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História Inverno - Estarei aqui (Parte final do especial)


Escrita por: Anne_Noob

Notas do Autor


Olá meus bolinhos de arroz, tudo bem?
Pois bem, hoje serão dois capítulos em um só dia (não se acostumem), hey! Esse e minha tentativa de pedir desculpa pela demora, então desculpem-me ;--;
Esse capítulo terá mais confusões, e um dos momentos que eu achei mais cômico (me digam o que acharam, se quiserem <3) de toda a fic até agora :v
enfim, boa leitura meus bolinhos!
-O capítulo vai conter frases com duplo sentido, estão avisados-

Capítulo 12 - Estarei aqui (Parte final do especial)


Fanfic / Fanfiction Inverno - Estarei aqui (Parte final do especial)


Me desculpe se pareço desinteressada
Ou não estou ouvindo, ou estou indiferente
De verdade, eu não tenho o que fazer aqui
Mas já que meus amigos estão aqui, só vim para curtir
Mas para falar a verdade, preferia estar em casa sozinha
Não nesta sala cheia de pessoas
Que nem se importam com o meu bem-estar
Eu não danço, nem pergunte, não preciso de um namorado
Então você pode voltar, por favor, curta sua festa

 

Eu estarei aqui
Em algum lugar num canto
E eu não quero ficar com você
Então diga aos meus amigos que estarei por aqui
Aqui, aqui
Eu me perguntei, o que estou fazendo aqui?
Aqui, aqui

 

Elas falam que me amam, me querem, precisam de mim
Parece que as mulheres aqui são carentes
Mas todas elas só querem e precisam de dinheiro
Ela me chama de "amor", sei que está mentindo
Tudo o que ela quer de mim é o alto padrão
A escada, escada, ela adora, a está escalando
Quanto mais alto ela chega, mais fica sem visão
No minuto em que ela despencar, estará bem aqui
No minuto em que ela despencar, estará bem aqui
Dizem que diamantes duram eternamente, sem explicar
Que diamantes enchendo seu cofre não escondem a dor
Espero que entenda que estarei aqui

 

-Here, Alicia Cara

 

Dezembro. Ainda Quinta-feira (23).Horário local: 08:50 P.M.

                O corredor estava silencioso, mas as vozes na sala de estar estavam altas o bastante para eu ser capaz de ouvi-las. A lua e a luz do primeiro andar eram a única iluminação ali, mas o escuro não fazia parte dos meus medos, nem ele nem a morte. O cheiro que vinha da sala (ou da cozinha) era maravilhoso e fez meu estômago robótico sentir necessidade de saber de onde o maravilhoso cheiro vinha.

            Desci o lance de escadas rapidamente, vendo que Becca e Atsila tinham voltado e que o clima ali não estava animado com eu havia pensado ao ouvir as vozes, Todos ali tinham uma tensão forte em si. Becca me olhou, curiosa como sempre, mas seu olhar transparecia algo a mais que não soube decifrar. Jack também olhou para mim, suas orbes esverdeadas confusas e sua expressão raivosa conseguiram arrancar quaisquer palavras que eu pudesse ter em minha mente. Aparentemente meu desejo natalino e que as coisas não ficassem ainda piores não adiantou muito...

            Katsu estava de pé, em frente a televisão. Sua pose mandona me irritou um pouco, mas logo senti-me em desvantagem lógica ali.Estava claro que a Japonesa havia soltado mais calúnias sobre minha pessoa. Então, depois de algum tempo nós encarando, A voz da Japonesa feisse ouvir na sala:

-Você mentiu para nós.- Seu tom raivoso não me assustou, só me fez revirar os olhos já cansada das suas acusações.

-Qual foi meu erro dessa vez, Katsu?- Pus minhas mãos na cintura, já cansada das loucuras dela. Não alterei meu tom de voz. Mas pude ver seus olhos praticamente pegarem fogo.

-Você estava recebendo mensagens esquisitas no seu computador, não é?- Jack perguntou-me, seu tom de voz era uma mistura de raiva, confusão e desapontamento. Olhei-o, Lembrando-me desse problema, eu havia o esquecido... Ouo, eu realmente esqueci algo. Isso é surealmente estranho.

-Há, isso? Eu havia esquecido esse problema..- fui interrompida por Katsu.

-Nós poupe das suas desculpas, Cortana.- Sua voz raivosa começou a me irritar, mas não mudei meu tom de voz na hora de responder.

