História Inverso - Pelos poderes de Buda!

Capítulo V

Pelos poderes de Buda!

Miroku, e os chakras do prazer

    O monge devasso mantinha sua rotina, e já faziam três dias na situação inusitada da mudança de gênero. O corpo era feminino, mas a mente era a mesma pervertida de sempre, e para ele, sexo com Sango, sempre seria sexo com Sango, independentemente de qualquer outra coisa, mesmo o pinto entre as pernas dela. Isso não importava, ele queria descobrir os pontos internos do prazer de uma mulher, e somente na prática, teria acesso a essas informações.

    Pensou em inúmeras maneiras de seduzi-la, mas em todas sairia perdendo, não sabia sensualizar no corpo de uma mulher, então, decidiu fazer com ela, o que gostaria que ela lhe fizesse. Tinha uma lógica nisso tudo.

— Sango? — se instalou nas costas, agora largas de sua esposa. — Você não está cansada?

— Não, eu estou tão forte... Sinto que poderia lavar todas as roupas do mundo, com esses braços enormes...

— Hum... — ousado, desceu a mão à virilha de Sango, desconfortável por sentir o que havia ali.

— Pare, Miroku! — ela se afastou, vermelha até a raiz dos cabelos.

— Mas meu amor, eu tenho as minhas necessidades!

— Não tem não! Estou no corpo de um homem, e não estou tendo necessidades.... Oh...

    Os beijos vieram de forma prazerosa, mas estranha. A exterminadora achou que os lábios de Miroku estavam demasiados macios, e era como se não fosse ele, e tecnicamente falando, não era.

— E-eu não sei se vou conseguir....

— Sango... Eu tive uma ideia. — os olhos azuis, bem brilhantes. — Vamos meditar?

— Oh... Vamos. — sorriu, sentindo-se aliviada com a mudança de assunto.

     Em posição de lótus, o casal inverso meditava. Em dado momentos, Miroku dividia seu conhecimento com sua esposa.

— Minha querida Sango, é durante o sexo que o nível de energia aumenta consideravelmente e provoca um aumento proporcional na quantidade de energia que flui através dos Chakras. Essa energia sexual carrega esses centros energéticos do corpo e faz com que o casal sinta-se revigorado e relaxado, com uma sensação de satisfação, que independe de circunstâncias externas. A libido é a energia primordial de todos os instintos de vida e da atividade criativa humana. E pode ir além da questão sexual, pois ela também simboliza instintos básicos de sobrevivência.¹

— Compreendo. — respirou fundo, apreciando o incenso floral. — Então, eu como mulher, também possuo necessidades?

— Obviamente, minha flor. — respondeu, ainda de olhos fechados. — Estou nessa forma, e quase morro de desejo por você.

— Mas tenho a aparência de um homem... — resmungou.

— Não sinto desejo pela sua aparência, mas sim por você, não importa como esteja. Eu a amo.

   Emocionante, sem sombra de dúvidas. Uma mulher tem como principal zona erógena, seu cérebro. As palavras do monge foram sábias, e ele provocara em sua companheira, a primeira ereção da vida dela, vista por outro ângulo.

— Mi-miroku... Está, daquele jeito...

     Quem for mulher, tente imaginar como seria a ereção se fosse no seu corpo. É o “molhadinha” para nós, só que de forma explícita.

    O monge não sabia se ficava feliz, ou se ficava com medo daquele mastro enorme apontado em sua direção. Respirou fundo, pensando em relaxar.

— Querida, o que a deixa mais disposta? — sentiu-se tenso, automaticamente o tesão foi embora.

    Miroku, bem-vindo ao mundo das paranoias sexuais das mulheres! “Isso machuca?”, “Como faço?” “E agora?”.

    Sango, bem-vinda ao mundo das paranoias sexuais dos homens! “E se eu não conseguir?”, “E se isso abaixar?”, “Se eu falhar, ela ainda vai me querer?”.

— Eu não sei... Não faço ideia. — respondeu nervosa, sua excitação também foi embora, visivelmente.

    Constrangimento mútuo, não há coisa pior para um casal que pretendia ter uma relação sexual. E a cabeça não ajuda na hora, se existir nervosismo. Sexo a gente faz, não pensa, sente e vai fazendo por instinto, aquilo que agrada, que é gostoso, mas sempre quando é bom para os dois.

