História Into You - Problem?

-Guerra, eu vou entender se você não quiser entrar! A gente pode voltar outro dia. -Alícia falou calma vendo que o namorado estava a meia hora em frente a mansão dos guerra's sem fazer nada além de olhar.

-Não,eu... Eu quero fazer isso! -o moreno disse confiante e trocou um sorriso com a gusman. Ao descerem do carro olharam surpresos ao ver Marcelina e Mário parados ao lado de um táxi.

-pirralha? O que ta fazendo aqui? -Paulo perguntou confuso.

-eu tava parece uma louca te procurando e o Koki me falou o que você veio fazer. Tem certeza que está pronto? -a irma perguntou com compaixão.

-com vocês aqui tudo parece mais fácil, só queria que o japonês tivesse vindo! -o menino disse suspirando.

-eu não falei que ele ia me querer por perto, pigmeu! -o ruivo surgiu de dentro do táxi fazendo todos rirem.

-ele insistiu em vir, eu falei que não seria uma boa idéia,mas já que você concorda, bem, vamos entrar! -Marcelina disse nervosa. 

Caminharam atravessando o grande portão da mansão. Assim que chegaram na porta princial, Paulo respirou fundo, segurando na mão da namorada e apertando a campainha.

Não demorou muito para a porta ser aberta pelo mordomo que ao ver os garotos esbugalhou os olhos surpreso.

-Otaviano, quem é? -Paulo quase caiu pra trás ao ouvir a voz de Lilian que veio caminhando rapidamente ate a porta, fazendo o barulho de seus saltos ecoarem pelo chão da sala de estar. Assim que a mulher colocou os olhos em Paulo a mesma deixou algumas lagrimas caírem. Otaviano, entendendo que aquele momento era apenas da família, se retirou, fazendo Lilian se achegar perto de Paulo.

-Paulo... -assim que a mulher falou seu nome, imagens do dia em que Diana morreu passaram por sua cabeça, o fazendo lembrar o motivo que fez ele tomar a decisão nada fácil de se redimir. E então deixando todo o orgulho e magoas no passado, Paulo se jogou contra os braços da mãe, afogando toda a saudade que sentia, toda a dor e rancor de ser abandonado foi embora. Ele não precisava dos "pais" biológicos, aliás tudo o que ele precisava estava ali, na sua frente.

-me perdoa,mãe! Me perdoa por tudo, eu fui um idiota, um estúpido, eu te amo! -o garoto falava tudo muito rápido, mostrando o quão nervoso e arrependido estava. Lilian então beijou o topo da cabeça do mesmo com um pouco de dificuldade, pois Paulo era maior que a mulher. 

-está tudo bem, meu querido! Esta tudo bem agora! -a guerra mais velha disse sorrindo.

-Lilian,mas que gritaria é es... Paulo? -Roberto guerra quase caiu da escada ao ver o menino que levantou o rosto, olhando para o homem que o salvou do abandono.

-oi, pai! -ao ouvir isso, Roberto se desmanchou em lágrimas, acabando com a imagem que tinha de empresário durão. O homem desceu as escadas ao encontro do filho que ao chegar perto do pai, o abraçou fortemente. Paulo, pela primeira vez em anos, sentiu o quão doce é o sabor do perdão.

-você voltou, voltou pra nós! -Roberto disse emocionado.

-eu nunca fui embora, papai! Me desculpe... 

-esta tudo bem! Ah, paulo! -Roberto abriu um grande sorriso e logo Lilian e Marcelina se encaixaram no abraço em família. Alícia, Mário e Kokimoto apenas se abraçaram pelo ombro, sorrindo emocionados ao ver a cena. Tudo estava bem, afinal.

-Então você é ? -Lilian perguntou para Alícia enquanto saboreavam um prato totalmente estranho para a garota.

-Alícia. Alícia gusman. - a morena respondeu.

-gostei das suas roupas Alícia, são exóticas e cheia de atitudes! -roberto elogiou arrancando um sorriso da nora.

