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História Into You - Puppies.


Escrita por: LoloJFlawless

Notas do Autor


OLÁ, OLÁ, BABES! Olha só quem chegou com um novo capítulo para vocês! Hehehe como é que estão? Espero que bem, todos. Caso não, estejam cientes de que podem sempre me chamar caso precisem de uma conversa, ok?

Sinto muito pela demora, mas tá cada vez mais difícil ter tempo com o vestibular mais próximo a cada dia. Então me desculpem!

Enfim, agora vamos ao capítulo?👀

Capítulo 11 - Puppies.


Fanfic / Fanfiction Into You - Puppies.

Indignação.

Substantivo feminino.

1- Sentimento de desprezo diante da injustiça ou indignidade;

2- Ira intensa;

3- Raiva, repulsa, revolta.

É fim de semana e eu estou na casa da Perrie junto com ela e nosso grupo de amigos. Estamos na piscina da área dos fundos, que é bem parecida com a lá de casa. Viemos para a sua casa pela manhã com os planos de estudar. Estudamos durante horas e agora estamos esperando o almoço e falando do show que a banda The 1975 fará aqui no final do mês.

- Eu com certeza vou, essa semana os ingressos começam a vender e nada me deixa fora da premium, eu digo logo - Ashlee diz.

Ela é fã de carteirinha da banda, a maior fã que eu conheço. Não duvido que ela realmente faça de tudo para ficar bem perto do palco.

Go, Ash!

- Eu daria tudo para ir, mas os meus pais inventaram uma viajem nesse fim de mês - Perrie murmura chateada.

- Sabe... eu até poderia ir se já não estivesse guardando meu dinheiro para o show que o Coldplay fará no mês que vem - Liam diz animado.

Ele é louco por essa banda.

- Sério?! Eu não sabia disso! Nesse show então eu vou. - Perrie se anima novamente e eles fazem um high-five.

- Mila! Mas que marquinha é essa aí no seu pescoço, hein? - Ash quase grita, chamando a atenção dos outros  também.

Eu sei que marca é. Lauren fez isso quando saímos ontem e ela foi lá pra casa depois. As coisas entre nós vêm esquentando gradativamente, o que me deixa ansiosa para o que pode vir a acontecer daqui a um tempo.

- Um mosquito... me picou. - Sorrio amarelo.

- Um mosquito chamado Lauren? - Perrie pergunta e eu reviro os olhos sem jeito.

Provavelmente estou roxa de vergonha.

- Você é ridícula, Perrie! - reclamo.

Nem preciso dizer que estou totalmente sem graça com os olhares dos meus amigos e isso os faz rir ainda mais, exceto por um.

- Fala sério... - Andrew resmunga.

Se tem uma coisa que eu aprendi foi: se você não quer que a pessoa fique dando showzinho, não dê a ela um palco. Por isso, opto por ignorar meu amigo.

- Prefiro quando zoamos a Perrie - murmuro, falsamente chateada.

- Ei! Eu ouvi isso! - a loira disse, e eu não consigo reprimir uma risada.

Começamos a falar sobre o "lance" que rola entre ela e Leigh-Anne, uma garota da nossa sala em quem Perrie tem um crush há tempos. Elas estão saindo juntas ultimamente e parece que ontem ficaram pela primeira vez. Nossa amiga nos contou tudo e, sendo as maiores shippers desse casal, Ashlee e eu surtamos em cada parte da narrativa da loira.

Nossa atenção é desviada quando Maggie, a governanta da casa, passa pela porta que liga a casa a essa área externa. A mulher de cinquenta e poucos anos vem trazendo, em mãos, alguma comida.

Ela percebe ter nossa atenção sobre si e sorri adorável.

- Alguém com fome? - ela pergunta.

Rapidamente saímos da água e nos secamos com a toalha. Oferecemos ajuda à senhora no que diz respeito a pôr a mesa, mas ela recusa educadamente e diz para sentarmos. Tratamos de fazer isso, eu fico entre Liam e Ashlee.

Pego o meu celular e vejo que Lauren mandou mensagem há alguns minutos. Mais cedo, quando cheguei na casa de Perrie, mandei mensagem para a mulher de olhos verdes dizendo onde e com quem estava. Ela não conhece meus amigos pessoalmente - exceto por Andrew -, mas eu já usei fotos para mostrar e dizer a ela quem é cada um.

