chá calmante.

Assim que me aproximei, Ariana transmitiu sua atenção para mim. Seu cenho estava franzido e as mãos pousadas na frente da boca, como se estivesse devidamente concentrada no que escutava momentos atrás. E, diferente de antes onde era raiva, seus olhos me passavam uma certa compaixão.

Logo eu deduzi o que Dinah Jane, que me encarava com um semblante sapeca, fizera.

- Você contou para ela o nosso passado, não foi?! – acusei, já lançando um olhar frio para a mecânica.

- Resumidamente, sim. Era a única forma de ela entender o porquê de sermos tão unidas. – Dinah tentou se redimir, com uma expressão de “Me desculpe”.

- Por que... por que você não me contou? – Ariana murmura, passando as mãos pelo rosto enquanto expirava com força.

- Porque eu não queria que você tivesse pena ou sei lá o que... – eu rosno, balançando a cabeça negativamente enquanto caminhava até o bule que estava em cima da mesa central e colocava um pouco do líquido em um copo.

Eu com certeza iria precisar mais desse chá.

- “Pena ou sei lá o quê?!” – escuto a voz alarmada de Ariana, e vejo por cima do ombro a baixinha ficar de pé. – Camila, pelo amor de Deus! Vocês foram vítimas de lunáticos em um manicômio! Vocês foram escravos de um Acampamento Militar!

Ela estava levemente exaltada, com as mãos na cintura como se esperasse uma ótima explicação.

- Conversar sobre isso quando estávamos apenas nós duas tentando sobreviver dia após dia me matava lentamente, ok?! – eu praticamente rosno, ainda sem beber um gole do chá no copo. – Eu apenas tentava ignorar para não sofrer mais! E falar apenas iria fazer exatamente isso!

- E você não pode obrigar a ninguém a se abrir para você, Ariana! – Dinah interferiu, usando seu não-usual tom de voz brando e sábio. – Isso vem naturalmente!

Ariana fuzilou a loira maior com o olhar, querendo entender o porquê de ela estar se metendo no assunto. Mas a mecânica como sempre não se intimidou.

- Você não é uma má pessoa... por mais que seja irritante às vezes... – acrescentou, dando de ombros calmamente. – E eu entendo que você apenas quer proteger a Camila e por isso quer saber mais sobre seu passado. Mas você precisa entender que ela não é nenhuma mulher indefesa! Você está pagando um grande micão, gata.

No fundo, a vontade de rir do jeito excêntrico da minha melhor amiga quase veio à tona, mas eu resisti, apenas balançando a cabeça negativamente para indicar que parasse antes que a baixinha, que estava visivelmente triste, ficasse ainda mais chateada.

- Olha... eu preciso da sua ajuda, esposa. – digo, tentando colocar o meu tom de voz o mais brando possível. – Você é minha amiga e eu quero lhe proteger também. Mas você precisa confiar em mim quando digo que eu sei o quê estou fazendo e com quem estou lidando, que no caso é a Lauren.

- Eu estou pouco me fodendo para Lauren! – Ariana latiu, revirando os olhos. – O que realmente me preocupa é aquela lunática que todas chamam de Rainha! Aquela e a sua esposa, ou sabe-se lá que merda de status elas tem, são as mais perigosas nesse caralho todo! Eu vou ajudar vocês, fiquem cientes disso, mas não ignorem que toda essa situação é completamente fodida!

Ver a baixinha, que tinha uma áurea tão fofa e delicada, dizendo tantos palavrões em um mesmo espaço de tempo honestamente me surpreendeu.

Troco olhares rápidos com Dinah, que estava do mesmo jeito.

- Nós vamos conseguir... – a mecânica tentou tranquilizá-la. – Se fizermos tudo juntas, nós vamos conseguir.

- Olha, nós precisamos ser extremamente cuidadosas e... – Ariana começou a articular, mas parou no mesmo instante quando Dinah ergueu uma mão.

Os barulhos ecoando no corredor, do outro lado da porta principal do quarto, rapidamente denunciaram que alguém estava se aproximando. O som dos choques dos sapatos no chão eram pesados e firmes, e mostravam que eram no mínimo duas pessoas por causa da sinfonia.

Um arrepio cruzou minha coluna dizendo que não se tratava de quaisquer pessoas.

Os passos pararam por um momento, bem próximos.

*Toc toc toc*

As batidas à porta ecoaram lentamente, de forma dramática.

- “Hey Jude...” – a voz aveludada de ninguém menos que Lucia Vives ecoou do outro lado, no ritmo da música antiga. – “Don’t make me wait...” – ela modificou a letra, dando uma risada maléfica. – “Open the fucking door... or I will break it...”

*(Hey Jude... não me faça esperar... Abra a maldita porta... ou eu irei quebrá-la...)

*Music On* (Human – Rag’n’Bone Man)

Nós três apenas tivemos tempo de nos entreolharmos, temerosas e com as respirações presas.

- O que vamos fazer?! – Ariana sussurrou, com os olhos assustados.

- Abrir a porta...? – Dinah respondeu, como se fosse muito óbvio.