-Olha, eu sou uma IA, mas pelo que sei ainda estou propensa a falhas. Eu não menti ou estou me desculpando, eu realmente esqueci.- Me aproximei do grupo. Jack continuou sentado na ponta esquerda do sofá, Atsila na ponta direita e Becca em uma poltrona atrás de Katsu, ambos analisando meus movimentos – Além disso, não lembro de te dever nada sobre a minha vida, ou devo? Pelo que sei, eu pago minhas próprias contas. Também achei ter sido clara em te dizer para parar de me acusar sem provas.- Olhei nos olhos da Japonesa, sem qualquer medo dela ou de seu olhar.

-Agora eu tenho. Atsila achou as coordenadas mais recentes da sua preciosa filha, ela está na UNSC-Infinity e aparentemente de forma clandestina.- Deixei um sorriso fraco sair do meu rosto, uma pequena luz de esperança invadiu minha mente.

-Isso é ótimo!... Ou não?- Franzi a testa, sentindo minha alegria sumir. Um sorriso irônico brotou na face da Asiatica.

-Tola, claro que Não. Principalmente para você, afinal, ela só poderia ir para lá…- A interrompi com meu riso irônico, eu sabia o que ela estava insinuando.

-E ainda teve coragem de me chamar de tola. Melanie tem a capacidade de entrar em qualquer sistema existente sem ser detectada, sem necessidade de alguém levá-la para lá! Simplificando, ela pode em termos técnico para leigos, se tele-transportar para qualquer rede no universo que a humanidade conheça.- Vi sua pose cair, e me aproximei um pouco mais, agora tendo minha voz alterada – Eu não ligo quando você age de má fé comigo, mas jamais ponha o nome da minha filha novamente no meio das tuas acusações, jamais.- A olhei, vendo-a recuar um pouco.

            O silêncio tomou a sala, sentei-me entre Jack e Atlisa, vendo-os me encarar enquanto Katsu ia até a cozinha. Minha vontade de comer havia passado, mas minha vontade de falar umas boas verdades para a Japonesa, essa não.

-Você...realmente conseguiu rastreá-la?- Olhei para a ruiva de canto de olho, vendo seus expressivos olhos vermelho sangue me olharam intensamente.

-Bom, foi o último rastro digital dela. Ela pode estar em outro lugar, mas a Infinity seria um bom começo caso fossem procurá-la.- Falou calmamente, colocando uma mecha do seu cabelo vermelho fogo atrás da orelha.

-Você acha que Isso tem algo haver com as mensagens?- A voz calma de Jack chegou aos meus ouvidos, fazendo-me encará-lo também.

-Eu acho que ela está tentando se comunicar comigo, Jack. Ou pedindo-me ajuda ou me avisando de algo...ou até os dois.’ Suspirei, fechando os olhos.

-Você tem alguma imagem das mensagens? Ou se lembra do que elas dizem?- Sem dizer nada, peguei meu Smartphone e fui até a galeria , mostrando-o as fotos do monitor –Isso é fascinante! isso vai desde criptografia pesada até código binário. Ela é capaz de fazer isso?- Perguntou-me, encantado .

-Ela é capaz de fazer isso, várias vezes e ao mesmo tempo.-suspirei novamente, guardado o Smartphone no bolso novamente – As mensagens sempre tratam de coisas...digamos, pessoais e com duplo sentido. E ela é mais do que capaz de fazer isso.- Finalizei o assunto, cansada dessa confusão toda.

-Gente, que menina ZiKa em? Já gostei dela.- Sorriu Becca, seu tom de humor me fez relaxar um pouco.

-Você provavelmente nem seria capaz de acompanhar o raciocínio dela.- Alfinetou Atsila, calmamente.

-Ai bixa má. Não precisa pisar assim.-Bufou, Becca prendeu de forma desengonçada seus cabelos verdes em um coque e levantou-se –Apesar de eu achar uma péssima idéia a Cortana e a Katsu no mesmo lugar que facas e coisas afiadas, temos um jantar a terminar.- Estendeu-me uma mão, a qual aceitei sem demora e levantei-me do sofá.

-Só ela não sair por aí falando o que não sabe sobre mim que tudo ficará bem.’ Finalizei a conversa, indo junto com o grupo para a cozinha.

