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História Intolerantes a Borboletas - Nós somos nossos próprios demônios


Escrita por: InfiniteGirl13

Notas do Autor


Hello! It´s me

Voltei pessoas!! Eu demorei, sei disso, mas digamos que o Enem me destruiu e eu precisava me recuperar para voltar a escrever algo bom pra vocês... Espero que tenha tido êxito, afinal esse capítulo é muito importante, então espero que vocês entrem de cabeça comigo...

Capítulo dedicado a ~Niance22 por ser a melhor amiga que alguém poderia ter e ter me inspirado a escrever essa história com tanta verdade e paixão. Sou muito grata, obrigada Duda <3

Espero que vocês abram a mente,será necessário.

Boa leitura!

Capítulo 14 - Nós somos nossos próprios demônios


Fanfic / Fanfiction Intolerantes a Borboletas - Nós somos nossos próprios demônios

Leve-me para o alto e eu vou cantar
Oh, você faz tudo ficar bem, bem, bem
Bem, bem e bem
Nós somos iguais
Oh, você manda toda a dor embora, embora, embora
Embora, embora e embora
Me salve Se eu me tornar
Meus demônios

Eu não posso parar esta doença que toma conta
Ela assume o controle e me arrasta para lugar nenhum
Eu preciso da sua ajuda, eu não posso lutar contra isso para sempre
Eu sei que você está assistindo
Eu posso sentir você lá fora ( Demons - Starset) 

 

IAN SOMERHALDER 

 

— Ian? - Senti alguém me cutucando e sacudindo meu corpo levemente. Apesar do incômodo resolvi ignorar, aquilo devia ser apenas um sonho idiota. — Acorda, Ian! - Chamaram-me novamente, dessa vez bem mais perto do meu ouvido, já que o hálito quente tocou minha orelha arrepiando- me espinha abaixo.
 

— Que droga, Paul! - Resmunguei erguendo o corpo pronto para socar meu irmão, afinal era ele quem estava dividindo a barraca comigo. — Não dá pra falar de manhã! - Virei pro lado oposto onde estava deitado e foi quando uma voz feminina protestou eu me assustei.
 

— Não sou o Paul! - Aquela voz,  não poderia ser... Era Nina. Merda! Lá se foi minha sanidade.
 

— Nina! - Sentei na barraca espantado. — Cadê o Paul?  - Comecei a tocar o lado onde Paul deveria estar, mas pra minha infelicidade ou sorte nesse caso, minha mão foi direto pra coxa de Nina, não consegui conter-me, continuando com o carinho e quase padecendo ali mesmo ao ouvi-la gemer com aquilo.
 

Céus! Aquela mulher queria me matar.
 

— Eu tentei me afastar. - Confessou com uma voz sôfrega. — Mas não consigo mais controlar Ian... - Tirou minha mão de sua perna e colocou em sua cintura, empurrando seu corpo pra cima do meu e nos deitando.

 

—  O que você tá fazendo Nina? - Esperei tanto por aquilo, nem parecia real.

 

— Quero você Ian! - Disse com convicção. Gemi ouvindo aquelas palavras. Eu queria ouvi-las sempre, desde que fosse Nina a dize-las.

 

— E eu quero você Nina!  Quero muito. - Espalmei as mãos abertas em seu corpo e apertei com vontade ao chegar no bumbum durinho dela. — Você é muito gostosa Nina. - Sorri.
 

— Sei que sou gostoso Ian, agora da pra tirar suas mãos de mim irmãzinho! - Minhas mãos foram tiradas com brutalidade e eu despertei espantado com os risos.
 

— Ele estava sonhando com a Nina!  - Uma risadinha feminina se instalou. — Tenho certeza. - Pelo deboche típico eu já sabia quem era. Phoebe Tonkin! 
 

— Pelo amor de Deus que isso seja um pesadelo. - Supliquei levantando as mãos aos céus.
 

