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História Invictus - A pessoa certa


Escrita por: thisislari

Notas do Autor


BETTER LATE THAN NEVER HAHAHA
Amores me descuuuuuuulpem!! De verdade, me desculpem mesmo porque eu tô super atrasada com esse capítulo.
Bom, conversamos mais nas notas finais ok?
APROVEITEM

Capítulo 13 - A pessoa certa


Fanfic / Fanfiction Invictus - A pessoa certa

 

POV Arizona



 

Panquecas no café da manhã, há quanto tempo eu não fazia isso? E mais, há quanto tempo meus irmãos e eu não nos reunimos assim na cozinha ouvindo Dakota e Connor discutirem bobeira enquanto Trevor reclamava que eu era muito lerda fazendo o café? Sorri genuinamente feliz pela minha família, pelo menos parte dela, estar ali tendo uma manhã tão normal que nem parecia mais o fim do mundo.

-Connor você é tão idiota.- Dakota bufou cruzando os braços.

-Não, eu sou realista e óbvio.

-Não acredito que vocês estão discutindo por causa de quadrinhos, nem o Oliver faz isso.

Trevor falou sentando na bancada.

-Porque se eu falo alguma coisa eles se juntam contra, então fico quieto.- Oliver respondeu com cara de tédio, o queixo apoiado nos braços em cima da mesa.

-Nana, temos mesmo que esperar todas as panquecas ficarem prontas?- Dakota reclamou.

-Temos.- Respondi simples. -Só falta uma.

Terminei a última e coloquei o prato com elas no meio da mesa. Meus irmãos atacaram as panquecas igual um bando de coiote em cima das galinhas.

-Meu Deus, vocês são selvagens.- Ri arregalando meus olhos.

-Eu tô com fome.- Trevor respondeu enfiando quase metade de uma panqueca na boca.

-Hm Nana, isso ta tão bom.- Dakota falou de boca cheia. -Por que eu sinto que você vai falar uma coisa não muito legal pra gente?

Olhei pra Trevor que retribuiu meu olhar preocupado, nossos irmãos mais novos não sabiam das missões ainda, pelo menos não oficialmente. Connor sabia que iríamos na Base, mas não quando. E quando eu contasse que eu iria no dia seguinte eles iam querer me matar.

-Eu sei que vocês tem uma ideia de que vamos retaliar os Salvadores, porque desse jeito não dá pra viver.

-Lá vem.- Oliver falou pegando mais panqueca.

-Amanhã eu vou partir com um grupo até Maryland pra buscar umas coisas em uma base militar que acredito ainda ter poder de fogo que vai ajudar. E depois de juntar armamento e montar um plano, atacaremos.

-Amanhã?- Dakota falou largando os talheres. -Nana, você não pode ir.

-Claro que posso, e vou. Trevor vai ficar aqui com vocês, e eu sei me cuidar.

-Mas Nana..- Oliver começou a falar me encarando assustado. -Não podemos ficar sem você.

-Meu amor, eu preciso ir. Precisamos dos equipamentos pra parar o abuso dos Salvadores, não vou permitir vocês viverem nisso pra sempre. Eu vou ficar fora por uns dias, mas eu vou voltar pra vocês. Pra todos vocês.- Falei segurando a mão de Dakota e olhando nos olhos de todos.

-Eu sabia que tinha coisa por trás das panquecas.- Dakota falou me encarando triste.

Oliver respirou fundo e uma lágrima rolou na bochecha dele. Trevor pigarreou.

-Kings, não podemos fraquejar. Arizona vai e volta segura, vai dar tudo certo.- Falou tentando passar força pros mais novos.

Connor ficou calado, pensativo olhando pro prato.

-Você jura que volta Nana?- Oliver perguntou. Encarei meu irmãozinho e respirei fundo.

-Prometo que vou tentar.

-Tem que tentar de todo jeito voltar Nana.- Dakota falou séria. -Não vamos perder ninguém.

Assenti, mas senti um peso no coração. Eu não posso prometer uma coisa que não sei se vou cumprir pros meus irmãos, não é certo.

-Terminem de comer agora, precisam ir pra suas tarefas.- Trevor deu a ordem, que foi rapidamente obedecida.