            Houve muito barulho na cozinha pelas próximas três horas. Fomos divididos em duplas: eu e Anna, Jack e Katsu e Becca e Atsila. Assim tudo foi mais rápido. Por vários momentos, eu pude capturar os olhares analisadores de Katsu em minha direção, sempre buscando minha falhas. Eu simplesmente a ignorava , focando-me na minha tarefa. Para mim, ignorar olhares alheios sempre foi muito fácil para mim, por mais que alguns Marines literalmente me secassem com o olhar, Sempre ter o salvador da humanidade ao seu lado e que tem dois metros de altura ajudava muito nesse casos.

            Parei de divagar e voltei ao trabalho. Anna e eu ficamos responsáveis pelo prato que pelo que eu notei, e o mais importante, chamado peru ( Lógico que Becca soltou todo o tipo de piada sexual existente em relação a esse prato, não vou negar que com algumas piadas eu acabei rindo). Katsu e Jack pelas saladas e Atsila e Becca por outra receitas diversas.

            Perto das dez da noite, tudo já estava pronto. O clima tenso havia diminuído consideravelmente. O resto do pessoal se dirigiu até a sala, porém eu e Anna ficamos na cozinha jogando papo fora. Hora ou outra Jack aparecia e ficava “namorando” com Anna, isso não me incomoda, mas os comentários da Becca vindos da sala sim.

            Fiquei jogada no balcão negro da cozinha, olhando para o timer do forno, que mostrava que faltava bastante para o peru ficar pronto. Soltei um suspiro seguido de um grunhido baixo, que chamou a atenção da morena de olhos cor Mel:

-Hum? O que foi?- Anna questionou-me, com a sobrancelha esquerda erguida.

-Nada... Só vai demorar duas décadas para o peru ficar pronto.- Murmurei.

-Nhé, nem é tanto assim.- Riu ela, sentando-se ao meu lado – Você nunca me falou se já teve outros natais antes...’ Sussurrou timidamente.

-Bom... não como estou tendo aqui, mas sim, já vivi outros natais.- Sorri de canto, vendo-a ficar interessada no assunto – Normalmente, a data “natal” passou meio batida tanto para mim quanto para o Chief. Porém, teve uns dois ou três natais que eu e ele passamos em algumas naves da UNSC. Nada muito luxuoso, apenas um jantar mais refinado e a possibilidade dele tirar a armadura.- Vi-lá arregalar os olhos, e ri um pouco – Não fique tão animada, eu praticamente tinha que implorar para aquele cabeça de melão tira-la. Ele dizia que a armadura  era sua segunda pele.-

Acabei rindo ao me lembrar desse momentos, eu sempre achava alguma desculpa para ele retira-la, e normalmente era por higiene mesmo. Ele passava anos com ela no corpo, missão atrás de missão, sem um pingo de água no corpo, então eu sempre fiz questão de fazê-lo tirá-la quando se podia por isso. Até por questão de saúde.

-Devia ser engraçado vê-los discutir por algo tão banal quanto isso.- Sorriu brincalhona.

-Não chegava a ser uma discussão em si. Ele normalmente era bem obediente.- Ri mais um pouco – Porém, o hábito de viver 24hs com aquilo era péssimo para a saúde dele, de todas as forma possíveis.-

-Quem ouve acha que é médica, Dra.House!-  Gritou Becca, da sala. O  que gerou uma risada coletiva.

“Tenho que conhecer o que é meu, não é?” Pensei comigo mesma. Mas então senti um estalo na minha mente, Ele não é necessariamente meu.Engoli em seco, fazendo minha mente pensar em qualquer outra coisa que não fosse ele, ou qualquer coisa relacionada a ele, por mais difícil que isso fosse.

            Deixei os risos morrem ao poucos e não a dei uma resposta, não tinha nada a dizê-la. Apenas voltei minha atenção novamente para o timer, querendo que o tempo passasse logo... Para me impedir de pensar, pensar neles.

            Sempre que eu acabava ficando sem nada para fazer, voltava a pensar em John e minha filha. Queria tê-los perto de mim novamente, saber como estão, ajudá-los caso necessário. Soltei um suspiro, cansada.

            Um estalo bateu em minha mente. Peguei a mão de Anna e levei-a até o segundo andar, sorrindo. Abri rapidamente a porta do meu quarto e comecei a desconectar o Xbox e seus derivados do monitor.