— Lamento irmão. - Paul deu tapinhas no meu ombro. — Mas o único sonho que você teve aqui foi com a Nina.
 

— Que peninha do Somerhalder, tá passando vontade. - Phoebe apertou minhas bochechas. — Nina está bem na barraca ao lado. - Indicou ainda caçoando de mim.
 

— Não fique envergonhado Ian. - Meu irmão tentou ser solidário.
 

— É Ian, isso fica entre a gente. - Phoebe agora tinha parado de rir. Mas do jeito que ela gostava de se divertir as minhas custas obviamente estava rindo mentalmente. — Agora que estamos acertados você pode nos dar licença. - Pediu.
 

— O que? - Fiz careta, incrédulo.
 

— Você ouviu Ian, da licença. - Pediu novamente.
 

— Que horas são? - Questionei chocado, eu estava sendo expulso da minha própria barraca.
 

— Quatro da matina. - Phoebe respondeu rindo.
 

— Foda-se vocês, daqui não saio. - Voltei a me deitar.
 

— Olha Ian, ou você pode sair daqui por vontade própria ou podemos transar aqui do seu lado. - Minha cunhada foi categórica.
 

— Isso só pode ser brincadeira. - Ri nervoso. — Volta pra sua barraca Phoebe. - Praticamente implorei.
 

— Nada disso Ian. - Negou e ouvi o barulho do fecho que mantinha a barraca fechada sendo aberto.
 

— Vocês não tem pena de mim? - Apelei.
 

— Quem tem pena é galinha Somerhalder. - Pho começou a me empurrar pra fora.
 

— Mas onde eu vou dormir? - Dei-me por vencido e sai da barraca.
 

— Você pode pedir pra Nina ou pode dormir nessa barraca que tá armada debaixo das suas calças. - Ela riu fechando a barraca novamente e eu só quis que o chão se abrisse naquele momento, afinal como eu poderia pedir alguma coisa pra Nina naquele estado e o principal, ela era a responsável por isso...

[...]
 

— Nina! - Cutuquei seus pés. Eu me sentia um idiota fazendo aquilo, eu era um general renomado do exército americano, mas quando se tratava daquela médica eu era um completo medroso. Talvez seja porque ela possui uma arma poderosa contra mim, meu coração.
 

— Me deixa Pho. - Grunhiu chutando minha mão.
 

— Sou eu Nina, o Ian. - Falei sem jeito. — Preciso da sua ajuda. - Com certeza eu estava corado de tanta vergonha.
 

— Ian!  Que? Eu estou só de calcinha e sutiã, sai daqui! - Empurrou meu corpo pra fora.
 

— Eu sou cego, qual é Nina, não vejo nada. - Soltei um suspiro pesado. — Infelizmente sou cego. - Sorri.
 

— Seu tarado. - Ouvi ela buscar a coberta para se cobrir. — Volta pra sua barraca.
 

— Não dá... - Disse cabisbaixo.
 

— E por que não criatura? - Falou impaciente.
 

— Tem gente gemendo, gozando, sêmen e suor lá, tá meio congestionado. - Expliquei.
 

— Gente gemendo? Ian você bebeu? - Segurou meu rosto e parecia me cheirar.
 

— Eu não bebi. - Tirei aos mãos dela de mim ofendido com a acusação. — Depois eu que sou lento.
 

— Insinua que sou lenta de novo e eu te mato. - Deu um tapa em meu ombro.
 

— Realmente Deus, é na Terra que a gente paga os nossos pecados. - Lamentei. — Me deixa entrar e eu te explico tudo.
 

— Negativo Ian. - Colocou as mãos em meu peito, barrando minha entrada. — Não pode ficar aqui.
 

— E por que não? - Arqueie as sobrancelhas, desafiando ela e minhas faculdades mentais, que eu claramente perdia na presença dela.
 

— Porque não oras. - Se atrapalhou um pouco na resposta e eu sorri com isso.
 

— Porque não não é resposta. - Rebati.
 

