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História Invictus - Seguros, mas nem tanto


Escrita por: thisislari

Notas do Autor


Olá meninas, hoje vou contar pra vocês como eu consegui postar um capítulo sem deixar passar uma semana.
Hahahaha tudo bom com vocês?? Como foram de virada??
Capítulo fresquinho saindo!!
Aproveitem.

Capítulo 17 - Seguros, mas nem tanto


Fanfic / Fanfiction Invictus - Seguros, mas nem tanto

 

 

POV Arizona


 

Viajamos o dia todo, sem tomar tanto cuidado quanto na ida fazendo a viagem ser mais curta. Provavelmente chegaríamos em Alexandria no início da noite, e finalmente poderíamos planejar o ataque com mais calma.

Paul e eu não falamos muito, e tudo bem porque o silêncio entre nós nunca foi uma coisa ruim. Mas esse silêncio se dava ao nosso reencontro com Alex. Por mais que fosse bom ver que ele está vivo, eu e Paul não podemos evitar lembrar de certos fatos passados.

Por um lado o silêncio era até bom, eu conseguia pensar em partes de um quase plano e ocupar a minha mente um pouco. Mas obviamente que esse silêncio todo me faria me perder nos meus pensamentos, pensamentos esses que me atormentaram boa parte da viagem. Nem minha noite com Daryl conseguiu tirar as imagens do pesadelo que tive.

A estrada não tinha grandes problemas. Grupos pequenos de walkers, alguns troncos em uma parte do caminho, mas nada demais.

Olhei pelo retrovisor para conferir se estava tudo bem com os outros, e aparentemente nada de novo tinha acontecido.

-Tô feliz que parte do exército ainda vive.- Cortei o silêncio. -Sei lá, me faz sentir como se a minha vida não tivesse sido totalmente tirada de mim.

-E não foi Angel, eu ainda tô aqui.- Falou em um tom divertido.

-E não se atreva a me deixar.- Ele riu sem tirar o foco da estrada. -Você parece meio tenso.

Paul me olhou rápido, com uma sobrancelha levantada. Eu ri.

-Com razão.- Respondeu apertando de leve o volante. -Alex de volta nas nossas vidas não vai dar muito certo.

-É claro que vai.- Falei revirando os olhos. -Não vamos deixar as coisas do passado nos afetarem. O que importa é que apesar de tudo, pelo menos ele sobreviveu.

-Você parece muito tranquila em vista de tudo.

-E estou.- Olhei pra ele. -Qual é Paul, esquece um pouco isso. Eu sei que Alex é sinônimo de confusão, mas podemos nos preocupar com isso depois. Temos algumas coisas mais preocupantes com isso por enquanto.

Ele suspirou.

-Tem razão.

-Agora vamos nos concentrar em chegar em casa, tô morrendo de saudade dos meus irmãos. E morrendo de preocupação também.

-Eles estão bem, você vai ver.

Paul acelerou um pouco me fazendo soltar um risinho.

Logo estaríamos em casa.

 

Era madrugada quando avistamos os portões de Alexandria. Senti um nervoso, um frio na espinha. A provável batalha estava próxima, e era vencer ou vencer.

Paul piscou o farol e logo os portões foram abertos por Rick, nos dando passagem.

Paul estacionou e eu saltei do carro.

-Todos estão bem?- Perguntei.

-Sim, estão todos bem.- Rick respondeu. -E vocês? Deu tudo certo? Pelo visto sim.

-Ah sim, deu muito mais que certo.- Paul respondeu se colocando do meu lado.

Daryl, Abraham e Tara chegaram perto. Rick cumprimentou todos nós com um abraço rápido e andou até os caminhões.

-A base estava lotada, conseguimos muita coisa.- Tara falou pra Rick e sorriu.

-E não é só isso, tivemos uma surpresa quando saímos de lá.- Abraham fez menção ao nosso encontro com os soldados.

-Boa surpresa?

-Muito boa.- Respondi.

-Depende do ponto de vista.- Paul falou mais pra si do que pra nós.

-É boa sim. Grande parte da divisão Delta sobreviveu, e eles querem nos ajudar contra os Salvadores.- Falei sem demorar mais. Rick pareceu surpreso e piscou algumas vezes.

-O exército ainda existe?

-Não é bem o exército em si, mas tecnicamente uma parte dele sim.- Respondi sorrindo. -E eu conheço eles, alguns eram do meu esquadrão. Deixaram um rádio pra podermos chamar eles.