-Han, posso saber qual é a sal idéia?- Anna questionou, claramente confusa – E como você achou isso?-

-Bom, Lembrar que hoje você pediu-me para ficar aqui em cima? Pois bem, fiquei jogando.- Acabei rindo mais um pouco, enquanto colocava o Xbox de volta na caixa – Eu achei essa caixa fechada, nela está escrito ser do Jack. Então fui falar com ele para ver se eu poderia jogar e ele deixou.- Peguei a caixa sem dificuldade e sinalizei para Anna abrir a porta para mim, pois minhas duas mãos estão ocupadas segurando a caixa – Então, já que matou meu tédio, deve matar o tédio da galera também. Não?- Sorri para a morena.

- Você é um gênio.- Revirou os olhos, rindo.

            Anna me guiou pelo corredor e pela escada, já que a caixa era grande o bastante para cobrir parte da minha visão. Assim que chegamos na sala, vi as faces curiosas das garotas em minha direção, enquanto Jack sorria de canto.

-Que que é isso?- A voz aguda de Becca entrou em meus ouvidos, me fazendo suspirar.

-Um Xbox, Becca. Um console para jogar vídeo-game.- Lhe expliquei, retirando a caixa preta e conectando-o a televisão.

-Mona, eu sei o que eu um video-game. Só quero saber porque essa bagaça tá aqui.- Completou como se fosse óbvio, revirei os olhos. e liguei o console.

-Para jogarmos? Afinal, não tem muito o que fazer até o jantar ficar pronto.- Jack pegou o segundo controle e Atsila o terceiro e eu peguei o primeiro (Hepy, Player um!). Nos sentamos na frente da lareira, eu e Jack realmente estávamos animados, porém Atsila não parecia tão animada quanto nós.

-O que vamos jogar?- Perguntou a ruiva.

-Bom, eu estava jogando um tal de “Call of Duty: Black ops III”, ele é bem bom.- Mostrei a caixa do jogo para ela, lhe entregando para que ele pudesse ver a sinopse do Game.

-Eu joguei muito COD na faculdade. Lá tinham alguns campeonatos desse jogo e os prêmios sempre foram muito bons é bem… digamos que minha profissão me ajudou muito a ganhar.- Atsila entregou o disco para o rapaz, que o colocou para rodar no console vindo sentar-se ao nosso lado logo depois.

-Sacanagem, Sweet Boy.- Ri da afirmação de Becca. Realmente, era como se ele praticamente Hackeasse o jogo.

-A culpa é minha se eles não sabem fazer uma boa IA?- Riu um pouco, e depois se virou para nós (eu e Atsila) -Prontas para perder?- Eu e Atsila trocamos um olhar cúmplice.

-Só se for você. Não se esqueça que nós..- Deixei minha frase morrer propositalmente, sorrindo.

-... Somos IA’s, Kimbsom.- Completou Atsila, também com um sorriso, só que  perverso, no rosto - Esse é nosso território.-

-Veremos.- Demos play e começamos a batalha sangrenta entre nós mesmo e os outros players.

            Fomos para  modo competitivo (ou multiplayer tradicional) e tenho que admitir: Jack joga muito bem. Sua estratégia era sempre tentar nós pegar desprevenidas, porém eu havia conseguido uma sinaper é digamos…. O coitado não teve chance. Atsila havia conseguido uma arma muito bem balanceada e com uma boa quantidade de munição. Então ela servia de isca enquanto eu ficava “Camperando”. No placar final, o meu time e o da Atsila ganhou de 22/15 para o time dele.

-Meu time é muito ruim!- Esbravejou, com a face vermelha. Eu e a ruiva rimos um pouco.

-Você até jogou bem, Jack.- Tentei consolá-lo. Pus minha mão no seu ombro, atraindo a atenção dele - Mas nós somos melhores.- O rapaz me empurrou, levemente. Me fazendo rir.

-Ei, que acha que o perdedor tem que pagar uma prenda?!- Becca, como sempre, plantou a semente da discórdia. Olhei de relance para a Ruiva do meu lado, vendo-a com a sobrancelha direita levantada, como que diz silenciosamente, com um pequeno sorriso duvidoso no rosto.

-Acho justo.- Ouvi a voz de Anna. Ela estava escorada no arco que dividia a cozinha da sala, com os braços cruzados.Ela voltou a vestir o avental azulado, já um pouco sujo pela utilização frequente hoje. Seu cabelo continuava preso, só que agora de forma mais firme, e um pequeno sorriso brotou na face dela quando Jack virou-se para olhá-la, incrédulo.