Meu estômago revirou por causa da sensação ansiosa. Eu havia ganhado o posto, iria servi-la, então antes de tudo eu precisava encará-la para tal.

Inspiro brevemente e caminho até a porta, girando a maçaneta sem ousar checar o olho mágico.

Se eu o fizesse, talvez perdesse a coragem momentânea.

O primeiro detalhe que vi foi o sorriso marcante estampado no rosto de Lucy, que segurava nada menos que o seu taco de beisebol apoiado em um ombro. Os olhos estavam mais assassinos que nunca, assim como a sua presença que parecia ser marcante por onde passasse. Ela usava sua jaqueta preta sobre uma camiseta da mesma cor e jeans azuis. Os cabelos estavam presos em um coque, como no dia anterior, e as botas típicas estavam em seus pés.

Logo atrás, como uma fiel protetora, estava Lauren. Seu lábio estava meramente inchado, denunciando que talvez ele fora cortado durante nossa luta. Uma pequena casca denunciava o corte no canto direito do lábio inferior. Tudo o que se percebia era a sua carranca enorme, as órbitas verdes gélidas, e os braços cruzados na frente do corpo enquanto vestia uma blusa de mangas médias na cor cinza e jeans negros, com os coldres axiais portando suas armas douradas.

- Primeira coisa que deve saber, antes de assumir suas responsabilidades como minha guarda-costas, é que você precisa estar à minha porta todos os dias antes das dez horas e checar se eu quero algo... – Lucy anuncia, usando um tom que era uma mistura de amigável com sarcástico. – Coisa que você já não fez hoje!

- Mas eu não sabi... – eu tento argumentar, mas a Rainha rapidamente ergueu a mão livre.

- Não me interrompa, querida! – Lucy rosna. – Você não sabia, portanto, irei perdoar dessa vez.

- Me desculpe... – eu murmuro, desviando o olhar para o lado.

A Rainha então franziu o cenho, como se estivesse confusa com a minha resposta. Ela ladeia o pescoço, me analisando enquanto esperava algo.

- Me desculpe... e o quê mais?! – cantarolou, semicerrando os olhos.

Travo o maxilar, negando-me a dizer o que queria. Ela obviamente queria que eu completasse com “minha Rainha” ou “minha Dona”.

Lucy esperou mais alguns segundos, mas apenas deu uma risada nasal ao ver meu olhar continuar perdido para um ponto inexistente na quina da parede.

- Parece que terei de fazer aquele pequeno ritual com ela... – a Rainha cantarolou, inspirando fundo de forma dramática.  – Você poderia segurar para mim, minha querida Lauren?! – ela pede, esticando a base do taco.

Levanto o meu olhar o suficiente para ver Lauren me fuzilando com suas órbitas verdes, certamente repreendendo minhas ações. Mas ela suspirou, sôfrega, e segurou o taco de beisebol de sua comandante.

- Fique de joelhos. – Lucy ordenou, me encarando.

Engulo seco, sentindo-me metralhada por suas órbitas. Hesito por alguns segundos, ponderando se seguir em frente era mesmo o ideal.

Mas eu não tinha outra escolha, tinha?!

Devagar eu me abaixo e coloco peso do meu corpo sobre ambos os meus joelhos, ficando à altura da cintura da mulher.

Lucy sorri, satisfeita.

- Prometo lhe dar proteção, comida e um teto se você prometer dar fidelidade e lealdade a mim. Você usufrui dos meus pertences e agora, oficialmente, faz parte dessa comunidade tornando-se então minha propriedade. Você segue as minhas regras para o meu bem e para o bem das minhas mulheres... – ela pronunciou lentamente cada palavra. – Você deve dar a sua vida pela minha e pela comunidade, me ouviu?! E não menos importante, eu ordeno que sempre ao falar comigo use “minha Rainha” ou “minha Dona”, entendido?!

Travo mais o maxilar, mas por fim afirmo com a cabeça.

- Sim, minha Rainha.

- Você tem o privilégio que a maioria mataria para ter: ser uma das minhas assistentes. Mas, antes de tudo, quero deixar bem claro que ainda não confio em você, Cabello. E minha confiança apenas será conquistada a partir de provas, onde terá de mostrar que realmente é fiel a mim.

- Compreendido, minha Rainha. – eu novamente afirmo, sem abaixar a cabeça.

Lucy, ao terminar, sorriu ainda mais abertamente ao perceber minha submissão. Ela então simplesmente fez um movimento com a mão indicando para que eu ficasse de pé e logo o fiz, voltando a ficar ereta.

Lucy pegou novamente o seu taco e moveu os lábios para falar alguma coisa, mas antes disso notou as movimentações atrás de mim.

Ela ergueu as sobrancelhas e ficou na ponta dos pés, olhando por cima do meu ombro quem estava no interior do quarto.

*Music On* (Let I Rock – Kevin Rudolf ft. Lil Wayne)

- Quem está aí? – ela perguntou de forma arbitrária e deu um passo à frente.

Seu ombro se chocou ao meu ao passar pela porta, fazendo-me cambalear levemente para trás. Travo o maxilar com o intuito de não demonstrar meu desconforto e giro meu corpo, vendo a Rainha caminhar calmamente para o interior do meu quarto e analisar minhas duas amigas que estavam de pé no centro da sala.