Lo : Está estudando, Boo? Às vezes você precisa descansar, sabia? Você estuda demais e nem sempre isso é bom.

Ela sempre diz isso.

Lauren, por sempre saber do que eu faço nos meus dias, também sabe que eu estou sempre estudando. Não é segredo que eu almejo ingressar em uma boa universidade afinal, e preciso de ótimas notas para isso. No entanto, ela está sempre preocupada com isso, diz que eu estudo demais e descanso de menos.

Camila : Estou bem, bebê.

Camila : Se te faz mais feliz, fomos para a piscina agora há pouco nos divertir também.

Lo : Nada me faria mais feliz do que você aqui comigo agora.

Não posso conter um sorriso bobo com o que leio. É sempre assim. Lauren diz esse tipo de coisas sempre que pode, sempre que deixo alguma brecha.

Camila : Queria :(

Camila : Quando é que vamos sair de novo? Talvez eu já esteja com saudades...

Lo : Que bom que perguntou, tem uma coisa para a qual eu queria te chamar.

Lo : Amanhã vai ter uma feira de adoção de cães no shopping e isso me fez pensar que definitivamente eu devia adotar um cachorrinho ao invés de comprar. 

Lo : Vou passar lá e queria saber se você não quer ir comigo...?

Lo : Aliás, também estou com saudades.

Camila : Claro que eu quero, Lolo!

Camila : E eu acho que você está definitivamente certa em adotar ao invés de comprar!

Camila : Que horas vamos?

Lo : A feira começa cedo, às 9AM, mas vai até 6PM. Acho que vai estar lotado no começo, então podemos ir depois do almoço.

Lo : Ou eu posso te buscar na hora do almoço, comemos no shopping e vamos pra lá, fica no último piso.

Camila : Proposta tentadora :)

Camila : Vou te esperar às 12 então, Lo.

Lauren : Às 11:59 estarei na sua porta ;)

Ouço pigarrearem e sorrio amarelo ao olhar para meus amigos.

- Sem celular na mesa, Karla. - Liam diz.

Eu apenas reviro os olhos e bloqueio a tela do aparelho.

- Satisfeito? - Ponho o celular entre as pernas.

- Bastante. Obrigado.

- Com certeza estava falando com a Jauregui - Perrie provoca e eu reviro os olhos. 

- Estava, porque agora eu não estou mais mesmo - eu falo e eles riem.

Logo volto a dar atenção para meus amigos, engatamos em conversa sobre as  fofocas que estão rolando na escola. Aparentemente, Debby Ryan e Cole Sprouse, rainha e rei da babaquice, assumiram namoro.

Em um momento que aparentemente passa despercebido por meus amigos, mando uma mensagem para Lauren dizendo que só poderei falar com ela mais tarde e que meus amigos são muito chatos. Ela vai entender.

Depois que todos almoçamos, decidimos que já é hora de ir para casa. Estamos na casa de Perrie desde cedo afinal.

- Eu te levo, Mila - Ashlee diz.

Claro que eu aceito de bom grado. Pegar ônibus ou metrô assim, molhada, não é a melhor das opções.

Visto meu short e minha blusa por cima do biquini úmido mesmo, assim como Ash, e nos despediamos dos outros com abraçoa.

No carro, estendo uma toalha no banco antes de sentar, tentando não molhar o estofado. Ashlee franze o cenho quando vê o que estou fazendo, mas então ri.

- Deixa de frescura, mulher, pode sentar. - ela diz.

- Shhh. - Ela revira os olhos.

Uma vez prontas, ela gira a chave na ignição e desce o freio de mão antes de nos tirar dali.

- Como estão as coisas com a namoradinha, amiga? Subindo mesmo de base? - ela pergunta

Sinto minhas bochechas esquentarem quando entendo do que ela está falando.

Às vezes eu só quero ser uma pessoa normal, que não tem vergonha de falar desses assuntos, como agora. Infelizmente as minhas bochechas não colaboram comigo.

- Mais ou menos. - Coço a cabeça. - E ela não é minha namorada - falo e Ashlee revira os olhos.

