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História Inverno - Mundos Colidindo


Escrita por: Anne_Noob

Notas do Autor


Olá meus bolinhos de arroz! Como estão?
Hoje, lhes trago um capítulo de pura reviravoltas. Eu ia dividi-lo me dois maaaas, iria estragar grande parte da suspresa :v
Enfim, boa leitura!

Capítulo 16 - Mundos Colidindo


Fanfic / Fanfiction Inverno - Mundos Colidindo

Será que lutamos para manter nossas cabeças erguidas,
E bater o tambor para o que nós amamos?

Arrisque a queda, oh nós sentimos tudo,
Tudo desaba do distante céu.

Estrelas elevam-se, incontáveis mundos colidindo,
Apenas um vai ser o vencedor.

Podemos fazer com que os gigantes caiam,
Podemos fazer a chamada final.

Nós somos aqueles,
Que acabarão com a escuridão do céu.

Os campeões.
De um mundo ao qual desafiamos.

Um reinado solene,
Dos poucos que ascendem ao extremo.

E todos nós lutamos,
Até a última luz.

-Nicki Taylor,Worlds Collide
 

 

Ainda Dezembro, Quarta-feira (30) de 2556. Horário local: 08:45 .P.M.

Não foi dificil esquecer do tempo quando eu estava com as três ao meu redor, em especial, enquanto eu tivesse Becca e Katsu para ficarem fazendo todo o tipo de piadinhas (algumas vezes, muito sem-graça) comigo ou Atsila. Eu aprendi a não ligar para a acidez delas duas, mas as vezes, ainda machuca um pouco.

    Enfim, também era muito fácil esquecer esse pequenos detalhes ali naquele parque. Eu nunca achei que ficaria encantada por um lugar tão comum, eu, Cortana, a IA que já esteve em halos, na Arca e em todo o tipo de planetas (Forerunners, Humanos.. e até outros). Agora, olhando uma segunda vez para o local, posso descrevê-lo muito melhor.

    Ele era cercado por uma fraca cerca baixa, e na entrada havia uma pequena estrutura para a compra de engraços. Dentro da zona “cercada”, havia um carrossel consideravelmente grande no meio, enquanto as barraquinhas e outros tipos de brinquedos ficavam ao redor do grande carrossel. Tudo era bem iluminado… eu já falei que era harmônico, certo?

     Como já haviamos ido na maioria dos brinquedos, decidimos comer (sim, ainda mais) algumas das iguarias das barraquinhas… OU melhor, elas decidiram. Eu preferi um tipo diferente de diversão. Havia uma grande tenda de tecido ali no parque, adentrando ela, havia alguns brinquedos no estilo fliperama (sim, muito antigo). E ali eu fiquei, eu não lembro quando eu entrei, mas estou nele até agora. Infelizmente para mim, meu celular tocou, era Anna;

-Cortana?! Por favor, responda!- Sua voz saiu desesperada quando eu a atendi , me assustou um pouco além de ter me deixado preocupada.

- Ei Anna, calma, sou eu, o que aconteceu?- O celular tremia um pouco na minha mão, mas eu tentava manter a calma, alguém ali tinha que manter a calma.

-Eles… levaram ele, levaram o Jack!- A voz dela ficou trêmula e ela começou a chorar.

-Anna, me escuta, eles quem? Onde você está?- A voz do outro lado ficou muda por alguns minutos, até que ela sussurrou.

-Os...Os agente da ONI, eles invadiram aqui em casa a mando de um tal Locke.. O.. O Jack, quando percebeu, mandou em me esconder em algum lugar. Eu subi e estou escondida embaixo da sua cama, eu não estou ouvindo mas a voz do Jack…- A voz ficou muda de novo, quando eu ouvi passos. Gelei.

-Anna? Me escuta com atenção. No armário do meu quarto, dentro de uma caixa marrom, tem uma arma. Pega ela e tenta fugir pela janela, ouviu? Arma,Armário, janela.- O telefone ficou mudo, deixando claro que havia sido desligado, ou até que a bateria acabou, qualquer uma das hipóteses era melhor do que a que passava agora na minha cabeça.

Como? Como eles haviam nós achado? E porque pegar o Jack? Ele não tem ligação direta com o crime….Não, não  adiantará nada eu ficar pensando em porquês, agora é momento de pôr a cabeça para funcionar, pensar em hipóteses.

