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História Into the mirror - Story to tell my children


Escrita por: FantasminhaCLL

Notas do Autor


Ooi gente linda<3
Mais um cap pra vocês! Já que ele tá com a parte do racha e vocês não conhecem alguns dos personagens (no caso os que eu criei) vou relembrar algumas coisinhas: *Olivia acabou de entrar pra máfia (vcs vão entender melhor mais pra frente, tipo como tudo funciona, quem comanda e tals)~~já podem ir criando hipóteses. *Helena também é da máfia, sua melhor amiga é a Artemis (também é da máfia) *apelido da Artemis=panda *apelido da Helena=estrela.
Acho que é isso. Qualquer erro ou sugestão chama lá no tt: @fantasminhaCLL
Aproveitem!

Capítulo 4 - Story to tell my children


Fanfic / Fanfiction Into the mirror - Story to tell my children

POV Lauren
(09:00 AM)

- Lauren? – Mayna me chamou

- Oi

- Verônica viaja amanhã, você assumirá um catálogo de outono/inverno e um book para uma importante empresária. Vero quer lhe passar algumas recomendações.

- Eu devo subir na sala dela?

- Sim, ela já esta lhe aguardando.

- Okay, obrigada.

Subi as escadas até a sala de Vero e nem foi preciso bater, a morena logo apareceu em minha frente.

- Entre, por favor. -Ela falou de sua cadeira. -Então, Lauren, a Mayna já deve ter lhe informado do que se trata.

- Sim, você viajará e eu assumirei dois trabalhos.

-Sim, mas não são quaisquer dois trabalhos. Você fotografará Karla Estrabão em um ensaio sensual!

- Eu já ouvi falar dela, mas o que é que tem?

- O que é que tem? Lauren, a mulher é a mais arrogante e importante do ramo automobilístico, ela já ferrou com a vida de muitos empresários e eu não quero fazer parte dessa lista. Karla tem muita influencia no mundo inteiro. Você está entendendo o tamanho da responsabilidade que estou te dando?- assenti com a cabeça, já havia ouvido falar de Karla e seus carros, mas na Itália não havia tanto interesse pela vida pessoal dela. Não poderia imaginar que a mulher era tão importante assim no mundo inteiro – Lauren, assim como é uma grande oportunidade de estragar tudo, também é uma grande oportunidade de crescer. Por favor, não a desperdice.

- Vero, eu darei o meu melhor. Pode acreditar que não vou desperdiçar nenhuma oportunidade que você me der.

- Hum, nenhuma? – Ela disse com uma sorriso malicioso que me fez rir – Te pego as oito para um jantar então.

- Verônica!

- Você disse que não desperdiçaria nenhuma oportunidade!

- Que envolva fotografia!

- E eu sou advogada por acaso? Vamos, Jauregui, não é todo dia que se recebe um convite assim de uma chefe assim...

Não contive o sorriso. A mulher era realmente insistente.

- Okay, Iglesias. Me pegue as oito no meu apartamento.

- Querida eu vou te pegar a noite inteira!  

- O quê????

- As oito! Vou pedir pra Mayna o endereço.

Eu estava pasmada! Fui em direção a porta, eu não acreditava que havia aceitado essa loucura. Voltei ao meu estado normal,  eu precisava falar com o Louis sobre as fotos que faríamos. Procurei pelo homem no estúdio e o tirei de sua incrível concentração na edição de algumas fotos. Eu precisava saber mais de Karla, se ela já havia contratado a Igles para algo, se Louis tinha alguma recomendação melhor...

Uma hora de conversa. Eu estava preparada.

POV  Helena
Ruas de Miami (02:45)

- Meninas, entrem na próxima rua a esquerda. Nenhum sinal de viaturas por ai? -Bea falou pela escuta.

- Okay- falamos em uníssono.

- Por aqui tá tudo limpo. Qual o limite de velocidade mesmo? –Artemis perguntou rindo.

- Não brinca comigo, Artemis. Vocês sabem que não costumam passar carros a mais de 80km/h nessas ruas.

- Assim só chegaremos lá amanhã! –falei

- O quê? Merda! – Bea parecia falar com outra pessoa.- Garotas, sejam rápidas! As viaturas estão na cola deles e Zayn está com receio pela novata! -Bea falou nervosa.

- E os limites? -Perguntei.

- É serio que vocês querem discutir agora?

- Estrela, não tem limites. A vida é sem limites.

 Aceleramos pela rua escura, com casas simples, onde tirando nossos carros, nem o vento ousava fazer um movimento. Isso fazia com que eu me sentisse livre e até contente. Devia ser a adrenalina.