— Claro que é. - Continuou forçando meu corpo pra fora da barraca.
 

— Não vou fazer nada com você Dobrev!  Tô quase implorando, só quero dormir.
 

— Ian... - Gemeu meu nome manhosa. Caralho, eu já tava excitado, viu o que eu disse?  Essa mulher vai me matar.
 

— Eu sei que a gente se beijou, sei que eu queria estar te beijando até agora Nina, mas mesmo você sendo a melhor coisa que me aconteceu, sei que precisa do seu tempo e vou esperar por você.
 

— Não é justo Ian... - Ela tirou as mãos que criavam a barreira, dando-me espaço. — Eu não posso corresponder a isso.
 

Quando ouvi ela se sentando novamente dentro da barraca eu entrei, me sentando ao seu lado, tudo lá agora tinha o cheiro dela, um aroma que mexia comigo assim como a dona dele.
 

— Não estou te pedindo em casamento Nina, não estou pedindo pra ser a mãe dos meus filhos... Eu só queria algo bom perto de mim e você é o motivo que me faz querer acordar de manhã. - Confessei.
 

— Não podemos depositar nossa felicidade nas costas de outras pessoas. - A voz dela saiu baixa e falhada, um lamento.
 

— Não estou depositando minha felicidade, porque eu não sou feliz.
 

— Nosso beijo foi um erro. - Falou seca.
 

— Você que me beijou. - Rebati suprimindo o nó que se formava em minha glote, controlando a raiva de ouvir aquilo. Nossa beijo poderia ter sido tudo, menos um erro.
 

— Eu não devia ter feito aquilo. - Prosseguiu sua fala sem emoção.
 

— Você está me punindo?  Pelo que eu te disse no parque? - Questionei atordoado.
 

— Não tem nada a ver com você Ian! - Choramingou.
 

— Se não tem a ver comigo, tem a ver com quem?  Me diz! - Explodi.
 

— Tem a ver com o Austin, eu o amo! - Ela chorava mais alto, o choro dela me quebrava, tirava minha paz, minha consciência.
 

— Você não pode amar um morto. - Grunhi.
 

— Ele ainda está vivo no meu coração! - Ela empurrou meu corpo estapeando meu peito com força, ardia como fogo.
 

— Ele está a sete palmos do chão Nina, ele não pode mais ditar sua vida. - Gritei tentando a segurar, em vão.
 

— Cala a boca Ian!  O que você entende de amor?  - Segurou meu rosto com tanta força que meu maxilar doía.
 

— Amor é o que eu sinto por você. - O tapa que recebi fez meu rosto girar e eu quase perdi a noção de onde estava.
 

— Não diz isso... Você não pode me amar, só o meu Austin! - Gritou praticamente cuspindo em mim.
 

— Seu Austin já foi comido pelos vermes sua idiota! - Dessa vez não foi um tapa e sim um soco, depois disso só o gosto de sangue que inundou minha boca.
 

— Eu te odeio. Seu miserável. - Disse pausadamente, e só aí depois de tudo aquilo eu dei conta do que tinha dito, do estrago que eu causei.

                                                     "Estar apaixonado é estar mais próximo da insanidade do que da razão."

[...]
 

 

Quando me levantei novamente, Paul e Phoebe estavam aos berros dentro da barraca, desperados querendo saber onde Nina estava e o porque do meu rosto ensanguentado.
 

— Estou ficando louco Paul. - Sentei-me ao lado dele quando Phoebe finalmente nos deixou sozinhos.
 

— O que aconteceu Ian? - O tom de voz expressava preocupação. — Você fez alguma coisa com ela? 
 

 

Meu irmão tinha todos os motivos para desconfiar de mim, eu reconhecia isso, não sei se ele sabia que eu descobri, mas todas as noites eu percebia que a porta do meu quarto era trancada por ele, uma tentativa de me manter protegido, protegido de mim mesmo. Então era óbvio, ele não confiava em mim...
 

