História Inverno - Sono Congelado (Prt.2)

Espere no escuro

Com as memórias que repetem meus medos solitários

E minha mente

É traída pelo tempo passando

>>••<<

...Terceira pessoa,Autora online…

O que quer que essa memória seja, ela mataria Cortana.

Respiração falha, corpo robótico tremendo até desligar. a regressão, no entanto, continuou. O laboratório todo pisco por um milésimo de segundo, o que fez o espartano no Hall de entrada entrar em guarda, pegando seu rifle tentando imaginar de onde o mal viria. Anna estava mais preocupada com Jack e Cortana do que um ataque em si.

Anna observou o espartano em seu modo de defesa, o que a fez ficar no mínimo tensa.

-Estamos em ataque?- Ele a perguntou, realmente preocupado.

-Não senhor. A queda de energia foi local.- ele se virou para ela, Anna revirou os olhos ao ver que ele não baixou a guarda novamente - Senhor.. foi aqui, foi no laboratório. Fique calmo.- John finalmente abaixou a arma.

Enquanto isso, no quarto em que Jack estava.Cortana abriu os olhos por milésimos, olhos vermelhos cor sangue e lagrimas caindo na canto dos olhos. Ela fechou os olhos novamente, ainda tendo algumas gotas de lágrimas no canto dos olhos. Jack começou a ligar cabos de emergência nela, ele podia ouvir barulhos no Hall de entrada.

Ele não tinha como saber, mas era o próprio capitão Lasky lá. Palmer ficou na proa por ordem do capitão, que queria alguém de confiança lá. O capitão queria para o testem já se tinham as informações necessárias.

-Senhor Capitão… isso não é possível. Tentem manter a calma.- Anna se levantou, transformado o notebook em tablet. Ela ainda tinha que monitorar a gravação.

-Mas já temos as informações.- ele foi ríspido, fora do normal.

-Eu sinto muito Capitão. Isso é algo fora do alcance nosso.- Lasky engoliu em seco.

Lasky e Master Chief trocaram olhares (por mais que o capitão não tivesse total certeza se John estava realmente olhando-o de volta) preocupados. Lasky não havia conhecido Cortana em um momento bom (nem para ela nem para ele) mas ele sabia que ela não era alguém ruim. Pertubada? talvez. Má? nunca.

O capitão pegou uma cadeira qualquer e se sentou ao lado de Anna, ignorando o monte de codificações que ela fez antes dele fazelo.

- Eu vou ficar aqui até o fim do teste.- Anna ficou intimidada pelos  homens na sala. Não que qualquer um deles fosse fazer mal a ela...ainda assim.

-A vontade senhor Capitão.- Foi a palavra final de Anna sobre o assunto.

Jack garantiu a Anna, através de um comunicador,que Cortana está estável,  não por muito tempo.

O teste tinha que ser feito com cautela a partir dali.

Jack voltou a sentar-se ao lado de Cortana, observando as memórias que passavam pela tela..

…Primeira pessoa, Cortana online…

“...Sorte…..”

           O lugar que outrora era iluminado, relativamente limpo; Agora se encontrava sujo de esporos Flood, com péssima iluminação. Eu podia sentir cada dado meu sendo observado pelo Gravemind, cada informação adquirida sendo roubada.

Eu podia ouvi-lo na escuridão, dizendo que eu estava no caminho da morte.

"Este lugar vai se tornar sua casa."

"Este lugar se tornará seu túmulo. "

Cada minuto que eu passava ali, era tormenta ao lado do Gravemind. Ouvindo sua voz tentar-me a desistir. Eu poderia só lhe dar as informações que eu tinha e me auto-desligar em paz.

Mas eu jamais conseguiria “morrer” em paz sabendo da traição que seria isso.

- Depressa, Chief, a Arca ... Não há muito tempo. -

           A mensagem, o Gravemind sabia dela. Minha única esperança é que ela chegue a Chief em tempo.

“Tola esperança, IA”

           Me encolhi, os tentáculos do Gravemind envolvendo meu holograma. Tentando roubar qualquer pedaço de informação que ele pudesse.

           "Eu sou um ladrão ... mas eu mantenho o que eu roubo."

(...)

"Uma coleção de mentiras, isso é tudo que eu sou! Pensamentos e memórias roubados!"