POV Zayn
Ruas de Miami (02:39)

Foi.

Em dois segundos eu já havia trocado de marcha. Meu coração acelerava junto com o carro.

130... 150... 200km/h.

Eu não distinguia mais as coisas lá fora. Tudo passava muito rápido.

-Vocês estão quase no posto policial. Continuem acelerando. –Troy avisou pela escuta.

Ia começar a diversão.

- Depois dessa curva.

Mantive minha concentração. Virei o volante completamente para a direita fazendo a curva mais fechada que pude. Ao meu lado o sedan prata de Justin. Eu sabia que o nosso objetivo ali era só despistar a polícia, mas uma racha é sempre uma racha e eu não iria perder.

Filha da puta! A desgraçada da novata havia ultrapassado os três carros menos de dez segundos de distração e ela fez isso. Merda! Merda! Merda! Soquei o volante. Voltei a acelerar. Os dois carros que estavam na pista foram para o acostamento, abrindo espaço para nossos carros.

- É a hora de se separarem. Daqui dez metros virem a direita.

Estava tão focado em ultrapassar a novata que havia me esquecido dessa parte do plano. Olhei no retrovisor e vi as quatro viaturas. Tudo como o planejado.

-  Zayn? – ouvi a voz de Olivia na escuta.

- Novata.

-Cada um cuida de uma? -Ouvi ela dizer enquanto dobrava para direita. Aproveitei e acelerei, eu ainda queria ultrapassá-la. De certo por um susto ela jogou o carro um pouco para a esquerda. E Zayn assume a liderança novamente. Pensei comigo mesmo.

- Filho da mãe! Quantos anos você tem? Não consegue ver as viaturas aqui a trás?

Ah e como eu conseguia. As sirenes eram como música para meus ouvidos.

- Eu tenho 23, por quê? Está interessada?

- Peguem a próxima a esquerda. Justin está com problemas.

Fiz outra curva fechada e vi a cara seria da novata pelo retrovisor. Ela tinha um olhar tão focado. Parecia uma assassina ou sei lá. Saimos na geral, logo atrás das viaturas que perseguiam Justin e Derek. Merda. Os dois carros da polícia que estavam atrás de nós haviam acabado de sair  na geral também. Estávamos cercados. Porra!

- Zayn, vocês tem que se livrar do carro em sua frente. Derek foi baleado no braço. -Ouvi a voz do Justin pela escuta.

Mas um tiro, dois. O sedan preto de Derek rodopiou na pista e se chocou contra a viatura que estava atrás.

- Isso deve dar um tempo pra vocês. Eu paro por aqui. -Derek falou abafado na escuta.

- Filhos da puta! – Tirei minha arma da parte inferior do banco e abri a janela ao meu lado. -Morre desgraçado! – Senti que havia perdido um pouco do controle do carro devido ao recuo da arma. Joguei a arma no banco do lado e segurei firme o volante. Reassumindo o controle.

- Irmão você é louco! –Derek falou baixo.

- Aguenta ai, cara.

-Troy, o D foi baleado. Precisa de cuidados.

- Lucy está indo com Niall no helicóptero pra ai, continuem.

Justin estava bem a frente, mas seu carro não devia estar a menos de dois metros da vitura. Acelerei, esquecendo a novata ali atrás. Justin percebendo minha intenção, desacelerou seu sedan. Emparelhando com a viatura. Logo eu também já estava ao lado.

Nos afastamos um pouco e logo torcemos o volante inteiro em direção ao carro do meio. Cinco, seis vezes. Eu já não tinha mais retrovisor.

- Olha, a brincadeirinha de vocês está super divertida, mas eu preciso de ajuda- Olivia falou irônica.

Pelo retrovisor vi que a novata estava na mesma situação da viatura entre nós. Dei ré e atravessei meu carro na pista, um minuto e eu colidiria com três carros. Eu não tinha muito tempo. Abri a janela e peguei minha arma. Mirei no pneu da viatura a esquerda. Tiro certeiro, mas eu não vacilaria. Acertei os dois pneus frontais e depois mirei na outra viatura.

- Me deve uma – Disse enquanto voltava a endireitar o carro na pista

- Que tal se eu fizer um strike nas motos que estão vindo ai?

 Justin mal havia se livrado da viatura a seu lado e já haviam mais problemas pela frente.

- Eu achei que você tinha dito que o posto policial só estava com 4 motos.   -Falei pelo microfone com Troy.

- E estava! Quantas motos estão ai?