-Podemos pensar nisso amanhã.- Rick falou. -Eu acho uma ótima ideia, mas vocês devem estar cansados e com fome.

-Falando em fome.- Daryl começou. -Olha isso.- Ele abriu a caçamba de um dos caminhões e mostrou a quantidade incrível de comida que conseguimos pegar.

-Acho que não vamos precisar sair pra buscar suprimentos por um bom tempo.- Rick disse parecendo bem satisfeito.

-Só precisamos cuidar pra que Negan não saiba que conseguimos tudo isso, e planejar o ataque pro mais rápido possível.- Falei.

-Falamos disso amanhã.- Rick disse e sorriu fraco. -Agora vão descansar.

Concordamos e seguimos todos pra nossas casas, Paul comigo é claro.

Me despedi dos outros e parei na frente de casa com Daryl, Paul sorriu significativamente pra mim e entrou.

-Então.- Falei sorrindo de lado. -Amanhã a gente se vê?

Daryl não respondeu, só ficou me encarando com os olhos cerrados. Levantei uma sobrancelha e mordi o lábio rindo.

-Ta fora de órbita Dixon?- Perguntei divertida.

-Com você? Sempre.- Respondeu sem hesitar me deixando surpresa.

-Te deixo assim então?- Ele assentiu com um sorrisinho. -Bom saber, posso me aproveitar disso.

Daryl soltou uma risada baixa. E Deus, me estremeceu toda. Soube que eu faria de tudo pra ouvir mais essa risada dele. O deixava com menos ar de ogro, o iluminava e fazia tudo parecer melhor.

-Você fica tão lindo quando ri.- Soltei sem pensar, e senti meu rosto esquentar. Por que eu falei isso? Que vergonha.

Daryl sorriu de lado totalmente sem graça. Coloquei as mãos no rosto e ri.

-Desculpa, saiu sem filtro. Eu geralmente não sou assim.

-Fica tranquila, tá tudo bem.

Mordi o lábio inferior.

-Não faz isso, por favor.- Daryl disse passando o polegar onde eu mordia e fazendo uma cara de dor.

-Por que não?

-Porque isso me faz querer te levar pro meu quarto.

Engoli seco e respirei fundo.

-Essa é uma ideia muito boa.- Respondi chegando mais perto, ele passou um braço pela minha cintura.

-Não quer descansar?- Me perguntou com um olhar sacana.

-Acho que aguento ficar mais um pouco acordada.- Respondi rindo envolvendo o pescoço dele com os braços.

Daryl sorriu e me deu um beijo na testa.

-Por mais que eu queira muito, você precisa descansar.- Sorri percebendo o cuidado dele.

-Dorme comigo então.

Olhei nos olhos dele, Daryl assentiu e pegou minha mão me levando em direção a casa dele. Parei fazendo ele olhar pra mim confuso.

-Na minha casa Dixon.

Ele fez uma expressão de que tinha entendido e fez sinal pra que eu fosse na frente.

Puxei Daryl pela mão até chegar no meu quarto, encontrando Paul deitado na minha cama despojadamente com os braços atrás da cabeça de olhos fechados.

-Ah Angel, até que enfim. Achei que iam ficar se engolindo até amanhã. Comecei até a me preocupar que tivesse que desgrudar vocês.- Falou ainda de olhos fechados.

-Er..Paul.- Chamei segurando o riso. Ele abriu os olhos e sorriu implicante, não se abalando nem um pouco por ter dito gracinha sem saber que Daryl estava ali.

-Pelo visto, eu serei expulso daqui.- Se levantou e parou na minha frente e de Daryl com os braços cruzados.

-Só vai logo pro outro quarto.- Falei o empurrando pra porta enquanto ele ria.

-Usem camisinha.- Disse do outro lado da porta me fazendo gargalhar e Daryl fica roxo de vergonha.

Coloquei minhas armas na poltrona e balancei a cabeça revirando os olhos. Daryl tinha apoiado a crossbow ao lado da mesma poltrona.

-Não liga pra ele, aquele ali adora implicar comigo.- Falei rindo, começando a tirar as botas.

Daryl estava parado igual uma estátua, com as mãos nos bolsos e aparentemente sem ter ideia do que fazer. Sorri e peguei a mão dele o levando comigo pro banheiro. Eu precisava de um banho.

-Toma um banho comigo.- Falei tirando a blusa sob o olhar agora desejoso dele.

-Claro.- Respondeu com a voz baixa.