- Oh... olhe quem temos aqui... – Lucy cantarolou de forma galanteadora e girou o taco de beisebol na mão direita, mais parecendo ser uma mania inconsciente. – Bom tarde, senhoritas!

- Bom dia, minha Rainha. – Dinah e Ariana responderam em um muxoxo fraco.

Dinah possuía os braços cruzados na frente do corpo e uma carranca enorme. Ariana também estava incomodada, mas não tão quanto.

Lauren já se encontrava também no interior do quarto, mas se mantinha mais à distância. A jovem de olhos verdes estava meramente cabisbaixa, evitando nos encarar.

- Isso aqui é chá?! – Lucy interrompeu o silêncio. – Hum...

A mulher caminhou até a minha mesa de centro e colocou o taco de beisebol com lascas e correntes de metal sobre uma cadeira, como se isso fosse algo extremamente normal.

Lucy pegou o bule e colocou todo o restante do líquido no interior de uma xícara.

- Wow... isso aqui está realmente bom... – ela cantarola de forma gostosa ao provar do líquido transparente. – Era isso que vocês estavam fazendo? – pergunta, girando o corpo em nossas direções. – Estavam brincando de chazinho?

E, sem respostas, a Rainha continuou com o bom humor.

- Eu adorei! Isso com certeza aumentam a intimidade e a confiança entre as mulheres, o que eu realmente prezo aqui dentro. Anote isso, Lauren! Acho que irei acrescentar chá da tarde em minha agenda, assim como os Britânicos, o que acha?!

- Claro, minha Rainha. – Lauren respondeu baixo e mecanicamente, com seu semblante denunciando o desinteresse.

Lucy tomou mais alguns pequenos goles do chá calmante, mas aos poucos algo foi roubando sua atenção da xícara branca em mãos. A mulher ladeou a cabeça ainda saboreando, enquanto analisava a expressão irritadamente controlada de Dinah que parecia não querer disfarçar o desconforto.

A Rainha então deu um sorrisinho prepotente e colocou a xícara ainda quase cheia sobre a mesa, pegando o taco de beisebol na cadeira.

Meu coração deu um solavanco e os olhos quase voaram de minhas órbitas ao vê-la caminhar em direção de Dinah Jane. Lauren, que estava alguns metros ao meu lado, também ficou tensa e abriu meramente a boca para dizer algo, mas rapidamente recuou.

Lucy parou de andar ao ficar centímetros de distância da mecânica. A diferença de tamanho entre elas era cômica, porque a mulher segurando o taco olhava para cima sem se intimidar enquanto a maior tinha os braços cruzados do mesmo jeito.

- Sabe, Jane... – a rainha cantarolou, com um tom brincalhão. – Minha mãe costumava me dizer que cara feia é fome. Você por acaso está com fome?

- Não... – Dinah respondeu, mal abrindo a boca.

- Hãm... deixe-me pensar no que mais pode influenciar no humor de uma mulher... – Lucy torceu os lábios, fingindo estar em um grande questionamento interno. – Você está de TPM? Por acaso está com cólicas ou os absorventes acabaram? Posso providenciar alguns para você.

- Não... – Dinah mordeu o interior da bochecha, visivelmente lutando contra a vontade de dizer outras coisas.

- Então seria falta de sexo? – ela perguntou, dando um sorrisinho safado. – Sabe... eu amo sexo. Sexo me dá vitalidade. – Lucy gira o corpo para o restante das mulheres, como se falasse para um público. – Ter um orgasmo... wow. É ótimo! – ela então voltou a olhar para Dinah. – Você está passando por algum período de castidade ou algo do gênero?

Dinah dá uma risadinha nasal forçada. Mas isso não indicava que ela estava se divertindo com isso. Na verdade, isso indicava que a mecânica estava chegando ao seu limite.

- Quero dizer... – Lucy continuou, ao ver suas reações. – Com todo o respeito do mundo... eu sei que você namora a Kordei e eu sei que aquela mulher é um pedaço de mal caminho...

O sorriso da loira morreu imediatamente quando sua namorada veio ao assunto.

- Então... o que eu quero sabe é se vocês estão tendo... hãm... – a dona do taco brincou, sorrindo. –... problemas com o tchaca tchaca na butchaca... com o nheco nheco... com o fazer amor. – caçoou, com uma careta de nojo com a última expressão. – Eu aposto que todas vocês aqui sentem falta do bom pornô online... oh, são nesses momentos que eu sinto falta da internet e do meu amado xvideos. Mas... eu acho que consigo quebrar seu galho e tentarei achar um Kama Sutra lésbico em uma próxima busca por produtos, para te ajudar a implementar nas posições. O que acha?

O que Lucia Vives possuía de beleza e ar de galanteadora, ela possuía o dobro de indecência.

Dinah inspira fundo e pigarreia, limpando a garganta.

- Eu não tenho problemas na hora do sexo, minha Rainha. – Dinah rosnou, com escárnio, enquanto encarava a mulher. – Eu me garanto muito bem.