 

— Você confia em mim? - Não me atrevi a erguer a cabeça, não queria parecer prepotente ou no meu caso mais derrotado, pois uma coisa era certa, sentia-me péssimo pelo que disse a Nina.
 

 

— Se eu não confiasse, não teria deixado você se aproximar da Nina assim que me contou sua relação com a morte do Austin... - Ele soltou um suspiro pesado, era evidente que ele estava triste, novamente o irmão mais velho perturbado atrapalhava sua vida.
 

 

— Eu queria ser um irmão melhor pra você, alguém que você pudesse se orgulhar... - Deixei minha cabeça pender para frente até tocar meus joelhos.
 

 

— Robyn sempre estava correndo atrás de subir na empresa, Bob finge que sua família não existe, você é o único que me enviava cartas quando estava longe e o primeiro a estar disposto a me ajudar... - Ele repouso a cabeça em cima da minha que continuava no meio de minhas pernas. — Você sempre foi o meu herói. - Fungou.
 

 

— Não machuquei a Nina, não sabia lidar com a dor dela e piorei tudo. - Senti as lágrimas começarem a brotar no canto dos olhos. — Eu só queria... Eu só... - Comecei a me enrolar, a culpa começava a se juntar com o nervosismo.
 

— Você só... - Paul me incentivava a continuar.
 

— Só queria que ela parasse de pensar que nosso beijo  foi um erro, porque não foi... - Cuspi as palavras.
 

— Ian, você tem que entender que Nina perdeu o homem que ela amava, não deve ser nada fácil pra ela admitir um novo amor...
 

— Eu tento ser compreensivo, mas eu a quero tanto pra mim, quero poder tocar, beijar... - Devaneei.
 

— Quanto tempo você demorou para superar a Megan? - Foi ríspido, e ele sabia como eu odiava tocar nesse assunto.
 

— Minha história com Megan é muito mais complexa que a deles! - Fui defensivo.
 

— Eu vejo duas histórias de amor, perda e feridas abertas... - Tocou meu ombro num sinal de compreensão. — Enquanto as feridas não cicatrizarem o coração de vocês não estará aberto.
 

— Mas eu a amo! - Gritei.
 

— Ou você vê nela um ponto para se agarrar? Se fortalecer as custas dos outros não é amor Ian! - Ele se levantou juntamente comigo e continuou a me segurar pelos ombros.
 

— Por que você não acredita que eu posso realmente estar apaixonado? - Eu estava ali, completamente vulnerável, desperado e culpado, mas mesmo assim meu irmão insistia em duvidar de meus sentimentos por Nina.
 

— Eu não disse isso Ian... - Logo se corrigiu.
 

Bufei já exausto e empurrei seus braços, não ficaria ali discutindo enquanto Nina estava no meio daquela mata. Eu tinha que fazer alguma coisa, mesmo que eu fosse um inútil e a última pessoa que ela quisesse ver no momento.
 

— Foi exatamente isso que você disse Paul, mas não precisa se corrigir, ninguém confia num louco, nem eu mesmo confio. - Dei os ombros. — Mas eu amo aquela mulher, ela é uma luz no meio da minha escuridão e eu não vou desistir da oportunidade que esse Deus que dizem existir me deu... Pessoas como eu são destinadas ao inferno. - Engoli a seco a brasa das minhas próprias palavras.
 

— Você não vai para o inferno Ian... - Ele fungou novamente com a voz trêmula.
 

— Talvez eu não vá para o inferno vermelho e cheirando a enxofre, mas continuo a viver no meu próprio inferno interior. - Deixei minha pálpebras se fecharem por um instante e as lágrimas antes reprimindas se puseram a cair. — E dentro de todo caos, Nina é meu anjo. - Sorri.
 

— Geralmente você protege os anjos... - Sabia que ela não ficaria muito tempo longe, Phoebe estava de volta e pronta para me matar. — O que você aprontou com a minha irmã? - Estava na defensiva e nem um pouco pacífica.
 