- Umas dez e mais duas viaturas lá atrás.

- Vocês estão fodidos! Bea fala com as garotas. Não temos muito tempo. Elas tem que descarregar logo.

- O Derek tá lá atrás, porra! As viaturas. -Praticamente berrei para Troy.

- Cadê o helicóptero, Troy? – Justin berrou irritado.

- Puta merda. Novata e Justin cuidam das motos, Zayn, as viaturas.

POV Helena

O ponteiro não parava. Eu acelerava como uma louca. Artemis estava logo atrás de mim. Paramos no lado de trás do mercado. Tudo como o combinado. Dei o sinal de luz. Tres vezes. Esse era o “código de acesso”. Logo uma das garagens se abriu e entramos.

Algumas luzes iluminavam o local. Haviam caixas pelo chão e uma mesa ao fundo com o comprador e dois seguranças.

As paredes eram brancas e havia espaço para uns quatro carros ali. Sai do carro ao mesmo tempo que Artemis.

- Chegaram cedo.

- Contratempos – respondi o mais direta possível.

- Problemas?

- Nada com que devam se preocupar – Foi a vez de Artemis falar.

-Algo me diz que não estão afim de conversa...

- Já disse que estamos com problemas. Não temos tempo. Cadê o dinheiro? – Eu disse seria

- Como Cadê o dinheiro? Nós já pagamos pela mercadoria!

- Metade! – Artemis falou inconformada  

- E o que vocês querem? Já sabem como funciona: metade antes, metade depois. Cadê a mercadoria?

- Vou te dizer o que eu não quero: calote – Falei

- Esta duvidando de minha palavra?

Fiz sinal com a cabeça para que Artemis fosse até a porta-malas de seu carro. Um dos seguranças do comprador seguiu Artemis com o olhar.

- É muito pesada! – A garota berrou de dentro do porta-malas

- Pode ajuda-la – Perguntei ao segurança. O homem logo foi até ela. Tirando a grande caixa de dentro do carro

- Está tudo ali? – O comprador perguntou. Esse homem me dava arrepios

- A outra metade está no meu porta-malas

- Abra – Ele disse quase bufando

- Claro, mas antes o dinheiro

- Voce acha que isso é brincadeira, garota? – ele disse se levantando

- Meus superiores deram uma segunda chance para vocês, mas isso não quer dizer que estamos confiando na sua palavra.

- Você quer que aconteça a mesma coisa? O que duas garotas como vocês podem fazer contra meus seguranças?

Artemis apareceu sorrindo sacana – É melhor pagar para não ver.

Um dos seguranças levantou e bateu na porta que dava acesso ao açougue do merdado.

Saíram de lá cinco homens armados.

Duas contra oito me parecia suicídio.

-Sempre jogando sujo, não é? –Artemis falou trincando o maxilar.

Os dois seguranças que estavam desde o início na garagem empunharam suas armas.

-Tá certo, a gente entrega a mercadoria. -Eu disse tentando parecer o mais calma possível.

-Estão me ouvindo?- A voz de Bea soou na escuta. –Entreguem a mercadoria e saiam dai com ou sem dinheiro.

-Me ajuda com a caixa? -Eu disse me direcionando a Artemis. –Após chegarmos perto do porta malas...- Falei o mais baixo possível enquanto caminhávamos  para o carro, sendo observadas a todo o instante por cada um dos seguranças. –Sobe e fecha eu vou jogar...

-Eu ouvi alguma coisa? –A voz do comprador  ecoou pelo local quase me fazendo dar um pulo.

Senti meu corpo gelar. Estávamos ferradas, se alguns dos homens resolvessem começar a atirar não teríamos saída, seria o nosso fim. Tentei pensar em alguma resposta, mas tudo o que vinha a minha mente era que eu precisava chegar ao carro e pegar a minha arma. Precisava tirar Artemis dali, precisava viver tudo o que eu nunca havia tido tempo ou segurança para fazer.

-Não estou vendo o caminhão. Como irão transportar?- Artemis finalmente respondeu e voltou a fitar os homens. Me virei para fazer o mesmo e senti um ódio imenso percorrer o meu corpo. Observei o rosto da pessoa que eu mais queria ver estirado ao chão sangrando até a morte.

O comprador tinha uma de suas sobrancelhas arqueadas avaliando se a pergunta era de fato o motivo dos sussurros entre mim e Artemis.

-Como eu já disse, vocês chegaram cedo, mas ele não demora a chegar.

Assentimos e voltamos a nos virar e caminha para o carro.