- Uhhhhhh... – Lucy cantarola alto, erguendo as mãos em rendição. – Então nós temos uma Dinah Grey em potencial aqui, garotas. Mantenham os pulsos longe das algemas!

A Rainha dá uma gargalhada alta com a brincadeira de humor negro, sendo a única se divertindo ali. Mas, ao ver que nós quatro continuávamos sérias, ela parou dramaticamente.

- Oh, qual é o problema de vocês?! – a Rainha resmunga, abrindo os braços. – Nem uma risadinha?! Por que vocês sempre tem que ficar com essas caras de defuntas? Onde estão os humores? Estamos vivas, possuímos ar em nossos pulmões e energia para trabalhar, comer e transar. Qual a razão de não estarmos felizes com isso?

Lucy inspira o ar para o interior de seus pulmões, fingindo um martírio.

Mas então abre um sorriso como se houvesse formulado uma ótima ideia.

- Eu já sei! Vamos para a cozinha comer!

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- Eu não estou com fome, minha Rainha. – Dinah resmungou, puxando uma cadeira para se assentar à mesa central do refeitório.

- Não estou perguntando se está com fome, querida. Apenas sente! – Lucy respondeu brincalhona ao apontar para a cadeira.

A mecânica revirou os olhos – felizmente sem a Rainha perceber – e se assentou no plástico branco.

Eu não possuía nenhum resquício de fome, mas, assim como Ariana e Dinah, fui escoltada até o lugar graças a incrível ideia da Rainha em tentar melhorar nossos humores com comida. Não sabia se era de sua natureza aquelas brincadeiras de humor negro ou se ela de fato estava tentando nos intimidar indiretamente, mas o sorriso prepotente em seus lábios já estava me irritando.

Ariana puxou uma cadeira e se assentou ao lado de Dinah, à minha frente. A baixinha estava temerosa, com os olhos amorosos um pouco aterrorizados.

Ela nem sabia o que estava fazendo ali.

E apenas parei de encará-la quando o barulho de alguém se assentando ao meu lado me retirou dos pensamentos. Olho para o lado e vejo Lauren apoiando os cotovelos na mesa e olhando-me sorrateiramente sobre o ombro direito, como se fosse um aviso silencioso que estava na minha cola.

- Ótimo... – resmungo, com um suspiro.

Lucy, que estava na ponta da mesa retangular, bateu palmas e o som das mesmas ecoou pelo refeitório vazio.

- O que vocês vão querer? – ela pergunta, ao ver uma mulher usando touca e vestimentas brancas caminhar até nós. – Não adianta dizer que não estão com fome! Aproveitem que não irei cobrar créditos por essas refeições fora do horário! Até porque... – Lucy dá uma piscadinha amistosa para todas. – Não é todo dia que possuem o privilégio de comer com uma Rainha.

“Oh meu Deus...” eu resmungo internamente por causa do seu ego enorme.

Entretanto, todas permaneceram em silêncio outra vez.

Lucy travou o maxilar, começando a perder paciência.

- Tudo bem... todas vão querer omeletes, Michelle. – a Rainha falou para a mulher de cabelos negros e rosto quadrado que se aproximou. – Diga à Brenda que eu sinto que elas estão precisando de proteínas para recuperar as energias, já que não as possuem nem para falar! Vamos aproveitar que as galinhas prosperaram essa semana e nos faça algumas omeletes!

- Sim, minha Rainha. – a mulher afirmou com a cabeça e girou o corpo, voltando para o interior da cozinha.

- Ok... vamos conversar enquanto isso... – Lucy entrelaçou os dedos das mãos, os apoiou debaixo do queixo e me encarou com um sorrisinho de criança. – Camila... você me surpreendeu nas lutas de ontem. Por que não me contou que sabia lutar tão bem?

Engulo seco, sentindo as órbitas verdes de Lauren me congelando.

- Hãm... eu disse que sabia lutar. Eu... eu apenas não sabia ainda lutar boxe. Mas Dinah soube me explicar muito bem as regras e eu tive um pouco de sorte em pegá-las com rapidez.

- E por que você nunca quis participa das lutas, Jane? – Lucy pergunta para a minha amiga, que ainda continuava com uma carranca. – Já que você sabe lutar tão bem ao ponto de ensiná-la... deveria tentar a sorte. Quem sabe não se torna a nova invicta da comunidade, tirando esse privilégio da minha querida Lauren? – completou, dando uma olhadinha zombeteira para a mulher ao meu lado, que fechou a expressão.

- Nah... – Dinah negou com a cabeça e deu de ombros. – Acho que a Lauren faz muito bem o papel de boba da corte.

Eu tomava água em um copo naquele momento, mas ao ouvir as palavras da mecânica o líquido voltou por minha garganta e ardeu minhas narinas, fazendo-me engasgar e tossir.

Ela não tinha medo de morrer?!

Dinah lançava olhares nada amistosos para Lauren, que respondia com uma carranca séria.

Lucia ergueu as sobrancelhas e fez uma careta zombeteira.

- Uh, senti uma pequena tensão aqui... – a Rainha provocou, alternando o olhar entre a mecânica e a chefe dos grupos de busca. – Vocês poderiam me explicar? Eu adoro um drama.