— Não temos tempo para explicação Pho!  Vamos atrás dela! - Minha paciência já tinha se esgotado para mais um interrogatório.
 

— Você não está em posição para mandar Ian! - Enfureceu-se. — Minha irmã saiu por essa mata sozinha no meio da madrugada e eu quero saber o porque...
 

— Eu disse as coisas erradas Phoebe, mas eu quero reparar meu erro. - Tentei me explicar, eu vão. No minuto seguinte Phoebe já estava pulando em meu pescoço.
 

— Por que você faz tudo errado? - Bateu com as mãos abertas em meu peito, empurrando-me.  — Você é um idiota Ian! 
 

— Pho, para com isso! - Era a voz de Paul.
 

— Você é um doente Somerhalder! - Continuou a me bater.
 

— Eu não fiz por querer, eu juro, por favor me escuta. - Pedi voltando a chorar novamente.
 

— Tô cansada de te escutar! - Ela ainda estapeava meu corpo. — Toda vez que eu te escuto você faz alguma besteira, minha irmã não merece você! - Aquelas últimas palavras com certeza doeram mais do que os tapas.
 

— Já chega Phoebe! - Dessa vez era a voz de Paul, ele gritou bravo, e ele nunca gritava, ainda mais com uma garota.
 

— Você nunca gritou comigo... - Minha cunhada parou de me bater, a voz dela saiu fina, chorosa. — Nenhum homem grita comigo! - Afirmou tremulando. 

                                                      
                                                                                             AUTORA 

 

— Eu não quis gritar com você... - Paul passou as mãos pelo cabelo, enquanto o olhar decepcionado de Phoebe o seguia. — Não queria levantar a voz, me desculpe.
 

— Você tem que parar de acobertar os erros do Ian. - Disse ela, ainda sentida com o ocorrido de minutos atrás.
 

— Não estou acobertando, é só que... - Respirou fundo, tinha que procurar as palavras certas para não magoar o irmão que estava ao lado. — É que as questões são bem mais complicadas meu amor.
 

— Agora você vem com "meu amor"  - Ironizou com uma risadinha debochada.
 

— Já disse que não quero brigar Phoebe. - Se aproximou dela e desfez os braços cruzados dela para que ele pudesse entrar ali, no abraço dela.
 

— Também não quero brigar Paul, mas é muita coisa... - Bufou pesadamente. — Nossa viagem, Nina perdida nessa mata, você gritando comigo...
 

— Ei, ei meu amor olha pra mim. - Segurou o queixo dela com delicadeza e ergueu o rosto para que ela olhasse nos olhos dele. — Eu nunca mais vou gritar com você, nunca. - Afirmou.
 

— Estou preocupada Paul. - O abraçou apertado para o alívio dele. — Nina sozinha no meio dessa floresta.
 

— Vai ficar tudo bem, sua irmã sabe se cuidar. - Afagou as costas dela. — Além do mais nos vamos procura-la, não é mesmo Ian? - Voltou-se para o irmão, mas quando se desvencilhou da namorada viu que ele não estava mais lá.
 

— Ah não... - Phoebe lamentou. — Não vai me dizer que ele foi pro meio da floresta atrás dela?
 

Era uma pergunta, porém ambos já sabiam a resposta, afinal as pegadas características de Ian o denunciavam.
 

— Não pode ser. - O Somerhalder mais novo estava incrédulo. — Ian!! - Chamou pelo irmão, que naquele momento já estava longe.
 

— Poupe a sua voz Paul. - Pediu ela indo na direção da cabana principal. — Vamos pedir mais urgência nas buscas.
 

— Ainda não acredito que o Ian fez isso. - Seguiu a namorada.
 

— Nem eu. - Chutou uma pedrinha que estava a sua frente para longe, ela queria chutar Ian, mas como não podia a pedrinha iria servir. — Tudo o que a gente não precisa é de um cego perdido na floresta também.
 

— Pho! - Ele a repreendeu.
 