Artemis parou em frente ao porta malas com os olhos carregados de medo e duvidas. Eu sabia que as chances de algo dar errado pelo fato de eu não ter tido oportunidade de explicar o resto do plano para ela podia estragar tudo.

Eu teria que arriscar e que o universo conspirasse a nosso favor. Abri a porta do motorista e logo pude ouvir a voz rude do homem.

-Afaste-se daí agora!

Um dos seguranças deu um passo a frente e engatilhou sua arma, apontando-a para mi.

-Co-como você acha que se destrava o porta malas? –Me praguejei  infinitamente por ter gaguejado.

O segurança virou levemente a cabeça para o comprador como que para saber o que fazer.

-Ande, animal, as ajude! Eu quero minha mercadoria.

Agora era a hora. Destravei o porta malas e logo o ouvi fechar. A prova de balas, não é? Amém. Abaixei o banco de trás para que Artemis pudesse passar. A entreguei a shotgun de cano cerrado. Eu esperava que ela soubesse manusear tal arma.

Os disparos começaram, deixando pequenas marcas por todo o carro. Meu coração parecia querer saltar de meu peito. Peguei a munição extra para a minha pistola.

-Trava o carro! –Artemis berrou ao ver o segurança se aproximar do carro enquanto os tiros paravam para que ele pudesse fazer isso.

Minhas mãos começaram a suar, qual era a porra do plano agora?

-Eles vão tentar abrir, botar fogo ou algo do tipo. Eu cuido disso, depois você desce e não morre. –Artemis parecia ter lido os meus pensamentos e havia acabado de formular o tal “plano”. –Boa sorte, estrela. –Ela disse quando o segurança começou a forçar a porto do passageiro.

Pude ver a garota, loira com os olhos verdes, abrir a porta do banco traseiro do motorista. Já que essa era a única parte do carro que não estava na mira do resto dos homens que começaram a se espalhar.

Artemis desceu do carro e se abaixou. Fazendo o pneu de escudo, ela permaneceu agachada e mirou na perna do segurança que forçava a porta.

-Boa sorte, panda. –Eu disse num sussurro inaudível. Senti meus olhos arderem, eu não poderia fraquejar. Aproveitei a distração do homem já baleado e abri a porta do passageiro atirando no pescoço do mesmo.

Ouvi o tecido de couro do banco que eu estava ser perfurado. Merda. Fechei a porta novamente. Me direcionei a outra porta onde Artemis se encontrava do lado de fora.

-Me segue com o carro, preciso de cobertura. –Rapidamente entendi o que ela queria e teria, meu carro de escudo móvel.

Artemis começou a caminhar ainda abaixada ao lado do pneu. Destravei novamente apenas a porta mais próxima a ela.

Dois homens se aproximavam devagar. Um para cada lado.

Dirigi até quase bater na parede. Parecíamos crianças montando um forte. Aquilo era nossa barreira. Agora poderíamos ser baleadas apenas pela traseira do carro e por baixo dele.

Estava bolando uma estratégia para acertar o homem da esquerda. Depois que ele passasse pelas caixas de madeira, eu teria uma grande chance. Pude ouvir o disparo da shotgun, me fazendo perceber que agora ele não era mais um problema.

O homem da direita começou a se esquivar entre algumas caixas, passando a tentar mirar na panda. Não poderia deixar que ele conseguisse. Abaixei a janela e mirei na cabeça do desgraçado. Vi a cabeça do homem virar junto com sua arma. Puxei o gatilho, vi em menos de um segundo a bala perfurar a testa do homem, que passou a cair para trás, disparando uma última vez antes que o som de seu corpo caído pudesse ser ouvido por todos e começasse uma nova série de disparos em minha direção.

Me abaixei no banco parar me proteger e fechar a janela.

Já haviam três corpos ao chão e por sorte, ou treinamento, não eram os nossos.

Observei a movimentação novamente. Eu não sabia por quanto tempo os vidros durariam. Tudo estava parado demais. Muito calmo para o meu gosto. Talvez fosse certo sair dali agora, mas o que eu ganharia com isso? Nada teria valido a pena e pelo o que eu conhecia de Artemis ela diria o mesmo. Nós iríamos até o final.

-Por que vocês simplesmente não me obedecem? –Bea falou irritada na escuta.

-Achei que o nosso pagamento dependesse disso...

-A vida de vocês vale muito mais do que uma mala de dinheiro! Voltem agora, enquanto ainda podem!

Senti meu coração desacelerar um pouco. É como se esse tempo todo eu estivesse no piloto automático, tomada pela adrenalina.