Ela murmura um "que seja".

Minha amiga olha para mim e então volta a olhar para o trânsito, como quem pede para eu prosseguir.

- Bem... nós estamos começando a subir de base, entende? - pergunto.

Ashlee franze o cenho e aperta os olhos, mas assente depois de alguns segundos.

- Acho que sim - diz. - Tem alguns lugares que vocês ainda não tocam. É isso? - Assinto.

- Uhum. Mas meio que estamos indo nessa direção.

- Eu percebi... - murmura, sorrindo divertida.

Ela se refere ao chupão no meu pescoço novamente e eu sinto minhas bochechas mais coradas do que nunca.

 Favoravelmwnte, eu moro no mesmo bairro do que Perrie, então logo Ashlee está estacionada na frente de casa.

- Entregue, gata. - Ela puxa o freio de mão.

- Obrigada, amiga. - Tiro o cinto. - Cuidado, viu? Manda mensagem quando chegar em casa. - Beijo sua bochecha.

- Pode deixar.

Em casa, subo de direto para o meu quarto e tomo um banho demorado, aproveitando para lavar bem o cabelo já que estive na piscina.

Sen mais planos de sair hoje, visto um velho short jeans, uma regata de seda lilás e penteio o meu cabelo, optando poe deixá-lo secar do modo natural.

- ¿Hija?

Ouço a voz da minha mãe seguida de batidas na porta do quarto.

- ¡Entre, mamá! - digo alto para ela ouvir.

A mulher abre a porta e coloca apenas a cabeça para dentro.

- Achei que fosse gostar de saber que vamos abrir e arrumar agora nossa biblioteca - ela diz. - Quer nos ajudar? - pergunta, e eu me animo na hora.

- Quero! As caixas de livros já estão lá? - Ela assente com um sorriso. - Então vamos!

Descemos as escadas juntos e dou de cara com meu pai e Sofia já no espaço cheio de estantes, com enormes janelas que vão do chão ao teto, quadros nas paredes e um estilo definitivamente rústico. Me apaixono pelo cômodo de imediato. Mal posso esperar para ver tudo pronto futuramente.

- Achei que precisaríamos de mais uma mãozinha - mamá murmura, enquanto descemoa.

Ela conseghe a atenção do meu pai, que sorri para nós, e de Sofia, que me olha indiferente.

Ficamoa arrumando por horas. Separamos os livros por gênero narrativo, ou seja, romances ficam juntos, fábulas ficam juntas, etc. Mamãe se encarrega de colocar os livros mais altos, ela usa uma escada com rodinhas pra isso. Papai, Sofia e eu ficamos com a parte debaixo.

- Eu acho que vou fazer sanduíches para a gente, o que acham? - Sofia pergunta, prendendo seu cabelo em um coque alto.

Está fazendo um calor desgraçado.

- Acho é que você leu minha mente - papai diz. - Precisa de ajuda? 

- Não, tudo bem. Eu não demoro. - Ela sai do cômodo.

Me dá uma vontade de ir atrás dela.

Já faz mais de uma semana desde a nossa conversa e ainda hoje ela continua me "dando um gelo". Sofia me ignora e às vezes até me olha feio. E se ela está assim comigo, imagine o que não está fazendo com Lauren.

Eu já estou de saco cheio desse comportamento, é desnecessário e desgastante. Na minha opinião, ela está agindo como uma criança mimada.

- Vou fazer uma ligação rapidinho - digo e meus pais assentem.

Foi a primeira desculpa que pensei.

Vou até a cozinha atrás de Sofia. Ela percebe a minha presença e olha para mim, mas volta a olhar para os sanduíches logo em seguida.

- Podemos conversar? - pergunto.

- Talvez não seja a melhor hora. - Reviro os olhos.

- E quando vai ser? - Ela suspira.

- Eu preciso de espaço, ok? Eu não tenho culpa se estamos assim, eu só quero pensar, Camila. Eu estou chateada-

A interrompo já sem paciência, indignada.