-uau... Obrigada, senhor! -a menina disse tímida.

-e você e o Paulo namoram? -Lilian perguntou na lata fazendo Alícia corar e Paulo se encolher em sua cadeira.

-sim, dona Lilian, e peço perdão por não temos falado antes! -a menina disse assustando paulo com sua total educação. Seria sua namorada uma boa atriz?

-que isso, eu acho que já estava mais do que na hora! -a mãe guerra disse sorrindo.

-vamos sair desse assunto e falar do namorado da marce, diga "oi" Mário! -paulo falou fazendo Marcelina o fuzilar.

-é o que? -Roberto ginchou olhando para o amante de animais que estava sem reação.

-Paulo! -Marcelina repreendeu o irmão irritada.

-quais são suas intenções garoto? Você trabalha? Tem uma casa? Algo a oferecer pra minha filha? -roberto disparou as perguntas fazendo Alícia rir. 

-ele ta na faculdade, pai, pelo amor de Deus! -Marcelina disse bufando.

-olha como fala, Celina! Lilian, dê um jeito na sua filha! -roberto falou serio.

-eu falaria coisa pior, acredite. Qual o problema? Ele parece ser um bom rapaz, deixe de palhaçada Roberto! -lilian disse encarando o marido.

-eu não estou valendo nada mesmo! -Roberto falou fazendo todos explodirem num riso alto.

-bem vindos a família guerra, queridinhos! -Kokimoto falou levantando sua taça com suco.

[…]

-sabe, guerra? Eu to muito orgulhosa de você. Finalmente tomou coragem e passou por cima do seu orgulho, isso foi lindo! -Alícia disse no carro enquanto voltavam da casa dos sogros. Já era noite e os dois casais junto de Kokimoto haviam passado o resto do dia na casa dos guerra's. 

-não foi nada fácil, confesso, mas eu me sinto livre, entende? Como se um grande peso fosse tirado de minhas costas. Isso é bom! -Paulo disse sorrindo. 

-PUTA MERDA! 

-se gritar assim de novo eu te boto pra fora do carro, Marcelina! -Paulo gruniu ao ouvir o berro da irmã. 

-como assim sábado você vai se formar, Alícia? -a baixinha perguntou seria. 

Ao ouvir falar naquele maldito nome, alicia engoliu em seco. Ainda não estava preparada pro que poderia acontecer.

-pois é.. Vai ser sábado. Estão todos convidados inclusive! -a menina disse sem graça. 

-Meu Deus, eu não tenho nenhum vestido, Mario! 

-pelo sangue! -o Ayala disse fechando os olhos e suspirando. 

-não to preparado pra ficar sem te ver na faculdade, gusman! 

-nem vem, a gente vai se ver todo dia, guerra. Para com essa viadagem! -a menina disse rindo. 

-você estraga todo o clima! -Paulo falou fingindo irritação e recebendo um selinho da namorada, enquanto Marcelina tagarelava no banco de trás sobre o vestido da formatura. 

[…]

Mário entrou no pequeno apartamento e largou o molho de chaves no balcão, sorrindo ele tirou a jaqueta e andou ate a sala. 

-Diana, você sabia que a Alícia vai... -ao se ouvir, Mario parou no meio do lugar. Respirou fundo e se deu conta de que a pessoa com quem ele estava falando não estava ali. 

-é claro que você não sabe... Você não está aqui... 

O menino fechou os olhos com força, recusando fraquejar. Ele estava a dois dias segurando sua dor, esperando e torcendo para que ela não viesse. Mas ela veio e foi pior do que ele imaginava. 

Seu peito começou a arder de uma forma desesperadora. Seus olhos lacrimejaram com força, fazendo lágrimas lavarem seu rosto. Suas mãos tremeram e suas pernas fraquejaram enquanto ele caia no chão aos gritos, abraçando o próprio. 