Daryl tirou a camisa e me encarou. Seu olhar baixou em direção a minha cicatriz na lateral da barriga. Ele não tinha visto, estava muito escuro no hangar da base.

Ele estendeu a mão e se aproximou tocando a marca com as pontas dos dedos. Observei ele dedilhar e depois olhar pra mim de novo como que pedindo explicação.

-No dia que eu perdi o Mark, ganhei essa lembrancinha.- Falei colocando minha mão em cima da dele. -Ele se fez de escudo pra me proteger. Acabei levando um tiro mas ele levou muitos outros e o resto da história eu já te contei.- Ele segurou minha mão e fez um carinho tímido. -No começo eu odiava ficar nua na frente do espelho. Mas aprendi que essa cicatriz serve pra me lembrar que alguém um dia se sacrificou por mim e eu honrarei esse sacrifício.

Daryl olhou pra cicatriz de novo e depois pro meu rosto e franziu de leve a testa como se discutisse internamente.

Ele soltou minha mão e se virou devagar, expondo suas costas. Levei uma mão a boca observando as marcas grandes.

-Eu ganhei essas do meu velho.- Falou de cabeça baixa.

-Ah Daryl..- O abracei pelas costas e o apertei de leve, sentindo seu coração sob a palma da minha mão.

Soltei ele o fazendo se virar de volta pra mim e meu coração doeu ao ver que lágrimas brotavam naqueles olhos.

-Ele não deu a vida por mim.- Começou a falar com a voz embargada. -Na verdade fez da minha um inferno.- Fungou e algumas lágrimas rolaram.

O puxei pra mim e o abracei. Daryl enterrou a cabeça no meu pescoço e chorou. Chorou e me apertou me abraçando. Era um choro cheio de dor e sofrimento. Eu o apertei mais contra mim e sussurrei no seu ouvido que tudo ficaria bem, que ele estava bem.

A cada lágrima dele, cada respirar fundo e a cada vez que soluçava era como se meu peito se rasgasse. E eu quis fazer passar, quis com que ele nunca tivesse sofrido na vida.

Eram sentimentos tão distintos. Minha cicatriz tinha uma história heróica do meu ex noivo por de trás, e a dele tinha uma história provavelmente terrível e dolorosa demais.

Ambas tinham sentimento. Pra nós dois falar delas não era a coisa mais fácil do mundo pois traziam lembranças. Mas nesse momento eu deixei as minhas de lado, porque o homem agarrado em mim chorando feito criança tinha me mostrado o quanto eu fazia parte da vida dele me contando sobre suas marcas.

Afastei o rosto de Daryl e sequei suas lágrimas o vendo se acalmar um pouco. Me ergui um pouco e depositei um beijo em seus olhos fechados. Ele respirou fundo de novo e abriu os olhos, me encarando com dor.

-Vem.- Falei tirando minha calça e entrando no chuveiro sendo seguida por ele.

A água caiu nas costas dele e Daryl fechou os olhos de novo. Peguei o sabonete e passei nas costas dele, dedilhando suas cicatrizes como fez com a minha.

Depois de praticamente dar um banho nele, foi a vez de Daryl pegar o sabonete das minhas mãos e me ensaboar.

Estava sendo um dos momentos mais íntimos da minha vida, senão o mais íntimo. Não por conta de estarmos nus, ou por estarmos tomando banho juntos, mas porque Daryl estava exposto e eu sentia isso. E eu também estava. Nós dois nesse momento, trocando beijos cheios de sentimento e nos comunicando só pelo olhar, era uma coisa que eu sabia que nunca tinha tido.

Acabamos o banho e fomos pra cama após nos secar.

Deitamos ainda nus, e ficamos nos olhando.

-Queria poder arrancar sua dor e nunca mais te deixar sentir isso de novo.- Falei baixo.

Daryl beijou a palma da minha mão e me puxou pra mais perto.

-Só de ter você por perto já ameniza elas.- Falou me olhando nos olhos.

Sorri e o beijei.

Daryl me puxou ainda mais fazendo nossos corpos quase se fundirem. Suspirei e me entreguei mais uma vez por completo. Completamente dele, e ele completamente meu.

Fizemos amor por um bom tempo até que finalmente nos entregamos ao cansaço nos braços um do outro.

E nessa noite eu sabia que não teria nenhum pesadelo.

 

Acordei no dia seguinte percebendo a cama vazia. Me sentei assustada e olhei pros lados.

Franzi a testa e procurei pelo relógio de cabeceira, encontrando um papel junto dele. Peguei e sorri percebendo que era de Daryl em uma caligrafia bruta.