- Chateada com o que, Sofia? Por eu estar com alguém legal? Você devia estar feliz por mim. Está chateada por eu estar com alguém que se preocupa verdadeiramente comigo, me faz sorrir, me faz bem? Lauren me faz feliz. Não acredito que esteja mesmo contra isso. É esse o tipo de melhor amiga que você quer ser? - pergunto, tentando pôr para fora o que vem me perturbando nos últimos dias.

- Melhores amigas contam as coisas uma para a outra - ela diz, sem nem olhar para mim.

- E você vai ficar nisso até quando? Eu sei que não foi certo ter escondido de você e já pedi desculpas. Por que isso tudo? - Ela olha para mim. - Porque eu realmente preciso de uma melhor amiga agora, pra falar sobre isso, mas eu não tenho. Se você for guardar mágoas por isso para sempre, me avisa pra eu poder seguir em frente com ou sem você. - Saio da cozinha, chateada demais para voltar à biblioteca.

Subo para o meu quarto e me jogo na cama, me ponho a pensar sobre tudo o que me aconteceu desde a mudança. Definitivamente muitas coisas mudaram. A melhor das novidades foi Lauren, sem sombra de dúvidas. Cada um dos meus dias é mil vezes melhor com ela, a mulher de olhos verdes é capaz de melhorar meu humor com uma mensagem, um sorriso, um abraço.

Não sei quanto tempo passo ali, imersa em pensamentos, mas é tempo o suficiente para eu dormir.

No outro dia, acordo tarde e só saio do meu quarto para tomar meu café. Minha mãe está na cozinha e me faz panquecas. Às 10:30 subo de novo e decido tomar banho. Lauren vem me buscar em uma hora e meia, preciso estar pronta.

Saio do banheiro enrolada na toalha e vou diretamente para o closet escolher uma roupa. Opto por uma blusa branca sem estampas e com longas mangas por baixo de uma jardineira jeans. Nos pés, calço um par de converse preto, e faço uma maquiagem básica, não muito chamativa. Por fim, penteio o meu cabelo e às 11:40AM estou pronta.

Assim que sento na cama e pego o meu celular para avisar Lauren que estou esperando, ouço batidas na porta do quarto e, pensando ser minha mãe, como sempre era, peço para que entre.

Fico surpresa ao ver ninguém menos do que Sofia, e ela parece receosa.

- Algum problema? - pergunto.

Ela pressiona os lábios assentindo.

- Podemos conversar? - ela pede.

Eu assinto e ela entra e fecha a porta atrás de si. Minha irmã vem sentar ao meu lado em passos cautelosos. Sofia fica em silêncio por alguns segundos, talvez pensando em como começar.

Um dos grandes defeitos da minha irmã é o seu orgulho gigantesco, ela dificilmente assume seus erros ou pede desculpas por eles. Com certeza está sendo difícil para ela estar nessa situação agora, motivo pelo qual espero pacientemente até que ela escolha as palavras.

 - Kaki, eu.... quero pedir desculpas pela forma que venho agindo, contigo e com Lauren.

Ela coça a nuca.

- Eu sei que foi infantil da minha parte, que não é dessa forma que as coisas se resolvem. Não vou tentar justificar dizendo que eu estava chateada, só quero pedir desculpas. - Ela pausa e suspira - Eu meio que... depois de Miami, eu me prometi a mim mesma que nunca mais deixaria te fazerem mal ou te magoarem. Acho que, nesse sentido, eu me senti meio impotente quando eu soube de vocês duas, porque senti como se eu não pudesse mais te proteger. Sei que pode não ser a melhor das razões para eu ter agido do modo que agi, mas é a verdade. - Ela sorri triste. - E eu quero que saiba que eu estou aqui sim para ser a melhor amiga que você precisar.

Minha irmã oferece um abraço e eu aceito.

- Eu imagino que ainda terei que ir falar com Lauren - ela murmura e eu concordo. - Mas nós... estamos bem? - Separa e eu assinto sorrindo.

- Eu não poderia ficar de mal com você, huh? Só... não faz mais - digo.

 Ela sorri e assente antes de me abraçar de novo.

- Agora saiba que Lauren e você têm o meu apoio, mas isso não muda o fato de que sou a irmã mais velha, isso quer dizer que eu vou pegar no pé dela sempre - ela fala e eu rio.