— Foi mal! - Ergueu as mãos em rendição. — Desculpe.

[...]
 

— Parabéns Nina. - A morena falou com si mesma ao se sentar numa pedra próxima, estava cansada e com fome, os pés latejavam tanto que ela achou que eles cairiam. — Você poderia ter simplesmente seguido a trilha, mas não... - Batia os pés no chão furiosa.
 

— O que eu vou fazer?  Não sei como voltar... Droga Ian, eu te odeio tanto... - Permitiu-se chorar agora que estava sozinha, Nina odiava chorar na frente dos outros, ainda mais por causa de Ian, o homem que a tirava de órbita.
 

Sozinha ali, no meio das árvores Nina deixou as lembranças do passado inundarem sua mente novamente, a época em que ela era feliz. Não queria mais pensar na tempestade tropical que era sua vida de agora.



— Bom dia flor do dia... - Austin acordou a amada com um beijinho no nariz arrebitado, seguido por um abraço caloroso.

— Bom dia! - Ela sorriu abertamente,  espreguiçando-se nos braços dele.

— Fico impressionado como você acorda linda pela manhã. - Começou a fazer uma massagem nos ombros nus, num misto de mãos e lábios.

— Seu bobo. - Corou com o elogio. — Um grande bobo, mas só meu... - Virou-se pra ele deitando sobre seu peito. Hoje Austin voltaria para mais uma missão no Afeganistão e Nina estava com o coração apertado, não queria que ele fosse.

— Você mudou de expressão tão rápido, o que se passa nessa sua cabecinha? - Afagou os cabelos castanhos, ele a conhecia tão bem.

— Você vai embora hoje... - Respondeu tristonha. — Não queria que você fosse.

— É meu trabalho amor, você sabe o quanto eu amo o que faço. - Explicou beijando o topo da cabeça dela diversas vezes.

— Mas é tão perigoso... - Sussurrou. — Tenho medo que você não volte.

— Eu sempre vou voltar pra você Nina, eu sempre estarei contigo, no seu coração. - Virou a cabeça dela para que a morena o olhasse. — Tem muitos que não voltam pra casa nunca, o General S. é um exemplo...

— Ele não tem família? - Questionou curiosa.

— Ele não tinha um amor por quem voltar... - Falou.

— Isso deve ser triste... - Murmurou.

— Acho que ele não achou a pessoa que o completasse. - Afirmou segurando firme a mão dela que detinha a aliança.

— Como você me completa. - Sorriu orgulhosa passando os dedinhos pela aliança na mão dele.

— Exato. - Ele sorriu também. — É por isso que você nunca vai estar sozinha, sempre te ajudarei a achar o caminho de volta.



 

Depois daquele dia Austin não voltou, Nina perdeu o chão que a sustentava e sua vida virou de cabeça pra baixo.
 

— Você era meu ponto de equilíbrio Austin. - Falou como se o marido estivesse ali. — Eu não quero esquecer de você.
 

Nikolina sabia que Austin nunca seria esquecido, ele sempre teria espaço no coração dela, mesmo após sua morte. A médica achou que nunca ninguém fosse ocupar o espaço destinado ao amor que pertencia ao rapaz, ela estava enganada, Ian apareceu e não trouxe equilíbrio como Stowell, pelo contrário junto dele veio uma bagunça maior ainda, uma confusão que Dobrev não queria por perto, mas sem perceber ela já estava submersa naquilo tudo até o pescoço.
 

Certa vez um autor disse que " a paixão é uma tempestade altamente devastadora, enquanto o amor, com sua serenidade, é construtivo ".  É uma bela forma de pensar, admito, todavia amar é também contruir e desconstruir, amar junta o sereno com a tempestade, e mesmo em meio ao caos do mar não deixa o barco virar, amar é não desistir, amar é sentir tudo e ao mesmo tempo não sentir nada, amar é viver, amar é ser, amar é simplesmente amar sem precedentes...
 