Connor continuava de cara fechada olhando pro prato.

 

Depois do café da manhã resolvi passar na Maggie, ela ajeitava uns papéis quando cheguei.

-Ei.- Falei dando duas batidinhas no batente, Maggie olhou pra mim e sorriu. -Quer ajuda em alguma coisa?

-Não, eu tô só organizando umas coisas.- Colocou os papéis de lado e se sentou no sofá, sentei do lado dela.

-Contei pros meus irmãos sobre amanhã.

-E eles?

-Reagiram como eu esperava, Dakota e Oliver estão com medo. Connor continua estranho, não sei o que pensar sobre ele.

-Vai dar tudo certo.- Ela segurou minha mão. -Jesus vai com vocês mesmo?

-Uhum, ele já conversou com Gregory em Hilltop ontem quando voltou lá. Agora deve ta por aí pela cidade atazanando o juízo de alguém.

-Não gosto do Gregory.

-Paul disse que ele é um idiota.- Ri lembrando como falou do líder. -Talvez eles precisem de um novo líder.

-É.- Maggie respondeu pensativa. -Pensei em passar uns tempos em Hilltop depois da guerra, por causa do bebê. Não me leve a mal, você é ótima mas o doutor Carson é especialista.

-Não vou ficar ofendida, acho muito boa essa ideia.

Maggie colocou a mão na barriga e acariciou, sorri.

-Posso?- Perguntei estendendo a mão, ela assentiu sorrindo. Coloquei a mão na barriga dela e fiz um carinho. Um bebê no meio disso tudo era tão reconfortante e preocupante.

-Você pensa em ser mãe Arizona?

-Eu?- Perguntei piscando algumas vezes. -Adoro crianças, mas não pensei mais nisso depois que perdi meu noivo.

-Nunca me contou como perdeu ele.

-Bom, eu..- Sorri abaixando o rosto. -Eu não falo muito dele.

-Se não quiser contar tudo bem. Já arranquei segredos do passado demais dos King.

-Como assim?

-Trevor me contou da esposa gravida.- Sorri triste me lembrando de Ellie.

-Ele nunca fala dela, não tocou no assunto desde que aconteceu. Trevor é meio cabeça dura.

-Vocês têm isso em comum então.- Maggie constatou.

-Atrapalho?- Ouvimos uma voz e nos viramos vendo Paul entrando.

-Claro que não.

-A mim sim.- Falei implicando o fazendo rir.

-Que mentira, você adora quando eu to contigo.- Devolveu se sentando no outro sofá.

-Convencido.- Rolei os olhos.

-Jesus, estava conversando com Arizona sobre a ideia de me mudar pra Hilltop quando a guerra acabar.

-Ah, ótimo. E o que acha disso Angel?

-Eu super concordo, vai ser muito bom pro bebê e pra Maggie.

-Contou pros seus irmãos sobre a missão?- Me perguntou com cara de que tinha alguma coisa pra me contar.

-Contei.

-Imaginei.

-Por que?

-Connor não estava num humor muito bom lá no portão, precisei separar ele do Carl.- Falou parecendo preocupado.

-Separar? O que Connor fez?- Maggie perguntou confusa.

-Pelo o que entendi, ele quis tirar satisfação com o Carl sobre a Dakota e acabou imobilizando o garoto.

-Connor anda tão estranho. Agressivo e quieto demais, isso tem me preocupado tanto.

-Você vai precisar esquecer isso pelo menos até voltar.- Maggie disse segurando uma mão minha.

-É o jeito, quando eu voltar converso com ele.- Dei de ombros sentindo o frio na espinha que senti quando Connor foi liberto.

-Angel, temos que terminar de preparar o carro pra missão.- Paul disse se levantando.

-Ah, é mesmo. Depois conversamos mais então Maggie.- Dei um beijo na mão dela e me levantei.

-Até depois.- Respondeu voltando sua atenção pros papéis.

Saí da casa com Paul do meu lado.

-Arizona.- Olhei pro lado sentindo meu coração pular quando encarei Daryl. -Posso falar com você?

Assenti, olhei pra Paul que sorriu de lado.