Eles pegaram o Jack por dois possíveis motivos: o primeiro e que ele estava mantendo em sua casa uma criminosa (no caso, eu) e o segundo é porque talvez achem que ele mesmo está Hackeando os servidores. E sinceramente, foi tolice minha achar que eu estava segura na casa dele… foi tolice achar que nós estávamos seguros.

Passei a mão pelo meu curto cabelo marrom escuro, tensa. Seria um pulo para os agentes da ONI me acharem aqui, num lugar público, eu precisava sair daqui, rápido! Me esconder em algum buraco escuro, encontrar meu amigo e tirá-lo das garras da ONI.

Abandonei a barraca de jogos e comecei a correr entre as pessoas, precisava achar as minha demais companheiras o mais rápido possível. E para minha alegria, elas estavam juntas perto de uma barraca de doces:

-Precisamos ir embora.- Falei sem fôlego, puxando Atsila e Katsu pelo antebraço.

-Como assim? O que aconteceu?!- O tom de voz de Katsu se alterou um pouco, chamando a atenção de algumas pessoas ao nosso redor. A expressão corporal de Atsila transparência sua tensão interna

-Quando sairmos daqui eu conto, a não ser que queira bater um papo com agentes da ONI.- Becca ficou séria, demostrava a mesma tensão que o resto do grupo.

-Para o carro, eu dirijo. - A palavra final veio de Becca, sem nenhum piadinha ou sarcasmo.

As coisas ao meu redor começaram a passar em câmera lenta enquanto corríamos. Como eu suspeitei, assim que chegamos no carro, agentes da ONI começaram a cercar a área. Mas não ficamos para ver no que daria, Becca acelerou o máximo que pode e deixamos eles comendo poeira.

###

Alguns pares de ruas e becos depois, estávamos no subúrbio de Hopedale. Onde Anee e seu grupo moram, e onde agora Becca se esgueira com o carro de luxo considerável entre os becos escuros, como se fosse padrão para ela tal façanha. Enquanto ela fazia suas manobras hábeis, eu tentei ligar para Anna, mas o celular dela não atendia ou recebia qualquer mensagem ou chamada. Atsila procurou qualquer coisa na mídia sobre a prisão do Jack, mas não achou nada.

Para compensar, achou algo um pouco.pior:Os nossos rostos estampados nos jornais.

Ou melhor, os rostos delas. Aparentemente, só havia uma foto de baixa qualidade minha, no meu emprego… EX-emprego.Becca foi forçada a parar em um sinal vermelho, e olhou para mim e Atsila no banco de trás através do espelho superior…. O qual eu não sei o nome:

- O que vocês têm para nós?- Ela claramente se referia a mim e Atsila, minutos depois o sinal abriu novamente e Atsila começou a falar.

- Do meu lado, não muito boas.- Ela limpou a garganta seca de preocupação antes de continuar. - As nossas cabeças estão estampadas em cada outdoor dessa maldita cidade. Informações manipuladas da ONI estão sendo divulgadas por eles em tudo que é canto.- A polonesa a minha frente apertou com força o volante.

- Que merda em!?- Me arrepiei, eu nunca havia visto a Becca tão tensa antes. Claro, ela tinha milhares de motivos para estar tensa.- E a internet? Tá com eles?- Atsila suspirou.

- Por um milagre, não.- Ela voltou a mexer no celular dela própria, procurando algo. - A fama da Cortana é muito grande, a comunidade ama ela. Quando a ONI falou que a “Blueberry Queen” era na verdade uma das IA’s mais inteligentes que já se foi criada, a internet foi ao delírio, com o lado bom da palavra. - surpreendi-me com isso. Eu sabia da minha influência, mas não achei que era tanta. Atsila deu seu último pronunciar. - A comunidade está fazendo atos de repúdio a Oni como se o amanhã não fosse chegar, e pelo que deu para ver, alguns já tentaram entrar em contato com a Linda do Blue-Team, para nós ajudar. - Meus olhos se arregalaram.

- Por que diabos a Linda e não o Chief?- Quatinou Katsu, e eu lhe respondi.

- Ele nunca gostou de qualquer tecnologia que ele julgasse não ser útil para matar ou dilacerar qualquer inimigo. Ele nem sequer se importava em aprender a usar os buscadores de pesquisa padrão. - Informei tensa. - A Linda sempre foi a Sniper do grupo, distante e quieta. Não é difícil imaginá-la lidando com computadores.- Becca olhou de relance para mim no espelho, e então eu continuei.- Eu não consegui entrar em contato com a Anna, o celular dela essa offline.- Joguei minha cabeça no estofado do carro. Ele não era um warthog, mas estava sendo nosso veículo de guerra .