- Nós nunca gostamos uma da outra. – Lauren respondeu entredentes. – Nós tentamos ser amigas quando eu cheguei aqui, mas não funcionou porque descobri que ela é uma idiota.

- Eu? Uma idiota?! – Dinah rosnou de volta, com a mão sobre o peito fingindo uma ofensa. – Acho que você está falando com o seu reflexo no espelho e não perceb...

- Por acaso vocês já transaram? – Lucy interrompeu, olhando para as duas com curiosidade.

- Não! – ambas responderam ao mesmo tempo, com caretas de nojo.

- Essa tensão aqui parece ser de um relacionamento mal resolvido. – a Rainha deu de ombros, rindo.

- Não, Jesus! – Dinah se estremeceu, com um arrepio passando por seu corpo. – Mas, o ponto positivo, é que não tentamos nos matar todas as vezes que nos vemos.

- É... mas não é como se fôssemos dar as mãos e cantar Hakuna Matata juntas. – Lauren completou.

A expressão irritada de Dinah aos poucos foi se dissolvendo e se transformou em uma surpresa, assim como a minha. Meu coração burro chegou a errar uma batida ao notar resquícios de algo positivo nas órbitas verdes que me encararam por meros segundos.

Aquela citação...

Lauren estaria dando algum sinal que ainda continuava ali?

- Oh meu Deus, eu amava Timão e Pumba! – a risada característica de Lucia me retirou dos pensamentos, fazendo-me piscar atordoada e voltar para a realidade.

Uma realidade onde Lauren já havia fechado a expressão outra vez.

Enquanto as omeletes não ficavam prontas, Lucy engatou em uma conversa sobre momentos usuais em infâncias. Ela falava sobre as travessuras que costumava fazer, como, por exemplo, roubar coisas no mercado apenas para colocar nas bolsas das pessoas na fila e quando elas saíam do mercado, os detectores as pegassem no flagra.  Ou quando um coleguinha da escolinha tentou pegar o seu lugar na fila para receber um chocolate e ela lhe deu uma joelhada na virilha, fazendo-o mijar nas calças.

É... Lucy nunca fora uma garotinha quieta.

Ela simplesmente falava, falava e falava, sem se importar se respondíamos ou não às suas perguntas retóricas. Parecia lhe dar prazer ser tão falante e ver as caras das outras pessoas por estar no poder. Isso quando ela se tornava irritante o suficiente para fazer bolinhas com pedaços do guardanapo de papel e jogar no rosto de Ariana, que era alvo das brincadeiras mais perversas dela.

E a baixinha apenas suspirava, retirando os pedaços de papel do cabelo.

- Oh, graças à bendita Camren. Eu estou faminta! – Lucy comemorou ao ver Michelle, com mais a chefe da cozinha e outra ajudante, trazendo os pratos.

As mulheres que usavam vestimentas brancas e toucas puseram os pratos na mesa, a nossa frente. Trouxeram também duas jarras cheias de um líquido semelhante a uma limonada.

- Podem atacar! – a Rainha ordenou ao pegar os talheres.

Mesmo contra a ausência de fome, eu peguei o garfo e faca e comecei a picar a omelete. O cheiro por si só estava ótimo. Havia alguns legumes por entre os ovos mexidos e folhas de tempero por cima, dando um aspecto delicioso ao prato. Retiro um pedaço e o queijo derretido veio junto, obrigando-me a ser esperta ao mordê-lo.

Wow... realmente estava muito bom.

- Huuuum... – Lucy revirou os olhos, mastigando. – Isso está delicioso, Brenda!

A chefe da cozinha era uma gordinha aparentemente simpática. Porém, o que me deixava um pouco confusa, era a forma como estava ansiosa. Ela respirava meio pesado e possuía um olhar temeroso, como se estivesse morrendo de medo da Rainha.

- Não foi à toa que lhe dei o cargo de chefe! – Lucy murmurou, com um sorriso amigo.

- Obrigada! – a gordinha afirmou freneticamente com a cabeça. – Se me der licença, irei arrumar as coisas na cozinha.

- Vá em frente.

Lucy, mesmo comendo, não hesitou em recomeçar seu discurso tagarela sobre assuntos não triviais. Ela estava tão absorta em seus monólogos que não notou o movimento anormal do braço de Lauren.

Eu tencionei imediatamente ao sentir sua palma quente sobre minha coxa.

Foi como se toda a energia se reunisse naquela parte do meu corpo e eu sentisse trimbolar de seus dedos sobre o tecido do jeans, me provocando. Levanto meus olhos, de modo desesperado, e tento checar se mais alguém estava percebendo isso, mas Dinah estava focada na omelete a sua frente; Ariana estava retirando mais bolinhas de papel do cabelo e Lucia Vives tagarelava qualquer coisa que passava despercebida por meus ouvidos.

Porque tudo o que meu cérebro parecia prestar atenção era na mão esquerda de Lauren que descia lentamente para o interior da minha coxa.

Que merda ela estava fazendo?!

A analiso pelo canto do olho, sobre o ombro, e vejo suas órbitas verdes enigmáticas me encarando. Um sorrisinho galanteador estava em seus lábios bonitos à medida que seus dedos acariciavam o interior das minhas coxas.