-Vou indo na frente.- Foi descendo as escadas e olhou pra Daryl. -Dixon.- Acenou com a cabeça, Daryl acenou de volta. Desci as escadas da varanda e dei a volta pra chegar a lateral da casa onde ele estava.

-Não vai amanhã, manda o Trevor no seu lugar.

-Perdão?

-Você tem que ficar aqui segura, lá fora não dá pra controlar o que vai acontecer.- Ri surpresa.

-Bom, aqui dentro também não ta o exemplo de segurança máxima no atual momento.

-É, mas..- Passou a mão no rosto e começou a morder o canto do dedão.

-Daryl, eu vou ficar bem. Sou uma soldado, acho que sei me virar muito bem em situações de risco. Além do mais, o único perigo lá fora são os walkers e com eles eu tô acostumada.

Ele franziu a testa, estava nervoso e era visível que não sabia como colocar a frustração em palavras.

-Não entende que essa missão é arriscada demais?

-Claro que entendo, fui eu quem planejou.- Falei levantando uma sobrancelha. -Por que tanto medo de que eu vá?

Ele ficou quieto, encarou o chão e respirava fundo.

-Daryl..- Cruzei os braços esperando ele responder. Ele se remexeu, grunhiu e veio em minha direção me fazendo recuar e bater as costas na parede da casa.

-Não posso perder você.- Vi que falou aquilo com muito esforço. Demonstrações não eram muito o forte dele.

Trouxe a cabeça dele pro meu ombro e o abracei.

-Você não vai.- Sussurrei sentindo os braços hesitantes dele circularem minha cintura. Daryl enterrou a cabeça no meu pescoço e respirou fundo me fazendo arrepiar com a sua respiração na minha pele. Ele deu um beijo no meu pescoço e senti minhas pernas amolecerem.

-Eu vou tomar cuidado.- Falei fraco. -Mas você também tem que me prometer que não vai se arriscar à toa.

-Tudo bem.- Ele resmungou e continuou a beijar meu pescoço. Uma mão de Daryl apertou de leve minha cintura enquanto a outra espalmou minhas costas por baixo do casaco.

-Dixon, não tenta me distrair. Diz que promete.- Falei em meio a um suspiro puxando os cabelos da nuca dele de leve o fazendo afastar a cabeça do meu pescoço e me encarar.

-Eu prometo.- Falou baixo me olhando nos olhos. Sorri passando o polegar no maxilar dele.

-Preciso ir, disse que ia ajudar a preparar o carro pra amanhã.- Falei sorrindo de lado. Daryl assentiu e me deu um selinho.

-Te vejo depois.- Falou enquanto eu me afastava.

-Com certeza.- Pisquei e segui meu caminho até o portão.

 

-E então, o que você e o senhor mau humor tem feito? E não digo isso pra me contar detalhes, limites existem.- Paul disse arregalando os olhos no final da frase, ri dando de ombros. Eu checava o motor da caminhonete pra amanhã, ele estava encostado na lataria do carro conversando comigo.

-Nada demais, na verdade a gente só beija mesmo e conversa. Conversamos bastante, quando ele ta de bom humor pra isso né.- Meu amigo deixou o queixo cair.

-Vocês ainda não transaram?- Falou alto demais fazendo Rick e Toby olharem pra gente engraçado, e também umas moças que passavam arregalaram os olhos.

-Paul, cala a boca.- Estapeei ele. -Acho que o pessoal no Alaska não te ouviu.- Sussurrei sentindo meu rosto esquentar, que vergonha.

-Desculpa Angel, mas não dá pra acreditar que ele não te mostrou a flecha dele ainda.

Gargalhei chamando atenção de novo, Paul ria me olhando divertido.

-A flecha dele?- Perguntei rindo.

-É ué, prefere que eu fale pinto?

-Não, não. Já me fez passar vergonha, acabou sua cota de hoje.- Respondi rápido levantando as mãos.

-Falando sério agora linda, nada ainda?- Mordi o lábio inferior e encarei Paul, ele levantou uma sobrancelha. Neguei e ele se mostrou surpreso.

-Já quase rolou algumas vezes, mas se não nos interrompem nós acabamos nos acalmando por querer que não seja só sexo.