- Se deus existe, que cuide dela. Agora devemos cuidar de nosso próprios rabos.- Becca murmurou, cabisbaixa mas clara. - Nós vamos sair da cidade e entrar em contato com o Master Chief. Se tem alguém nesse universo que podemos pedir ajuda, esse alguém é ele.- Concordei com a cabeça, obviamente. Não seria difícil provar para ele que eu não sou a vilã dessa história. Eu queria uma… vingança, eu admito, mas justiça também era meu foco.. Justiça pelos Espartanos que morreram sem nem saber seu nomes direito. Crianças arrancadas dos seus lares e forçadas a entrar em uma luta que não era delas.

-Cortana?- Eu fui tirada dos meus  pensamentos pela voz de Atsila. - Online?- acenei positivamente, não tínhamos tempo a jogar fora.

- Lançar fogo equipe Black Widow.- Sorriu minimamente Becca, enquanto acelerava para fora da cidade.

###

Quando passamos por uma das grandes avenidas que davam acesso a saída da cidade, o cenário ao nosso redor mudou drasticamente. Foi de prédios gigantes e tecnológicos, com muita iluminação e grandes quantidades de movimentação humana; Até as florestas com grandes árvores e estradas não tão bem iluminadas as quais passamos agora. O cenário que nós rodava era bonito, mas melancólico. Atsila e Katsu havia entrado em Stand-by, dormindo nos seus assentos, enquanto Becca dirigia e eu olhava a paisagem, meu velho costume. Becca e eu não trocamos uma palavra sequer, da minha parte isso se deve principalmente pelo fato que eu não queria acordar as demais.

Mas eu também não tinha nada o que falar.

Eu poderia elogiá-la pelo modo que ela dirigiu hoje, como ela pensou rápido e tomou a melhor rota para nosso pequeno grupo de renegadas. Mas eu simplesmente não sabia como fazê-lo! As palavras haviam sumido da minha garganta e eu não conseguia achá-las em lugar nenhum da minha mente. Becca em minha frente também parecia em uma guerra interna entre permanecer em silêncio ou falar qualquer coisa. No fim, ela bufou e se pronunciou:

- Se você está em silêncio por culpa, não deveria. Todas nós aqui somos renegadas por algum motivos: vingança, justiça ou qualquer outra merda que você possa pensar.- Os músculos artificiais relaxaram um pouco, como se uma tensão gigante tivesse saído deles.

- Na verdade, eu só não tenho nada a dizer ao todo..- Encolhi meus ombros, era em parte verdade.

- Tanto faz. Só precisava bater minha meta de palavras por dia.- Ela sorriu irônica, olhando para mim através do espelho. - Deveria ir dormir, vamos demorar para chegar. - O olhar dela voltou a estrada escura.

- Para onde estamos indo?- Questionei, em nenhum momento eu havia sido informada sobre nosso novo local residencial.

- É uma espécie de fazenda.- Fiz uma careta, que há fez soltar um riso fraco. - Que isso, relaxa, lá nem é tão ruim. Agora é melhor descansar. - Concordei com a cabeça.

Inclinei meu corpo, e deitei com a cabeça no banco estofado do carro. Fechei os olhos e encarei os fatos, eu realmente havia começado uma guerra, particularmente, acho fascinante como qualquer coisa nos dias atuais pode virar uma guerra com sangue derramado e crianças sem lares. Balancei negativamente a cabeça, eu tinha que me concentrar em descansar minha mente e meu corpo agora, talvez essa seja uma das últimas vezes que eu poderei fazer isso sem estar em risco.

Aos poucos, minha mente começou a desligar-se do mundo exterior, e eu dormi ouvindo o som das rodas do carro em colisão com a estrada mal iluminada.

###

Dia seguinte

Acordei com uma luz irritante nos meus olhos, o que me impossibilitou de voltar a dormir. Quando eu abri os olhos, eu estava sozinha no carro e olhando ao meu redor, eu encontrei uma casa que parecia ser do século passado*, com as paredes mal pintadas e desgastadas, além de estar literalmente no meio do mato. Nenhuma estrada se ligava aquele lugar.