Ela aperta a carne com força e ameaça levar os dedos para a minha virilha. Mas eu engulo o gemido que arranhou minha garganta e, buscando ter o resto de dignidade que possuía, eu desfiro uma tapinha em sua mão, a retirando dali imediatamente.

Lauren quase se sucumbiu a uma risadinha safada, mas, por sorte, conseguiu colocar uma mão a tempo na frente da boca e pegou um copo de limonada para umedecer os lábios.

Oh, ela queria jogar...

Meu coração batia como um louco e um desconforto em meu útero denunciava quanto tempo eu já estava sem sexo. Saber que a mulher ao meu lado conseguia me satisfazer muito bem nesse quesito e saber que estava provocando a tal ponto, apenas me deixava ainda mais necessitada.

- Lauren?! – a voz de Lucy surgiu, retirando nós duas daquela pequena bolha.

A jovem de olhos verdes pigarreou, surpresa, e sentou-se melhor na cadeira.

- Por que você soltou a Camila e não terminou o golpe que lhe daria vitória?

A mudança de postura da Rainha denunciava o quanto eu e Lauren havíamos ficado absortas. Ela já não possuía uma áurea brincalhona, ao contrário, o cenho estava franzido e o castanho das íris frio.

- Me desculpe, minha Rainha?! – Lauren fingiu inocência.

- Você acha que eu sou cega? – Lucy rosna, séria repentinamente. – Eu vi você a soltando!

Meu estômago apertou com a comida em seu interior e tudo o que eu soube fazer foi encarar o perfil de Lauren.

Dinah e Ariana se entreolhavam.

- Eu apenas a soltei porque percebi que o tempo estava acabando. Não havia necessidade de terminar o golpe, pois ela já seria intitulada como ganhadora. – a forma rápida com que Lauren respondeu me surpreendeu.

- E você simplesmente decidiu perder o título de invicta? – Lucy ladeou a cabeça, analisando.

- Eu não perdi. Continuo invicta.

- Você entendeu o que eu quis dizer, minha amada Lauren. Você nunca empatou antes.

- Eu sei, minha Rainha. Mas ontem eu não estava com o humor para humilhar a novata. – Lauren retrucou a altura e deu um sorrisinho prepotente.

Lucy gostou da resposta de sua ajudante, abrindo também um sorriso. Ela olhou para mim esperando alguma retaliação, mas eu apenas abaixei a cabeça evitando o contato visual.

Seria melhor que ela pensasse que eu e Lauren não nos dávamos bem também.

E claro, que eu fosse indefesa.

- Bem... – Lucy cantarola, com drama, ao terminar de comer. – Eu estou saciada. E vocês?

Todas já estavam prontas para novamente deixar a Rainha sem uma resposta adequada quando Ariana ergueu o rosto, convicta.

- Obrigada pela refeição, minha Rainha. – ela murmura repentinamente. – E obrigada pela oportunidade de tê-la ao seu lado.

Lucy ergue as sobrancelhas, surpresa.

- Esse é o tipo de coisa que eu quero ouvir! – a Rainha bate as mãos, feliz. – Um “obrigada”. Sou eu quem agradece por ter você ao meu lado hoje, Ariana. Talvez você devesse ensinar bons modos para essas mulheres à mesa.

Lucia então fica de pé.

- Agora que estou cheia, preciso resolver alguns problemas. – ela anuncia, pegando o taco de beisebol que estava ao lado da cadeira o tempo todo.

Lauren imediatamente fez o mesmo que a Rainha, arrumando as Desert Eagles no coldre axial.

- Seu trabalho começa agora, minha querida. Não vai precisar uma arma. – a mulher pega então a sua jaqueta preta, repousada sobre a cadeira onde estava, e a estende para mim. – Aceite isso como um presente para seu primeiro dia de trabalho. Acredite em mim, você vai querer cobrir essa blusa branca a não ser que a queria suja.

Fico de pé e pego a jaqueta preta oferecida. A visto e arrumo o tecido caro em meu busto, percebendo que eu e a mulher possuíamos o mesmo corpo e por isso a peça coube perfeitamente.

- Ficou ótima em você, Camila. – Lucy sorriu, amiga.

- Obrigada, Lucia. – respondo, sorrindo de volta.

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A palavra “surpreendente” foi a única que viera a minha cabeça para descrever as cenas que via. Na verdade, elas não eram muito diferentes, pois basicamente se resumiam a: as mulheres se agachando sempre que avistavam Lucy caminhar pelas calçadas.

Seus olhos quase pulavam dos rostos quando notavam o taco de beisebol, visivelmente temido, nas mãos da Rainha. O medo de serem punidas por algo que nem ao menos sabiam falava mais alto e logo não pensavam duas vezes antes de ficarem sobre um joelho e fazerem a reverência.

Não importava o que você estava fazendo: se estava aguando as plantas, se estava conversando com uma amiga, se estava brincando com crianças, se estava segurando coisas pesadas...

Você simplesmente tinha que parar e se ajoelhar para nós três.