-Isso é impressionante, você se controlar é impressionante.- Dei um tapa no braço dele o fazendo rir.

-Idiota.

-Acha que vai demorar pra rolar?

-Não sei, não tenho pensado muito nisso.- Menti, Paul me olhou com cara de quem não acreditava.

-Vocês precisam passar uma noite sozinhos, sem estava de vigia.

-Podemos mudar de assunto?

-Não.- Revirei os olhos.

-Você é tão irritante.- Ele riu cruzando os braços. -Eu vou pensar sobre isso.

-Posso te ajudar.

-Claro que não, pode deixar que eu organizo tudo sozinha.- Falei terminando de checar o motor.

-Pelo amor de tudo que é mais sagrado organize logo, porque até eu sinto a tensão sexual quando vocês ficam trocando olhares.

-Você não tem outro assunto não?

-Na atual situação mundial, assunto sem envolver morte, ameaça ou sobrevivência é meio raro.

Ri fechando o capô. Apoiei as duas mão no capô e encarei meu melhor amigo.

-Por que não falamos da sua vida amorosa então?- Ele riu desencostando do carro.

-Talvez porque ela não existe.

-Nada?- Ele negou. -Que pena, mas na hora que tiver eu vou infernizar você.- Ri maldosa dando as costas ao carro, Paul veio atrás de mim andando do meu lado.

-Arizona, Jesus.- Rick se aproximou de nós nos fazendo parar nossos passos. Corei lembrando que ele ouviu Paul quase gritar.

-Tudo pronto pra amanhã, o carro está abastecido e os suprimentos pra viagem prontos.

-Agora é só ir.- Paul disse.

-Eu acho melhor descansarem o resto do dia, terão outros bem agitados pela frente.

Assenti, Rick acenou com a cabeça e se virou pra sair dali.

-Ah Rick.- Ele virou pra mim. -Esquece aquilo que ouviu o Paul dizer.

-Não sei do que ta falando.- Fez cara de confuso, depois sorriu de lado e se virou.

Olhei pra Paul, ele riu cínico e cruzou os braços levantando as sobrancelhas. Revirei meus olhos e comecei a andar.

-Onde vamos milady?- Perguntou entrelaçando meu braço no dele.

-Passar um dia só nós dois fazendo nada.

-Pensei que eu era um idiota.- Me empurrou de leve e riu.

-E é. Mas eu te amo mesmo assim ta.

Paul riu e me deu um beijo na lateral da cabeça começando a tagarelar em seguida.

 

Sentei nos degraus da varanda de casa vendo a noite, estava frio mas eu gosto. A porta de casa abriu e Connor saiu, sorri pra ele que se sentou do meu lado.

-Amanhã eu vou para a missão, e você vai precisar cuidar dos mais novos junto do Trevor.

Connor assentiu, encarava o chão muito quieto.

-Preciso ter certeza que você vai mesmo fazer o que eu to pedindo Connor.- Ele levantou o olhar pra mim, vi dor. -O que você não ta me contando?

Ele abriu a boca e fechou de novo, franziu o cenho.

-Quando você voltar nós conversamos.- Disse. -Assim não vai se arriscar porque vai ficar curiosa.

Ri balançando a cabeça em concordância.

-Tudo bem então, quando eu voltar.

Connor sorriu de lado, me deu um beijo na bochecha e entrou de novo. Resolvi entrar também, precisava descansar pros próximos dias.

 

Deitei na minha cama e soltei um longo suspiro. Eu estava confiante sobre a ida até a fronteira, confio na minha estratégia e na avaliação crítica do meu irmão nesses assuntos. Olhei pro lado e sorri. Paul dormia no outro lado da minha cama, nem parecia que me atazanava dormindo tão tranquilo. Daryl e ele estão se falando como gente, na medida do possível né. Dias bem longos viriam, eu pressentia que não ia ser muito fácil ficar longe dos meus irmãos mas eu preciso. Por eles.

 

Por volta das três da manhã acordei assustada, tinha tido o mesmo pesadelo de sempre. Mãos em mim, risadas macabras, cheiro de álcool, choro dos meus irmãos. Mesmo falando sobre eu não conseguia parar de sonhar com isso. Sentei na cama tentando acalmar a respiração, dobrei meus joelhos e apoiei a cabeça neles.

