História Into You - A descoberta

Paulo guerra POV:

Como explicar o que eu estava sentindo? Se é que era possível explicar. Como assim eu já estava tão entregue? Quando foi que eu me apaixonei tão rápido?  Céus, que loucura. Eu estava confuso,em uma hora eu me via totalmente atraído por uma stripper,uma mulher que transpirava sensualidade e que havia me feito perder a cabeça, mas agora eu estou aqui,beijando os lábios tão doces e macios de Alicia Luana.

Luana.

Porra. Tudo sempre tinha que me fazer lembrar aquela maldita stripper. Onde eu me meti? Quando foi que eu perdi a direção de tudo isso? Agora eu estava preso a duas mulheres,e por um momento eu desejei que Alicia e Luana,fossem a mesma pessoa. Mas não era possível,ambas eram totalmente distintas. Alicia tinha a personalidade doce e calma. Luana era sexy e mandona.
As duas estavam sendo a minha perdição, mas de formas diferentes.
Luana me fazia deseja-lá da forma mais depravada já conhecida. Agora Alicia,bem,essa era a que eu mais temia. Ela havia me ganhado na forma sentimental e eu já estava envolvido demais nisso.

" Por que toda vez que eu te olho,sinto uma vontade incontrolável de beijar você!"

Droga. Como eu fiquei temeroso ao ouvir aquilo,mas da mesma forma eu fiquei feliz. Tão feliz que eu estava beijando ela sem me preocupar em parar. Eu não queria parar e ela também não, tanto que agora jà estávamos deitados sobre a toalha estendida na areia. Eu estava por cima de seu pequeno corpo alisando suas costas e ela com os dedos fazendo um carinho no meu cabelo que já se encontrava sem o gorro e ela já estava sem seu precioso boné.

Aquele beijo. Como eu estava ansiando por ele. Eu queria isso desde o momento em que essa garota esbarrou em mim e grudou seus olhos castanhos nos meus. Naquele dia eu sabia que ela ia confundir a minha mente,mas não previa que eu iria me envolver tanto.

Ela parou o beijo,por algum motivo que eu não sei. Eu temi abrir os olhos com medo de um momento tão perfeito acabar,mas tive que fazer isso. Assim que o fiz,alicia me olhava sorrindo angelicalmente, e eu senti meu mundo se iluminar só com aquilo.

-Paulo....-ela disse se impulsionando pra cima e sentou, eu fiz o mesmo é sentei de frente para ela.

-Tá tudo bem? Você tá passando mal? Quer ir no hospital? -falei rápido fazendo a morena a minha frente rir fraco.

-não, não, está...está tudo bem! -Ela disse e respirou fundo mudando sua feição risonha par uma séria. -como vai ser daqui pra frente,Paulo? -Ela perguntou e eu senti meu peito apertar dolorosamente. Eu não queria enganar ela,pela primeira vez machucar uma garota não estava nos meus planos. Mas eu também não achava muito inteligente simplesmente dizer: bem eu gosto de você, mas também quero muito pegar uma stripper.

Era idiotice.

Decidi apenas segurar em suas mãos e dizer o que eu achava ser melhor.

-vamos apenas deixar rolar!-falei e ela me olhou confusa. -Vamos sair,passear,eu te levo em casa,andamos de mãos dadas,damos uns beijos...

-traduzindo: nós vamos "namorar", mas sem estar "namorando"! -Ela disse sorrindo de canto e eu assenti.

-é, isso mesmo!

-isso também quer dizer que podemos ficar com outras pessoas?-ela perguntou olhando pro chão.

Eu queria dizer que não, que ela iria ficar comigo e eu com ela,apenas,mas mesmo que meu coração bata por Alicia,meu corpo ainda arde em chamas por Luana.

-Sim. Podemos ficar com quem nós quisermos!-falei um pouco baixo. Ela sorriu tristonha e se levantou.