Senti uma lágrima correr pelo meu rosto.

Fui até o lado de fora onde Artemis atirava em câmera lenta, onde o coice da arma estava em câmera lenta, onde o mundo estava em câmera lenta. Os disparos eram suaves. A gravidade pesava.

TUM... TUM... TUM... TUM...

Era o barulho ecoando dentro de mim.

A loira ao meu lado me olhou assustada.

Ela abriu a boca e falou, falou algo que nem eu mesma entendi.

Sangrando

Eu li em seus lábios sangrando.

O que estava sangrando?

Um... dois... três tiros. O barulho fazia minha cabeça doer.

Artemis pegou sua arma e matou quem quer que tivesse feito aquele barulho.

Seu rosto tinha um feição séria, traiçoeira.

-MORRA! –Ela berrou fazendo minha cabeça latejar. Fechei os olhos tentando me livrar daquela sensação, mas era em vão. Ter fechados os olhos naquele instante poderia ser a melhor coisa da minha vida. Eu precisava descansar, e eu o faria senão fossem as marteladas que qualquer som causava na minha cabeça.

Abri levemente os olhos e não havia nada alem daquela feia parede branca na minha frente. Observei as manchas naquele monte de branco. Observei por não mais do que três segundos que mais pareceram uma eternidade.

POV ARTEMIS

Hospital de Miami –(07:00)

Acorda. Vamos, abra os olhos pra mim.

Segurei em sua mão, ela dormia tranquilamente.

O barulho de todos aqueles aparelhos preenchiam meus ouvidos, e eu tinha certeza que meu coração estava batendo tão devagar quanto o dela.

Vamos, estrela. Acorde.

 Suas mãos estavam frias como sempre, mas esse detalhe me assustava agora.

O barulho irritante dos aparelhos eram o meu maior consolo no momento.

Meu celular tocava incessantemente, e eu não me dava ao trabalho nem ao menos de desligá-lo, eu só precisava segurar aquelas mãos frias e ter a certeza que no final da noite elas fariam cafuné em mim.

Acorda, estrela. Por favor.

Eu preciso que você acorde.

Vamos, você consegue.

E a porcaria do telefone não parava de tocar. Olhei na tela que mostrava o nome de Bea. Eu precisava atender, mas tudo em mim gritava para que eu não fizesse aquilo.

Deslizei meu dedo na tela para atender a ligação. Era hora de parar de fugir.

~~ligação on~~

-Finalmente! Aonde vocês estão?

Minha garganta parecia estar fechada com um nó que se formava nela.

-Artemis, fala comigo. Eu sei que você ta ai.

-O-oi. –Foi tudo o que pude dizer.

-Como ela está?

-Ela ta... dormindo.

-Artemis, você entendeu o que eu perguntei. Você a levou para onde?

-Não interessa para onde eu a levei! Eu não podia deixá-la morrer! –Toda a ardência em meus olhos se transformou em lágrimas encharcando o meu rosto. –Bea, ela pode morrer. – Eu disse entre soluços desesperados.

-Hey, calma. Ela é forte! Você sabe disso.

-Ela perdeu muito sangue. Eu não devia ter seguido com a missão. –Tudo em mim parecia gritar por um abraço, um colo, qualquer que fosse o consolo. Eu precisava que ela acordasse. Eu precisava dela.

-Vocês já passaram por muita coisa e essa é só mais uma delas. Não se preocupe, eu sei que ela vai ficar bem.

-Se ela não acordar eu nunca vou me perdoar.

-Shiiii, calma. Vai ficar tudo bem. Mas agora eu preciso que você me fale aonde estão.

-Eu não vou deixar vocês a tirarem daqui! É a vida dela que está em risco!

-Se você não me disser não vai ser só a dela. Vamos, Artemis, colabore.

-Eu-eu não posso.

Todas as cenas giravam em minha cabeça, desse ponto de vista tudo parecia um erro. Eu queria gritar, eu queria fugir dos meus próprios pensamentos.

-Artemis, nós já rastreamos a ligação. Me desculpe.

-Vocês não podem tirá-la daqui. É a vida dela Bea.

-Eu vou fazer o possível. Mas ficar ai é arriscado demais. Como você conseguiu que ela entrasse?

-Eu apenas disse que estava indo para a casa de meus avós num subúrbio e achei minha prima, Stela, baleada.

-Eles pediram documento?

-Pediram, mas eu comecei a chorar incessantemente e eles deixaram para acertar a papelada no final.