- Que isso? Complô?- Questionou-a, mas ele não estava bravo..talvez só desconfortável com tudo aquilo,  mas o próprio teve que reprimir um sorriso ao vê-la. Eles têm uma ligação interna tão forte tão bonita que é capaz de encantar até que não os conhece direito.

-Talvez, tenha a sua vingança pela noite passada.- O Sorriso da morena aumentou ainda mais quando a face do rapaz atingiu novos tons de vermelho, ficando claro que aquele assunto era bem pessoal.

-HOOU MEU! Tá pegando fogo o menino!- Becca praticamente de um pulo no sofá, o que me fez rir novamente.

-Bom, Posso pelo menos escolher que vai me torturar? - Murmurou, fazendo sua melhor carinha de pidão.

-Pode né, a casa é tua, se eu disser que não fico sem boia.- Respondeu no mesmo tom Becca, cruzando as pernas de forma desafiadora.

-Seja Bondosa comigo,  Cortana.- Me olhou, com um sorriso de canto. Claro que fiquei me chocada no início, eu juraria que ele escolheria Anna, porém, ele mostrou-me o contrário.

-Bom..já que é assim...- Fiz uma pausa dramática, pensado um pouco. Sorri ironicamente e troquei breves olhares com Anna, e consegui perceber que ela captou minha mensagem ocular, vendo-a me encarar incrédula. Voltei a olhar para o rapaz, e calmamente falei - Hó, meu caro amigo… te desafio a Beijar a Anna.- Sorri ainda mais.

Rolou uma gritaria  vinda de Becca que quase me deixou surda, E então apenas vi o rapaz rir e se levantar, indo lentamente até a morena e cumprindo o desafio. Dava para ver claramente que no início foi desengonçado, porém aos poucos foram pegando o jeito. No final, os dois estavam corados, porém duvidava muito que fosse por irritação.Anna me olhou com um olhar mortal, o que fez a mim e a todos ali presentes (incluindo Jack) rir.

-Não queira me matar, eu apenas encurtei o caminho.- Sorri, me levantando e deixando o controle de lado - Além disso, temos que terminar o jantar. - Jack ainda deu um último selinho nela antes de voltar ao seu antigo lugar e sentar-se novamente no chão, começando uma nova partida. dessa vez, Becca jogaria com eles.

            Eu, Anna e Katsu fomos para a cozinha. Anna brigou um pouco comigo, porém logo depois já estávamos conversando normalmente, ainda que de vez em quando eu soltasse alguma piadinha, não era nada de grave.

            Já era umas dez da noite quando o jantar ficou pronto. Anna e Jack decidiram quebrar um pouco a tradição da ceia ser só a Meia-noite, senão provavelmente até lá tudo estaria frio novamente.

            Ali na casa, tinha uma mesa de jantar relativamente grande. Porém, nunca precisamos usá-la antes. Ela ficava entre o sofá da sala e o arco da cozinha, então não foi difícil transportar os pratos para a mesa.

            Acho que era a primeira vez naquela noite que não havia nenhum clima ruim ali instaurado. Apenas talheres sendo batidos, bebia e muitas risadas. Não que eu esteja reclamando, longe disso, apenas foi incrível ver Katsu elogiando o prato feito por mim e Anna, isso valeu para mim mais do que quaisquer “tapa na cara” que eu pudesse dar dirigido a ela.

            Eram tantas vozes que eu mal conseguia pensar, então por certas horas, preferia manter-me em silêncio. Assim eu também evitaria qualquer tipo de desavença por uma palavra mal colocada ou frase mal dita. Apenas permaneci comendo minha refeição, hora ou outra trocando alguma palavra ou piada com jack ou Anna.

            Quando terminamos de Jantar, faltavam apenas alguns minutos para a meia-noite. Isso fez meu estômago revirar-se um pouco, eu estava só um pouquinho nervosa. Essa situação nem de longe era a que mais me deixou ansiosa ou sentimentos semelhantes, porém ela se encaixava perfeitamente nesse tópico.

            Começamos a contar os minutos, então a tão aguardada Meia-Noite finalmente chegou. Foi “feliz Natal” para tudo quanto era lado, foi tanto que até me fez rir…. Ou eu apenas estava realmente feliz depois de vários dias confusos e tensos.