E isso perdurou quinze minutos até que atravessamos toda a extensão do campus, no lado oeste perto do ginásio. Lucy, em um de seus devaneios cômicos e sem respostas já que gostava de falar sozinha, disse que adorava andar a pé por sua comunidade e dispensava carros exatamente por isso.

Durante todo o caminho eu percebia os olhares que Lauren me lançava. Não trocamos nenhuma palavra, porque, antes tudo, ninguém menos que Lucy Vives estava entre nós. Mas isso não impedia que a dona das órbitas verdes me encarasse e mostrasse seu total despontamento por eu estar ali.

Vê-la desse jeito me deixava mais aliviada, pois a Frozen parecia aos poucos voltar a sentir.

No meio do trajeto encontramos com Halsey, Kristen e Ashley que se juntaram a nós, mais atrás, como talvez possível reforço.

- Ante de você bater à porta para mim... – Lucy girou seu corpo em minha direção assim que chegamos à frente da porta do quarto desejado, em um alojamento específico. – Eu quero que fique ciente que verá coisas e saberá de coisas que nunca devem ser ditas a ninguém fora da “elite”, me ouviu?!

- Sim, minha Rainha. – afirmo, balançando a cabeça.

- Se ousar contar algo para qualquer pessoa, não importando a justificativa, você terá o mesmo destino que uma traidora teria. – ela completou, girando o taco nas mãos de forma descontraída. – Entendido?

- Sim, minha Rainha. – afirmo outra vez, engolindo seco. – Eu não direi a ninguém.

O sorriso de Lucy surgiu outra vez, mostrando o seu completo contentamento comigo.

- Eu sabia que havia gostado de você, Camila Cabello! – cantarolou, feliz. – Bata à porta para mim, querida?!

Lauren estava com os braços cruzados na frente do corpo e com os olhos semicerrados, lançando-me o seu típico aviso “Eu sei o quê você está fazendo”.

Quase sorri maliciosa para ela, mas mantive-me neutra, erguendo o braço e batendo meus dedos à madeira de cor creme.

*Toc Toc Toc*

A mulher no interior do quarto demorou alguns segundos até que finalmente abriu a porta para nós, certamente ponderando o fazer enquanto nos encarava pelo olho mágico. Assim que a porta foi sendo escancarada, a imagem da mulher gordinha de cabelos longos, roupas um pouco desgastadas e um olhar cheio de medo surgiu.

Era Brenda.

Ela rapidamente colocou-se sobre um joelho e abaixou a cabeça, esperando ordens.

- Minha querida... você poderia sair do meu caminho para que eu possa entrar no seu quarto? – Lucy murmurou, olhando para mulher a frente de si.

- Me desculpe, minha Rainha. – a gordinha gaguejou, levantando-se com pressa e dando espaço para que entrássemos apenas nós três, pois Kristen, Halsey e Ashley ficaram no corredor.

Assim que cheguei ao centro do cômodo dei uma boa olhada ao redor, deparando-me com as coisas colocadas perfeitamente em seus lugares. Não havia um grão de poeira nos móveis, indicando limpeza. Tudo era bem decorado, com flores vivas e cheirosas.

Mas o nervosismo da dona do quarto denunciava que algo estava errado.

- Como está sendo o trabalho no refeitório? – Lucy perguntou, enquanto caminhava distraída pelo cômodo e analisava as mesmas coisas que eu. – Antes de tudo, eu preciso novamente parabenizar pelas omeletes de hoje! Estavam deliciosas!

- Obrigada, minha Rainha. – a gordinha balbuciou, balançando a cabeça freneticamente. – O trabalho está ótimo. A que devo a horda sua visita?

- Eu vou ser direta, porque ultimamente algo tem tirado o meu bom humor. – Lucy então parou de andar e analisou a figura trêmula da mulher. – É verdade que você está dando comida para pessoas que não deve, minha querida Brenda?

A gordinha arregalou os olhos e abriu a boca para responder, mas foi interrompida por Lucy que ergueu a mão, a qual não segurava o taco.

- Não minta... – a Rainha completou. – Você sabe o que vai acontecer se o fizer.

- Mas é claro que não estou fazendo isso! – Brenda rapidamente negou, suando frio.

- Oh... – Lucy cantarolou, fazendo-se de desentendida. – Se não é você, a chefe da cantina, quem é a culpada por comida estar faltando na despensa?

- Eu não sei, minha Dona!

- Brenda... Brenda... Brenda... – a mulher rosnou dramaticamente. – Não me deixe mais nervosa do que já estou! – ela grita. – Use essa sua porcaria de língua para me dizer quem está me traindo na sua cozinha!

- Por favor... – a gordinha começou a choramingar, já quase entrando em desespero. – Eu realmente não sei quem está fazendo isso... Eu... eu não sei, por favor! Por favor!

*Music  On* (Control – Halsey)

Lucy fechou os olhos com força, impaciente.

Assustada com tudo o que estava acontecendo, eu rapidamente olho para Lauren buscando por respostas e vejo brevemente em seu rosto um sinal de angústia, como se soubesse o que estava prestes a acontecer.

- Mentirosa! – a Rainha sibilou, abrindo os olhos devagar.