-Eu espero que você esteja falando a verdade.

-Eu não brincaria com a vida dela.

-Eu sei que não. Nós vamos resolver isso. Estou indo para aí.

-Tá bom.

-Até mais.

~~ligação off~~

-O-o meu brilho...

Eu conseguia ouvir a voz dela em minha cabeça. O que ocasionou mais e mais lágrimas em mim.

-E-ele não pode apa-pagar.

Não era em minha cabeça.

Me virei para olhá-la.

A garota deitada na cama, com uma daquelas roupas horríveis de hospital e cheia de fios grudados a ela, fazia um esforço enorme para abrir os olhos.

-O seu brilho não pode apagar, estrela. –Eu disse ainda chorando e com um sorriso idiota nos lábios por ela lembrar disso.

-Meus olhos estão pesando uma tonelada.

-Eu imagino...

Voltei a segurar a mão da garota em minha frente.

-Tive muito medo de te perder. – Desabafei.

Ela sorriu levemente e apertou de leve a minha mão.

-Eu acho que estou bem... tirando algumas dores e esses fios... o que aconteceu?

Apertei meus olhos para não deixar que mais lágrimas corressem por minhas bochechas, o que foi totalmente inútil.

-Você não tem que se preocupar com isso agora. Apenas descanse. –Sorri o mais convincente que pude.

Helena abriu um pouco mais os olhos e tentou fazer uma cara de brava, o que acabou virando uma careta pela dor.

-Ah, qual é? Vai ser a melhor história que eu vou ter para contar pros meus filhos. Não me negue isso. Eles precisam saber das loucuras da mãe. – Ela passou a rir de leve e me fitar com aqueles olhos castanhos pidões.

-Eu quero tanto te bater, estrela. – Eu disse rindo sincera. –É sério que quer ter filhos? Dessa eu não sabia.

-Shiiii, é claro que é. Mas agora me conta a história.

-Ta bom...

~~flashback on~~

Dois homens se aproximavam, um pela direita e um pela esquerda.

Empunhei a arma e mirei no desgraçado da esquerda.

Pelo menos eles já estavam vestidos adequadamente para o próprio velório. Pensei ao olhar para o homem na mira de minha arma. Ele usava um daqueles ternos pretos, super clichês de seguranças particulares.

A bala saiu pelo cano de minha arma. Como eu amava isso!

Mais um disparo e o segurança caiu no chão.

Passei a olhar um homem atrás de uma caixa de madeira com laranjas dentro. Ele estava no lado oposto da garagem, mas eu facilmente o mataria. Voltei a me posicionar atrás do pneu e preparei a arma. Eu teria que ser rápida e atirar na cabeça dele.

Três... dois... um...

Me inclinei para o lado, levantando levemente a arma. Puxei o gatilho em direção ao homem.

Nada saiu.

Porcaria de munição.

Voltei a me esconder enquanto varias balas eram disparadas em minhas direção, acertando a parede. Peguei a munição extra em meu bolso.

Pude ouvir o barulho da porta sendo aberta. Helena cambaleou para fora.

Tentei me manter focada em matar os homens, mas algo nela me chamou a atenção. Após dar alguns disparos na direção dos homens voltei a olhá-la.

Ao perceber o sangue jorrando do peito e do braço da garota me vi assustada. O mundo parou por um segundo.

-Você está sangrando. Volte para o carro. – Foi tudo o que consegui pensar em falar.

Desgraçados!

Eu mataria um por um.

Um... dois... três tiros... eu apenas atirava em cada um dos desgraçados sem pensar em me esconder. Aquilo não importava mais para mim. Eu apenas precisava matá-los.

-MORRA! –Eu berrei com todo o ódio que percorria em mim.

Voltei a fitar a garota ao meu lado. Agora ela estava agachada, escorando-se no carro, com os olhos fechados.

-Estrela, abra os olhos. Estrela!

Helena me obedeceu, tentando olhar para frente e tendo seu corpo pesando. Ela iria cair.

Os tiros não cessavam contra mim. Restavam um segurança e o comprador.

Com muito esforço tentei levantar Helena do chão.

-Estrela, me ajuda.

Empurrei seu corpo para o banco de trás do carro. Agora ela estava quase segura.

Ouvi passos próximos. Próximos demais. O ultimo segurança apareceu um segundo depois que joguei o meu corpo para dentro do carro, caindo desajeitada sobre Helena e travando a porta.

Droga!

Minha arma havia ficado no chão.

Pulei para o banco da frente enquanto o homem forçava a porta que eu não sabia quanto tempo resistiria.