     Foi o momento da iluminação de Buda para com Miroku! Ele finalmente entendeu sua falha como homem, e como isso afetava sua mulher. Ele não falharia, se broxasse. Ele falharia, se não fosse sincero e seguro de seus sentimentos. Ora, a intenção é dar e receber prazer de quem você ama, não importa como seja, se ambos estiverem de acordo.

    Com as mãos, o monge tomou o rosto da exterminadora, juntando os lábios e invadindo a boca dela com sua língua. Logo o amigo de Sango deu sinal de vida, novamente. Eles se basearam, no que mais gostavam que fizessem com eles na hora de fazer amor, e estava dando certo. Sango beijava Miroku com doçura, e apalpava cuidadosamente os seios do marido. Ele, por sua vez, já tinha um pouco mais de brusquidão, agarrando à esposa com força e estimulando o membro que estava nela, como se fosse o próprio.

— Chegou a hora, minha adorada... — ele começou, nitidamente confuso. Ela também, tinha a mesma sensação.

— O-o Que eu faço?

— Sango, você sabe o que fazer... Tente ser carinhosa, e apenas relaxe. — deitou-se no futon, afastando as pernas. — E você, faz o quê?

— Eu me mantenho tranquila, tem que estar tranquila senão vai doer... Seu corpo vai acomodar-me tranquilamente.

    Meio desajeitada, Sango pousou seu corpo masculino sobre o de Miroku, uma mulher naquele momento, apoiando o peso nos braços para não machucá-lo com seu tamanho. E agora? Bem, e agora vai! Miroku estava transbordando a sua expectativa no futon, e impaciente tomou o órgão e inseriu em si mesmo, digo, na vagina que tinha entre suas pernas. E, de fato, era desconfortável. A sensação dele não foi exatamente a que ele imaginava, se sentiu decepcionado por um instante, pois não sentiu o absurdo de prazer que esperava sentir. Resolveu relaxar mais e dar uma chance para o sexo.

    Para Sango foi curioso. Era deleitoso sentir o calor comprimindo-a, a umidade favorecendo os movimentos... Gostou da sensação de controle, do dominar o outro. Moveu-se sem força de início pela sua inexperiência, mas tão logo aprendera, estocava com mais rapidez.

   Miroku maquinava um jeito de melhorar aquilo. Então é isso o que a mulher sente? Só isso? Por Buda! Não pode ser só isso, tenho que aprender uma forma de achar um prazer mais intenso com isso... o monge pensava, e lhe veio a ideia de masturbar-se junto à penetração, e arranjando um espacinho entre os corpos, meteu a mão como pôde sobre o baixo ventre, e dê-lhe estimular aquele botãozinho do prazer!

— O que está fazendo? — Sango o olhou meio assustada, jamais imaginaria fazer uma indecência dessas.

— Estou aproveitando melhor nosso encontro, meu amor...

    Ela parou com os movimentos por um instante, pensando em como poderia lidar com aquilo.

— Quer parar meu amor? — a exterminadora se retirou do companheiro, deitando de lado.

— De maneira alguma, minha flor. Agora veja, fique assim. — virou-se de costas, e erguendo uma perna foi preenchido novamente pela esposa, agora, homem.

    Mais uma vez, eles retomaram o encontro sexual, mas agora estava mais confortável para que Miroku se estimulasse com mais liberdade. Não demorou e ele chegou a um orgasmo. Continuou se acarinhando e mais um, e depois outro... Depois, veio o de Sango, que deixou um gemido bem alto e gutural escapar de seus lábios. Foi o primeiro orgasmo da vida dela.

— C-como fez isso Miroku? Tantas vezes, senti me apertando...

— Ora minha adorada... Prometo ensiná-la cada detalhe para quando voltar para o seu corpo delicioso...

— Eu o amo...

— Também a amo, minha preciosa esposa... Acho que aprendemos bem sobre nossos chakras...

— Sim, Mi...

    E dormiu. Sango viu que homem dorme mesmo depois do sexo, e isso não pode ser evitado. Já Miroku, se sentiu satisfeito, porém, incomodado.

— Preciso não dormir de imediato depois do ato! — resmungou, virando para o lado.

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