Soltei o cinto de segurança e abri a porta eletrônica. Nada se era ouvido ali além do som de alguns animais, as folhas também podiam ser ouvidas dançando junto ao vento. Andei em direção a casa que tinha janelas e porta marrom, e uma pequena trilha de pedras em sua entrada. Abri a porta, sentindo um frio desagradável em meus circuitos. Olhando ao redor, encontrei a primeira das minhas companheiras: Atsila. Ela dormia desajeitadamente em um sofá empoeirado. Ela não demonstrou nenhum tipo de reação quando eu abri a porta.  AInda não sei se isso é um bom ou mau sinal.

Olhei ao redor, havia uma porta grande à esquerda, uma escada no centro e outra porta à direita. Ouvi vozes vindas do outro lado da porta grande, então me aproximei dela para tentar ouvir com mais clareza. Para meu azar, a porta era grossa demais para que qualquer coisa pudesse ser ouvida do outro lado, então eu há abri para tentar descobrir quem falava do outro lado. Não surpreendidamente, achei Katsu e Becca conversando sobre algo, mas pararam assim que eu cheguei..estranho.

- Bom dia.. eu acho.- murmurei envergonhada, havia ficado um clima ruim ali.

-Se você considera meio-dia ainda de amanhã, bom dia para você também. - Becca virou-se para a bancada. - Temos sorte que sempre mantive esse local em segredo e abastecido, senão estaríamos em encrenca.- após a fala de Becca,Katsu acenou com a cabeça para mim sentar-me em algumas cadeiras que se tinha ali, perto de uma mesa rústica que ficava no centro do local. Haviam várias bancadas, umas duas pias, uma geladeira e um fogão.

- A quanto tempo isso está na sua posse?- Becca virou-se para mim, segurando uma faca de açougue, gelei.

-”Isso”? Tenha mais respeito!- Sorriu um pouco. - A Estaphania tem sentimentos, okay?- Ela riu e virou-se novamente para algumas verduras. - Brincadeiras a parte, essa casa não é exatamente minha, bom, em partes. Eu comprei ela com o pagamento de uns serviços sujos que eu fazia, eu pretendia me mudar para cá, mas não me adaptaria a monotonia desse lugar, e como ninguém quis comprá-la, eu fiquei com ela como um ponto de Skype caso desse alguma merda. - Ela fez uma pausa para pegar mais alguns alimentos. - Eu paguei minha língua quando a alguns meses atrás reclamei da calmaria da cidade.- Abaixei a cabeça.

- Ainda acho calmo comparado com as demais guerras. -Katsu deu de ombros. - Cortana?- Olhei-a , encarando as nebulosas negras de seus olhos. - De todas nós aqui, você é a que tem maior conhecimento dos servidores da ONI. Pensamos se você não poderia contar o Master Chief por nós.- Acenei positivamente com a cabeça. -Subarashīdesu!- Lhe olhei com uma sobrancelha levantada, e a vi bufar.- Significa ótimo Cortana.- Soltei uma risada fraca. - Vamos, vou te mostrar onde você vai poder fazer seu trabalho..- Confirmei novamente com a cabeça e a segui, deixando Becca sozinha na cozinha.

    Nós voltamos para a sala e depois subimos as escadas, com um corredor grande e com várias portas, ela me guiou para a penúltima do corredor e abriu-a. Havia ali os laptops e computadores que elas haviam levado no primeiro atentado Hacker que fizemos, uma cama, uma mesa grande para acomodar todos os aparelhos eletrônicos, um baú velho e a porta para o banheiro.

- Eu vou te deixar sozinha..- Concordei com a cabeça, mas antes dela sair, virou-se novamente para mim. - Não se sinta culpada, na verdade, você só estava fazendo justiça.- Sorri um pouco, ainda havia bondade nela?

- Obrigado.. Não é como se fosse tão fácil, mas posso tentar.- Ela retribuiu meu sorriso e saiu.

    Suspirei, a primeira coisa que eu fiz foi abrir a janela que ali tinha, sentindo o vento entrar e retirar o cheiro de mofo dali. Após isso, comecei a ligar os computadores e começar a conectar-me com algum satélite que pudesse me ceder uma conexão estável, pelo menos. Não foi das tarefas mais fáceis, mas depois de horas eu finalmente consegui. Agora eu teria de encontrar uma modo de me comunicar com John.