Dei a partida no carro. O segurança me fitou assustado e passou a bater com a minha arma no vidro, causando leves rachaduras, que em breve cederiam.

Dei a ré. Desestabilizando o segurança que correu junto com o carro.

Em uma manobra arriscada para um local tão pequeno girei o volante, fazendo uma curva em direção ao homem.

Vi seu corpo rodar pelo capô.

Troquei de marcha e passei mais uma vez sobre o seu corpo.

Olhei para os lados, nada do velho com a cicatriz. De todas as pessoas no mundo aquele comprador era o topo de minha lista negra.

Eu o acharia nem que fosse no inferno.

Abri a porta do carro e peguei a shotgun do chão.

Ouvi uma porta sendo aberta. No mercado.

Corri naquela direção.

Saindo no açougue.

Em um lugar cheio de sangue o daquele homem não faria diferença nenhuma.

Havia uma porta de empurrar, fazendo movimentos brutos para trás e para frente. Ele havia passado por ali.

Corri até lá por onde o homem quase chegava a parte convencional do mercado.

-Se não parar, eu atiro. –Falei o mais alto que pude.

O que fez o homem correr ainda mais rápido. Para um homem de cinqüenta anos, até que ele era rápido. Pena que eu era muito mais.

Dei um tiro em cada perna do idiota em minha frente.

Que caiu na mesma hora, levando uma de suas mãos até o cós da calça onde havia uma pistola.

Mais um tiro disparado na direção dele, dessa vez meu alvo havia sido a mão dele.

Por cinco centímetros eu havia errado, mas esse havia sido um dos melhores erros da minha vida.

Ao invés de acertar a mão como o planejado, acertei no pulso. Ele iria morrer a qualquer momento.

-Me deixe em paz! – O homem berrou desesperado.

Caminhei lentamente em sua direção.

-Hora de partir.

-Você vai me deixar? -Ele perguntou receoso.

-Vou te deixar no inferno, desgraçado.

Foi tudo o que disse antes de puxar seu corpo pelo chão até a parte de dentro do açougue novamente. Peguei a primeira faca que vi em minha frente e voltei para a frente do homem.

-Mande lembranças ao capeta. – Falei para o homem enquanto empurrava seu braço para uma máquina de fatiar carne.

-NÃO! POR FAVOR! EU IMPLORO.

Pude ouvir seus berros ressoando por todo o ambiente. Fiz o mesmo com o outro braço dele.

Seus olhos já haviam fechado. Ele não tinha mais vida, mas eu sempre me certificava, então fiz um corte em sua jugular.

Pronto.

Voltei correndo para o carro de Helena, encontrando a garota completamente apagada no banco, com um poça de sangue manchando sua roupa.

Endireitei seu corpo e  fiz uma ultima coisa antes de dar a partida.

Dirigi apressada pelas ruas de Miami até o primeiro hospital que vi com Bea e Troy me xingando pela escuta me mandando voltar a todo o custo para o galpão.

~~flashback off~~

-Meu deus! Isso poderia virar um filme! –A  garota deitada em minha frente falou animada.

-Cala a boca, estrela. Eu tive muito medo.

Helena passou a acariciar minha mão, tentando me trazer conforto.

-Todos temos medo, panda, e mesmo com esse sentimento nojento, você foi incrível. Você realizou sozinha tudo isso. Matou aquele filha da p...

-Não fiz nada sozinha. Você estava lá comigo. Senão fosse isso...

-Eu estava desmaiada, impossibilitada de te ajudar. Você foi incrível.

-Mas foi por você que eu fiz isso.

Helena me fitava, chorando silenciosamente. Éramos nossa própria família, claro que Zayn também estava nela, mas era diferente. Eu e Helena não tínhamos nenhum laço de sangue e parecíamos  ser irmãs gêmeas, eu faria de tudo por ela e ela por mim.

Alguns anos depois acabamos por entrar nesse mundo ilícito e junto com eles ganhamos uma nova família. Nossas vidas estavam em jogo a cada segundo. Nós podíamos ser as ultimas pessoas que veríamos antes de morrer, e com isso todos da máfia viraram muito mais que aliados, viramos irmãos, com exceção de Bea, que por todo o seu cuidado com cada um de nós, virou a mãe.

(...)

POV NARRADOR

Muitas coisas haviam saído do planejado.