“Fui ajudar os outros a arrumar os suprimentos. Não quis te acordar, desculpa. Te vejo depois.”

Curto e claro, e mesmo assim me fez sorrir que nem uma idiota olhando pro papel e lembrando da noite passada.

Ouvi uma batidinha na porta e mandei entrar, era Trevor.

-Ei Nana.- Ele entrou e fechou a porta vindo se sentar na beirada da cama.

-Se comportaram?- Perguntei debochada.

-A-há, eu não vou nem responder isso.- Respondeu revirando os olhos. -Para..você..- Disse apontando pro edredom que me cobria.

-Sim, eu estou nua.

-Arizona King.- Me repreendeu.

-Ah para Trevor, eu e Daryl já estamos juntos faz umas semanas. Já devia ter rolado faz tempo até.

-Vou fingir que não ouvi isso.- Falou passando a mão no rosto. -Mas eu tô feliz por você ter encontrado alguém.

-Obrigada irmão.- Falei dando um beijo na bochecha dele.

-Mas como foi a missão? Me conta.

-Foi muito bem, trouxemos muita coisa.

-Bom, isso é bom.

-E encontramos Alex Foster.- Soltei o vendo dar um sorriso.

-Aquele desgraçado sobreviveu.- Riu. -Como o encontraram?

-Na verdade ele e grande parte do corpo de soldados da base nos encontrou quando saíamos de lá.

-Sério?

-Uhum, e o General Miller está vivo.

-Que?- Trevor me olhou com os olhos arregalados. -Aquele homem é pré-histórico.

-Como você é exagerado Trevor.- Ri. -Ele não era muito mais velho que nosso pai.

-Mas era velho.

-Enfim, eles ofereceram reforço contra os Salvadores.

-Isso é muito bom, vamos precisar de ajuda pra garantir que eles não vençam.

-Eu concordo, inclusive já andei pensando no plano.

-Também pensei muito, na verdade pensar foi o que mais fiz enquanto você estava fora.

Observei meu irmão mais velho.

-Aconteceu alguma coisa?

Trevor hesitou um pouco e balançou a cabeça.

-Toda a tensão da missão, e você fora, afetou nossos irmãos. Não só eles, a cidade inteira ficou com um clima pesado.

-Isso porque estávamos fora?

-Não. Quer dizer, também.- Ele respirou fundo. -Mas acho que por decidirmos lutar. Você e eu bem sabemos que nenhuma luta é fácil.

-Nós vamos superar tudo isso.

-Eu sei que podemos, mas temo pela vida desse povo. Me apeguei a eles.

Sorri, eu sentia o mesmo.

-Sei como se sente.

Trevor me olhou e sorriu.

-Eu tava com muita saudade, mas agora sai daqui que eu tenho que me vestir.- Falei o empurrando da cama.

-Vou esperar lá embaixo.

Concordei e ele saiu do quarto. Me joguei na cama de novo e olhei pro lado onde Daryl tinha dormido. Sorri boba de novo e respirei fundo me levantando.

Precisava trabalhar, a batalha não iria demorar a chegar.

 

Depois de me vestir, peguei meu arco e aljava junto com as machadinhas da poltrona e desci encontrando meus irmãos na cozinha.

-Nana!- Oliver pulou da cadeira e correu na minha direção me abraçando.

-Ah meu amorzinho, que saudade eu senti de você.- Falei dando um beijo na cabeça dele que riu. -De todos vocês.- Completei olhando pros outros.

Dakota e Connor também tinham levantado e vindo pra perto de mim. Abracei cada um bem forte.

-Mantiveram a casa em ordem enquanto eu estava fora?- Perguntei indo me sentar, pegando um pão e começando a comer.

-Eu tentei manter eles em ordem Nana, mas esses garotos são terríveis.- Dakota respondeu recebendo um empurrãozinho de Trevor.

-Que mentira.- Oliver falou. -Todo mundo deixou a casa em ordem, e Dakota sempre que terminava as tarefas dela ia passar a tarde com o Carl.

Dakota corou arregalando os olhos, Connor gargalhou. Connor rindo, finalmente.

-Hmm com o Carl é?- Perguntei provocando.

-Oliver, deixa de falar bobagem.- Ela reclamou cruzando os braços.

-Que história é essa? Agora além do Dixon, vou ter que me preocupar com o Carl?- Trevor disse estufando o peito e socando uma mão.