            Eu entreguei os presentes que havia comprado aos seus respectivos presenteados. Jack e Anna me deram o típico “abraço de urso”  ao receberem seus presentes, Atsila e Becca ficaram surpresas ao verem que me lembrei delas e Katsu… Envergonhada. Eu vi em seus olhos que ela estava dividida em voltar a me odiar o deixar tudo para-lá.

            Anna admitiu que ela não fazia a mínima ideia do que me dar de Natal, então Ele só Comprou uma camiseta azul-escuro escrito “You are a loser” é um livro contando a evolução dos Computadores. Becca também me presenteou com uma caixa com embalagem preta, ela me pediu para abri-la depois, quando ninguém estiver olhando.

            Bom, vindo dela, pode até ser uma bomba. E nem seria tanta surpresa se fosse uma de qualquer modo.

            Foi divertido, a pequena festa durou até ás duas da manhã, quando as três decidiram ir para casa. Não que esse horário fosse o mais seguro para pegar um trem que demora em média uma hora e meia para chegar até seu destino final, mas nenhuma das três pareceu realmente se importar, elas já tinham passado por coisas piores.

            Eu, Jack e Anna terminamos de guardar algumas coisas, como alguns talheres que ainda estavam na mesa e a sujeira de restos de embrulhos para presente no chão. Olhei de relance para o rapaz, que agora guardava os Controles e o console de volta na caixa de papelão. Nossos olhares se cruzaram e eu fiz um movimento lateral com a cabeça, apontando para a morena que terminava de lavar a louça.

            O Rapaz engoliu em seco, o que me fez revirar os olhos. O cara que havia quebrado as ordens da UNSC e da ONI mais de uma vez, criado várias androides, estava com medo de pedir a garota que gosta em namoro? Realmente, as vezes o ser humano é estranho…. Bem, todos somos um pouco estranhos.

            Jack terminou de fechar a caixa e foi em direção a cozinha, um pouco vermelho de vergonha. Eu poderia muito bem ficar lhes bisbilhotando, mas eu sei que mais tarde Anna vai me contar o que aconteceu, então eu simplesmente subi o lance de escada até o segundo andar, carregando comigo os presentes que ganhei dos meus amigos.

            Abri minha porta, lentamente. Colocando os presentes em cima da minha escrivaninha, vendo que não havia quaisquer mensagem. Soltei um suspiro, parte minha estava feliz, isso queria dizer que eu tinha menos chances de ser rastreadas. Porém, uma parte minha tinha certeza que aquelas mensagens vinham de Melanie…. e se minha intuição materna estava correta, era preocupante de ter mais qualquer sinal dela, nem que sejam por falsas mensagens.

            Comecei a sentir-me cansada… Talvez mais um banho pudesse resolver. Como sempre, banhos resolviam quase qualquer pequeno problema que eu possa ter.

            Despi-me ali no quarto mesmo, a nudez nunca foi um problema para mim. Tranquei a porta, não por estar nua, mas sim pela minha privacidade. Escolhi a roupa mais confortável que tenho. Que, por mais irônico que possa parecer, e uma velha camiseta da UNSC*. O Jack havia ganhado uma, porém havia ficado muito pequena no rapaz. Ao invés de trocar a peça, Anna pegou-a para si, mas acabou nunca usando. Depois de uns dias que eu já estava morando aqui, Anna reencontrou essa camiseta e me deu, ela disse “que era a minha cara em todos os sentidos”, palavras da mesma.

            Peguei uma toalha e fui para o banheiro, tomei um banho rápido. Sentindo pela segunda vez naquele dia a água quente tocar minha pele, arrepiando-me sempre que ela o fizesse depois de um dia frio e cansativo como hoje. Dei um tratamento melhor no meu cabelo, ele é a parte do meu corpo que mais recebe cuidados e quero que assim continue.

            Sai do chuveiro sentindo-me nova, sequei-me e sequei meu cabelo colocando a camiseta logo em seguida.

            Voltei para meu quarto e me joguei na cama, sentindo meu corpo mais cansado que o normal. Muito provavelmente essa sensação de cansaço veio por causa do estresse das minha pequenas discussões com Katsu. Eu também gostaria de saber o porque ela pegou tanto no meu pé hoje, afinal ela mesma havia pedido um voto de confiança. Mas como posso confiar nela se ela não confia em mim?