Ficamos conversando até Lauren chegar para me buscar e eu me despeço de Sofia, indo para o carro que me aguarda do lado de fora. Assim que entro, selo meus lábios aos de Lauren demoradamente, sentindo ela sorrir contra os meus e retribuir.

- Hey, Camz. Está maravilhosa - ela diz.

Sua mão acariciando meu rosto quase me faz fechar os olhos e eu sorrio selando nossos lábios de novo.

- Obrigada, Lo, mas você está mais - falo ao afastar nossos lábios, mas nem tanto.

Lauren usa uma blusa xadrez de botão nas cores azul e preto, com as mangas enroladas na altura dos cotovelos. Além disso, uma calça preta longa, mas que está enrolada até um pouco abaixo do meio dos tornozelos, deixando-os um pouco expostos. Nos pés, um par de vans cinzas. Eu amo tanto o estilo dela. Lauren está fodidamente linda.

- Você nem vai acreditar no que acabou de acontecer, Lo! - falo animada quando nos afastamos para que ela pudesse dirigir.

- O que aconteceu, Boo? - Ela sorri e arqueia as sobrancelhas devido ao meu ânimo.

- Sofia veio conversar comigo. Ela se desculpou e disse que pretende conversar contigo também. Acho que estamos bem de novo. - Lauren sorri ainda maior.

- Sério mesmo? Isso é ótimo! Eu imagino que esteja aliviada. - Assinto freneticamente.

- Muito. Nós acabamos discutindo ontem, e então hoje ela veio atrás de mim para se desculpar. E acho que amanhã vai ser você.

- Espero que as coisas sejam boas amanhã também.

- Claro que vão, relaxe. - Ela sorri de canto assentindo.

Depois disso, começamos a conversar sobre uma coisa pela qual descubro que Lauren é apaixonada : política. Em poucos minutos de conversa, é fácil perceber o quanto a mulher de olhos verdes é engajada e estudada no assunto. Esse é o tópico em que ficamos até chegarmos no shopping.

A primeira coisa que fazemos é ir para a praça de alimentação. Eu digo para Lauren que um ótimo restaurante de especialidade italiana, Mr. Piadina, abriu nesse mesmo shopping recentemente. Ela ama a culinária italiana, então claro que topou animada.

Vamos até o restaurante sem pressa, rindo, conversando, aproveitando o contato entre nossas mãos. Ao chegarmos em nosso destino, escolhemos uma mesa e sentamos lado a lado, olhando o cardápio juntas em busca de algo.

- Uh, já sei exatamente o que quero. Você já decidiu? - ela pergunta.

- Acho que quero experimentar algo novo. Recomenda alguma coisa? - lhe pergunto, e ela sorri assentindo.

- Polenta é um prato que... eu diria ser exótico, mas você vai amar, tenho certeza. - Aponta o prato no cardápio.

Eu apenas passo os olhos na descrição dos ingredientes enquanto eu assinto.

- Se você está dizendo, Lo. Vamos beber o que? - Viro para a página das bebidas.

- Te acompanho no que você quiser pedir. - Recosta-se na cadeira.

Uma de suas mãos, que antes estava sobre a mesa, vem para a minha coxa. Ela apenas deixa pousada ali.

- Hmm... suco? - Ela assente.

- Pode ser.

Digo a ela os sabores disponíveis. Ela opta por abacaxi e eu, laranja.

Acenamos para uma garçonete e ela anota nossos pedidos. Um Primo Piatto, uma Polenta e, para beber, dois sucos. A mulher é super simpática e fala que nossa comida não vai demorar para estar pronta. Ela pede licença e se retira.

Lauren e eu começamos a falar sobre um possível final de semana na praia com amigos. Como Londres não abriga praias, teríamos que fazer uma pequena viagem de carro até Brighton - a praia mais próxima -, onde os falecidos avós de Lauren tinham uma casa. A casa agora está no nome da mãe da mulher de olhos verdes.

- Se meus pais mal vem em Londres pra me visitar, quem dirá à Brighton pra ficar na praia? Assim, podemos ir para lá sem maiores problemas - ela fala. - Tenho certeza que eles não vão ver problema.

- Soa como uma ótima ideia, mas em que final de semana iríamos? - eu pergunto.