-bom então já que vamos ficar com outras pessoas e esse pode ser um dos poucos encontros que eu tive com você, vamos aproveitar! -ela falou tirando o vestido ficando apenas de roupas íntimas e eu poderia jurar que eu já tinha visto esse corpo,mas devia ser apenas coisa da minha mente.

-O...o que você vai fazer?-perguntei hipnotizado pela visão do corpo perfeito de alicia. E ponha perfeito nisso.

-o que "eu" vou fazer?-Ela disse e virou de frente pra mim pegando em minha mãos e me levantando. -O que NÓS vamos fazer! Tira essa roupa e vamos nadar! -Ela falou como se fosse a coisa mais normal do mundo nadar na praia a noite com um frio enorme.

-O que? Ah não, eu não vou nadar nesse frio,Alicia!

-certo. Então fique aí e eu vou nadar e me afogar aí você será culpado pela minha morte!-ela disse esfregando as unhas no sutiã.

-Isso é um argumento bem convincente!-falei pensativo e tratei de tirar minhas roupas. Assim que fiquei apenas de cueca boxe preta,alicia fitou meu corpo intensamente me fazendo sorrir sem jeito. É, ela realmente estava fazendo eu me apaixonar por ela.

-Vamos?-perguntei segurando em sua mão.

Ela me olhou e sorriu da forma mais linda possível.

-Vamos!

Seguimos até a beira da praia e ela entrou, mergulhando em seguida. Fiquei por uns instantes apenas observando ela sorrir como uma criança, até sentir gotas de água me molhar. Era ela batendo os braços na água fazendo a mesma espirrar em mim.

-eu aceitei sair com uma criança e não me falaram?-perguntei apenas para irrita-lá.

-Nossa,eu convidei um palhaço pra sair e não me avisaram!-ela disse e sorriu vitoriosa. Neguei com a cabeça e mergulhei parando ao lado dela que me observava sorrindo. Ela se virou e voltou a mergulhar, logo me veio uma ideia a mente.

Eu mergulhei e nadei para mais.longe da beira da praia. Assim que estava numa boa distância eu comecei a me debater dentro da água. Alicia olhava para todos os lados a minha procura,até que a morena olhou em minha direção e eu gritei seu nome.

Eu queria rir do seu desespero, mas eu tinha que manter a atuação intacta. Ela nadou até mim e me segurou em seus braços, com um pouco de esforço ela me levou e me deitou na areia.

-Aí meu Deus,Paulo acorda!-Ela falou fazendo massagem cardíaca. -Vamos Paulo, por favor...-ela já estava com a voz falha. Ok. Talvez eu tenha pegado um pouco pesado,mas só um pouco. -Não me deixa... - certo. Eu peguei pesado.

Sem aviso prévio, eu segurei em sua cintura e deitei ela na areia ficando por cima de seu maravilhoso corpo.

-Mal me conheceu e já quer se livrar de mim?-falei sorrindo e ela começou a estapear meu braço.

-Seu...idiota...eu fiquei com medo...-Ela falou ainda me estapeando, mas agora lágrimas saíam de seus olhos.

-Hey,Ally...desculpa...-falei segurando suas mãos e colando minha testa na sua. Eu olhei em seus olhos e vi aquele brilho. Meu Deus. Não pode ser. Eu via medo neles. Um medo de uma perca. Um medo de me perder. Não é possível.

-Eu pensei que você estava morto....-Ela disse ofegante.

Isso nunca havia acontecido comigo. Com nenhuma garota. Mas agora eu me vejo totalmente perdido naqueles olhos escuros. Eu tomei um decisão, estranha e totalmente diferente do que eu sou. Ou do que eu era.

Que se dane aquela maldita stripper. Eu queria estar com Alicia. E somente ela.

-Me desculpa...eu só queria te assustar. Não vou mais fazer isso...

-Tudo bem. Eu sou uma porra de uma sentimental também...-ela disse rindo.

-Lícia...-falei e ela fez uma careta engraçada.

-Eu prefiro o outro apelido...

-Certo. Ally...que tal a gente mudar as regras do "namoro" ?

-Como assim?