— Encontrei você... - Ele suspirou aliviado. Não foi fácil, a falta da visão dificulta tudo, mas a experiência dele em guerra o ajudou, com o tato ele identificava as pegadas, e o perfume adocicado se destacava ali, denunciando os locais que pela passava. Mas mesmo assim Ian acreditava que tinha tido sorte, afinal se não fosse um choro baixo que vinha do meio das folhagens ele não teria a encontrado. 

— O que você tá fazendo aqui? - Nina levantou-se assustada secando as lágrimas.
 

— Eu vim atrás de você... Queria me desculpar por tudo que eu disse, eu não queria... - Começou a se explicar, mas foi interrompido.
 

— Você não queria dizer, guarde suas desculpas Ian. Não as quero, pode ir embora, eu sei o caminho... - Foi ríspida indo na direção contrária à que ele estava.
 

— Por favor Nina, deixa eu me redimir. - Suplicou.
 

— Só me deixa em paz, é o maior favor que me faz. - Doeu nela dizer aquilo, Ian a tempestade que fazia Nina querer danaça na chuva sem guarda chuva ou medo dos raios, mas o mesmo que a cortava como vidro.
 

— Eu sei sou todo quebrado, mas eu posso melhorar.
 

Ótimo, pensou ela, um quebrado por outro só traria mais dor, ela não queria mais feridas que já tinha.
 

— Só segue a sua vida Ian, me esqueça, só isso... - Nina jogou a toalha.
 

— Por favor Nina... - Ele Ian continuar mais um grito de dor interrompeu.
 

— Minha perna!  Cobra, meu Deus! - O chocalho sutil que vinha do chão denunciava a dona do temido barulho da floresta. Uma cascavel acabará de picar a médica. — Isso dói demais. - Grunhiu.
 

— Devagar Nina, vem pra perto de mim, vem... - Ele estendeu a mão desesperado, como não podia ver ele não sabia o que fazer.
 

— Não quero ficar perto de você... - Ela renegou choramingando de dor.
 

— Então finge que não só eu, só me deixa te ajudar e eu sumo da sua vida... - A mão dele ainda estava estendida, pronta para pega-la.
 

Sem ter como continuar renegando e sentindo seus batimentos cardíacos aumentarem, as pernas não terem mais força Nina pegou a mão dele, que a puxou sem dificuldade, segurando a morena em seu colo.
 

— Não quero morrer. - Chorou.
 

— Você não vai, vou te tirar daqui.

[...]
 

— Você teve muita sorte Nina. - Hugh terminava de fazer o curativo na perna da médica. — Se aquela equipe médica da região não tivesse chegado nem sei o que teria acontecido.
 

Uma coisa era certa: quando Phoebe Tonkin queria, ela movia montanhas. Depois que Ian também entrou na mata a modelo não mediu esforços para reunir uma equipe médica e bombeiros, se não fosse pela experiência dos profissionais que levaram com ele o antídoto para o veneno da cascavel Nina não teria sobrevivido.
 

— Eu sei Hugh. - Ela respondeu exausta, apesar de tudo estar normalizando em seu organismo a Dobrev ainda se sentia fraca. — Obrigada Pho. - Mandou um beijo para irmã que estava ao seu lado.
 

— Parece que você já está pronta pra próxima Dobrev. - Paul brincou arrancando um sorriso da cunhada.
 

— Ah eu dispenso - Riu fraco. — Ian ainda está aqui? - Perguntou estranhando a ausência dele, apesar de tudo que acontece Nina não podia negar que ele salvou sua vida. — Eu queria agradecer. - Se explicou diante do olhar de espanto de todos, principalmente de Hugh.
 

— Já vai atrás desse cego de novo? - Hugh rebateu nervoso. — Olha o que ele fez com você?  Aquele idiota.
 

— Olha como fala do meu irmão!- Paul cerrou os punhos pronto para socar aquele médico.
 

— Ele quase matou a Nina! - Laurie prosseguiu com a discussão.
 