            Balancei a cabeça de forma negativa, Katsu era a única ali (além de mim) que parecia um pouco desconfortável com a situação, além disso, a forma que ela saiu da UNSC já indica sua instabilidade mental. Não que eu seja a melhor pessoa para criticá-la nesse aspecto, porém e extremamente injusto ela descontar tudo isso em mim.

            Ouvi batidas na porta, o que me fez saltar da cama e correr para o armário em busca da parte inferior de alguma das minha peças intimas, e peguei  primeira que vi (sim, eu estava só com a camiseta) e destranquei a porta, abrindo-a.

            Anna praticamente pulou nos meus braços, chorando de alegria. Eu acabei me assustando um pouco com a forma que ela me recebeu, mas retribui o abraço, sorrindo.

-Eu é o Jack estamos oficialmente namorando!- Ela se embolou nas palavras, sem conter um largo sorriso.

-Parabéns, para os dois.- Anna limpou algumas lágrimas de alegria que teimavam em sair de seus olhos -Posso considerar isso um milagre natalino.- A vi rir um pouco.

-Bem, não vim só te dar essa notícia maravilhosa.- Anna pegou do chão uma caixa pequena de papelão marrom-escuro, sem identificação e entregou-a em minhas mãos - Diz aí que é para você. Não diz da onde vem, mas pelo padrão acho que é de alguém UNSC…- Murmurou, preocupei-me com sua afirmação. O padrão era realmente semelhante.

-Mas…. Como se eu não deixei quaisquer rastro digital?..- Analisei a caixa, vendo Anna cruzar suas mão em frente ao peito, tão curiosa quanto eu.

-Bom, só porque vem da UNSC não quer dizer que seja mal-intencionado. Mas na dúvida abra com cuidado e não se esqueça de gritar bem alto caso for uma bomba ou partes de um corpo humano.- Ri da tentativa de humor negro da morena, revirando os olhos.

-Pode deixar...mesmo eu achando que nenhum de vocês dois vai me ouvir hoje mesmo.- A vi corar, fazendo-me rir mais um pouco -Boa noite, Anna. Obrigado por ter trazido a caixa e parabéns por finalmente estarem namorando.- Há vi sorrir, com as bochechas ainda um pouco ruborizadas pelo meu comentário anterior.

-Boa noite, minha cara.- Nós abraçamos mais uma vez e fechei a porta, olhando a caixa marrom em minhas mãos.

            Sentei-me na cama segurando tanto a caixa marrom misteriosa quanto a caixa preta que Becca havia me dado. Comecei abrindo a mais fácil, que era a preta. A fita que a mantinha fechada era relativamente fraca, sendo fácil de abrir. Quando olhei o conteúdo interior da caixa…

            Senti meu rosto inteiro esquentar. Eu a mataria e jogaria seu corpo em um rio!

            O “presente” da Sra.Becca consistia em...um “Kit” de auto-amor, se assim posso dizer. Se essa era a forma dela fazer piadas, essa havia sido bem sem graça. Não havia nada muito pesado, Apenas três livros “quentes” e alguns aromatizantes e sabonetes, mas o pior disso tudo foi a pequena carta escrita em um pedaço branco de papel:

            “Olá viada. Eu normalmente sei o que dar para todo mundo (se é que você me entende) porém para tu’ eu realmente fiquei sem ideia, e como eu não podia ligar para a Anna pois estava sem crédito no celular, tive que improvisar.

            Eu sei da sua vontade incontrolável de me matar agora, mas pare e pense na pessoa incrível que sou e veja se os itens que vou lhe listar estão todos aí: A trilogia de livros “50 tons de cinza” ( eu não sei se você vai gostar, porém nunca custa tentar), Um creminho show para dividir com o Boy na hora da alegria e alguns aromatizantes para deixar o clima bem show (porque vamo combinar que esse teu quarto no estilo hospital de filme de terror e meio pesado para as horas de alegria, paz e diversão ~aquela carrinha~).

            Então, não me mate. Eu podia ter te dado uma bomba prestes a estourar <3
 

-Assinado com amorzi, A Rainha da treta, Becca Ewa.

            Acabei rindo, Becca e realmente insana, mas não a considero má, só louca de pedra. Peguei o primeiro livro da trilogia em minhas mãos, lendo sua descrição. Definitivamente não era o meu tipo de livro favorito, mas eu poderia tentar lê-lo quando tivesse tempo e não estivesse entediada.