-Eu quero ficar só com você...é quero que você fique só comigo...entende?-falei e fechei meus olhos temendo que ela já não quisesse.

-Gosto de como você pensa,Guerra!-dito isso meu sorriso foi de orelha a orelha e eu não esperei a permissão para atacar aqueles lábios deliciosos dela. Um beijo calmo e carinhoso,daqueles que te fazem perder o sentido.

É Paulo guerra,parece que alguém se apaixonou.

[...]

Na volta pra casa após deixar ally e ter me deliciado novamente com seus beijos incríveis, eu vinha pensando se eu estava no caminho certo. Encontrar alicia foi algo totalmente bom,mas eu também tinha aquela stripper. Luana. Como poder se concentrar se toda vez me pego pensando nela dançando da forma mais puramente sexual que existe. Mas eu havia tomado uma decisão e não voltaria atrás.
Meu sorriso era de orelha a orelha e eu não fazia nenhuma questão de esconder. Eu queria mostrar para o mundo que eu havia passado um dos melhores momentos da minha vida ao lado de uma mulher incrível. Nada poderia ter sido mais perfeito. A dança, o beijo,até mesmo o momento em que ela chorou em meus braços e ali eu vi que sua pose de marrenta era só uma capa,eu vi que alicia também tinha dores,eu não sabia quais eram,mas não me importaria em saber.
Por mais estranho que possa parecer eu queria cuidar dela,curar suas dores e cicatrizes,eu queria mostrar a ela o quão bom eu posso fazer ela se sentir. Eu queria poder ver seu sorriso envergonhado todos os dias. Merda,eu mal conhecia ela e tudo aqui dentro já ansiava por passar cada minuto do meu dia ao lado dela,mas eu não ligava,ter alicia daqui pra frente ao meu lado me deu forças para enfrentar meu orgulho e me permitir sentir tudo isso. É, mundo,Paulo guerra se apaixonou em pouco tempo e por uma garota totalmente fora dos padrões desse mundo,e foi isso que mais encantou meu pobre coração. Alicia Luana Gusman. Esse nome não saia da minha cabeça, mas não só por causa da noite que tivemos,mas também por que era coincidência demais a ally ter o mesmo nome da minha stripper. Mas isso não importava agora,até por que devem existir milhões de "Luana" no mundo. Eu seguiria em frente e o antigo Paulo guerra ficaria para tras.

Assim que cheguei em meu apartamento, tudo estava silencioso. Eram por volta de uma da manhã, Marcelina provávelmente estava dormindo.
Depositei minhas chaves no balcão e fui até a geladeira, peguei um pedaço de lasanha que havia ali e esquentei, peguei um copo de suco e sentei no sofá ligando a televisão em seguida. Meus olhos se direcionavam apenas para o aparelho gigante a minha frente,até que abaixei meus olhos para a mesa de centro e vi um envelope negro destinado a um Paulo que sinceramente não era eu. A não ser que meu nome tenha "vieira santos" no meio,o que não tem.

Larguei o prato na mesa e peguei o tal envelope. Com um pouco de receio abri. Tirei o papel com escrita totalmente formal e li aquilo que eu nunca queria ter lido.

Minhas mãos estavam trêmulas e meus olhos já jorravam lágrimas botando pra fora toda a dor que eu senti ao ler aquilo. 19 anos da minha vida totalmente falsos. Eu vivi num lar sem saber de toda a verdade. Eu me sentia inútil, estúpido,um grande idiota.
Sem perceber o copo que eu segurava deslizou de minha mão e caiu no chão fazendo com que cacos de vidro se espalhassem por lá. Eu soluçava,e o barulho do meu choro se confundia com o da televisão que chiava.
De repente eu ouvi passos na escada e logo aquele ser que eu chamei de irmã por tantos anos estava ali vestida com sua camisola preta que entrava em contraste com sua pele clara. Meu peito agora ardia em raiva e Marcelina me olhava brava por conta do copo quebrado,até que seu olhar pairou em meu rosto e ela engoliu seco ao me ver naquele estado.