Eu, mais uma vez, esperava meus brother em casa, porque como sempre, minha casa é o ponto de referência do mundo.
– Ôh! – Gritou uma voz familiar – Abre o portão aí!
Saí para fora, e encontrei a bola... Digo, meu amigo Rafael sob sua... Bicicleta.
– Abro sim, mas não tem nenhum explosivo debaixo da banha, certo?
– Claro que não, sou da paz, pôh! – Ele respondeu.
Abri o portão e ele entrou. Eu temia ter que esperar quatrocentas horas pro resto do pessoal chegar, mas não demorou muito. Antes disso, tive que ficar apreciando a imensa bola de banha, digo, o Rafa, ler em voz alta outro capítulo da minha história. Talvez isso seja um fato importante: Eu sou um escritor amador.
Tá, talvez isso não tenha importância alguma.
– Eu vou levar o portão pra casa, hein?! – Gritou outra voz lá de fora.
Assim que saí, me deparei com uma versão brasileira de Luke Skywalker, só que com roupas mais atléticas e um físico menos virjão. Talvez as pessoas o chamassem de Luke-Homão-da-Porra, eu, chamava apenas de Sparda.
– E aí, men? – Cumprimentei antes de abrir o portão. Em pouco tempo, Clóvis e George chegaram também, se alguém passasse na rua, provavelmente pensaria duas coisas: Minha casa é uma borracharia ou um ponto de drogas.
Duas horas foi um tempo recorde. Ficamos parados no meu quarto. Todos olhando para a parede como profundos retardados.
– Na moral, eu tô entediado pra cacete – Sparda comentou.
– Bora dá um rolê? – Rafa sugeriu, mas como sempre, ninguém ligou para o que ele havia dito.
– Bora dá um rolê? – Perguntou Clóvis. O rapaz era pouco gordo também e se enquadrava mais no “Homão da Porra”, mas esse parecia mais um “Peludo da Porra”.
– Bora – Respondemos em uníssono. Tínhamos sorte do Rafa não ligar muito com o bullying. Ou como costumo chamar: Bólem, porque bullying é uma palavra difícil pra caralho.
Na rua, passávamos na frente de uma casa amarela quando George comentou:
– Aqui não mora o Marquinhos?
– O garoto alto pra cacete que cria os negócios estranhos? – Perguntei de forma retórica. – Mora sim.
Não demorou muito para estarmos atacando a geladeira do Marquinhos. Duas coisas eram fatos inegáveis: O cara tinha comidas deliciosas, a segunda... Bom, Rafa não maneirava com a frase “sintam-se em casa”, o cara literalmente atacava a geladeira. Só consigo imaginar algo como:
Geladeira usou: Fechar.
Não foi nada efetivo.
Rafa usou: Gordice Aguda.
Foi EXTREMAMENTE efetivo.
– Ok, além de assaltarem minha geladeira, o que fazem aqui? – Perguntou o garoto anfitrião.
– Viemos ver você. – Clóvis explicou.
– E atacar a geladeira! – Rafa completou.
– Ata.
Marquinhos nos conduziu até uma sala afastada, prometendo mostrar pra gente sua mais nova invenção: O Intertempoineitor. Ouvir esse nome me fez pensar: “Por que o Inator no fim das invenções?”.
– Pra quê serve isso? – Perguntou Sparda analisando de longe o objeto que lembrava muito uma arma espacial. Aquilo definitivamente não caberia em nenhum coldre comum.
– Simples! – Marquinhos explicou enquanto ajeitava uma maçã numa bandeja – Ele lança um raio poderoso cuja envolve as moléculas do alvo e o envia para o tempo-espaço!
– Sabe que falou grego pra gente, não? – Perguntei.
– É uma viagem no tempo. – George explicou, só então lembrei da presença dele. – Duvido que funcione.
– É claro que funciona. – Marquinhos atirou o raio na maçã e a mesma apareceu de volta em cima da mesa onde estava.
– Woow! – Dissemos em uníssono.
– Me deixa ver! – Sparda tentou arrancar a arma da mão de Marquinhos, que tentava evitar.
– Não! – Clóvis gritou – Eu quero ver! – E se atirou sobre eles tentando pegar a o Intertempoineitor.
– Parem com isso! – George gritou – Eu mereço ver primeiro! – E se juntou à briga.
– Parem gente! – Tentei intervir antes que tudo terminasse em algum problema. Para meu grande azar, eu era o menor de todo o grupo. A última coisa que vi antes de quase ser intoxicado pelo odor de tetas mal lavadas foi a grande sombra feita pelo Rafa, que nos abraçava enquanto dizia de forma gentil e quase doentia a palavra “Família”.
Foi aí que tudo aconteceu. E aconteceu rápido de mais.
O som de disparo do laser, o grito de preocupação de Marquinhos que já estava distante por precauções óbvias. Tudo que consegui ver antes de sentir o choque que me fizera desmaiar, foi o raio vermelho atingindo a droga da bandeja da maçã.
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