— Cala a boca Laurie! - Nina foi firme. — Não quero te ouvir falando do Ian. - Decretou.
 

— Me diz o que ele tem que eu não tenho Nina! - Pediu afoito. — Você sabe que eu faria tudo por você...
 

— Ian nunca escondeu quem ele é... - Bufou já cansada daquela insistência.
 

— Você gosta de ser feita de idiota, aquele maluco ainda vai matar você... - O homem se levantou da banqueta e seguiu para a saída, mas antes foi atingido por um soco certeiro no queixo.
 

— Nunca mais fale do meu irmão dessa forma seu doente! Ian é uma pessoa com transtornos mentais, mas não significa que ele seja uma pessoa ruim... - Paul segurou o médico pelo colarinho.
 

— Louco, é isso que ele é, não deveria estar solto pelas ruas. - Grunhiu irritando o fotógrafo.
 

— Ian é o cara com o maior coração que eu conheço, mil vezes mais humano que você, seu lixo. - Largou Hugh com força no chão e foi para perto da namorada.
 

— Não ligue para o Hugh. - Nina tentou amenizar.
 

— Não ligo. - Ele suspirou coçando o nariz nervoso, enquanto Phoebe afagava o cabelo dele na tentativa de acalma-lo. — Acho que vou pra casa ver como o Ian está. - Disse por fim.
 

— Vai sim. - Pho o abraçou. — Vou passar a noite aqui com a Nina. - Beijou os lábios dele num selinho rápido.
 

— Boa noite então. - Deu um beijo na testa dela. — Melhore logo Dobrev! - Beijou a bochecha da cunhada.
 

— Boa noite Paul. - Sorriu. — Agradeça ao Ian por mim.
 

— Eu farei isso. 

[...]
 

Naquela noite quando Paul chegou em casa chamou por Ian, a resposta demorou, mas a voz de Ian logo saiu do quarto do militar.
 

— Estou aqui! - Apareceu com a cabeça do lado de fora e quando Paul seguiu em sua direção ele voltou para dentro.
 

— O que você tá fazendo? - Parou na soleira da porta confuso ao ver Ian fazendo as malas. — Vai viajar.
 

— Quase isso. - Riu fraco. — E a Nina, como está? - Indagou preocupado.
 

— Fora de perigo, só cansada, Phoebe vai passar a noite com ela. - Explicou entrando no quarto do irmão.
 

— Isso é ótimo. - Continuava a colocar as roupas na mala tão organizado que nem parecia que não enchergava.
 

— Você ainda não respondeu o porque da mala. - Retomou o assunto.
 

— Ah isso. - Apontou para mala e suspirou triste. — Estou indo fazer o que já deveria ter feito a muito tempo...
 

— E o que seria? - O fotógrafo questionou ainda sem entender.
 

— Estou indo me internar numa clínica para doentes mentais. - Disse sem emoção. - Quero melhorar para Nina... 
 

"Não vou desistir de nós
Mesmo que os céus fiquem furiosos
Estou te dando todo meu amor
Ainda estou melhorando" 

 





 


Notas Finais


Não tenho mais palavras, mas ao meu ver consegui passar a mensagem do capítulo, eu deixei varias pistas, pouca gente percebeu, mas agora ficou mais claro, Ian sofre de transtorno de bipolaridade, por isso tantas mudanças de humor e essa personalidade tão peculiar.

Quero que vocês entendam: Nina ainda não superou a morte do Austin, ela se sente culpada e o Ian ainda está na luta com seu monstros interiores, os personagens falam por si, eles ainda não estão prontos para o amor, mas eles ainda vão se encontrar novamente e quando isso acontecer, será mágico...Confiem em mim.

Obrigada por todo o apoio e os comentários tão lindos, vocês me fazem continuar, quero muito saber a opinião de vocês. Sou eternamente grata<3

Twitter: @biacardoso_bia

Até breve, tentarei voltar mais rápido dessa vez.

Xoxo <3


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