-por que, Diana? Por que tinha que ser você? Por que você foi embora? Por que Diana, por que? -sua voz saia alta, fazendo eco pelo lugar. Seu corpo num surto de dor se levantou e logo as mãos morenas derrubavam vasos, copos, objetos. Suas mãos puxaram a toalha de mesa, a capa do sofá, as almofadas voaram pela sala, os pratos caíam como pequenas pedras de gelo no chão, se espatifando e ao final de tudo, Mario caminhou, zonzo, ate o quarto que era da irmã. Ainda estava do mesmo jeito, seu cheiro ainda estava ali, suas fotos enfeitavam o lugar de cor amarela, junto aos pôsteres de "The Beatles".

Tudo que era dela estava ali, menos o mais importante: ela. 

-eu poderia ter te ouvido, eu poderia ter convencido o pessoal a ficar e assim você poderia estar aqui. Do meu lado, comendo pipoca e me brigando quando ficasse acordado até tarde. Diana, você me levou junto com você, levou a mim e a Marga. Porque? Por que você teve que ir, princesinha? 

Mario se jogou na cama de solteiro da irmã e abraçou o travesseiro, aspirando seu perfume forte. 

-eu sinto muito pequena, eu sinto muito... 

E ali, naquele ambiente escuro, Mario finalmente encontrou a dor de perder sua alma gêmea. Sua irmã. Sua Diana. 

[…]

Alícia estava terminando de lavar a louça do jantar quando seu celular indicou uma nova ligação com uma batida de Beyoncé. A morena tentou ignorar, mas a pessoa insistiu em continuar ligando. A gusman largou o que fazia e enxugou as mãos no guardanapo próximo da pia. Suas mãos pegaram o celular e sem hesitar ela atendeu quase tendo um infarto ao identifica a voz. 

"Alícia? Alícia?"

A menina engoliu em seco e correu ate o quarto se trancando em seguida. 

- Ma-mãe... -Alícia sussurrou nervosa. 

"preciso de ajudar, pelo amor de Deus, O-o Alessandro..."

Ao ouvir aquele nome, a morena sentiu seu sangue borbulhar e logo suas mãos fecharam em punho. 

-o que aquele canalha fez? 

"Ele se envolveu em dividas com jogos e pagou com a própria vida"

A mulher falou chorosa. 

-nossa, mas até que enfim... E você ta chorando por ele? -a menina perguntou irritada. 

"Os homens pra quem ele devia, estão me pressionando a arrumar esse maldito dinheiro. Eles acabaram de sair daqui, eu to com medo."

Alícia respirou fundo ao ouvir aquilo. Sua cabeça dizia para deixar esse assunto pra lá, pois quando tentou fazer a boa filha foi humilhada e xingada das piores palavras. Mas seu coração, esse dizia que sua mãe estava em perigo e ela precisava tomar uma atitude. 

-Fique calma. Se esconda e eu vou ver o que faço! -a menina disse pegando a jaqueta e saindo do apartamento com a chave do carro de bianca. 

"Obrigado, querida. Eu te amo... " -ao ouvir aquela frase Alícia ficou numa linha tênue entre sentir felicidade ou nojo pela falsidade, escolheu então apenas desligar o celular e seguir ate a boate. 

[…]

A mulher entrou pelos fundos como sempre fazia, era quinta feira, mas pelos gritos haviam varias pessoas, isso era audível. 

Alicia subiu as escadas e adentrou o corredor extenso e escuro, bateu na porta de cor púrpura e logo foi atendida pelo chefe que parecia aliviado em ver a mesma. 

-Luana, veio adiantar o show? -o loiro perguntou se sentando na poltrona de couro roxo. 

-na verdade vim te pedir um favor, mais uma vez! -a menina disse se referindo as folgas que pediu na semana do aniversário de Margarida. 

-Luana... Eu não tenho como te dar mais folgas, isso vai quebrar a boate e mesmo você sendo a melhor dançarina da boate eu preciso te tratar como uma funcionária! -Jorge falou suspirando. 

-eu sei, relaxa, não quero mais folgas. Preciso de um adiantamento.... -a morena disse séria dando a entender que ela precisava do dinheiro pra algo grave. 