           Eu estava no último estágio de degradação, eu conseguia sentir e analisar a presença do Chief ao meu redor. Ele estava em high charity, eu podia ouvir a voz de Gravemind.

           Tiros,granadas de plasma, sons de guerra, sons que sempre ouvi e jamais achei que sentiria alívio ao ouvi-los novamente.

           "Eu sou apenas a sombra da minha mãe ... não olhe para mim, não escute! Eu não sou quem eu costumava ser ..."

-Não..Nem em um milhão de anos..- Ouvi alguém murmurar.

           Seria Chief? Mais uma brincadeira mental do Gravemind?

           Dentro dos circuitos, comecei a fazer meu melhor para ajudar o Chief. O Gravemind não deixava muitas deixas para que eu pudesse executar essa tarefa.

Mas se John não desistiu de mim, eu não vou desistir dele. Não agora.

"Eu andei à beira do abismo, vi seu futuro e aprendi!"

"Este é o número de série do UNSC AI CTN 0452-9 Eu sou um monumento a todos os seus pecados."

Eu ouvi um último par de tiros, quando as coisas finalmente começaram a clarear.

-Você me encontrou …- Eu estava encolhida na pedestal, deitada em meu próprio leito -Mas tanto de mim está errado ... fora do lugar. Você pode ser tarde demais …- Minha voz estava fraca. Parte de mim estava tão quebrada dos abusos que não pensava que poderia haver um amanhã bom.

-Você me conhece…- Ele começou, delicadamente para um espartano.- Quando eu faço uma promessa..- Eu sorri, me erguendo um pouco para olhá-lo em seu visor alaranjado.

- Você...Você a cumpre.. É bom te ver, Chief.- Eu me ergui mais um pouco, ficando de pé.

-Você ainda está com ele?- Eu o mostrei a chave de ativação do primeiro anel e minhas mãos.

-A chave de ativação do primeiro anel, uma pequena lembrança que eu guardei.. por via das dúvidas.- Chief me estendeu em sua mão meu data-chip, e fui absorvida para dentro dele.

“Mantenha a cabeça abaixada, somos nós dois aqui agora.”

(...)

- Vou deixar um farol, mas vai demorar um pouco até que alguém nos encontre… Eu vou sentir sua falta.- Eu sussurrei, vendo-o entrar em sono.

-Me acorde...quando precisar de mim..-      

Nós tínhamos conseguido. Halo, Covenant, Flood… Tudo em cinzas.

Mas por qual preço?

Eu e Chief havíamos lutado ao lado de bravos heróis. Johnson, Miranda, Keys...São só alguns nomes da lista.

Lista de mortos.

           Meus sistemas ainda tentavam compreender a aliança com o Árbitro, as mortes, as vitórias. Tudo eram dados e dados que eu demoraria para compilar.

Eu olhei novamente para John, eu não precisava mais chamá-lo de “Chief” em meus pensamentos. Não tenho mais ninguém olhando, mais nenhum protocolo a seguir. Eu só poderia esperar e pensar.

John morreria dormindo, aparentemente. Estavamos em um lugar não mapeado, sem chances de voltar para a Terra. Em um ou dois anos, eu entraria em Rampancy, e pensaria até morrer.

Eu senti quentura no meu rosto, e o toquei. Pareciam simulações de…

Simulações de Lágrimas.

Eu cai sentada em meu pedestal e deixe que a simulação ocorressem.

(...)

Quanto tempo havia se passado? Anos? meses?Eu havia perdido a esperança e noção de tempo… Bom, nem toda a esperança.

Eu senti uma mãozinha me cutucar, eu empurrei o holograma em minhas mãos e me abaixei pegando o pequeno serzinho.

Melanie era seu nome, ela colocou a cabeça no meu pescoço fungando e dormiu. Eu sorri para o pequeno ser em meus braços. Ela me considerava sua “mãe” e eu me apeguei a ela como uma filha.

Eu sabia que ninguém seria capaz de entender isso, mas como o único humano na nave estava dormindo e longe de acordar. eu me preocupava pouco com isso.

Me sentei no “chão” do meu pedestal, com melanie em meu colo, e a deixei “dormindo”.

Eu sabia que ela na verdade estava em “standby”, esperando uma ação para exercitar sua mente genial.Ela podia ser nova, mas era extremamente esperta. ela podia fazer cálculos grandes em tempos mínimos sem esforço.