Minha mão encontra a sua em minha coxa e eu entrelaço nossos dedos.

- Se eu não me engano, nesse você terá prova - Lauren murmura, e eu assinto.

Sorrio internamente por ela simplesmente saber disso, o que significa que ela sabe a ordem que meus horários seguem.

- Então nós podemos ir no próximo - diz simples.

- Para mim fica perfeito - falo, e ela sorri.

- Posso falar com os meninos? - pergunta e eu assinto.

De acordo com o que estamos planejando, Lauren vai chamar Jade, Zayn, Keana e Jake, além da sua amiga Verônica.

- Só vou ter que falar com meus pais - eu falo, revirando os olhos por ser tão dependente deles. - Mas com eles eu me viro, tenho certeza que vão deixar. - Ela sorri de canto assentindo.

Meu olhar desce para os seus lábios.

Ela acaricia meu rosto com a mão livre e eu fecgo os olhos com o contato, sinto seus lábios nos meus instantes depois. Não passa de um longo selinho, mas é mais do que suficiente para despertar as borboletas adormecidas em meu estômago e me deixar extasiada. Seus lábios são, definitivamente, o meu vício. Sua maciez, seu gosto. Eu nunca vou me cansar de beijá-la.

Só saímos da nossa bolha quando os pedidos chegam. Lauren me espera dar a primeira garfada e opinar sobre o prato para comer o seu. Eu amei a sua sugestão, por sinal. Nós comemos em um clima agradável. A maior parte do tempo em silêncio, mas sempre numa troca de olhares e sorrisos que nos levam de volta à nossa bolha particular.

Quando terminamos de comer e ficamos satisfeitas, faço questão de pagar metade da conta também, porque Lauren sempre dá um jeito de pagar tudo sozinha. Não saio do seu lado um segundo e ela não tem como não me deixar pagar também. Depois disso, ela segura a minha mão e vamos até o último andar sem pressa alguma.

Chegando no evento de adoção, eu sequer sei para onde olhar. Minha vontade é de ver todos os cachorros ao mesmo tempo, porque eu realmente tenho uma grande paixão por eles.

- Lo, que lindos... - murmuro, assim que nós nos aproximamos de uma cerca onde só tem poodles.

- São mesmo, Boo. - Ela riu acariciando um deles.

O cachorro parece gostar dela. Ele se apoia na grade animado, com a língua para fora e o rabo balançando. O poodle olha fixamente para ela, claramente tenta chamar sua atenção.

Passamos um bom tempo por ali, olhando várias raças diferentes e brincando com alguns deles. É complicado não se apegar, todos são tão dóceis. Em determinado momento, chegamos em uma parte onde só tem cachorros com problemas de saúde e me parte o coração vê-los nas condições em que se estão: alguns com problema na coluna, outros sem uma ou mais patas - eles usam aparelhos para se locomover -, uns "obesos".

Aperto a mão de Lauren e ela acaricia a minha enquanto nos aproximávamos de um cercado com alguns cachorros com aparelho e outros "obesos".

Uma garotinha acaricia um deles, que usa um aparelho no lugar das patas traseiras. Enquanto ela brinca com o mesmo, ouve o que um dos especialistas, talvez um veterinário, diz para a mulher ao seu lado.

Quando nos aproximamos, entendo que a garotinha quer adotar esse cachorro e, por motivos da pequena deficiência do animal, ela deve aprender a cuidar adequadamente do mesmo. Portanto, ela e a mulher estão ouvindo algumas recomendações do veterinário.

Franzo o cenho quando sinto falta do calor da mão de Lauren e olho ao redor à procura da mesma. Não posso evitar um sorriso quando a encontro brincando com um deles, "obeso". Ela acaricia o mesmo enquanto o cachorrinho balança o curto rabo.

- Ele é tão fofo, Lo. Dá vontade de levar todos pra casa e cuidar. - Me aproximo e ela olha para mim.

- É exatamente o que eu penso. - Não para de acariciar a cabeça do pug com "obesidade".

- Gostou desse? - pergunto, vendo que ela realmente não quer sair de perto.

Lauren sorri assentindo.

- Sim, é tão dócil, só me deu mais vontade de cuidar.