    Mas, primeiramente, entrei em contato com Anee. Ela me disse que a cidade estava um caos total, ódio geral. Perguntei se ela havia entrado em contato com Anna, e recebi um sinal negativo dela. Ela também não podia se pôr em risco me ajudando a entrar em contato com o John. Então sem muita opções extras, minha última salvação era os servidores da ONI.

    Eles estavam repletos de armadilhas digitais, links falsos, documentos com vírus e travas e mais travas de segurança. Depois da mais milhares de horas,eu consegui descriptografar parte dos documentos de missões recentes do Chief, a procura de qualquer forma de contatá-lo. Eu não achei nada, mas achei um documento de vídeo, aparentemente sem manipulação, eu obviamente o baixei (driblando todo o tipo de senha e criptografia que pudesse vir junto). Demoraria horas, mas eu conseguiria.

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Me levantei da cadeira, após as horas de digitação meu corpo havia ficado dolorido e rígido. A lua já banhava a noite com sua luz e o vento já havia fica frio o bastante para a janela do minúsculo quarto onde eu estava poder ficar fechada. Eu estava começando a ficar fraca de fome pelo dia inteiro sem comida, então eu abri a porta e andei pelo corredor com luz fraca até as escadas.

Descendo-as, pode ver as três sentadas nos sofás se levantarem e olharem-me com aprenção. Suspirei um pouco desconfortável.

 

- Eu consegui contato com uma rede semi-estável.- Suas feições se aliviaram um pouco. - Não fiquem tão felizes, ainda não consegui contato com Chief. Em compensação, falei com Anee e pelas informações dela, a cidade está um caos total.- me sentei em uma poltrona empoeirada, porém mais confortável do que a cadeira a qual estava sentada durante pelo menos nove horas seguidas.

 

- Eu consegui baixar um documento de vídeo recente do Blue Team, espero que ele possa nos dar alguma luz no fim do túnel.- Falei sinceramente, as coisas não estavam favoráveis ao nosso lado.

 

- Mas vem cá, não vai dar merda ficar baixando informações da ONI não?- Olhei para Becca, seu tom de voz continuou ameno, porém sério.

 

- Tomei todas as médicas que estavam ao meu alcance para que não, mas estamos em posição delicadíssima, então devemos estar preparadas para tudo e todos .- minhas entranhas se arrepiaram.

 

- Um peido e somos descobertas?- Sorri para Becca, bom resumo do problema.

 

- Basicamente, sim…-  Suspirei, sentindo-me ainda mais cansada. - Na verdade, eu vim ver se tinha algo para comer… eu se eu poderia ajudar em mais alguma coisa.- Katsu sinalizou para que eu levantasse, eu o fiz e ela puxou-me pelo pulso até a cozinha.

 

Depois de abrir a porta, ela largou meu pulso e pediu-me para que eu sentasse em alguma das cadeira em volta da mesa, e assim eu fiz. Ela pegou um prato de arroz, feijão, bifes e saladas, e o colocou na minha frente, junto com garfo e faca.

 

-Obrigado. - Não obtive resposta verbal, mas sim um aceno positivo de cabeça. Ela comentou algo sobre me deixar só e ir se recolher ao seu quarto, não  me importei muito, e comecei a comer.

 

Quem quer que tenha feito aquilo ali, merecia os meus parabéns. Quando eu pus o garfo na boca pela primeira vez, eu jurei estar comendo a comida de Anna de novo, isso quase me fez engasgar. Eu estava começando a me sentir cansada, ali não recebia uma boa distribuição de energia, então eu não podia me dar ao luxo de dormir me carregando, a outra opção era o Stand-By e alimentação reforçada. Quando terminei a refeição, lavei meu parto e o guardei junto com os talheres em seus devidos lugares, uma tarefa fácil, e abri a espessa porta de madeira escura.

 

A sala estava vazia, provavelmente tiveram a mesma ideia que Katsu de se recolher. Eu também não tinha nada a mais para fazer aqui embaixo, subi as escada em direção ao meu novo quarto. Quanto mais eu me aproximava dele, mais eu podia ouvir com nitidez as vozes de Katsu, Becca e Atsila. Quando cheguei no quarto, abri a porta abruptamente, e choquei-me.

 

Becca estava sentada na cadeira em frente aos monitores ligados ao computadores potentes, de olhar chocado, mas não para mim, e sim para a tela. Atsila está a com as mãos na boca, tremendo levemente. E Katsu olhava-me, olhos arregalados, claramente tristes, magoados. Rapidamente Após minha entrada, as demais invasoras se viraram para mim, Atsila estava prestes a chorar quando me aproximei dela.