            Suspirei, colocando a caixa preta com todos os seus itens dentro de si mesma na parte de dentro do meu ármario, em um local de difícil acesso e voltei-me a sentar-me na cama, dessa vez com minha atenção focada na caixa marrom. Peguei as cópias da chave da porta da frente e do meu quarto que tenho comigo e usei a ponta de uma delas para abrir a misteriosa caixa.

Por dentro, não havia nada de mais: Uma carta com os papéis típicos da UNSC, uma credencial de acesso de alto nível com...o meu nome?  

            Olhei com atenção o pequeno papel plastificado, ele continha meu nome é meu codigo serial, além da minha escala de patente na UNSC. Nessa parte, em específico, dizia-me sendo  “combatente e ajudante de laboratório de alto nível”. Mesmo estando assustada, peguei a pequena carta e a li com atenção:

            “Cara Cortana, não tema-me, não sou inimigo(a). Eu apenas não poderia deixar de presentear alguém que  já ajudou tanto a UNSC, não é? Porém, infelizmente, eu não tinha muitas ideias de como fazê-lo, mas espero que minha tentativa valha a pena e lhe sirva de algo.

            Bom, se você não for a Cortana, saiba que esta com documentos confidenciais das forças armadas e que estou autorizado(a) a lhe der voz de prisão. Se você for ela, deve se perguntar como sei onde está. A resposta e simples; Eu não sei.

            Deixei com o correio mundial suas possíveis características e lhes disse não saber onde você mora (o que não deixa de ser verdade) e eles se responsabilizaram em lhe entregar essa encomenda até o natal (perdoe-me se tiver chegado um pouco atrasado) e espero que eles cumpram o prometido.

            Enfim, lhe desejo um bom natal….sejá lá onde você esteja.

            Ps: Olhe no fundo da caixa, deve ter algo lá (isso se eles não tiverem abrido essa caixa).

-De um(a) velho(a) conhecido(a), Alguém que você conhece da UNSC."

            Okay, agora eu estou realmente confusa. Poderia ser qualquer um da UNSC! Eu tinha um certa popularidade por lá, tanto por ser a Inteligência Artificial que acompanhava o grande herói da humanidade, Master Chief. Quanto por ser a IA mais inteligente e complexa já criada Pela Dra.Halsey.

            Analisando melhor, as únicas pessoas que poderiam fazer tal credencial são pessoas de alta escala (como a própria Halsey ou o agora Capitão Lasky) e isso só deixa as coisas ainda mais confusas.

            Segui a instrução da carta e comecei a vasculhar a pequena caixa, vendo algo refletir levemente a luz. Peguei com cuidado o pequeno objeto… Era o meu data-Chip… E uma pistola pequena.

            Segurei o pequeno Chip em minhas mãos, tremendo. Aquilo era muito importante para mim, mesmo estando desligado e provavelmente sem funcionar, ele foi por muito tempo minha morada mais segura depois do capacete de John. E agora, ele estava em minhas mãos, vi minha visão ficar levemente turva...eu estou chorando?

            Tratei de limpar minhas lágrimas,não poderia chorar por algo tão...banal quanto isso. Peguei a pequena pistola em minhas mãos com firmeza e conferi para saber se tinha balas, e ela tinha um pente inteiro, parecia nunca ter sido usada antes.

            Guardei tudo novamente dentro da caixa e coloquei junto com o “presente” que Becca me deu. Desliguei as luzes do quarto, porém deixei a cortina um pouco aberta, apenas o suficiente para que eu pudesse observar a lua cheia de onde estava.

            Me deitei, sentindo os cobertores esquentarem-me enquanto eu plugava o pequeno cabo ligado a energia em minha nuca. Em minutos senti meus olhos pesarem e minha mentes esvaziar-se de qualquer problema que eu tivesse.Apenas apaguei-me de tudo, ainda sentindo a luz fraca da lua em minha face.


Notas Finais


*Nessa frase, a Cortana se refere a imagem de capa desse capítulo (Creditos a pagina Americana chamada "Cortana" que foi a onde eu vi essa fan-art maravilhosa e creditos para o Tumblr leapedspace <3 )
Esse final ficou tão "I'm Sleep all alone" (vamo ver quem adivinha de que trecho de música é essa frase ~Das mil músicas que devem ter esse mesmo trecho de musica :v)
Enfim meus bolinhos, até a próxima ! <3


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