Me abaixo ao lado dela e o pug se anima ainda mais, o que faz seu rabo balançar mais rapidamente. Infiltro minha mão pelo cercado e o acaricio também, vendo-o fechar os olhinhos. Logo outros cachorros também se aproximaram e ficamos ali por um bom tempo.

- Camz, eu não quero deixar esse pug - ela fala ao levantarmos, vendo que o mesmo ainda olha para nós com o rabo abanando.

- Acha que podemos cuidar dele? - pergunto, e ela sorri para mim com suas esferas verdes brilhando.

- Podemos, Camz.

Vamos falar com o veterinário acerca dos problemas do cachorro, dos processos de tratamento. O homem de jaleco explica tudo pacientemente e é extremamente gentil.

- Pude vê-las brincando com o pug, devo pontuar que ele gostou tanto de vocês quanto vocês dele. Mas antes de deixar que o levem, devo alertar que a obesidade canina é um problema muito complicado de se lidar - avisa, e nós duas assentimos. - Mas se seguirem os procedimentos corretamente, comprometendo-se com a saúde dele, tudo acaba bem. Vou lhes dizer uns dos processos pelos quais o cão precisará passar, mas saibam que é vital que o levem sempre em um pet shop para visitar um veterinário de sua confiança.

- Ok - Lauren murmura, realmente focada no que o homem negro de óculos diz.

- Antes de tudo, o simples fato de o cachorro estar gordo não é um problema. Ser ou não gordo é uma característica apenas. A questão começa quando a saúde do animal é afetada de alguma forma. O primeiro passo admitir a existência do problema. Definitivamente haverão muitas restrições na questão da alimentação, o que não significa que o mesmo deva comer menos, porque um cachorro acostumado a comer determinada quantia, tende a continuar comendo aquela quantia. Portanto, o que deve mudar na alimentação do mesmo é o valor energético da ração, que deve cair entre vinte e quarenta porcento - pontua. - Devo lhes recomendar alimentos dietéticos, light, que devem ser melhor combinados com o futuro veterinário responsável por ele. É certo que as guloseimas devem ser dispensadas, inevitavelmente, assim como vocês devem fazê-lo beber tanta água quanto possível. Outro método alimentício é fracionar a ração ao longo do dia ao invés de dar logo tudo de uma vez. Fora isso, é fundamental estabelecer alguns exercícios físicos diários, como caminhadas matinais. Acho que isso é o que posso lhes dar de noção básica sobre a situação. É bem complexa e cara também, então sugiro que repensem a decisão apenas para o bem do cachorro, que precisará de todo o apoio e cuidado possíveis.

Nem preciso dizer que saímos dali com o pug. A primeira coisa que fazemos é sair em busca de um pet shop confiável e de qualidade. Por sorte, Lauren diz que já conhece alguém especialista no assunto e seguimos para o local onde sua amiga trabalha.

- Que nome daremos para ele? - pergunto.

Lauren está dirigindo enquanto eu estou no banco do passageiro com o pug no colo, acariciando-o. Ele está mais focado em admirar a cidade pela janela.

- Tem algo em mente? - pergunta, olhando rapidamente para mim, mas depois voltando sua atenção para o trânsito, que está caótico hoje.

- Como você pediu para eu ser mais criativa, não podemos chamá-lo de Cachorro né? - tento, e ouço Lauren rir.

- Acredito que podemos escolher um nome melhor.

- Talvez... Linnus? - Ela torce a boca.

- Definitivamente é melhor do que Cachorro, mas estava pensando em algo como... Buster ou Bailey.

- Uh, Buster é muito bom. Você quer se chamar assim? - pergunto, acariciando o pelo do cachorro e seu rabo balança.

- Parece que sim - Lauren fala, dando um sorriso e eu sorrio junto.

No caminho até o pet shop, ficamos tentando fazer o cachorro se acostumar com o novo nome Buster. Chegando no local, fico surpresa com o quão grande e sofisticado o estabelecimento é.

- Acho que esse é o maior pet shop que já vi. - murmuro.

Ela sai do carro e vem abrir a porta para mim. A mulher de olhos verdes pega Buster do meu colo e oferece sua mão, que claro que eu aceito.