Eu sorri, a vendo dormir com um dedo na boca. Ela estava em paz.

(..)

-Cortana?-

           Eu sabia que aquilo era inevitável, eu morreria. Por, eu garanti que Melanie e John estivessem seguros. Mesmo com minha mente surtando ao ponto de quase explodir em autocombustão, mesmo depois de cairmos em Requiem, da luta contra o Didata, Da persistência do Del Rio.

-Cortana!? Apareça!-

           Mesmo com tudo isso, eu lutei... nós lutamos. Mais uma guerra perdida.

           Dessa vez, eu seria o sacrifício.

           John estava em minha frente, estávamos dentro de um circulo de luz sólida improvisado para evitar que a explosão que matou o Didata matasse John também. Ele se virou para mim e, por mais que o capacete tampasse seu rosto, eu podia apostar na cara e duvida dele.

-Como?..- Eu sorri para ele, como ele estava espantado em meu ver ali. Eu estava quase do mesmo tamanho que ele. Um pouco mais baixa.

- O Que? Eu sou a coisa mais estranha que você viu hoje?- Meu sorriso murchou aos poucos.

-Mas se estamos aqui...- eu o cortei.

- Funcionou, Você conseguiu... Como sempre consegue.- Ele olhou ao redor, provavelmente surpreso pela esfera de luz.

- É.. Como sairemos daqui?- Eu tive que me controlar. Desviei meu olhar ele.

- Eu não estou indo com você dessa vez.- Eu pude vê-lo ficar tenso, em estado de negação.

-O Quê?..- Eu desviei meu olhar para o chão, novamente. Como eu gostaria de evitar essa conversa.

- A maior parte de mim está lá... só fique o suficiente para tirá-lo da nave.- Ele se aproximou de mim.

-Não! Isso não! Nós iremos juntos.- Olhei-o com pesar.

- Eu não vou te deixar aqui.- Eu balancei a cabeça em negação.

- John..- Eu me aproximei dele, pondo minha mão em seu peito, finalmente o tocando depois de oito anos. – Eu esperei tanto tempo para fazer isso...

- Minha função era cuidar de você...- Ele desviou o olhar, ou foi isso o que eu pude presumir.

-Nossa função era cuidar um do outro... E foi Assim...-

- Cortana... Por favor...- Por um momento, eu considerei o quão vulnerável ele estava por minha causa, o quão quebrado ele ficaria.

           Eu fui me afastando, o mais lentamente que pude. Eu queria evitar mais dor e sofrimento para mim e para ele.

-Espere....- eu chorei silenciosamente na escuridão.

“Bem vindo a sua casa, John...”

(...)

    Eu abri meus olhos para a luz.

    E a primeira coisa que eu fiz foi vomitar.

    Jack me forçou de volta para a cama; o cheiro de vômito, mais a dor na minha cabeça que mais pareciam facas no meu cérebro… Realmente parecia que eu tinha morrido e ido parar no inferno.

-Cortana?- eu olhei para Jack, a expressão dele estava tão preocupada, meu deu pena.

-Eu.. estou bem..- Eu tentei falar, mas minha voz me traiu.

- Vou te levar para outro quarto, consegue andar?- Ele me ofereceu seu ombro para apoio, mas ainda assim eu não conseguia mover as pernas.

-Não…. Não de forma decente, pelo menos.- Ele me fez deitar na cama novamente.

-Eu volto logo. Tente manter- se em consciência com o tempo atual. - ele acariciou meu cabelo levemente, antes de correr para a porta.

      Minha visão ficou turva, olhos pesados. Eu estava cansada, acabada. O teste mexeu com meus dados e corpo.Eu podia ouvir conversas altas, passos metálicos. Mas meus olhos já estavam me levando para a escuridão quando a porta foi aberta novamente.

(...)

Quando eu abri meus olhos de novo…

A sala estava escura, a única luz que vinha e de uma janela o lado da porta. Ao meu lado, uma máquina ligada em mim através de cabos. Eu estava deitada em uma cama, lençóis com cheiro de novo e amaciante. O lugar tinha no chão e paredes uma cor neutra.

     E também, um homem dormindo calmamente em uma poltrona confortável.

     Esse homem era John