-Nem se você quisesse muito ia conseguir controlar essas duas.- Connor falou rindo baixo.

-Connor, meu amor, você ta rindo.- Falei o vendo dar um sorrisinho de lado.

-Fiquei feliz que você voltou bem Nana.

Sorri me levantando. Dei um beijo na bochecha dele.

-Fico feliz que tudo esteja se ajeitando.- Falei ajeitando minhas armas de novo. -Agora todos para suas tarefas, eu também tenho muito trabalho a fazer. Nos vemos no almoço.- Pisquei e me virei pra sair de casa.

-Nana.- Connor veio atrás antes que eu abrisse a porta.

-Pode falar.

Ele abriu a boca, fechou e depois encarou o chão.

-Não é nada, depois eu te falo.

Franzi a testa e o analisei.

-Tem certeza?- Levantei uma sobrancelha.

-Uhum, tenho sim. Até depois.- Passou por mim e saiu pela porta feito um furacão.

Estranho, muito estranho.

 

Resolvi ir ver Maggie, queria ver como a gravidinha estava e contar o que tinha acontecido.

E qual não foi a minha surpresa ao encontrar ela e Paul perto do lago conversando?

-Maggie.- Falei me aproximando.

Ela abriu um sorriso e me abraçou.

-Arizona, que bom que vocês estão todos bem.

A soltei e sorri.

-Sim, a missão foi um sucesso.

-É, mas eu soube que você se arriscou desnecessariamente.

Dei um olhar mortal a Paul, que só deu de ombros. Cínico.

-Pois é, foi uma estupidez. Mas estou aqui, estou bem.

-E também soube que você e Daryl finalmente..

-Shiii.- Falei colocando um dedo na boca dela, Maggie riu. -Paul Rovia, você é um fofoqueiro.

-Eu contei mesmo. Ou acha que ia esperar sua boa vontade de descer e contar? Lembre-se que Maggie está grávida e não pode ficar ansiosa. Ela estava curiosa sobre a missão, então eu contei tudo.

-Você não tem jeito.

Paul riu.

-Mas fora isso, e aí?- Maggie perguntou sorrindo feito criança.

-E aí o que?

-Como foi?

-Ta mesmo me perguntando isso Maggie?

-Claro que tô, é o Daryl. Ele é família mas eu quero saber como foi. Ele tem cara de ser meio bruto.

-Maggie!- Falei corando.

-Conta logo Angel.- Paul falou se divertindo com minha vergonha.

-Ah, foi muito bom. Nunca tive tanta conexão assim com alguém na vida.- Falei me lembrando.

-Que gracinha.- Paul debochou. Dei língua pra ele o fazendo rir.

-Então Maggie.- Continuei o ignorando. -Foi tão melhor do que eu esperava sabe.

-Que coisa linda.- Ouvimos uma outra voz e Spencer se aproximava. -Agora todos sabem que o caipira não é brocha.

-Perdão?- Falei não acreditando na audácia dele.

-É só que, ele com aquela pose de lobo solitário.- Debochou. -Você deve achar isso aí porque não teve como comparar ainda.- Me olhou de cima a baixo me fazendo querer vomitar.

Dizer que tá interessado por mim, eu até entendo. Mas isso foi nojento.

-Spencer.- Maggie repreendeu ele. -Não tem mais o que fazer? Precisam de ajuda na construção dos muros.

O encarei com nojo.

-É, melhor sair daqui logo.- Paul falou descruzando os braços.

Spencer riu debochado e se virou indo embora.

-Não acredito que ele agiu desse jeito.- Falei com raiva.

-Liga pra isso não Arizona. Vem, vamos dar uma volta.- Maggie disse entrelaçando o braço no meu.

Fomos nós duas e Paul dar uma volta. Era bom me distrair.

Comportamentos estranhos. Spencer, Connor.

Um eu tinha medo do que tinha pra me falar, e o outro era melhor eu começar a me preocupar com as ações.

 

A tarde depois do almoço fui até a casa de Rick conversar sobre os planos para o ataque. Saí de lá no fim da tarde encontrando Aaron na rua. Ele me chamou pra tomar um café e conversar um pouco.

Gosto de Aaron, ele tinha um ar leve e bondoso. Era o tipo de gente que sabia ver a bondade e maldade nas pessoas.

Antes de chegarmos na casa dele esbarramos com Paul que acabou nos acompanhando.

Estávamos os três sentados a mesa da cozinha de Aaron e Eric.

-Avise ao seu namorado que se ele quiser montar outra moto, eu achei peças com Rick ontem.