Entramos e eu consigo ficar ainda mais impressionada com o interior.

- Lauren Jauregui, que prazer revê-la!

Uma mulher de cabelos loiros que caem em cascata por seus ombros e modelam seu rosto branco aparece. Ela traja um jaleco, tem olhos azuis e um sorriso simpático. A mulher não é tão alta, apenas um pouco menor do que Lauren.

Posso notar uma aliança em seu dedo anelar da sua mão esquerda, o que me faz supor que ela é casada.

- Camz, essa é Eliza Taylor. Liz, essa é Camila Cabello, minha... pessoa - Lauren fala, nos apresentando.

Eu falho miseravelmente na tentativa reprimir um sorriso bobo com o que ouço.

Sua pessoa. Posso me acostumar com isso.

- É um prazer, Eliza. - Estendo a mão e ela aperta com um sorriso gentil.

- O prazer é todo meu, Camila, assim como vou ter todo o prazer do mundo em cuidar dessa coisa linda. - Ela acaricia a cabeça de Buster, que agora está com Lauren.

Depois de conversarmos mais um pouco, descubro que Eliza é uma pessoa extremamente simpática e leve. Ela ainda é nova, tem vinte e três anos, mas realmente é casada. Sua mulher se chama Alycia. Falamos um pouco sobre Buster e ela disse que comecaria a trabalhar imediatamente em um tipo de programação para ele.

Ao terminarmos de conversar, vamos ver as coisas básicas que ele precisa. Compramos ração, uma grande e macia cama de cachorro, vasilhas de ração e água, brinquedos, coleira, pingente com o seu nome - o que não é difícil achar já que Buster é um nome comum para cães -, guia, produtos de limpeza para escovar seus dentes e banhá-lo, escova e remédio para pulgas e carrapatos.

Quando vamos ao caixa, peço para o moço dividir o preço final entre o meu cartão e o de Lauren, claro que contra a vontade da garota de olhos verdes, que sempre tenta pagar tudo sozinha. Depois vamos para a sua casa, também nova casa de Buster.

- Bem-vindo, garotão - Laure murmura.

Ela o deixa no chão e o pug logo demonstra a sua curiosidade, andando pela casa.

Deixo as sacolas de compras no chão e sorrio vendo a animação do animal, que fareja tudo o que vê. Dou um pequeno pulo de susto quando sinto Lauren me abraçar por trás, mas não demoro a passar meus braços por cima dos seus.

- Me dá um beijo? - Pede perto da minha orelha e eu sorrio.

- Vem cá. - Viro para a mesma e abraço o seu pescoço para então colar nossos lábios com calma.

Suspiro quando nossas línguas se encontram e as melhores sensações me invadem. Sinto meus pelos se arrepiarem enquanto suas mãos passeiam pelo meu corpo. Posso sentir seu receio em tocar certos lugares, o que já não é necessário, então seguro sua mão que está na base da minha coluna e desço até minha bunda, suspirando pesado quando Lauren deixa um apertão delicioso na região. À contragosto, encerramos o beijo para retomar ar, tendo Lauren finalizado com uma mordida em meu lábio inferior.

Continuo a acariciar sua nuca após o beijo, admirando-a ainda de olhos fechados, com a sua respiração descompassada.

Quando ela abre os olhos, me permito mergulhar nas esferas verdes e penso no quão sortuda eu era por tê-la comigo, por sua chegada em minha vida. Foi tão de repente e ela se tornou esse alguém tão especial, mais do que eu poderia imaginar. E já parece insuficiente ter Lauren para mim como "algo a mais do que uma amiga", é quando minha mente começa a trabalhar em algo.


Notas Finais


E ENTÃO? No que será que a mente dela tá trabalhando, huuh? E a Sofia? Perdoavam? Como será que vai ser essa conversa com a Lauren?? E o Buster?? Um amor esse novo bebê de Camren❤️

Espero que tenham gostado. Quero saber tudo o que acharam sobre esse capítulo, e se tem palpites sobre os próximos também. Além disso, sugestões são sempre bem-vindas. Deixem nos comentários para que eu veja e responda todos vocês, ok??

Até o próximo capítulo, babes!
Beijinhos!
Love only❤️


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