O galpão estava um caos. Troy já havia arrancado tufos de cabelo em frente ao painel de computadores, invadindo sistemas de seguranças e apagando imagens que comprometessem a equipe. Zayn corria de um lado para o outro em busca de informações sobre Derek e Helena, irritando a todos com o seu desespero gerado pela preocupação. Niall contatava as pessoas responsáveis pela “limpeza” de toda a sujeira gerada na entrega. Bea havia partido para o hospital salvar a pele de Artemis e Helena antes que o “chefe” descobrisse a grande besteira que as duas haviam feito. Justin começou a concertar os carros com a ajuda de Olivia, que se mostrou muito mais inteligente do que o garoto esperava.

Haviam diversas discussões pelo ambiente. Zayn xingava Deus e o mundo pelo o que poderia estar acontecendo a irmã e ao amigo. Justin o mandava calar a boca de trinta em trinta segundos. Olivia perguntava para si mesma o que estava fazendo ali. Niall tentava entender  tudo o que Troy fazia, mas sem sucesso, acabava por desconcentrar o colega que se irritava cada vez mais e estava prestes a socá-lo.

-Zayn ligue para Artemis, precisamos de noticias do hospital. –Troy gritou de seu lugar sendo prontamente atendido pelo homem mais desesperado no galpão.

-Troy... – Niall voltou a chamar a atenção do homem ao lado que bufou na mesma hora, prestes a explodir. -Já falei com todos da limpeza, eles já foram para os locais indicados e não tem certeza se conseguirão arrumar tudo em menos de uma hora.

-Precisamos de mais tempo, não tem como atrasarmos a abertura do mercado?

-Digamos que ele já abra tarde demais na opinião de moradores... e você sabe... o povo lá é barra pesada.

-Precisamos mudar o jeito com que as mortes aconteceram! – Troy disse como se houvesse sido iluminado.

-Você está sugerindo algo? –Niall disse tentando ganhar tempo de acompanhar o raciocínio de Troy.

-Niall, não há tempo de limpar tudo. Você sabe quantas mortes aconteceram? É muito sangue! Vai ser impossível fingir que nada aconteceu.

-Mas... mas nós sempre conseguimos! –Niall gaguejou assustado com quaisquer que fossem as próximas palavras que sairiam da boca de Troy.

-Porque sempre temos mais de uma hora e convenhamos geralmente não precisamos matar tantas pessoas.

-Mas e as câmeras do mercado? Como falaremos que as mortes aconteceram de uma maneira diferente sendo que tudo deve ter sido filmado.

-Não me ofenda, Niall! Até parece que não conhece as minhas habilidades com computadores.

-Eu falei besteira. Foi mal... – O loiro disse sincero.

-Ligue para a equipe, afinal haviam seguranças querendo matar seu próprio chefe! Que absurdo. –Niall riu da confiança de Troy.

...

Após telefonarem novamente para equipe e contarem o novo plano, Troy reuniu a todos os presentes no galpão para fazer o mesmo.

-Dessa vez você se superou, nerd! –Justin disse empolgado.

-Qual a arma que as garotas usaram? –Olivia perguntou.

-As armas delas, pistolas. E enquanto Bea dribla a segurança do hospital, Artemis irá cuidar das armas.

-Eu acho que entendi o que Olivia quis dizer com isso... Troy, você deu um Shotgun para mim e outra para a Helena... –Zayn comentou frustrado.

Olivia começou a olhar fixamente para a parede tentando pensar num modo de solucionar tudo aquilo.

-Merda! Merda! Merda! –Troy começou a berrar dando círculos em seu lugar e agarrando seu cabelo com força.

-Nós precisamos botar essa arma lá também. –Olivia disse ainda olhando para a parede.

-É, Troy, ela deve estar no carro também... é só pedir para a Artemis cuidar disso...

Troy virou-se em direção a Zayn que havia acabado de se pronunciar. O homem tinha a face vermelha e o cabelo completamente bagunçado.

-ACONTECE QUE AQUELA ARMA ERA REGISTRADA! –Troy desabafou.

Todos no local ficaram estáticos, em choque. Troy era um gênio, raramente cometia erros e esse era muito pior do que qualquer um poderia imaginar


Notas Finais


Espero que tenham gostado... Peço desculpas pela demora, mas com o meu celular estragado eu nem tenho vida social direito... vou fazer o possível para postar mais rápido dessa vez. Se quiserem deixem sugestões, opiniões e indiquem pros amiguinhooooos. É isso gente, até a próxima!
Ps: vão ocorrer mts flashbacks na história agora pra explicar melhor como é esse mundo ilícito da fic...
Ps2: no próximo cap vcs vão descobrir o que aconteceu com a Lauren e a vero!
Bj bj


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