Engasguei com o café, fazendo Paul rir.

-Daryl não é bem meu namorado.

-Como não?

-É complicado.- Falei limpando o café da boca.

-Só é complicado porque vocês não simplificam.

-Aaron, gostei muito de você.- Paul disse rindo.

Ri sem graça e continuei a tomar meu café.

Aaron em parte estava certo, nós realmente não simplificamos. Mas, acho que Daryl não faz muito o tipo de homem que pede uma garota em namoro. Ele não parece ser um cara muito tradicional. E por mim estava bom, sem rótulos. Não estava?

-Me desculpe, não quis te constranger.

-Que nada, ta tudo bem.

-Bom, você e ele podiam vir jantar comigo e Eric qualquer dia. Sem pressão.- Levantou as mãos e sorriu.

-Eu vou adorar, vocês são uns amores.

-Pode vir também Jesus, será muito bem vindo.

-Agradeço, se eu estiver por Alexandria é claro que venho.

-E os planos para o ataque Arizona?- Aaron perguntou.

-Ainda não estão concluídos, temos que garantir que seja a prova de falhas e por enquanto tem muitos buracos.

-Qualquer coisa que eu puder ajudar me fale, eu quero muito ajudar a lutar.

Assenti e logo o assunto foi mudado por Paul que começou a falar sobre antes da epidemia.

 

-Eu gosto do Aaron.- Paul disse enquanto caminhávamos voltando pra casa.

-Também gosto, muito.

-Só não me troque.- Falou fazendo drama.

-Nunca baby.- Falei o fazendo rir.

Paul ficou sério e olhou pro céu.

-Uma moeda por seus pensamentos.- Falei passando meu braço pelo dele.

-Você tem moeda?

-Ai Paul, não estraga.- Ri.

-É uma pergunta muito boa Angel. Quem é que tem moeda nesse mundo?

-Você ta fugindo do assunto.

Ele me olhou de lado e suspirou.

-Alex.

-Ainda pensando nisso?

-Sabe que é um assunto a se preocupar.

-Vai dar tudo certo Paul, eu te prometo.

Ele sorriu e me abraçou de lado.

-Ah minha Angel, como eu consegui sobreviver sem você?

-Vai começar a me bajular, eu vou começar a ficar metida.

-Melhor eu parar então, você já é metida demais.- Me deu um beijo na bochecha.

Ri fraco e passei um braço pela cintura dele.

 

Deviam ser em torno de quase sete da noite, pessoas andavam pelas ruas depois de um dia longo indo pras suas casas. Mesmo com o clima pesado, Alexandria não deixava de ter um ar de esperança, e as pessoas continuavam muito simpáticas.

Eu e Paul passamos por um grupo que conversava e nos cumprimentaram, também por Rosita que disse estar ansiosa para plano e Eugene que nos deu boa noite.

Paramos um pouco antes de chegar em casa e ficamos observando.

Na frente de casa Dakota tinha Judith no colo, e conversava com Carl na calçada. Oliver, Trevor e Connor estavam na varanda, o mais velho parecia ensinar sobre armas pro mais novo. Maggie saiu de dentro da minha casa e se juntou a eles.

Rick chegava em casa junto de Michonne se despedindo de Abraham e Tara. Daryl vinha logo atrás, com seu andar de dono do mundo e a besta nas costas. Ele me olhou e piscou um olho.

Era assim que tinha que ser sempre. Uma rotina normal, e nada de Negan.

Senti a confiança se apoderar do meu corpo. Olhei pra Paul e soube que ele sentia o mesmo. Ele sorriu e voltamos a olhar a cena.

Temos algo que faz a ideia da batalha ganhar força e valer a pena.

Podíamos não estar muito seguros agora, mesmo com os muros, afinal Negan infelizmente existe. Mas eu ia fazer de tudo pra mudar isso.

Eu ia me esforçar pra dar uma vida a Alexandria. Os Salvadores se arrependerão de ter cruzado o caminho de Arizona King.


Notas Finais


E então?? O que acharam??
Escrevi esse capítulo com muita música profunda pra me inspirar hahaha
Se preparem que vem treta por aí. Algum palpite sobre o mistério de Connor?? E Spencer sendo todo escroto? Aff..
Preciso dizer que eu amo o Paul gente! Tanto aqui em Invictus quanto na série haha
Espero que tenham gostado!! Qualquer coisinha só falar. O próximo também não deve demorar viu?
Até o próximo,
Xx


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