-Ei, ta tudo bem?- Paul perguntou com a voz meio embolada de sono. Respirei fundo e assenti sem olhar pra ele.

-Foi só um pesadelo.

Ele se sentou e me puxou pra um abraço apoiando o queixo no topo da minha cabeça.

-Quer me contar?- Neguei fechando os olhos e me agarrando nele.

Ficamos uns minutos assim, quietos. Paul fazia carinho nos meus cabelos pra me acalmar, e eu aos poucos fui deixando aquela sensação se dissipar.

-Melhor?

-Uhum.- Resmunguei.

-Tenta dormir mais um pouco Angel, vamos precisar estar descansados.- Levantou meu rosto me fazendo olhar pra ele, sorriu.

-Perdi totalmente o sono, acho que vou dar uma volta.

Paul me olhou com uma expressão divertida e balançou a cabeça.

-Bom, eu vou dormir.

Ri fraco e me levantei.

-Até de manhã então.- Vesti uma jaqueta por cima do casaco, calcei meus coturnos, peguei meu arco com a aljava e saí do quarto deixando um Paul folgado todo jogado na minha cama.

Saí pela porta de casa, frio demais por conta do outono. Queria encontrar uma pessoa específica. Só ele ia realmente me fazer conseguir ficar tranquila e dormir um pouco.

Olhei pro lado e vi Daryl sentado na varanda da casa que ele mora com os outros e segui até ele. Me viu me aproximando e seguiu meus passos com os olhos. Subi os degraus e cheguei perto dele que estava fumando um cigarro sentado no canto.

-Sem sono também?- Perguntei colocando as mãos nos bolsos.

-Dormi bem pouco, não consegui mais.- Falou tirando o cigarro da boca. -Você devia tentar dormir.

Passei uma mão no cabelo e suspirei.

-Acordei de um sonho ruim.- Franzi o cenho encarando o chão. -Paul me acalmou mas decidi dar uma volta.- Voltei meu olhar pra ele. -Posso sentar com você?

Daryl assentiu, me sentei do lado dele e coloquei meu arco e aljava do lado.

-Como foi esse sonho?

Ele me olhava e eu olhava pra frente mordendo o canto do lábio.

-O mesmo que sempre tenho, com os homens que me feriram. Achei que depois de falar sobre iam acabar, mas eles continuam.

Daryl apagou o cigarro no chão e passou um braço pelos meus ombros me puxando pra ele. Deitei minha cabeça no seu ombro e entrelacei uma mão com sua mão direita que descansava em sua perna. Fechei meus olhos e senti meu coração calmo, uma sensação de calor e aconchego correu pelo meu corpo e eu sorri.

-Acho que vou levar você pra dormir comigo toda noite.- Falei baixo, Daryl soltou um riso baixo.

-Se isso for te fazer dormir bem.

-Tenho certeza que vai.- Resmunguei. -Sabe que saí de casa pra tentar encontrar você, não sabe?

-Ah é?

-Uhum.- Respondi levantando a cabeça pra olhar pra ele.

-Que foi?- Me perguntou sorrindo de lado.

-Nada.- Sorri.

Ele intercalava o olhar entre meus olhos e minha boca. Mordi o lábio, sabendo que ia o provocar. Daryl sorriu de lado sabendo o que eu fazia e aproximou o rosto do meu colando nossas bocas. Iniciamos um beijo calmo e intenso. Eu sorri em meio ao beijo e toquei a linha do maxilar dele com a ponta dos dedos. Daryl desceu o braço dos meus ombros pra minha cintura, me segurando firme como se eu fosse escapar a qualquer momento. Mas eu não ousaria fazer isso.

Parecia que eu tinha dezesseis anos de novo. As sensações eram bem parecidas, só que eram mais. Muito mais. Eu nunca, na minha vida toda, tinha beijado alguém me causasse isso. Nunca um beijo se encaixou tanto com o meu. Era como se eu tivesse nascido pra estar ali naquele lugar, nos braços dele.

Com certeza o que eu sentia era forte demais, não era amor mas era forte. Amor eu acredito que se construa com o tempo, e eu e Daryl não estamos tempo suficiente juntos pra eu afirmar que o amo.