 

- O que diabos tá acontecendo aqui?- Olhei para uma das telas dos computadores, vendo que elas estavam assistindo o vídeo baixado dos Servidores da ONI, algo se contorceu em meus circuitos. - Becca, de play nisso.- Atsila olhou-me, ainda mais trêmula.

 

- Ninguém merece ouvir isso, nem você… principalmente você!- Lágrimas começaram a correr dos olhos vermelhos dela e eu abracei-a com força. Ela escondeu seu rosto no meu pescoço, o que me permitiu ainda poder ver a tela.

 

-Becca Ewa.-  A garota em frente aos monitores olhou-me, piedosa.- Não quer que eu vá ai fazer isso, quer?- ela estremeceu um pouco, e virou-se para a tela.

 

- Boa sorte digerindo isso.- Falou em um fio de voz, dando play no vídeo.

 

Eram imagens de uma câmera de segurança em um corredor pouco iluminado da Infinity. Momentos depois, passos pesados e apressados poderiam ser ouvidos, seguidos da aparição de Chief, seguido-se de Fred.

 

- Aquela traidora de merda- John socou uma parede, ameaçando-a e fazendo a feição do amigo dele se contorcer. - Como a Cortana teve a capacidade de trair a todos nós? Ela lutou comigo para salvar a humanidade para depois causar essa merda toda?- a voz dele transparecia uma raiva que eu nunca havia ouvido antes. - Se fosse para causar tudo isso, eu preferia que ela tivesse morrido mesmo. Ela pode matar bilhões Frederic! Bilhões!- O amigo olhou-o, o confortando.

 

- Nós vamos acabar com ela, como fazemos com todos os outros inimigos.- Fred pôs a mão revestida com a armadura no ombro no amigo.

 

-Nem que seja a última coisa que eu faça: matar essa traidora dos Infernos- E então a gravação acaba.

 

Um silêncio se instaurou. Atsila havia parado de chorar e olhava para mim do mesmo modo que as demais. Minha boca simplesmente não conseguia pronunciar uma palavra sequer, eu estava travada, em choque. Foi a pior dor que eu já pude sentir. Foi como uma bala, mesmo sendo algo só verbal, foi horrível.

 

Eu vi ali, minha esperança caindo junto com todo o meu mundo.

 

Eu meio que acordei desse meu estado de luto quando Katsu me abraçou, e eu caí em lágrimas em seu ombro. Becca e Atsila também nós envolveram em um abraço. Foi difícil tentar conter o choro, mas eu consegui, pelo menos um pouco.

 

- Queríamos evitar isso..- Murmurou Becca.

 

- Foi melhor assim, sem nutrir falsas esperanças.- Respondi com a voz trêmula. O abraço foi desfeito e eu limpei as lágrimas. - Temos que planejar um plano B, porque falar com esse filho da puta está fora de questão. - Elas arregalaram os olhos, e depois, Becca soltou um sorriso fraco.

 

-Adorei o que eu ouvi.- Olhei para Katsu, surpresa. - Porque aqui, nós temos tudo: O Espírito de um soldado, e a fúria de um vulcão em erupção.- Sorri um pouco, ainda magoada, mas aceitando os fatos.

 

- Vamos fazer com que eles e a ONI engulam suas palavras.- Meu tom de voz saiu mais sombrio do que eu pensei.- Isso é uma promessa.- Todas concordaram.

 

Sim, isso é uma promessa.

Eu fui sua amiga por oito anos, Master Chief, mas agora sou sua inimiga.

Eu farei sua vida um verdadeiro inferno.

 


Notas Finais


Música tema:https://www.youtube.com/watch?v=Se5XdZfaDpA&index=16&list=PLgwB9XZy-2tFQwrJWFADOhdaA2iaSERiL
Eu sei, pesado, mas fazer o que? *Eu gosto da loucura* :v
Só para dar um avizinho rápido que esqueci de dar a muito tempo: Essa fic começou alguns meses após o final do H4, mas agora se passa alguns meses depois do H5. Além disso, um detalhe que esqueci de explicar é como o Jack sobreviveu a explosão de requiem: ele já tinha saido do planeta muitas horas antes da explosão (graças a ajuda da Melanie).
Enfim, Qualquer critica ou sugestão, estejam a vontade para dar Feadback (se quiserem) S2
Até a próxima !


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