-problemas com sua mãe? -o homem perguntou pegando o talão de cheques. 

-Alessandro morreu! 

-ora, mas até que enfim! -o homem falou fazendo Alícia rir. 

-tive a mesma reação, mas o desgraçado até morto trás problemas pra mariana, e como você sabe os problemas da mariana é igual a meus problemas também, eu tenho sempre que resolver! -a morena falou girando distraidamente em sua cadeira. 

-acha que isso dá? -Jorge perguntou entregando o papel nas mãos da stripper que sorriu agradecida. 

-bem se não der, pelo menos vai ajudar um pouco! -a mulher disse guardando o papel no bolso da calça. 

-você vai levar isso hoje? 

-não, amanhã cedo vou lá, aliás amanha é meu último dia de aula, sábado formatura e então serei a mais nova advogada do pedaço! -Alícia disse divertida. 

-certo, boa sorte e cuidado, a Larissa veio aqui tentar envenenar minha cabeça contra você e seu namoradinho! -o cavaliere disse preocupado. 

-Meu Deus, essa mulher não deixa minha vida em paz. Eu to cansada disso! -a morena praguejou irritada. - não acredito que ela me odeia tanto so por causa daquele palco! 

-ela te odeia porque acha que você é o motivo de eu terminar com ela! -Jorge confessou de olhos fechados. A morena a sua frente franziu o cenho e minutos depois sua face estava surpresa. 

-peraí, vocês tinham um.... Relacionamento? 

-a gente ficava, eu acabei gostando muito dela e ela parecia gostar de mim, mas depois que descobri que ela só estava comigo por causa do dinheiro e do poder eu terminei o que tínhamos e coincidentemente foi na época que você entrou para a dollhouse! -Jorge explicou vendo Alícia o olhar surpresa. 

-que babado, Jorginho! -a menina disse rindo. -como você fez pra aturar aquele diabo?

-Alícia! 

-foi mal! -a menina levantou as mãos em redenção. -você ainda gosta dela? 

-não, o que ela fez aniquilou o que eu sentia, ao contrário dela que agora ta fazendo de tudo pra me ter de volta, mas claro sem nunca deixar de pensar no dinheiro! -Jorge disse cansado. 

-então sugiro você começar a rezar e tomar banho de sal grosso, loiro! -a morena disse brincalhona fazendo o chefe rir. 

-ta legal, mãe Diná, ate amanhã! -o homem disse abrindo a porta do escritório dando de cara com uma Larissa irritada. -pelo sangue de Cristo! 

-Amorzinho... O que ela ta fazendo aqui? -a loira perguntou apontando pra Alícia. 

-oi, filha da puta. Já incorporou seu demônio hoje, ou esse é seu estado normal? -a gusman disse irônica. 

-sabe, Luana, eu não vou revidar! 

-isso é novidade! -Alícia disse sorrindo sarcástica. 

-minja vitória esta mais próxima do que você imagina e quando isso acontecer você vai implorar pela minha misericórdia! -a loira gruniu olhando nos olhos de Alícia. 

-ata! -respondeu a morena rindo. 

-Luana, Luana, grave isso na sua mente, você vai lembrar dessa frase pro resto de sua vida. -Larissa disse nervosa, mas logo depois deu um sorriso. -eu vou destruir a sua felicidade, nem que seja a última coisa que eu faça! 

-legal, gata. Bem, chefe, eu vou indo, ate amanhã! -dito isso Alícia se retirou do local revirando os olhos. A morena saiu pelos fundos e entrou no carro, assim que ela se sentiu segura de demonstrar suas emoções, as lágrimas vieram com força, não poderia nem sonhar de um dia ver Larissa conseguir o que quer. Mas ela tinha consciência que a loira não tinha limites e faria a mais suja das coisas para finalmente voltar ao topo. Alícia estava com medo e todo esse medo se resumia a uma coisa: perder Paulo guerra. 

Isso era tudo aquilo que ela menos queria.