- Não, por favor, não! – Brenda praticamente grunhiu, entregando-se ao choro. A gordinha caiu sobre os joelhos na frente de Lucy, com as mãos entrelaçadas e implorando de forma vergonhosa. – Não faça isso!

- Você não vai mesmo me contar? – Lucy questionou, irritada.

A gordinha ponderou por alguns segundos, comentando o erro de entregar por completo que sabia quem era a traidora.

Lucy balançou a cabeça negativamente e esticou o taco para mim, indicando que eu o segurasse. Mesmo contrariada eu pego o objeto, sentindo o seu real peso pela primeira vez por causa das lascas de metal e correntes de bicicleta envolvidas na ponta.

 - Kristen, Halsey... venham cá e segurem os ombros dela. – a Rainha ordenou, levantando de leve a sua camiseta e mostrando um canivete que estava preso no cós de sua calça.

Meus olhos quase saltaram das minhas órbitas ao ver as duas mulheres adentrarem no quarto e rapidamente segurarem os braços da gordinha que já chorava compulsivamente, tentando se livrar de qualquer maneira.

Ashley estava mais atrás e encarava tudo com uma expressão de dor, sendo a única ali visivelmente incomodada com isso.

- Já que você se nega a falar... não vejo razões para continuar com a língua. – Lucia rosnou e ficou também sobre um joelho, igualando seu tamanho ao de Brenda.

Halsey logo entendeu o recado e segurou as bochechas da gordinha, deixando-as de forma côncava para que a Rainha pudesse colocar dois dedos no interior da boca dela.

Sem eu perceber, dou um passo à frente tentar impedi-la, mas logo uma mão quente segurou o meu pulso, impedindo-me. Olho para baixo vendo os dedos brancos de Lauren em minha pele e logo levanto o rosto, analisando sua expressão que praticamente implorava para que eu ficasse quieta.

Brenda grunhia com as lágrimas grossas escorrendo por suas bochechas redondas. Lucy fez um movimento com o punho, jogando a lâmina para fora do canivete com maestria enquanto segurava com a outra mão a língua esticada da mulher.

Os olhos da Rainha brilhavam, como se ela sentisse um intenso prazer com o que fazia.

Eu quis desviar a atenção, mas simplesmente não consegui quando lâmina afiada aos poucos começou a cortar o músculo da língua úmida. Brenda urrou desesperada pela dor intensa, com os olhos esbugalhados, vendo o sangue espirrando de sua boca.

Halsey e Kristen foram obrigadas a aumentar a força para segurar os braços da gordinha que tentava se soltar de qualquer maneira a cada centímetro que a faca cortava sua língua.

Respingos vermelhos vieram até mim, caindo em minha jaqueta negra. Dou um passo para trás, aterrorizada.

Meu esôfago contraiu institivamente, denunciando meu vômito seco. Coloco uma mão na frente da boca e giro o meu rosto, fechando os olhos e tentando não vomitar ali na frente de todas. Lauren, institivamente, me seguiu e quase, quase, se moveu para me ajudar. Mas então ela hesitou, e apenas manteve-se ao meu lado.

Quando tive plena certeza que não voltaria toda a omelete, eu recobrei a postura determinada a continuar meu alter ego.

Seguro um grunhido ao ver que agora Lucy já segurava a língua arrancada na palma da mão e Brenda estava quase inconsciente pela dor, com a boca espirrando uma quantidade absurda de sangue.

A Rainha se colocou de pé e passou o braço pelo rosto para limpar os respingos de sangue que estavam ali.

- Levem-na para o hospital. – Lucy ordenou para Halsey e Kristen que seguravam a gordinha quase inconsciente. – Quero que ela seja um exemplo. Quem seja a culpada do sumiço da comida perceberá que está na minha mira.

Lucy guardou o canivete ensanguentado no coldre, no cós da calça, enquanto suas serviçais saíam do quarto segurando a gordinha tendo agora ajuda de Ashley que as seguiu.

A mulher caminhou até um lixo próximo, perto de uma escrivaninha, e jogou a língua decepada ali como se fosse um descarte qualquer. Ela depois foi até a mesa central e puxou o pano limpando as mãos manchadas de sangue nele.

No chão, os respingos e a poça de sangue estavam ainda quentes e vivos assim como o silêncio entre nós três.

Lucy focou sua atenção em mim, me encarando com um olhar morteiro.

E devagar um sorriso nasceu no canto de seus lábios quando ela viu o meu medo.

- Isso foi apenas uma amostra grátis, minha querida Cabello...

I can't help, this awful energy
         Eu não posso evitar, essa energia terrível

Goddamn right, you should be scared of me
         Pode ter certeza, você deveria ter medo de mim

Who is in control?
            Quem está no controle?


Notas Finais


QUE DELÍCIA DE RAINHA, amo um humor negro hahahaha
Descobriram a origem do meu user?! Vem da minha música preferida da deusa Halsey ♥

“Ariana meio suspeita? Ally mais sumida que interação Camren? E os outros personagens esquecidos no churrasco? Victoria, cadê você minha filha?” Domingo, na próxima atualização.

Quero saber suas opiniões e teorias!
Até a próxima, beijos da autora.


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