Parei de beijar ele pra puxar ar, Daryl sorriu ofegante. Olhei nos olhos dele séria, ele desfez o sorriso.

-Alguma coisa errada?

-Não, só quero olhar pros seus olhos.- Mesmo no escuro e a pouca luz de uma pequena lamparina próxima de nós deu pra ver que ele corou um pouco. -Como um homem do seu tamanho e sua pose cora com uma frase dessa?

-Acho que porque eu não tô acostumado com isso.

-Com isso o que?

-Demonstração.- Respondeu meio sem graça. -De carinho.- Sorri abertamente. -Mas é uma coisa boa.

O beijei de novo.

-Você não parece gostar desse tipo de coisa quando as pessoas te conhecem.

-Nunca tinha experimentado até você aparecer.

-Nunca?- Ele negou e meu coração doeu. -É um pecado que alguém como você nunca tenha tido isso.

-Acho que é porque a pessoa certa ainda não estava na minha vida.- Daryl falava de um jeito que me deixava tão hipnotizada.

-Vou ficar mal acostumada com essas declarações.

-Não ligo.- Mordi o lábio sorrindo, ele subiu uma mão pelo meu braço e pousou em minha bochecha.

-Eu acho que você também a pessoa certa.- Sussurrei, nossos rostos estavam muito próximos.

Daryl puxou meu rosto e me beijou delicadamente. Posso dizer que fiquei completamente derretida.

-Quer entrar pra dormir um pouco?- Perguntou quando partiu o beijo.

-Sozinha?- Devolvi com uma pergunta.

-Eu vou junto.

Nos levantamos, pegamos nossas coisas e entramos na casa. Enquanto subíamos as escadas eu fui ficando nervosa. Será que era agora? Eu queria mais que tudo me entregar por completo a ele, mas de repente comecei a ficar nervosa e sem saber o que fazer.

Entramos no quarto e eu estaquei perto da cama. Era como se eu não conseguisse lembrar como agir depois que entrei no quarto dele. Minhas mãos começaram a suar, minha garganta secou. Eu parecia mesmo uma adolescente inexperiente.

Será que era só pra dormir mesmo? Ou ia rolar?

Daryl fechou a porta e me olhou confuso.

-Pode deitar.- Falou analisando minha reação.

-Vamos só dormir?- Minha pergunta saiu um pouco mais tremida do que eu queria. Me soquei mentalmente.

Ele entendeu porque eu parecia tão nervosa e chegou perto segurando minha mão.

-Só dormir, a gente precisa descansar pra amanhã.- Assenti devagar.

Cadê toda minha confiança quando eu precisava dela?

Tirei a jaqueta e o coturno e deitei, Daryl deitou do meu lado.

Não tinha motivo pro meu pequeno surto de nervosismo, eu não entendi muito bem. Suspirei e decidi tirar isso da mente. Mais uma coisa na cabeça não ia ajudar em nada.

Me virei pra ele e sorri, ele estendeu um braço e eu me aconcheguei perto dele. Daryl puxou minha mão e deu um beijo na palma.

-Dorme.- Sussurrou. Meus olhos já estavam pesados mesmo, então eu só relaxei.

-Você também.- Sussurrei de volta.

-Não se preocupa.- Me respondeu.

Senti a inconsciência do sono vir e me envolver. E pra minha não surpresa, eu não estava com receio de dormir como todas as outras noites. Eu me sentia segura.


Notas Finais


Deixa eu começar me desculpando de novo. Eu ia postar no domingo, mas não consegui terminar a tempo, e essas duas semanas estão uma loucura. Final de período é sempre esse desespero, essa falta de tempo. Minhas olheiras falam por mim hahahaha
Mas tá aí o 13, e o 14 deve sair pelo domingo ou segunda, se eu conseguir acabar antes então sai até antes ok?
O que acharam desse cap? Eu também demorei porque não queria cap meia boca pra vocês, então escrevi com calma.
Teremos surpresinhas nos próximos hahaha Fiquem com essa pra pensar!!
Muito obrigada pela paciência, e por acompanharem Invictus.
Até o próximo darlings,
Xx


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